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A gestão dos servidores da escola pública / The management of public school servers

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761

A gestão dos servidores da escola pública

The management of public school servers

DOI:10.34117/bjdv5n10-213

Recebimento dos originais: 14/09/2019 Aceitação para publicação: 17/10/2019

Valnice Lima de Souza

Universidade federal de Rondônia UNIR E-mail: valnice_ls@hotmail.com

Maria de Fátima Oliveira

Associação Vilhenense de Educação e Cultura AVEC E-mail: Fátima_semed@hotmail.com

Ozias Alves

Universidade Norte do Paraná UNOPAR E-mail: oziasalves_58@hotmail.com RESUMO

Este trabalho tem a finalidade de discutir as principais questões relacionadas à atuação do gestor Escolar com os servidores da escola pública no âmbito escolar. Além disso, traz a tona a gestão democrática e participativa nas escolas, como também à função do Gestor dentro desse novo modelo organizacional para a construção de um ensino de qualidade. Com base na pesquisa realizada, pode-se observar que o novo perfil de gestor requer um profissional que prima pelo coletivo e possui uma liderança compartilhada e servidora além de delegar tarefas e o acompanhamento formal e informaldas ações.

Palavras - Chaves: Gestão escolar; Servidores; Papel do gestor. ABSTRACT

This paper aims to discuss the main issues related to the performance of the school manager with the public school servers in the school environment. In addition, it brings to light the democratic and participative management in schools, as well as the role of the Manager within this new organizational model for the construction of quality education. Based on the research conducted, it can be observed that the new manager profile requires a professional who excels in the collective and has a shared and servant leadership in addition to delegating tasks and formal and informal monitoring of actions.

Keywords: School management; Servers; Role of the manager. 1 INTRODUÇÃO

O trabalho do Gestor Escolar influencia diretamente no dia-a-dia de educadores e alunos. Saber coordenar o trabalho existente no dia a dia de uma escola não é tarefa fácil, exige

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 do gestor uma avaliação sistematizada e constante, além de tomar as decisões adequadas para o bem do coletivo, de modo a garantir o sucesso da qualidade do ensino.

O presente trabalho analisará de forma consciente a evolução das pesquisas em torno da escola participativa e a legislação que rege este ato democrático. Para dar sustentação à pesquisa embasou-se em alguns autores como Eloísa Lück, Paro, Libâneo, Bastos, Hunter, dentre outros que estudaram sobre a Gestão Escolar. O foco deste trabalho refere-se a um fator relevante nas atividades da escola que é “como desenvolver a gestão na escola pública”.

Quanto ao que se espera de um gestor escolar nos dias atuais, fica por conta da temática “O perfil do Gestor Democrático e a influência na Gestão de Pessoas!”. Neste trecho são expressos fatores essenciais para o desempenho de uma boa gestão, passando pelo assunto sobre relações interpessoais e a formação dos gestores.

Sendo assim, considera-se que o desafio maior deste trabalho foi demonstrar que os gestores podem ser vistos como grandes parceiros e articuladores do processo pedagógico quando realizam suas atividades pensando no bem-estar de todos os envolvidos no contexto escolar e acima de tudo busca a excelência na qualidade de ensino.

2 O PERFIL DO GESTOR ESCOLAR DA ESCOLA PÚBLICA E A INFLUÊNCIA NA GESTÃO DAS PESSOAS

Diante das novas mudanças no contexto educacional, há a necessidade de definir um novo perfil para o gestor escolar. Este deve conduzir as atividades da escola de forma coletiva, uma vez que quando a equipe participa do processo pedagógico, ela sente-se motivada a ajudar a sua escola e promover, assim, melhoria do ensino. Eloísa Luck ( 2002; 26) afirma que:

A liderança efetiva da escola e não a sua atitude de controle e cobrança é um fator primordial na qualidade da gestão e do ensino. Dirigentes de escolas eficazes são lideres, estimulam os professores e funcionários da escola, pais, alunos e comunidade a utilizarem o seu potencial na promoção de um ambiente escolar positivo e no desenvolvimento de seu próprio potencial, orientando para a aprendizagem e construção do conhecimento, a serem proativos na resolução de problemas e enfrentamento de dificuldades.

Nesta mesma linha de pensamento a autora define liderança “como um conjunto de fatores associados como, por exemplo, a competência e a integridade expressa por uma pessoa” (p. 27). É isso que inspira as pessoas a trabalharem conjuntamente para atingirem objetivos e metas coletivas.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Como outra definição para liderança, Hunter (2004, p. 25) e Taira (2005, p.66) esclarecem ser “o ato de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum”. Sendo assim, trata-se de habilidades que podem ser aprendidas e desenvolvidas por alguém que tenha o desejo e pratique ações adequadas.

Para Hunter (2004, p. 13), os traços de caráter importantes ao exercício da autoridade e da liderança são “honestidade, confiabilidade, bom exemplo, cuidado, compromisso, saber ouvir, conquistar a confiança das pessoas, tratarem as pessoas com respeito, encorajar, ter atitude positiva e entusiástica, gostar das pessoas”. O autor relaciona tais características ao comportamento, e afirma que “comportamento é escolha’”.

Sendo assim, para Hunter (2004, p. 33), “um líder com relação a si mesmo, o desafio (...) é escolher os traços de caráter que precisam ser trabalhados”, pois a liderança se constrói no relacionamento com as pessoas, e a conquista da autoridade se dá nestas inter-relações. “Os líderes verdadeiramente grandes têm essa capacidade de construir relacionamentos saudáveis” (p. 35).

A liderança eficaz constitui-se num encadeamento de princípios, hábitos e qualidades humanas, que tanto os indivíduos quanto as organizações lutam para adquirir e manter. Para tanto, “é necessária que sejam tomadas três resoluções no sentido neutralizar as forças restritas que existem em nossas vidas: os apetites e paixões; o orgulho e a pretensão; a aspiração e a ambição”. Covey (1994, p. 14).

Neste contexto, vale lembrar que as escolas têm objetivos e metas para realizar, e para alcançar seus objetivos ela precisa de alguém a frente conduzindo, delegando, sem fazer nada sozinho, precisará da ajuda e da colaboração das pessoas para executar as atividades da escola. Segundo Gardner (1996, p. 34), “nenhum líder jamais se realiza completamente”, e para que se possam verificar as práticas efetivas da liderança são observáveis quatro fatores:

Um laço com a comunidade (ou audiência): um líder não existe sem seguidores, um é afetado pelo outro; Certo ritmo de vida: é necessário ao líder estar em contato constante com seus seguidores, porém, precisa também de tempo para refletir e amadurecer suas idéias, equilibrando isolamento e imersão; Uma relação evidente entre as estórias e as corporificações: um líder se faz pelas palavras e pelos atos coerentes com elas; A centralidade da escolha: o líder deve fazer escolhas e trabalhar por elas, convencidos seus seguidores de que isso é o melhor.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 Embora já tenhamos percebido que gestão e liderança não são necessariamente a mesma coisa, os gestores precisam possuir capacidades de liderança. Um líder precisa ter clareza e firmeza em seus objetivos, para assim conquistar a “confiança” de seus subordinados.

Portanto, a relação existente entre líder-seguidores é necessária e indispensável para que se efetive a liderança. Não podemos negar que independente do estilo do seu estilo, o líder precisa ter características, competências essenciais a sua função e posição de liderança.

3 O PERFIL DO GESTOR DEMOCRÁTICO E A INFLUÊNCIA NA GESTÃO DAS PESSOAS

As atuais discussões sobre gestão escolar têm como dimensão e enfoque de atuação: a mobilização, a organização e a articulação das condições materiais e humanas para garantir o avanço dos processos socioeducacionais, priorizando o conhecimento e as relações internas e externas da escola.

A descentralização do processo decisório é um item a ser considerado, pois ele diminui a distância entre a tomada de decisão e sua execução. Ninguém melhor do que quem enfrenta o problema sabe a sua solução.

Quando se fala em gestão democrática, tem-se a idéia do coletivo, ou seja, de várias pessoas tomando decisões sobre algo. Portanto, no texto a seguir é abordado sobre o perfil da gestão cotidiano das escolas considerando que a ação participativa seja algo freqüente nas atitudes das pessoas.

3.1 EM BUSCA DE UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA

Muitas são as discussões sobre como deve ser o novo modelo de gestão escolar, livre das opressões do autoritarismo e centralização, em busca do exercício da democracia.

Sendo assim, não é difícil afirmar que as pessoas que fazem parte de uma equipe escolar estejam preparadas e atentas às mudanças que estão dentro e fora da escola. O processo democrático vive da ação coletiva. Nesse estilo, a gestão integra e utiliza em seu trabalho as idéias e contribuições de todos. Essa forma de direção implica acordo, discussão e participação de toda a equipe escolar na seleção da política a seguir e nas decisões a tomar.

Na análise de Dourado (2001, p. 79), é afirmado que a gestão democrática:

[...] é um processo de aprendizado e de luta política que não se circunscreve aos limites da prática educativa mas vislumbra, nas especificidades dessa prática social e de sua relativa autonomia, a possibilidade de criação de canais de efetiva

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 participação e de aprendizado do “jogo” democrático e, conseqüentemente, do repensar das estruturas de poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio dessas, as práticas educativas.

Deste modo, entende-se que a gestão democrática não só requer mais do que simples mudanças nas estruturas organizacionais mas também exige mudanças de paradigmas que fundamentem a construção de uma proposta educacional e o desenvolvimento de um tipo de gestão diferente para além dos padrões autoritários vigentes impostos pelas organizações burocráticas.

O texto a seguir fala da formação de gestores como essencial e necessário para garantir uma educação mais qualitativa e menos excludente. O gestor bem atualizado sente a necessidade de buscar mudanças necessárias para melhorar o desenvolvimento das atividades da escola e, conseqüentemente, melhorar a educação como um todo.

3.2 A FORMAÇÃO DOS GESTORES

A preocupação presente na atualidade é sobre a possibilidade da escola mediante a formação de gestores escolares serem pensadas, repensadas e formadas com o desejo e a necessidade de se construir uma educação mais justa e igualitária buscando garantir o acesso à permanência, a inclusão, a participação, a organização, a autonomia a formação e a valorização dos profissionais da educação, a qualidade de aprendizagem e a tomada das decisões coletivas.

Segundo Morin (1989, p.12):

A gestão escolar frente a tantos e diferentes olhares tem sido assumida com cautela e conhecimentos de causa por admitir-se que o gestor escolar é o centro das implicações, de iniciativas e de desafios para qualquer mudança no processo ensino e aprendizagem, mesmo portador de uma formação deficiente, limitada e instrutiva para fazer frente ás exigências, os desafios, as condições, as perspectivas e as implicações para promover mudanças na escola.

O marco dessa reflexão e debate no campo da formação de profissionais da educação situa-se com a aprovação da Lei das Diretrizes e Base da Educação Nacional-Lei. N. 9.394/96. No artigo 3, inciso VIII, “introduz o princípio da gestão escolar democrática enfatizando a perspectiva de ensino público ser democrático”. Com isso, o que se refere o conhecimento da estrutura organizacional, do planejamento escolar, do funcionamento, da participação dos sujeitos e usuários, do processo de coordenação e acompanhamento das ações, do processo de

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 avaliação e tomada de decisões coletivas, que neste começo do século XXI, vem exigindo desafios, senso critico, compromisso, criatividade e trabalho coletivo para implementar diretrizes, objetivos e metas que mobilizem os sujeitos ( professores, coordenação pedagógica, servidores ) e usuários (alunos, pais ).

De acordo com Lück (1998, p. 21) com base na lei 5540/68, já revogada pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei nº. 9394/96, entre a formação e a atuação dos gestores, há um enorme descompasso, porque os cursos têm se mantido resistentes às mudanças na educação, que exigem repensar o ato de se educar e pensar seriamente na educação continuada.

A LDB 9394/96 em seu artigo 64 diz o seguinte:

A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (LDB 9394/96 art 64.)

Neste sentido Lück (1998, p.23), deixa claro que a formação Não esta sendo suficiente para preparar o gestor para uma gestão eficaz.

A escola hoje requer gestores dinâmicos, criativos que propiciem a autonomia prevista na legislação, assim os gestores devem perceber as tendências de mudanças, aprender a investigar, analisar e interpretar os novos desafios, devendo se beneficiar da própria experiência, da reflexão sobre a ação e dos avanços teóricos de sua área de conhecimento.

Demo (2001, p. 23) critica a idéia que muitos têm de que qualquer pedagogo pode assumir a gestão de uma escola. Muitos professores ocupam o cargo de gestor, mesmo que em sua formação só abrange o campo pedagógico, não possuindo nenhuma preparação para que ele venha atuar como gestor.

Nessa perspectiva, Libâneo (2003, p. 59) diz que diante de grandes transformações que vem ocorrendo no contexto do trabalho, na vida das pessoas, na educação e na organização, e funcionamento escolar, que exige desafios para se pensar, produzir e organizar os conhecimentos da escola básica.

Edgar Morin (2000, p. 52) em seu livro Sete Saberes Necessários para a Educação do Futuro, “critica os programas educativos”, que segundo ele devem ser colocados como a “maior preocupação em relação a formação dos jovens, futuros cidadãos, pois ignoram, ou fragmentam conhecimentos essenciais para sua formação”.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 A necessidade de uma escola eficaz fez com que pensasse em nova forma de administração para a escola, surgindo assim à gestão democrática e participativa. Acontece, porém que a formação que se recebe inicialmente uma pessoa que ocupa o cargo de gestor, não abrange toda a totalidade da proposta de um gestor democrático.

Sendo assim, se a finalidade última da educação é a formação de cidadãos, então, a qualidade da educação precisa estar voltada para esse fim e necessita sustentar-se em um tipo de gestão que propicie o exercício da cidadania, promovendo a participação de todos os segmentos que compõem a escola, além da comunidade local externa, ou seja, deve se sustentar na gestão democrática.

Percebemos que a escola pública enfrenta vários tipos de dificuldades desde a infra-estrutura deficiente, ás condições sociais dos alunos, passando muitas vezes pela desvalorização do professor, no entanto, é preciso, é necessário que o gestor busque continuamente a sua formação tendo em vista a grande responsabilidade que lhe foi conferida. Percebe-se assim a grande importância deste mesmo gestor, além de possuir diversos atributos, ainda não deve descuidar com as relações que ele constrói no contexto escolar, para facilitar a garantia do sucesso na escola.

3.3 O GESTOR FRENTE ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Um campo de convivência que pressupõe uma organização que agrega pessoas com definição de responsabilidades nas relações de trabalho. A convivência escolar está ambientada numa estrutura organizacional, que dispõe de formas de participação, de normas, diretrizes, rotinas e procedimentos administrativos, em suma, elementos que constituem a cultura da escola.

Segundo Libâneo (2001 p. 82-84), “é a partir da interação entre diretores, demais profissionais da educação e alunos, a escola vai adquirindo traços culturais próprios, vai formando crenças, valores, significados, modos de agir, práticas”. É o que estamos denominando de cultura da escola ou cultura organizacional. Essa cultura própria vai sendo internalizada pelas pessoas e vai gerando um estilo coletivo de perceber as coisas, de pensar os problemas, de encontrar soluções.

Libâneo (2001 p. 84-85), ainda salienta que “uma escola que trabalhe com a perspectiva da diversidade e da pluralidade do ambiente escolar tem melhores condições de atender a múltiplos objetivos”. O principal é o da formação das pessoas para a convivência social, para saber lidar com as diferenças, saber respeitar o outro, saber participar e exercer

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 seu papel na sociedade. É isso que se constroem na escola quando se diz que a escola está encarregada da formação da cidadania. Para isso é preciso que a escola viva um clima de democracia participativa, que seu ambiente seja fundamentalmente vivido como um ambiente de diálogo e ação cooperativa, solidária, compartilhada.

Ainda citando Libâneo (2001 p. 86) “A convivência escolar é um campo onde atuam os valores sociais”, ou seja, a própria escola e a ação pedagógica são espaços embebidos por esses valores, de modo que os sujeitos que atuam na escola (gestores/diretores, professores e professoras, funcionários e funcionárias, alunos/alunas e alunas) estão, necessariamente, envolvidos na questão. Espaço, pois, da diversidade, da pluralidade, ainda que estejam todos imbuídos pela atuação conjunta, orientada pelos mesmos propósitos.

Porém, seja como for, os sujeitos da escola não são os únicos envolvidos e não são os principais responsáveis por uma situação de convivência escolar considerada boa ou ruim. Entretanto, “o papel que exercem na escola pode ajudar, e muito, na construção de um ambiente saudável para a convivência escolar”.(curso de capacitação para gestores- Modulo v – p.24-2001).

Evidencia-se porém, que o desempenho de uma equipe depende da capacidade de seus membros trabalharem em conjunto e solidariamente, mobilizando reciprocamente de seus conhecimentos, habilidades e atitudes, com vistas à realização de responsabilidades comuns. Ferguson, (1993, p. 179) afirma que “o indivíduo e sociedade são inseparáveis, pessoas e sociedade se encontram unidas, como mente e corpo”.

Sendo assim, as reações das pessoas são um complexo processo de interação humana expressada na forma de comportamentos verbais ou não verbais. Ao propor situações de trabalho coletivo é imprescindível que o gestor compreenda o modo de viver das pessoas, como se comportam, valores, visão de mundo respeitar a forma de ser de cada indivíduo, sem perder de vista os objetivos que precisam ser alcançados pela escola.

Para Luck (2006, p. 92) “é necessário que o gestor esteja sempre atento ao processo comunicativo desenvolvido na escola”, pois a comunicação é um dos aspectos mais relevantes e complexos, visto que a comunidade escolar é composta por pessoas com personalidades distintas e, portanto, com capacidades de percepção diferenciadas, o que pode oferecer barreiras à comunicação, fazendo com que pessoas entendam de forma diferente uma mesma mensagem ou idéia.

Sem dúvida a comunicação é um dos elementos de maior importância na participação coletiva. As comunicações da escola podem ser feitas por meio de avisos, circulares,

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 memorandos, ofícios, portarias, requisições, que devem ser enviadas em linguagem clara, acessível e que permitam a compreensão da mensagem e maior integração da equipe.

Depois de resolvidas estas questões referentes à relacionamento interpessoais, é preciso atentar-se também a forma da escolha dos dirigentes escolares, uma vez que apesar de nao ser a escolha que irá definir o tipo de gestao adotada, mas esta certamente influenciará no andamento dos trabalhos.

3.4 O VERDADEIRO PAPEL DO GESTOR ESCOLAR

O conceito de Gestão Escolar, relativamente recente, é de extrema importância para que se tenha uma escola que atenda às atuais exigências da vida social: formar cidadãos e oferecer, ainda, a possibilidade de apreensão de competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social.

Para Santos (2006, p. 130) “toda a comunidade educativa na intencionalização (projetualização) da educação”. No entanto, cabe ao gestor escolar assegurar que a escola realize sua missão: ser um local de educação, entendida como elaboração do conhecimento, aquisição de habilidades e formação de valores. Neste sentido, o gestor deverá animar e articular a comunidade educativa na execução do projeto educacional, incrementando a gestão participativa da ação pedagógico-administrativa, conduzindo a gestão da escola em seus aspectos administrativos, econômicos, jurídicos e sociais. O gestor é o articulados/mediador entre escola e comunidade. Ele deve incentivar a participação, respeitando as pessoas e suas opiniões, no que chamamos de Gestão democrática.

Para Libâneo (2005, p. 332):

O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionários. O que se chama de gestão democrática onde todos os atores envolvidos no processo participam das decisões.

Sendo assim, depois da tomada de decisões, é preciso colocá-las em prática. Para isso, a escola deve estar bem coordenada e administrada. Não se que dizer com isso que o sucesso da escola reside unicamente na pessoa do gestor ou em uma estrutura administrativa autocrática na qual ele centraliza todas as decisões. Ao contrário, trata-se de entender o papel do gestor como líder cooperativo, o de alguém que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a adesão e a participação de todos

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 os segmentos da escola na gestão em um projeto comum. O diretor não pode ater-se apenas às questões administrativas. Como dirigente, cabe-lhe ter uma visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola em seus aspectos pedagógicos, administrativos, financeiros e culturais. Segundo Borges (2008, p. 83) “O gestor escolar tem de se conscientizar de que ele, sozinho, não pode administrar todos os problemas da escola. O caminho é a descentralização, isto é, o compartilhamento de responsabilidades com alunos, pais, professores e funcionarios.” Sua função envolve atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma escola implica colocar em ação os elementos do processo organizacional (planejamento, organização, avaliação) de forma integrada e articulada. Assim, o gestor é a figura que deve possuir e liderança, no clima de organização da escola que pressupõe a liberdade de decidir no processo educativo e não nos gabinetes burocráticos.

A organização da escola é indispensável para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos como um dos membros da equipe escolar com os alunos que freqüentam a escola.

De acordo com Vieira (2002, p. 45), “é preciso que todos funcionem como uma orquestra afinada em torno de uma partitura e regida pela batuta de um maestro que aponta como cada um entra para obter um resultado harmônico.” Esse maestro é o gestor, e a partitura, o projeto pedagógico da escola que é construído gradativamente, passo a passo, ele vai se estruturando e ampliando, ganhando corpo e consistência. A construção do projeto pedagógico é um processo coordenado pelo gestor, que deve contar com os segmentos envolvidos na vida da escola, passando por conflitos e divergências, até que consensos sejam alcançados.

Neste sentido o gestor é o grande articulador, ele é o elo entre os diversos segmentos da escola. Mantém-se em constante contato com seu público alvo, avaliando ações e propostas realizadas pela comunidade escolar.

Sendo assim, cabe ao gestor, conduzir sua escola de acordo com as determinações e orientações da Secretaria do Estado, ficando sob sua responsabilidade a coordenação dos demais servidores públicos e profissionais da educação, lotados na sua escola, averiguando o desempenho regular de suas atribuições sua proposta pedagógica com qualidade, além de conhecer as atribuições definidas pela legislação para cada um dos cargos que ocupam os servidores sob sua responsabilidade, como também conhecer a legislação estadual e federal.

De acordo com Taira (2006, p. 16), “o gestor deve garantir que as tarefas sejam cumpridas”. Para isso ele deve focalizar o trabalho dos funcionários e do grupo, enfatizando o cumprimento de prazos, os padrões de qualidade e a economia de custos. Deve exigir o

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 cumprimento de metas, esclarecendo as responsabilidades individuais e determinar tarefas para pessoas específicas.

Neste sentido, o gestor é um grande comunicador, capaz de mobilizar e articular os mais diferentes setores em torno da missão da escola. Por isso ele é capaz de trazer a tona o potencial de cada pessoa, onde todos estão em constante processo de ensino-aprendizagem, na busca de ensino de qualidade.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Falar em Gestão Democrática é acreditar em uma educação com relevância social e, logo, em uma escola construída a partir da ação coletiva. Assim, se o propósito é formar cidadãos honestos e responsáveis, a gestão democrática é a política mais adequada para qualquer administrador escolar. A partir dessa gestão será possível desenvolver e vivenciar a democracia no dia-a-dia da escola e levá-la a consolidar a participação entre toda a comunidade colaborando, assim, no processo de inclusão social do País.

Durante a construção do trabalho pode-se perceber que ainda não dá para pensar uma gestão escolar distinta, separada de uma sociedade capitalista, afinal estamos inseridos nesta sociedade, onde a educação não se desvincula dos princípios administrativos de produtividade, e interesses capitalistas estão sempre presentes nesses objetivos.

Porém fica claro que muita coisa tem mudado na história da educação, e que têm ocorrido grandes mudanças no que se refere à gestão escolar. A urgência que se tem colocado em rever a forma de organizar a escola é inquestionável diante da proposta de ensino que venha de encontro com as necessidades do aluno.

Vale ressaltar que a mudança ocorrida na gestão escolar se resume em uma proposta onde são necessários: gestor, professores, demais funcionários, pais e comunidade, todos envolvidos como parceiros da instituição, contribuindo nos trabalhos desenvolvidos pela escola.

Vimos que embora todos tenham suas funções específicas no processo escolar, os assuntos referentes à escola devem ser discutidos e as decisões tomadas por toda a equipe, considerando que todos são interessados e responsáveis pela mesma.

Dessa forma, buscar a Gestão Democrática requer conquistar a própria autonomia escolar, haja vista que, sua trajetória traz a descentralização, o crescimento profissional e a valorização da escola, da comunidade e conseqüentemente do Gestor e da equipe que está envolvida no processo, que precisa fundamentalmente, de parcerias sólidas e comprometidas

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 10, p. 20162-20174 oct. 2019 ISSN 2525-8761 com uma educação melhor e inovadora, no sentido de proporcionar maiores opções de elevar o conhecimento de seus alunos, com objetivos pautados em valores humanos que engrandeçam ações e ideais humanizadores.

Na proposta da gestão democrática como vimos, a principal característica que o gestor precisa ter é articulador de ações e de todos os segmentos, visando e priorizando a aprendizagem do aluno e estimulando o trabalho em equipe, e para isso ele precisa ter competências técnicas e psicológicas a fim de organizar e também mediar conflitos que, porventura venham ocorrer. Cabe ao gestor escolar articular todo o processo e sistemática da escola para garantir que os envolvidos se empenhem de fato nas atividades propostas.

Neste sentido, é papel do gestor romper com a tendência burocrática e centralizadora ainda vigente na cultura organizacional escolar, e isso não quer dizer romper com seus compromissos como gestor diante dos Municípios e Estado, mas lembrando que seu maior compromisso enquanto educador é com os alunos, em garantir uma melhor formação e melhoria na qualidade do ensino.

REFERENCIAS

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Referências

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