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Qualificação e desenvolvimento de fornecedores e o aprimoramento da qualidade industrial: conceitos e estudo de casos

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. 9

\

QUALIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES E O APRIMORAMENTO DA QUALIDADE INDUSTRIAL.

CONCEITOS E ESTUDO DE CASOS.

Banca Examinadora

Orientador Prof. Dr. Claude Machline

Prof. Dr.

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Escola de Administração . FGV de EmprsSAS de S=to Paulo

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ESCOLA DE ADMINSTRAÇÃO DE EMPRESAS

DA

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

MANOEL FERNANDO MARTINS

QUALIFICAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE FORNECEDORES E O APRIMORAMENTO DA QUALIDADE INDUSTRIAL.

CONCEITOS E ESTUDO DE CASOS.

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da EAESP/ FGV - Área de Concentração: Administração da Produção e sistema de Informação, como requisito para a obten ção de titulo de mestre em Administração

Orientador:

Prof. Dr. Claude Machline

SÃO PAULO

(5)

p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de P6s-Graduação da EAESP/FGV, Área de Concentração: Administração

da Produção e Sistema de Informação)

Resumo: Trata da disseminação da qualidade através dos

programas de qualificação e de desenvolvimento de

fornecedores a partir de um trabalho empirico em dois grupos de empresas. Aborda a evolução dos conceitos da qualidade e

as novas formas de relacionamento entre clientes e

fornecedores. Aponta a contribução desses modelos para o aprimoramento da qualidade industrial.

Palavras-Chaves: Qualidade, Relacionamento

Cliente-Fornecedor, Disseminação da Qualidade, Programas de

(6)

SUMÁRIO

CAPíTULOS PAG.

- INTRODUÇÃO ••••.•••••••••••••••••••.••••.••.••• 1

I - EVOLUÇÃO DO CONTROLE DA QUALIDADE: DA

INSPEÇÃO AO CONTROLE TOTAL DA QUALIDADE •••..•• 9 ~

1.1 - Conceitos da Qualidade •••••••••••••••••••••.• 11 ~

1 - VisOes da Qualidade ••••.••.••.••.••••••••.... 11

1.1 - Característica da Qualidade .•••••••.••.••.... 16 1.2 - DimensOes da Qualidade ..••••••••••.•.••.••.•• 17

I.2 - Eras da Qualidade . . • . . . • . • • . • • . . . • . . . • 21 ~

1 - Inspeção . . . 21 ,

2 - Controle Estatistico da Qualidade ••••••..••.. 25 2.1 - Controle Estatístico do Processo - CEP . . • . . • . 26

2.2 - Amostragem •••.•.•.•••....• ~ . • • . • • • • . . . • . • 28

3 - Garantia da Qualidade/Qualidade Assegurada .•• 33 ~

3.1 - Gerenciamento da Qualidade .•••.••••••...••. ~.34

3.1.1 - Custos da Qualidade • • . . • . . . • . • • . . . • • • . . . 34

3.1. 2 - Controle Total da Qualidade . • • • . • . . . • . . . 35

3.2 - Engenharia da Confiabilidade . . • • • . . . . • . • • . . . . 39

3.3 - Zero Defeitos . . • • . . . • . • • . . • • • • . • . . . • • . . 46

4 - Gerenciamento Estratégico da Qualidade . . . . • . . 51

II - O CONTROLE TOTAL DA QUALIDADE E O PAPEL DOS

FORNECEDORES ••••••••••••••••••••••••••••••••• 57

II.1 - Novas Abordagens da Qualidade Total . • . . . 58

1 - Controle Total da Qualidade Segundo

Feigenbaum • • • . . • • . . . • • . . . • • . . . • • • . . . . • . . 62

(7)

5.2.1 - Série das Normas ISO 9000 ••••••••••••••••••• 114

5.3 - Desdobramentos do processo de qualificação •• 117

6 - Estrutura de Fornecimento ••••••••..••••••••• 118

6.1 - Estrutura do modelo tradicional •••.••••••••• 119

6.2 - Estrutura do modelo moderno .•••••••••••••••• 119

7 - Modelos de relacionamento

cliente-fornecedor e a disseminação dos conceitos

da qualidade . . . 123

8 - Fatores condicionantes da melhoria

da qualidade nas instalações do fornecedor •• 126

8.1 - Fator tecnol6gico .•..•••••.••..••••••••••••• 127 8.2 - Fator estratégico ••.•••••.•••••••••••..••..• 132 8.3 - Fator organizacional •••••••••••••••••••••••• 134 IV IV.1 - ESTUDO DE CASOS •.•••.••••.••....•••..•..•••• 136 - Características das empresas do Modelo de

Qualificação ••••.•••••••...• ~ •...•.••..• 137

1 - Considerações sobre as empresas do Modelo de

Qualificação .••••••••••••••••.••••.••••••••• 161

2 - Análise das empresas do Modelo de

Qualificação ..••••••••.••.•••.•...••...••.•• 166

IV.2 - Características das empresas do Modelo de

(8)

1 - Considerações sobre as empresas do Modelo de

Desenvolvimento •••••••••••••••.••••••••••••• 198

2 - Análise das empresas do Modelo de

Desenvolvimento . . . ... . 204

IV.3 - Considerações Finais Sobre o

Estudo de casos . • • . • . . . • . • . . . 208

v

- CONCLUSÃO • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • • • • • • • • • • • • • • • 213

(9)

Ao Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal de São Carlos por todo apoio que recebi durante a elaboração da dissertação.

À José Carlos de Toledo pelas discussões e comentários.

À Néocles Alves Pereira, Mauro Rocha Cortês, Alceu Gomes Alves Filho e Antonino Gomes pelo incentivo e apoio.

Às empresas visitadas, sem as quais não seria possível a realização do trabalho.

Ao professor Claude Machline pela valiosa colaboração desde o meu ingresso no curso.

(10)

INTRODUÇÃO

Este tema foi escolhido

dissertação de mestrado em razão

para a elaboração da

da necessidade cada vez maior de identificar as formas de disseminar e aprimorar os conceitos e técnicas de gestão da qualidade no Brasil.

Nos últimos tempos, a qualidade se tornou um assunto nacional, presente no dia-a-dia dos empresários, nos planos

de governo e no portf6lio das empresas de consultoria.

Entretanto, as medidas concretas para a melhoria da

qualidade nas empresas, com raras exceçOes, estão longe de apresentarem os mesmos resultados de niveis de qualidade e produtividade observados no primeiro mundo.

No artigo "Os que largaram na frente", publicado pela

revista Exame em setembro de 1991, é abordado o papel do

governo como incentivador da melhoria da qualidade e

produtividade no pais. Apesar de algumas entidades públicas

e privadas (cerca de 250) estarem engajadas noPBQP

Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade -, lançado

em novembro de 1990, o texto afirma que o PBQP ainda não

chegou às fábricas e nem aos escrit6rios.

Os promotores do programa afirmavam que o PBQP está em fase de conscientização e capacitação, ou seja, de despertar

(11)

nas empresas a consciência da qualidade e oferecer os

instrumentos necessários para que os padrões de ~ualidade e

,\

produtividade de primeiro mundo sejam alcançados.

Entretanto, os problemas de qualidade no nosso pais são

graves e de dimensões nada despreziveis. Em outro artigo da

revista Exame, "A Era da Qualidade", este publicado em 1988, o Sr. Massao Ito, então presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Normal'ização e Qualidade, já declarava que o

Brasil perdia 15% do PIB industrial por falta de normas

técnicas e de qualidade. Estimava, também, que as empresas

deixavam de incorporar entre 20% e 30% de seu faturamento em

função da má qualidade dos produtos e processos produtivos.

Esses mesmos números atualmente são apresentados nas

televisões e jornais diários.

Neste contexto, procuramos estudar os agentes

disseminadores dos conceitos de qualidade e que, de certa forma, agilizassem a incorporação dos conceitos e técnicas de gestão da qualidade nas organizações produtivas.

De acordo com cunha 1 , os conceitos e técnicas de gestão da qualidade são difundidos no Brasil, principalmente, por: - Associações de Profissionais da área de qualidade, através da organização de seminários, palestras e de publicações de boletins, jornais e livros na área;

1 CUNHA, L.G.Z., Caracterização e análise do processo e dos agentes difusores da Gestão da Qualidade Industrial no

(12)

- Universidades, introduzindo os conceitos de qualidade nas

atividades de ensino e pesquisa com vistas à forma-ção de

profissionais com conhecimento na área. Uma conseqüência dessas atividades é o número considerável de cursos de p6s-graduação na área da qualidade industrial bem como o de disciplinas dentro dos cursos de graduação criados nos últimos anos;

Empresas de Consultoria e

qualidade através de cursos

Consultores,

e implantando

qualidade nas empresas;

Empresas Privadas, dentro da filosofia implantando de controle sistemas total da difundindo a sistemas da da qualidade qualidade e estendendo aos seus fornecedores esses conceitos;

- Empresas Estatais, através do seu poder de compra eda

implantação de Programas de Desenvolvimento e Qualidade

Assegurada de Fornecedores;

- Órgãos Governamentais, coordenando e regulando atividades

nas áreas de metrologia, metrologia científica e industrial, normalização e certificação da qualidade.

Do ponto de vista de melhoria da qualidade, pode-se afirmar que o mercado, através das suas exigências, é um forte agente sendo. Em alguns casos, ele é determinante para que as empresas adotem sistema da qualidade com o objetivo de aumentar o nível de qualidade de seus produtos.

3

Nesse sentido, tanto as empresas privadas como as >0

estatais têm o poder de sensibilizar seus fornecedores a acelerarem o processo de melhoria dos seus produtos.

(13)

Considerando esses pontos e os agentes disseminadores

dos conceitos da qualidade, definimos o objetivo da

dissertação: estudar a importância dos modelos de interação

entre fornecedores e clientes para o aprimoramento da

qualidade industrial.

Nesta dissertação, o conceito de clientes é o mesmo que

Kotler 2 adota para definir as empresas industriais que

constituem o mercado produtor. Este adquire bens e serviços utilizados na produção de outros bens e serviços destinados

à venda a terceiros. As estatais integram esse conjunto de

empresas quando assumem as funções de produtor industrial. Os programas de gerenciamento e seleção de fornecedores constituem o objeto de estudo desta dissertação. Primeiro, pela própria contribuição dessa atividade na obtenção de melhor qualidade no produto final e, segundo, por que ela

pode promover a disseminação do conceito da qualidade

através dos programas de desenvolvimento e/ou qualificação dos fornecedores.

Geralmente, esses programas analisam as capacidades

fabril e tecnológica e o sistema da qualidade dos

fornecedores. A dissertação procura compreender se os

fornecedores, através desses programas, adotam a qualidade como uma estratégia de aumento da produtividade, de redução de custos e de melhoria da qualidade de seus produtos e

2 KOTLER, P., Marketing. São Paulo, Atlas S.A., 1986. p. 130

(14)

processos ou restringem-se a atender aos requisitos do cliente de prazo, qualidade do produto, serviços e custos.

A monografia não poderia ser dissociada da realidade das indústrias nacionais, que foi pesquisada numa série de

entrevistas. Foram ouvidos dois clientes e, para cada

cliente, entrevistaram-se quatro fornecedores. No total, dez empresas foram visitadas. Os clientes são grandes empresas

de segmentos industriais diferentes: a primeira é uma

estatal e a segunda, uma multinacional instalada há mais de dez anos no pais.

A escolha desses clientes foi feita em função dos programas que as empresas estão desenvolvendo junto a seus fornecedores.

Com relação aos fornecedores, as dificuldades na

escolha foram maiores por não termos tido acesso ao banco de dados dos clientes. O critério de escolha considerou a proximidade geográfica e a indicação de profissionais da

área que conheciam algumas empresas fornecedoras dos

clientes estabelecidos. Adiantamos que os fornecedores não possuem o mesmo porte do respectivo cliente, de tal sorte

que este último tem considerável influência sobre os

primeiros.

As entrevistas procuram avaliar os impactos que a

participação em programas de desenvolvimento e/ou

qualificação de fornecedores tem nas empresas. Optamos por

utilizar questionários não-estruturados que incluissem

grandes temas sobre o assunto, por dois motivos: primeiro,

(15)

para que os entrevistados tivessem liberdade em enfatizar os aspectos mais relevantes e, segundo, por permitir maior flexibilidade durante as entrevistas.

A despeito das vantagens inerentes a esse tipo de

questionário, deparamos com algumas dificuldades no manuseio das informações obtidas, pois, apesar da existência de temas

separados no questionário, estes eram englobados pelos

entrevistados nas respostas dadas.

Não temos a pretensão de estabelecer padrões de

disseminação dos concei tos da qualidade através dos

programas de relacionamento entre cliente e fornecedores, mesmo porque o número de empresas é insignificante frente ao ambiente industrial brasileiro e não representa todos os

segmentos industriais. Ficamos tentados, porém, a

compreender a dinâmica utilizada pelos clientes junto aos

seus fornecedores e o comportamento dos fornecedores

decorrentes desses relacionamentos no que tange às

iniciativas de aprimoramento da qualidade dos seus produtos e processos produtivos.

A estrutura da dissertação está norteada para

estabelecer os principais conceitos sobre qualidade e sobre

o relacionamento entre clientes e fornecedores e as

considerações a respeito das entrevistas realizadas junto às empresas.

O primeiro capítulo apresenta as principais abordagens da qualidade e como estas podem ser operacionalizadas dentro das organizações produtivas. Assim, exploramos a evolução

(16)

das atividades

atualmente, das

processo de

gradativamente.

7

de controle da qualidade, conhecidas

são resultado do

organizaçOes, pois

industrialização e foram concebidas

Em seguida, no capitulo 11, apresentamos algumas

estratégias sobre o Controle Total da Qualidade preconizadas

pelos, então considerados, "gurus" da qualidade e a

importância dos programas de interação junto aos

fornecedores para a qualidade dos produtos finais.

Posteriormente, caracterizamos as formas de

relacionamento entre cliente e fornecedores e a sua

contribuição para a qualidade dos produtos finais. Assim, tratamos esse relacionamento a partir de vários referenciais

por ser um elemento fundamental para a concorrência, a

redução de custo e a melhoria da qualidade das empresas. Iniciamos o terceiro capitulo discutindo o poder de

negociação dos fornecedores e dos clientes. A seguir,

procuramos estudar a evolução do relacionamento em função do avanço tecnológico e das mudanças que ocorreram no sistemas de produção que contribuiram para diferentes formas de relacionamento entre clientes e fornecedores. Concluimos o capitulo abordando a contribuição desses relacionamento para a melhoria da qualidade dos produtos e processos.

Finalizando, apresentamos e analisamos os resultados dos programas de relacionamento entre cliente e fornecedores

vistos a partir da perspectiva de melhoria da qualidade

(17)

estudo é restrito, devido ao pequeno número de empresas, não

permitindo generalizar as conclusOes, principalmente em

termos quantitativos. O capitulo final é dedicado ao resumo

das principais conclusOes e a possíveis extensOes do

trabalho.

Acreditamos que nosso trabalho possa ser útil para os administradores, em geral, neste momento em que as empresas necessitam, para sobreviver, melhorar a qualidade, reduzir custo, aumentar a flexibilidade e se tornar competitiva nos mercados internos e externos.

(18)

CAPíTULO I

EVOLUÇÃO DO CONTROLE DA QUALIDADE: DA

INSPEÇÃO AO GERENCIAMENTO ESTRATÉGICO DA QUALIDADE

9

-"Qualidade ••• a gente sabe o que é, e, ao mesmo tempo,

não sabe. Isso é contraditório. Mas algumas coisas são

melhores do que outras, ou seja, têm mais qualidade. Porém, se a gente tenta definir qualidade, isolando-a das coisas

que a possuem, então pufJ - já não há o que falar. Se, no

entanto, não se pode definir Qualidade,como sabemos o que ela é, ou como sabemos que ela existe? Se ninguém sabe o que é, então, para todos os efeitos, não existe. Mas acontece,

que, para todos os efeitos, ela existe. Senão, em que se

baseariam as notas? Por que as pessoas pagariam fortunas por

algumas coisas, jogando outras no lixo? Naturalmente,

algumas coisas são melhores que outras... Mas o que é "ser melhor"? E aí a gente começa a dar voltas que não acabam mais, fazendo girar rodas mentais sem encontrar um ponto de apoio que nos possibilite a arrancada para a viagem. Que diabo é Qualidade? O que é?" ,

PIRSIG, Robert M., Zen e a arte de manutenção de

motocicletas. São Paulo, Editora Paz e Terra, 1987, 7. ed. pg. 175

(19)

Este capitulo está dividido em duas partes, de modo a

caracterizar os conceitos da qualidade e as fases de

evolução dos sistemas da qualidade no mundo ocidental.

Na primeira parte, foi efetuado um levantamento a

respeito dos conceitos da qualidade e das dimensOes nas quais esses conceitos podem ser subdivididos.

A segunda parte estuda a evolução dos sistemas da

qualidade que surgiram e explora as principais técnicas de cada uma das eras da qualidade.

Através deste capitulo, estruturamos os principais

conceitos e sistemas da qualidade que balizarão as análises a serem realizadas nos estudos de caSO$.

(20)

\

1.1 - CONCEITOS DA QUALIDADE

O conceito da qualidade está presente entre as pessoas há milênios, entretanto, apenas recentemente ele surgiu como uma função formal de gerenciamento dentro das organizações produtivas.

1 - visões da Qualidade

Conceituar a qualidade é uma tarefa difícil. Fácil de

visualizar, mas difícil de entender. J.C. Toledo1 admite

essa dificuldade reconhecendo que a qualidade do produto pode assumir diversos significados, dependendo de quem a observa, se um consumidor, um produtor ou ainda um órgão governamental.

Mesmo dentro de uma organização produtiva, de bens ou

serviços, a qualidade pode assumir diferentes significados para diversos setores ou áreas da organização.

Os estudiosos da qualidade apresentam conceitos

diferentes.

P.B. crosby2 define qualidade como "conformidade com as

especifica"ções" . J.M. Juran3 define qualidade como

1 TOLEDO, J.C., Qualidade industrial: conceitos sistemas e estratégias. São Paulo, Atlas, 1987, p. 17

2 CROSBY, P. B., Qua 1 idade é " inves t imento . Rio de J ane iro , José Olimipio, 1984

3 JURAN, J.M., Quality Control Handbook, New York, MacGraw-Hill, 1974, cap.2, p. 2.2

(21)

"adequação ao uso". A. V. Feigenbaum4 vê a qualidade como "características do produto, tanto de engenharia como de

fabricação, que determinam o grau de satisfação que

proporciona ao consumidor durante o uso".

D.A. Garvin5 , através de uma revisão bibliográfica,

identificou cinco enfoques principais para se definir

qualidade do produto: 1- Enfoque Transcendental

"A qualidade não é nem matéria nem espírito, mas

uma terceira entidade independente ••.• , mesmo porque a

qualidade não pode ser definida: você sabe o que ela é." De aç:ordo com esta visão, a qualidade é sinônimo de excelência nata, que aprendemos a reconhecer somente através da experiência, pois a qualidade é absoluta e universalmente

reconhecível, um elemento de padrões rígidos e alto

desempenho.

2-Enfoque Baseado no Produto

"As diferenças na qualidade resultam em diferenças na quantidade de certos ingredientes ou atributos"

Esta abordagem avalia a qualidade como uma variável precisa e mensurável. Segundo esta conceituação, melhorar a qualidade do produto significa utilizar melhores materiais e

processos produtivos sofisticados, refinar o projeto do

produto com tolerâncias mais justas, e assim por diante. 4 FEIGENBAUM, A.V., Total Quality Control: engineering and management. New York, MaGraw-Hill, 1961, p. 13

5 GARVIN, D.A., What does product quality really mean? Sloan Management Review, Fall-1984, p. 25-43

(22)

Nesta visão, uma melhor qualidade s6 pode ser obtida através da elevação dos custos, pois a qualidade reflete as caraterlsticas que um produto contém. Como, neste caso, as caracterlsticas são elementos associados ao aumento de valor na produção, os produtos com qualidade superior serão mais caros.

Dessa maneira, a qualidade reflete a presença ou

ausência de atributos mensuráveis inerentes aos produtos, e não incorporados a eles, podendo ser avaliada objetivamente.

3- Enfoque Baseado no Usuário

"A qualidade é a capacidade de satisfazer desejos" "Qualidade é adequação ao uso"

Estas definições partem da premissa de que a qualidade está nos olhos do consumidor. Supõem que os consumidores

possuem necessidades diferentes, portanto, os bens que

melhor satisfazem sua preferências são considerados como de alta qualidade.

Este enfoque é eminentemente subjetivo e, ao contrário do anterior, um produto que maximiza a satisfação certamente

é preferível, entretanto, pode não ser o melhor

tecnicamente.

4- Enfoque Baseado na Fabricação "Qualidade

especificações."

significa conformidade com as

(23)

"Qualidade é o grau em que determinado produto está de acordo com um projeto ou especificaçOes."

Estas definiçOes estão intimamente ligadas às técnicas de engenharia de fabricação. Embora o enfoque reconheça o

interesse do consumidor - um produto que não atende às

especificaçOes sugere má fabricação, dando menos satisfação

do que se fosse corretamente fabricado - sua abordagem

inicial é interna.

A melhoria da qualidade é equivalente à redução das não

conformidades que leva a custos menores. Parte-se do

pressuposto de que prevenir a ocorrência de defeitos é mais barato do que o retrabalho.

5- Enfoque Baseado no Valor

"A qualidade significa a obtenção do ótimo para certas condiçOes de consumidores. Essas condiçOes são: a) o uso real; b) o preço de venda do produto."

Esta abordagem considera a qualidade em termos de custo

e preço: um produto de qualidade deve apresentar um

desempenho e uma conformidade a um preço e custos

aceitáveis. Neste caso, a qualidade, considerada até

então como uma medida de excelência, está' sendo comparada com o valor, que é uma medida de mérito, dificultando a aplicação prática desta definição.

Esses enfoques explicam as formas de atuação de

diferentes áreas dentro das empresas, e até mesmo as

(24)

de produção e vendas. A primeira preocupa-se em atender às especificações do projeto, enfoque baseado na fabricação. Já

a de vendas, pela própria natureza das suas funções,

interessa-se por atender às necessidades dos clientes,

assumindo o enfoque do usuário.

Garvin6 , entretanto, considera útil cultivar enfoques diferentes, pois a qualidade do produto final é decorrente

das atividades desenvolvidas no ciclo de obtenção do

produto.

Inicialmente, são identificadas as necessidádes do

usuário. Em seguida, essas informações são traduzidas num projeto onde as necessidades do usuário são transformadas na

linguagem técnica das especificações. E, finalmente, o

processo produtivo é organizado de forma a assegurar a

conformidade com as especificações.

Conceituar a qualidade do produto não é suficiente do ponto de vista operacional. Para as empresas, mais do que definir um conceito de qualidade é necessário estabelecer os elementos que possibilitem avaliar a qualidade do produto.

Dois autores se destacam por oferecerem elementos para

avaliar a qualidade do produto. J.M. Juran7 introduz o

conceito de caracterlstica da qualidade e 0.A.Garvin8 , o de dimensões da qualidade.

6 GARVIN, O.A., What does product quality . . . • . . . p. 25-43 7 JURAN, J.M., GRYNA, F.M., Controle da Qualidade

-Conceitos, Pollticas e Filosofia da Qualidade - Volume 1. Makron, McGraw-Hill, São Paulo, 1991, p. 22

(25)

1.1 - Caracter1stica da Qualidade

Caracter1stica da qualidade, segundo J.M.Juran, é uma

propriedade do produto e que visa atender a certas

necessidades do cliente. Essas caracter1sticas refletem as várias disciplinas do conhecimento humano, como:

Tecnológicas: Dureza, indutância, acidez, dimensões, e outras desse tipo.

Psicológicas: Gosto, beleza, status, e outras da mesma natureza.

Relacionadas ao tempo: Confiabilidade,

manutenibilidade, e outras que dizem respeito à duração do

produto.

Contratual: Provisões de garantia, revisões,

assistência técnica, disponibilidade de peças, e assim por diante.

Ética: cortesia do pessoal de vendas, honestidade dos serviços oferecidos pelas lojas e, de modo geral, atenção dispensada ao cliente.

As características definidas por Juran são, de certa forma, englobadas pelos conceitos de dimensões da qualidade apresentadas por Garvin.

8 GARVIN, D.A., competing on the eight dimensions of

(26)

1.2 - Dimensões da Qualidade.

Estas dimensões devem ser observadas como um passo inicial na determinação de estratégias competitivas baseadas na qualidade do produto.

Essas dimensões, em número de oi to, são: desempenho, características, confiabilidade, conformidade, durabilidade, aisistência técnica, estética e qualidade observada.

Desempenho: Refere-se às características operacionais

primárias do produto. Este parâmetro da qualidade combina

elementos das abordagens baseadas no produto e no usuário.

Estão envolvidos os atributos mensuráveis do produto

(aceleração e consumo de combustível de um automóvel por

exemplo), onde as marcas podem ser objetivamente

classificadas segundo, pelo menos, uma dimensão . de

desempenho. Entretanto, a conexão entre desempenho e

qualidade é mais subjetiva, dependendo de preferências

individuais (a escolha de um batom por exemplo).

De um modo geral, o desempenho de um produto

corresponderia a suas características objetivas, enquanto

que a relação entre desempenho e qualidade retrataria as reações individuais.

- Características: Este parâmetro refere-se aos acessórios e "opções" do produto, ou seja, aos itens secundários que suplementam o seu funcionamento básico dos produtos. Dois

exemplos seriam os relógios que também realizam cálculos e

(27)

t-o ct-ontrt-ole remt-ott-o de - um televisor. Em muitos' casos, é

dif1~il separar os elementos primários (desempenho) dóS

secundários (caracter1sticas). Assim como o desempenho do

produto, a dimensão caracter1sticas envolve atributós

objetivos e mensuráveis; sua tradução em diferenças de

qual{idade é igualmente afetada pelas preferência1=>

indi,viduais ~ Á' distinção entre -essas duas caracteilstica:S

reside, basicamente, no grau de importância que lhes 'é atribu1do pelos usuários durante a utilização do produto.

- Conformidade: Trata-se do grau em que o produto obtido no

processo produtivo atende às especificações de::' projeto\ Assim, a conformidade envolve a qualidade do processo, á

qual~dade da mão-de- obra e a qualidade de gerenciamento

empr:esa. Este parâmetro pode ser avaliádo tant~ -,

internamente, através de 1ndices de refugo, de relatório de

não conformidades, e de outros indicadores, como

externamente à empresa, observando, por exemplo,

incidência de solicitações de assistência técnica, ~

frequência de reparos em garantia, ou de reclamações

tecnicamente justificadas.

- confiabilidade: A confiabilidade é a probabilidade de

urlt

produto falhar em um determinado espaço de tempo. Entre

ás

medi~as mais comuns de confiabilidade citem-se o tempo médi~

até -a primeira falha (TMPF), o tempo médio entre falha~

(28)

medidas exigem que o produto esteja em uso por algum tempo, elas são mais relevantes para bens duráveis do que para

produtos ou serviços consumidos instantaneamente. Os

fabricantes japoneses deram muita atenção a esta dimensão de

qualidade e a usaram para ganhar importante fatia dos

setores automobilístico, eletrônico, de semicondutores e de

máquinas copiadoras. Uma visão mais aprofundada de

confiabilidade será apresentada no capítulo seguinte.

- Durabilidade: É uma medida de vida do produto; possui

características, econômicas e técnicas. Do ponto de vista

técnico, a durabilidade é o período durante o qual um

produto pode ser usado antes de se deteriorar fisicamente. Esta abordagem é válida para produtos que não permitem reparos ou consertos quando danificados.

Entretanto, quando é possível o conserto ou o reparo, a dimensão durabilidade assume características econômicas, passando a ser a quantidade de uso que um produto oferece antes de quebrar. A substituição, s6 é realizada se houver

vantagens econômicas e técnicas em relação à manutenção

contínua.

- Assistência Técnica: Esta dimensão assegura a continuidade

dos serviços oferecidos pelo produto. A satisfação do

usuário quando utiliza o produto fica sujeita, em grande

parte, à capacidade do fabricante em oferecer os serviços de

(29)

apoio e reparo dos produtos. Dentre os pontos que uma boa Assistência Técnica deve ter, pode-se destacar:

a) Aspectos legais, com contratos de serviços claros e

inequívocos;

b) Estabelecimento da capacidade adequada de equipamentos de reparos e suprimentos de sobressalentes;

c) Mão-de-obra qualificada; d) Rapidez;

e) Cortesia e integridade nos serviços.

Estética: É a interpretação do produto pelos cinco

sentidos do ser humano, sendo formada por julgamentos

pessoais e reflexões de preferências individuais. Esta

dimensão está intimamente associada ao enfoque baseado no usuário, evidenciando seu caráter subjetivo.

Algumas dimensões envolvem o fator tempo, outras são difíceis de quantificar. Algumas são objetivas, ao passo que outras são modificadas pelas várias tendências da moda. Entretanto, cada enfoque da qualidade pode ser desagregado em função de algumas, senão de todas, essas dimensões.

Resta, portanto, às empresas estabelecerem quais são os principais enfoques da qualidade e as principais dimensões da qualidade que se ajustam melhor ao seu produto, processo e cl~ente, e, a partir dai, realizar os investimentos

necessários para a obtenção dos niveis de

estabelecidos.

(30)

1.2 - ERAS pA QUALIDADE

As visOes da qualidade surgiram gradualmente, sendo resultante de uma série de transformações provenientes do processo de industrialização destes dois últimos séculos.

Na sua origem, a qualidade era encarada como atividade de inspeção. Atualmente, ela constitui uma estratégia de sucesso, deixando de ser uma atividade restrita às áreas produti vas para ser integrada em funções como: compras,

engenharia, pesquisa mercadológica e, principalmente,

sensibilizar a alta administração.

Os principais movimentos que concorreram para a

evolução da qualidade dentro do ambiente produtivo foram agrupados por Garvin9 em: Inspeção, Controle Estatístico da Qualidade, Garantia da Qualidade (Qualidade Assegurada) e Gerenciamento Estratégico da Qualidade.

1 - INSPEÇÃO

Até o século passado, o controle da qualidade conhecido hoje não existia. A maior parte da manufatura era realizada por artesãos, artifices hábeis ou por operários

e

aprendizes supervisionados por mestres do oficio.

O volume de produção era pequeno; as partes ou itens eram montadas manualmente e a inspeção estava incorporada

9 GARVIN, D.A, Managing quality. New York, The Free Press,

1988, p. 3

(31)

neste processo assegurando a alta qualidade dos produtos.

Não existia um controle. formal ao longo desses

procedimentos. Uma boa performance do produto era função da perIcia do artesão que atuava em todas as fases de obtenção do produto: projeto , fabricação, serviço.

Com a divisão do trabalho e a necessidade de produzir

itens intercambiáveis para viabilizar a produção em massa, começaram a surgir os primeiros problemas da qualidade. A divisão do trabalho despersonifica o produto, fazendo com que várias pessoas participem do seu processo de obtenção,

atuando em atividades especIficas. Por outro lado, as

diferenças de zelo profissional, acuidade e habilidade entre

os trabalhadores que atuavam na produção em massa

comprometiam a produção e a montagem dos produtos, gerando a má qualidade.

Nessa época, o volume de não conformidades observadas

conduziu à criação de medidas que, por um lado, visavam a

sua redução, mas, por outro, restringiam a produção, como por exemplo:

- especificação dos materiais;

- análise das matérias-primas empregadas;

- estabelecimento de padrões de aferição e calibração de

equipamentos de medição;

- acompanhamento dos processos de fabricação;

(32)

\

As medidas descritas procuravam sanar os problemas de qualidade observados durante os processos de fabricação, de

montagem e, mesmo, quando os produtos já estavam em uso.

Nessa época, as oficinas cresceram e as funções de

inspeção desempenhadas pelo antigo artesão passaram a ser realizadas pelo 'capataz da produção. Com o tempo, o volume de trabalho da inspeção superou o tempo disponivel dos capatazes da produção, sendo criadas as funções especificas de inspetores de tarefa.

Em 1900, já estavam estabelecidas as principais

etapas de inspeção: no recebimento de materiais, durante o processo produtivo e no produto final.

Os inspetores de tarefa eram subordinados aos capatazes de produção; a parte administrativa da qualidade também era

conduzida pela produção; entretanto, alguns fatos

concorreram para que essa situação fosse modificada,

conforme costa 10 :

a divisão do trabalho não permite que o trabalhador

conheça o produto como um todo nem todas as fases de sua fabricação. A sofisticação técnica dos produtos e a produção

em massa modificaram o caráter da inspeção exigindo dos

seus executores habilidades especiais que não eram dominadas pelo capataz de produção.

10 COSTA, J.R., Sistemas de Garantia da Qualidade. São Paulo IBP-Instituto Brasileiro de Petróleo, 1982, p. 11

n

(33)

produtos de preços acess1veis A realização de inspeção 100% compromete esse objetivo, por ser onerosa, tanto pela quantidade de pessoas envolvidas como pelo tempo necessário para a sua realização. Nesse contexto Shewhart introduziu o CEQ, uma técnica baseada nos princ1pios de probabilidade e estat1stica.

2 - CONTROLE ESTATíSTICO DA QUALIDADE

O ano de 1931 é considerado um marco pelos estudiosos

da qualidade. Foi nesse ano que Shewhart11 publicou

"Economic Control of Quality of Manufactured Product", uma obra em que a melhoria da qualidade era, pela primeira vez, encarada cientificamente.

Shewhart faz ia parte de um grupo de pesquisadores da

Bell Thelephone que investigavam a padronização e a

uniformidade da rede nacional telefônica dos EUA. Eles

tinham duas questões para resolver:

- como realizar o milagre de obter um máximo dé informações

extraidas de um minimo de dados de inspeção;

-como esses dados poderiam se manter atualizados.

Desses estudos, surgiu a disciplina conhecida nos dias

de hoje como Controle Estatistico da Qualidade - CEQ. Essa

técnica é dividida em duas abordagens. A primeira tem como

tópico priricipal;;'~o"; controle do processo; já a segunda

verifica a qualidade de um lote de itens já produzido.

11 SHEWHART, W.A., Economic Control of Quality of

Manufactured Product, New York, D. Van Nostrand Company, 1931

(34)

26

2.1 - Controle Estatístico do Processo - CEP

Shewhart, precursor deste conceito, analisou diversos

processos e concluiu que a variabilidade é inevitável na

realidade industrial, pois a matéria-prima, os operadores e os equipamentos sempre variam em um determinado grau. Assim, os itens fabricados ao longo do tempo apresentam variações entre si.

Verificou ainda que essa variação apresenta dois

componentes: um componente uniforme que está sempre presente por ser inerente ao processo e um componente intermitente

que surge durante a realização do trabalho. Shewhart

atribuiu a variação inerente, também chamada aleatória, a

causas eventuais ou imperceptíveis, e a variação

intermitente a causas determináveis.

Concluiu, também, que as causas determináveis podem ser exploradas economicamente e removidas com um programa de diagnóstico efetivo. As causas aleatórias, ao contrário, não

podem ser exploradas economicamente nem removidas sem que

sejam efetuadas mudanças básicas no processo.

O problema, afirmava Shewhart, não é eliminar as

variações - elas provavelmente devem existir em determinado

nível - mas distinguir as variações aleatórias daquelas que, realmente, indicam distúrbios.

Desta análise surge o conceito de controle estatístico apresentado por Shewhart12 :

(35)

"

Um fenômeno pode ser considerado controlado quando,

através do uso de experiências anteriores, n6s podemos

prever, pelo menos dentro de certos limites, como o fenômeno esperado irá variar no futuro. Está impllcito que através da previsão da média podemos determinar, aproximadamente, a probabilidade de ocorrência do fenômeno dentro de limites estabelecidos."

A partir dessa observação, Shewhart desenvolveu uma técnica estatistica simples para determinar esses limites, e um método gráfico onde são plotados e avaliados os valores

do processo produtivo, quer estejam dentro dos limites

aceitáveis ou não.

A variação de qualquer caracteristica de qualidade pode

ser avaliada através de amostras retiradas do processo, que

permitem estimar os parâmetros de suas distribuiçOes

estatlsticas. Qualquer mudança nas distribuiçOes pode ser observada plotando esses parâmetros ao longo do tempo. As

amostras consistem, usualmente, em mais de uma medida

individual e são chamadas de subgrupos.

Os primeiros parâmetros observados por Shewhart, e os mais comuns de serem avaliados atualmente, são a média (X) e a amplitude (R). As médias e amplitudes são calculadas para

cada subgrupo e plotados na ordem de fabricação. Essas

tabelas de valores são chamadas de cartas de control~.

-

-Em cada carta é traçada uma linha central, X e R, e são estabelecidos os limites de controle, distante da média em

(36)

±

3 desvios padrões, determinando, assim, o limite de controle superior e o limite de controle inferior.

Na região situada entre os limites de controle os valores amostrais devem ocorrer aleatoriamente. Os pontos que ultrapassam os limites de controle indicam a presença de uma ou mais causas identificáveis de variação.

O resultado, a carta de controle de processo, é uma das

ferramentas mais poderosas utilizadas atualmente pelos

profissionais da qualidade. Pela segregação das causas

determináveis de variação que surgem no· processo de

produção, assegura -se uma distinção entre os problemas

reais e aqueles inerentes ao processo de fabricação. Além disso, a aplicação dessa técnica é simples ao longo do processo produtivo, obtendo-se as informações logo após a fabricação das peças, o que possibilita fazer previsões sobre o comportamento do processo produtivo.

Enquanto Shewhart prosseguia no seu trabalho de

controle do processo, outros pesquisadores da Bell

Telephone progrediam na aplicação de amostragem, o segundo destaque na evolução do Controle Estatístico da Qualidade.

2.2 - Amostragem

A técnica de amostragem iniciou-se com a premissa de que a inspeção 100% é um caminho ineficiente para separar produtos bons dos ruins. Uma aI ternati va apresentada era checar um número limitado de itens do lote de produção e,

(37)

então, decidir se o lote, como um todo, poderia ser aceito ou não.

o

processo de amostragem busca estabelecer a relação

entre os valores da fração defeituosa da amostra e da

partida da qual tenha sido extra1da. Em termos de técnica

estat1stica, busca-se estimar a fração defeituosa da

população, também chamada de n1vel de qualidade, com base na fração defeituosa da amostra.

Entretanto, o objetivo principal do processo de

amostragem é oferecer uma regra de ação que, quando aplicada a uma série de partidas, permita aceitar com risco calculado partidas com n1vel determinado de qualidade.

Neste processo, dois interesses estão presentes, o de

quem produz e o de quem vai comprar. Assim, pOde-se

estabelecer uma fração de defeituosos aceitável, ou n1vel de qualidade aceitável (NQA) , onde a partida seria considerada aceitável se apresentasse uma fração de defeituosos menor ou

igual ao NQA. Por outro lado, estabelece-se, também, um

n1vel de qualidade inaceitável (NQI) , onde a partida seria considerada de má qualidade se a fração de defeituosos fosse maior ou igual ao NQI. Evidentemente, NQA é menor que NQI.

Um plano, para ser considerado satisfatório, conforme

Lourenço13 , deverá discriminar as partidas de boa qualidade

das de má qualidade. Assim, o plano deve estabelecer uma

13 LOURENÇO FILHO, R.C.B., Controle estat1stico de processo. Rio de Janeiro, LTC, 1982, p. 88

(38)

regra de decisão segundo a qual seja possível aceitar as partidas de boa qualidade e rejeitar as de má qualidade. O produtor desejará proteção contra a rejeição de partidas de boa qualidade, e o consumidor, por sua vez, desejará uma proteção contra a aceitação de partidas de má qualidade.

Segundo Duncan14 , os primeiros planos de amostragem, reconhecendo esses problemas, utilizavam os conceitos de risco do consumidor e de risco do produtor. O risco do consumidor é a probabilidade de o consumidor aceitar um lote de má qualidade, isto é, a probabilidade de aceitar-se uma partida com um nível de qualidade igualou superior ao NQI. O risco do produtor é a probabilidade de que uma partida de boa qualidade seja rejeitada, isto é, a probabilidade de se rejeitar uma partida com um nível de qualidade igualou inferior ao NQA.

Os primeiros planos de amostragem eram estabelecidos

por quatro elementos: dois níveis de qualidade e dois

riscos. Esses pares de elementos conduzem à determinação do

tamanho da amostra e ao número de peças defeituosas que a amostra deve conter para a aceitação ou não da partida.

Essas técnicas, cartas de controle e amostragem foram

bastante utilizadas durante a Segunda Guerra pelas

indústrias bélicas nos Estados Unidos, quando era essencial

que substancial volume de armas e muniçOes de vários

fornecedores tivesse um nível aceitável de qualidade.

14 DUNCAN, A.J., Quality Control and Industrial statistics, Homewood, Illinois, Richard D. Irwin, 1952

(39)

Priorizou-se, então, o treinamento extensivo das empresas

contratadas na utilização de cartas de controle e no

desenvolvimento de sistemas de amostragem de açeitação aplicados pelos inspetores governamentais.

Desse esforço, surgiram novos planos de amostragem que

estabeleciam, a priori, os riscos do produtor e do

consumidor, tornando as atividades de inspeção de

recebimento mais rápidas e eficientes e reduzindo o número de inspetores no recebimento de materiais.

Uma das novas tabelas propostas a ABC-STD-105, por

exemplo, que é uma revisão da MIL-STD-105, especifica apenas os valores do NQA e adota três tipos de inspeção:

- a inspeção normal ou comum, para o caso de as partidas

apresentadas conservarem o seu nível de qualidade;

- a inspeção severa, utilizada quando a razão de defeitos

excedeu recentemente o NQA;

a inspeção atenuada, utilizada sempre que o nível de

qualidade das partidas melhorar. A tabela também contém regras mostrando quando deve-se trocar um método de inspeção por outro.

Realizou-se um esforço considerável para disseminar

esses conceitos em outros segmentos industriais, entretanto, Garvin afirma que a maioria das empresas adotou o CEQ como uma ferramenta de registro e poucas alcançaram resultados espetaculares.

Nessa fase, o conceito de prevenção passa a ser

(40)

32

pesquisar as causas dos defeitos e as formas de saná-los, bem como as medidas para evitá-los, começam a ser colocados em prática.

Entretanto, alguns requisitos são necessários para que

o Controle Estatistico da Qualidade seja implantado e

garanta a prevenção das não conformidades. São os seguintes: 1 - matérias-primas mais homogêneas, o que pressupõe uma boa inspeção de recebimento, pessoal treinado e especif icações dos materiais detalhadas e de fácil utilização;

2 - equipamentos e ferramentas adequados de forma a manter

um minimo de variabilidade no processo produtivo; 3 - pessoal produtivo treinado e motivado

4 - acima de tudo, uma gerência efetiva que garanta que as

informaçOes necessárias cheguem ao processo produtivo.

O ambiente da Segunda Guerra, propicio à fabricação de

produtos sofisticados para a época e onde qualquer falha durante a utilização implicava risco de vida ou perda do

produto, conduziu ao aparecimento de novos conceitos

associados ao tempo de funcionamento e à probabilidade de

falhas.

Conceitos como disponibilidade, confiabilidade e

manutenibilidade começaram a fazer parte do dia-a-dia dos profissionais da qualidade.

Em conseqüência dessa evolução a área da qualidade

passou a ser desvinculada da área produtiva, assumindo novas tarefas e responsabilidades dentro da organização. Tornou-se

(41)

atividades de análise e tratamentos de dados de inspeção, certificação do produto, elaboração e realização de teste de vida do produto e subdividindo-se, para a realização dessas tarefas, em metrologia, engenharia da qualidade, e testes finais, que vão assumir as novas atividades da qualidade.

Nessa época, várias questões, de ordem técnica e de

gestão, surgiram, contribuindo para nova abordagem da

qualidade e tornando indispensável repensar o problema.

Após a Segunda Guerra, nasceram novos conceitos e

programas de qualidade, e a questão passou a ser tratada com maior rigor pelos profissionais. Esse enfoque abordava temas como a gestão do processo produtivo, o desenvolvimento de produtos e a motivação dos recursos humanos.

3 - Garantia da Qualidade / Qualidade Assegurada

Na década de 50, nova consciência, a de exigir produtos de qualidade superior, foi despertada nos consumidores industriais, individuais e militares, como resultado das modernas tecnologias que tornaram possivel aos produtos oferecerem maior número de funções e desempenho superior.

Nesse periodo, a qualidade antes restrita a uma função

limitada da fabricação, alçou vôo para alcançar os cumes da gestão. A nova área a despontar na estrutura organizacional preocupava-se com as fontes de obtenção da qualidade e com os principais fatores de melhoria da qualidade. Entre os programas que surgiram, três são fundamentais: Gerenciamento

(42)

34

3.1 - Gerenciamento da Qualidade

Como esta nova área, a qualidade, fora incorporada ao processo de obtenção do produto, os gerentes industriais da época não sabiam claramente quais as ferramentas a serem

utilizadas para gerenciar a qualidade, e sentiram

necessidade de estabelecer formas de quantificar a qualidade e definir os responsáveis pela qualidade do produto. Dessas dificuldades surgiram os conceitos de Custo da Qualidade e de Controle Total da Qualidade.

3.1.1 - Custo da Qualidade

J. Juran15 considera a implantação dos programas de

controle estatístico da qualidade fruto do entusiasmo pelas ferramentas estatísticas e que novas formas de avaliar a

qualidade deveriam ser empreendidas numa linguagem de

gerenciamento: o dinheiro.

Surgiram os conceitos de custos da qualidade, por

Juran classificados em evitáveis e inevitáveis.

Os custos inevitáveis são relacionados com as

atividades de avaliação e prevenção da qualidade. Os custos de avaliação estão associados aos gastos com testes e inspeções realizadas. Já os custos de prevenção são os investimentos realizados para que os custos de falhas e de avaliação sejam os menores possíveis.

15 JURAN, J. M. and GRYNA, F.M., Quality Plannning and

(43)

Os custos evitáveis são relacionados com as falhas e defeitos do produto observados durante o processo produtivo ou quando já está em uso pelo consumidor. São os custos de

material refugado, retrabalho, recuperação, perdas

financeiras resultantes de -clientes insatisfeito, e outros desse gênero.

Juran considera que a redução dos custos de falhas através de investimentos em melhoria da qualidade traz retornos substanciais. O volume envolvido é tão grande que Juran afirma que cada empresa possui uma "mina de ouro" e a sua exploração consiste nos investimentos em melhor ia da qualidade.

O conceito de custos da qualidade, além de proporcionar formas de quantificar e justificar os projetos de melhoria da qualidade, apresenta um principio importante observado

por Garvin16 : as decisOes tomadas próximas às cadeias

produtivas apresentam implicaçOes para o custo da qualidade quando forem observadas em per iodos posteriores,. tanto na fabricação como no campo. A falta de instrumentos adequados para a inspeção, por exemplo, aumenta as não conformidades e as devoluçOes dos clientes.

(44)

3.1.2 - Controle Total da Qualidade

A. Feigenbaum17 é o precursor do conceito de Controle

Total da Qualidade, inicialmente definido como "um sistema

efetivo para integrar os esforços de desenvolvimento,

36

manutenção e melhoria da qualidade de vários grupos na

organização, resultando em produção e serviços em n1veis

mais econômicos e permitindo a completa satisfação do

cliente".

Dentro dessa visão, o controle inicia-se com o projeto do produto e termina somente quando o produto está nas mãos

do cliente, que deve permanecer satisfeito durante a

utilização do mesmo.

Para desenvolver esse sistema, Feigenbaum estabelece quatro tarefas básicas associadas ao controle da qualidade:

*

Controle de Novos Projetos

*

Controle de Recebimento de Materiais

*

Controle do Produto

*

Estudos de Processos Especiais

o

Controle de Novos Projetos inclui os esforços de

obtenção de um novo produto no que diz respeito : à seleção

das características mercadológicas; ao estabelecimento de

padrões e à comprovação destes através de testes em

protótipos; ao planejamento do processo de fabricação e ao

levantamento dos custos iniciais; e à especificação dos

17 FEIGENBAUM, A.V., Total Quality Control: engineering and

(45)

padrOes de qualidade. Tanto o projeto do produto como· o do processo são revisados para eliminar poss1veis fontes de problemas de qualidade antes de iniciar a produção formal.

A sistemática do Controle de Recebimento de Materiais envolve os procedimentos de aceitação de materiais, partes e

componentes comprados de outras companhias. As técnicas

utilizadas nessa tarefa têm como objetivo garantir a

qualidade dos i tens comprados e manter as ati vidades de recebimento em n1veis mais econômicos. As técnicas incluem a

avaliação da qualidade do fornecedor, certificação de

material, partes e componentes pelo fornecedor, técnicas de aceitação por amostragem e testes em laboratórios.

O Controle do Produto diz respeito às atividades de

controle do produto durante a fabricação. As atividades

desenvolvidas para o cumprimento dessa tarefa incluem a implementação de um plano de qualidade para o controle da

qualidade no processo e aceitação do produto final. As

técnicas e os procedimentos mais comuns nessa tarefa são: estudos de capabilidade, amostragem, controle estat1stico de processo, controle de ferramentas e dos dispositivos de fixação, calibração de instrumentos de qualidade, instruções e treinamento de operador, análises das não conformidades e anâlise dos custos da qualidade.

A última tarefa, Estudos de Processos Especiais, é um

processo de investigação e de anâlise das tarefas

anteriores, com o objetivo de melhorar os n1veis de

(46)

38

Como o produto progride através desses estágios a

concretização das tarefas é fruto do envolvimento das várias funções que compõem o processo de obtenção do produto.

Palmer18 considera que um sistema da qualidade

caracterizado dessa forma deve abordar, no minimo, oito

funções: Mercadologia, Engenharia de Projetos, Compras,

Engenharia da Fábrica, Operações Produtivas e Supervisão, Inspeções e Testes, Transporte, Instalação e Serviço.

Como essas funções não estão alocadas num único

departamento, mas em diversos departamentos,' onde o esforço

individual contribui para que sejam realizados trabalhos

semelhantes, podendo ocasionar conflitos, torna-se

fundamental a formação de equipes interfuncionais para o

desenvolvimento e implantação do sistema de qualidade,

assegurando, assim, a presença de diversos pontos de vista no sistema e a integração de áreas isoladas.

A concretização desse sistema s6 é possível, conforme Feigenbaum19 , se for seguido o princípio de que "a qualidade

é um trabalho de todos" e a responsabilidade pela

efetividade do sistema é da alta administração.

Esse sistema, que surge no década de 50 apresenta uma

nova função: a engenharia da qualidade, que planeja o nivel

da qualidade, coordena as atividades de outros

departamentos, estabelece padrões da qualidade e providencia

18 PALMER, C.F., Controle Total da Qualidade. Edgard

Blücher, São Paulo, 1974, p. 5

(47)

os recursos necessários para a avaliação da qualidade dos produtos.

Essas atividades requerem um "mix" de habilidades

administrativas, indicando que apenas o conhecimento em

estatlstica não é suf iciente para garantir a competência

como profissional da qualidade.

3.2 - Engenharia da Confiabilidade

Enquanto Juran e Feigenbaum defendiam esses argumentos,

outro ramo de disciplina estava se firmando, realçando as

teorias de probabilidade e estatistica: a engenharia da

confiabilidade.

A Confiabilidade compreende um conjunto de teorias e

métodos matemáticos e estatisticos, procedimentos

organizados e práticas operacionais que, mediante um estudo

de leis de ocorrência de falhas, estão dirigidos à resolução

dos problemas de previsão, duração média de vida e

percentagem de tempo de bom funcionamento de um sistema.

A confiabilidade, dados os seus conceitos, está

adquirindo grande importância nas atividades produtivas em conseqüência dos avanços técnicos e cientificos alcançados pelo homem.

Historicamente, a preocupação com a confiabilidade

surgiu entre a primeira e a Segunda Guerra Mundial. A

questão levantada era: "Qual a possibilidade de êxito de uma missão para os distintos sistemas de propulsão"? segundo

(48)

Kelly2'O, quando aparecem as primeiras aeronaves de vários motores.

Naturalmente, essa probabilidade não estava

quantificada nem o conceito de confiabilidade era claro,

entretanto, já continha a nocão de probabilidade de

sobrevivência por certo período de tempo.

Coma, introdução da aviação na área civil, o problema da segurança de funcionamento durante certo período de tempo

conduziu, necessariamente, à realização de estudos e

análises de falhas. Já em 1930, foi possível adotar os primeiros valores numéricos de taxas de falhas de aviões que permitem o cálculo de confiabilidade.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o estudo da

confiabilidade e suas aplicações passaram a ser fundamentais no desenvolvimento de componentes eletrônicos, como radares

e comandos automáticos, cuja falha podia significar o

fracasso de projetos de aviões e mlsseis, causando graves problemas.

Segundo Garvin21 , a indústria de geração eletronuclear já nasceu escudada na filosofia da análise quantitativa da

segurança de sistemas, devido à total impossibilidade de se

"testar" uma central nuclear em relação a um acidente de grandes proporções. Os critérios de segurança eram baseados,

20 KELLY, A., HARRIS, M. J., Administração da Manutenção industrial, Rio de Janeiro, Instituto Brasileiro de

Petróleo, 1980, p. 25ft

21 GARVIN, D.A, Managing quality .•.•.•• p. 26

(49)

unicamente, em processos determinísticos, através da simulação de possíveis acidentes em grandes computadores digitais. No entanto, a partir do final da década de 60,

passou-se a empregar métodos probabilísticos para a

quantificação da segurança~

Como confiabilidade é um problema de qualidade, que se

preocupa com a variabilidade dos produtos, foi necessário

definir confiabilidade em termos de probabilidade.

Uma definição comum de confiabilidade é apresentada por Ireson22 : "É a probabilidade de que um sistema funcione de acordo com as especificações, durante um dado intervalo de tempo e em determinadas condições de uso".

Associada às modernas teorias de probabilidade, esta

definição nos leva a métodos formais para predizer a

performance do equipamento ao longo do tempo. Também resulta

em técnicas para reduzir taxas de falhas enquanto os

produtos ainda estão no estágio de projeto. Assim, a

disciplina se propõe a estudar, em principio, duas grandes

questões: a previsão da confiabilidade e a avaliação da mesma.

A primeira, a previsão, consiste na criação de modelos matemáticos que permitem predizer a confiabilidade de um

sistema, sugerir métodos para melhorá-lo e desenvolver

princípios de projetos de sistemas e componentes.

22 IRESON, W.G., Reliability Handbook, New York, McGraw-Hill, 1966, capo 5 pg.3

(50)

\

42

A avaliação consiste na utilização de técnicas que permitem medir os valores reais de confiabilidade, verificar

as predições efetuadas com base nos modelos e controlar a ,

manutenção de um nível rígido de confiabilidade.

A influência da confiabilidade dos componentes sobre a

do sistema sugere a conveniência de se estudar o

comportamento daqueles às solicitações do trabalho.

A partir de investigações e experiências, foi possível

encontrar três formas distintas de falhas para um elemento, apresentadas por Ellenrieder 23 como sendo:

a) FALHAS PRECOCES: a experiência ensina que, devido à

fabricação incorreta, às vezes, ao projeto defeituoso ou ao

uso demasiado intenso, aparecem falhas no início da

utilização de um equipamento ou componente. Esse tipo de falha pode ser eliminado mediante ensaios anteriores ao uso. b) FALHAS POR DESGASTE: são sintomas de envelhecimento dos componentes. Na maioria dos casos, este tipo de falha pode

ser prevenido. Por exemplo, substituir, a intervalos

regulares, as partes mais suscetíveis a desgastes, tornando esses intervalos menores que a vida média dessas partes. Se as partes forem de difícil acesso para a manutenção, então, devem ser projetadas para uma vida mais longa que a prevista para o equipamento.

23 ELLENRIEDER, A.R.V., Confiabilidade: Responsabilidade do Administrador, trabalho apresentado no V Seminário

Brasileiro da Qualidade, Recife, outubro/1978

Imagem

Tabela  (2)  Contraste  entre  as  estruturas  de  fornecimento  OperaçOes  de  produção  no  cliente  Coordenação  e  comunicação  entre  as  partes  N1veis  hierárquicos  de  fornecimento  Número  de  fornecedores  capacidade  tecnológica  dos  fornecedo
TABELA  (3)  EMPRESAS  FORNECEDORAS  DO  GRUPO  1
Tabela  (8)  Empresa   -----------+-------------------------------------_._--------F11  F12  F13  F14   -----------+-------------------------------~------~---------sistema  da  Qualidade
TABELA  (9)  ,   ------------+-----------------------------------------------!  EMPRESAS  i   !------------------------------------~----------DADOS  !  !  F21  F22  F23  l  F24  --+------,

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