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A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO DA DRENAGEM PARA A ANÁLISE MORFOMÉTRICA EM ÁREAS DE PLANÍCIE LITORÂNEA – O CASO DO MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE (SP)

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A IMPORTÂNCIA DO ENRIQUECIMENTO DA DRENAGEM

PARA A ANÁLISE MORFOMÉTRICA EM ÁREAS DE PLANÍCIE

LITORÂNEA – O CASO DO MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE (SP)

Tissiana de Almeida de Souza1 Cenira Maria Lupinacci da Cunha2

INTRODUÇÃO

As regiões litorâneas são sistemas complexos e de delicado equilíbrio. A sensibilidade destes sistemas, de acordo com Afonso (2006), está relacionada aos processos de troca de matéria e energia, mantenedores destes sistemas em equilíbrio dinâmico, ou seja, o ambiente apresenta estabilidade, mas não é estático e está em constante mudança, como por exemplo, através da ação das ondas revolvendo as areias das praias.

As zonas litorâneas, apesar de sua suscetibilidade ambiental, estão entre as áreas mais povoadas do planeta Terra. Cerca de 4 bilhões de pessoas habitam as zonas costeiras (Suguio, 2003), aliada a uma concentração de atividades industriais (Moraes, 2007), que exercem uma forte pressão antrópica levando à alteração do equilíbrio dinâmico destes sistemas.

No Brasil, conforme Suguio (2003), aproximadamente 20% da população vive próximo ao litoral, o que resulta no adensamento populacional em diversas regiões. A Baixada Santista, localizada no litoral do estado de São Paulo, enquadra-se neste contexto, abrigando 1,4 milhões de pessoas (cerca de 4% da população paulista), número que em temporadas de verão e no carnaval atinge mais que o dobro da

1 Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Geografia – UNESP, Campus Rio Claro

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Suguio (2003) afirma que a Baixada Santista abriga uma das mais importantes concentrações populacionais do Brasil, organizada no espaço através de uma urbanização linear e extensiva junto às praias (AFONSO, 2006). O município de Praia Grande, área de estudo deste trabalho, apresenta estas características.

A ocupação da orla de Praia Grande teve início efetivamente em 1936, com a inauguração do Aeroclube da cidade (MENQUINI, 2004). Conforme Afonso (2006), com a expansão da malha rodoviária estadual e o processo de parcelamento do solo, durante a década de 1950, a planície litorânea recoberta por dunas e restingas transformou-se em uma área urbana contínua e linear.

A urbanização, de forma geral, modifica a paisagem preexistente, e, muitas vezes, o padrão de urbanização é incompatível com o meio no qual está inserido (MACEDO, 2004). No caso de Praia Grande, a urbanização extensiva desconsiderou o ambiente original e eliminou a cobertura vegetal, alterou a topografia, modificou o padrão de drenagem e a permeabilidade do solo. A fim de cooperar com o melhor planejamento para ocupação de áreas com elevada fragilidade ambiental, pode-se afirmar que a cartografia morfométrica é de extrema importância, pois possibilita indicar áreas com potencial ao desenvolvimento de processos morfogenéticos e, portanto, com limitações à ocupação humana.

Com o objetivo de contribuir com os estudos relacionados a alterações no padrão de drenagem em áreas litorâneas, este trabalho apresenta uma comparação do sistema hidrográfico da área urbana de Praia Grande entre os cenários de 1962 e 2000. Para tanto, foram interpretadas fotografias aéreas e ortofotos digitais, que demonstram as mudanças provocadas no padrão de drenagem, sobretudo pela ação humana. Esta questão é importante para os estudos geomorfológicos, principalmente, para aqueles que se utilizam da cartografia morfométrica como técnica de estudo.

LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

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Figura 1: Localização do município de Praia Grande dentro da Região Metropolitana da Baixada Santista, estado de São Paulo. Fonte: IGC, 2002.

O contexto geológico regional no qual está inserido o município de Praia Grande, de acordo com Rodrigues (1965), é constituído por uma base geológica simples, marcada por um embasamento cristalino, com rochas duras e relevo acidentado e uma cobertura sedimentar cenozóica e relevo aplainado.

O embasamento cristalino é composto por rochas pertencentes à unidade do Complexo Costeiro, formadas durante o Arqueano. Esta unidade é heterogênea, com rochas que sofreram diferentes eventos de “[...] metamorfismo, deformação, migmatização, granitogênese, e blastomilonitização [...]” que “[...] sugere um quadro de rochas arqueanas retrabalhadas em eventos termotectônicos positivos [...]” (IPT, 1981a, p.23).

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Os aspectos geológicos influenciam na formação dos solos, determinando os aspectos principais do material original. De acordo com Oliveira et. al. (1999), três tipos de solos ocorrem com maior freqüência no município de Praia Grande: Gleissolos Sálicos; Espodossolos Ferrocárbicos; e, Cambissolos Háplicos.

Segundo Oliveira (1999), os Gleissolos Sálicos estão restritos a zonas costeiras. Apresentam alto teor de acidez, necessitando de corretivos e fertilizantes para obtenção de colheitas satisfatórias. Estes solos são pouco profundos, típicos de áreas de várzea sujeitas a alagamento.

Os Espodossolos Ferrocárbicos, conforme Oliveira (1999), são solos que ocorrem em planícies litorâneas, constituindo-se basicamente por areias quartzosas, com textura grosseira, de elevada permeabilidade e alta porosidade. São solos pobres, com baixa fertilidade, sendo a maior possibilidade de uso agrícola a horticultura. Estes solos se localizam em grande parte nas áreas de atividade turística. Os Espodossolos Ferrocárbicos ocorrem também em áreas de manguezais, onde os usos destes solos ficam restritos por estarem cobertos por vegetação natural e excesso de água e sais.

Já os Cambissolos Háplicos ocorrem em relevo bastante acidentado, variando de forte ondulado a escarpado. Tais solos apresentam elevada erodibilidade, com presença freqüente de afloramentos rochosos. Além disso, estes solos são pobres em nutrientes e ácidos. É comum a presença de saprolitos, ou seja, de rocha parcialmente intemperizada, com profundidades inferiores a 1,5 metros (OLIVEIRA, 1999).

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Segundo Afonso (2006), o paralelismo entre as escarpas da Serra do Mar e a costa litorânea proporciona condições climáticas (elevados teores de umidade do ar, pluviosidade e alta nebulosidade) que favorecem o crescimento de três formações vegetais importantes e distintas: a Mata Atlântica, presente nas encostas íngremes da Serra do Mar; a Vegetação de Planície Costeira (exceto manguezal) e de Baixa a Média Encosta (Souza, 2006, citada por Souza et. al., 2008) – popularmente conhecida como “vegetação de restinga” - sobre o solo arenoso das dunas; e, os manguezais sobre o solo lodoso e encharcado de água salobra.

A Mata Atlântica, conforme Ab’Saber (2003), é uma formação vegetal complexa, biodiversa e azonal (ocupa áreas de norte a sul do Brasil), que na Baixada Santista está concentrada em duas unidades de conservação: o Parque Estadual Serra do Mar, com 315.390 hectares, e o Parque Estadual Xixová-Japuí, com 901 hectares.

Já a Vegetação de Planície Costeira e Baixa a Média Encosta tem aparência bastante variável. Conhecida como “vegetação de restinga” ou “jundu”, contém herbáceas, árvores de pequeno porte, arbustos, epífitas e trepadeiras. Há uma rica diversidade de flora, mas, em geral, a vegetação reflete as características do solo no qual está localizada e apresenta plantas rasteiras tipicamente xerófitas, de baixo desenvolvimento (TONHASCA JUNIOR, 2005).

Conforme Lamparelli et. al. (1998), os manguezais habitam a transição entre os ambientes terrestre e aquático, em áreas sujeitas ao regime de marés. Os autores citados afirmam que a Baixada Santista contém 52% do total de manguezais do litoral paulista e o município de Praia Grande contém 6,66% (cerca de 8km²) do total da Baixada. Os manguezais, segundo Lamparelli et. al. (1998), contém espécies lenhosas aptas a sobreviver em solo predominantemente lodoso, além da variação da salinidade das águas. Vannucci (1999) afirma que a característica de adaptação mais notável e descrita na literatura é a presença de um sistema radicular que brota dos galhos e se dirigem para o solo, ancorando o tronco ao lodaçal.

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Conforme Rodrigues (1965), nas planícies da Baixada Santista, o lençol freático é raso nos terrenos enxutos e se encontra a poucos metros de profundidade. Segundo Troppmair (2004), o excesso de água no lençol freático, com profundidade máxima de 1 a 2 metros, é resultado da elevada precipitação e da proximidade com o oceano.

Quanto à questão geomorfológica regional, pode-se afirmar que o município de Praia Grande localiza-se na Província Costeira, definida por Almeida (1964, p.200), citado pelo IPT (1981b, p.47), como “[...] a área do Estado drenada diretamente para o mar, constituindo o rebordo do Planalto Atlântico”. Constitui-se, em sua maioria, por uma região serrana ininterrupta, “[...] que a beira-mar cede lugar a uma sequência de planícies de variadas origens”.

Considerando a proposta de Almeida (1974), o município de Praia Grande contém dois setores geomorfológicos: a Serrania Costeira, à qual pertence a Serra do Mar; e as Baixadas Litorâneas, onde estão localizadas as planícies costeiras.

De acordo com a proposta de compartimentação geomorfológica do IPT (1981b), Praia Grande apresenta três setores: a Serrania Costeira e as Baixadas Litorâneas - proposta de Almeida (1974) mantida pelo IPT (1981b) - e uma nova zona, a Morraria Costeira, composta por morrotes e colinas.

Conforme a proposta de Ross e Moroz (1997), o município de Praia Grande apresenta três unidades: a Unidade Escarpa/Serra do Mar, a Planície de Praia Grande/Iperoíbe (planície costeira) e as Planícies de Mangue.

Segundo Ab’Saber (2000), Praia Grande se encontra no Setor denominado pelo autor de “Setor Praia Grande, Itanhaém, Peruíbe”, caracterizado por longos feixes de restinga.

A CARTOGRAFIA MORFOMÉTRICA

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As cartas morfométricas são representações cartográficas quantitativas do relevo, que tem como uma de suas finalidades espacializar os processos atuantes no relevo (CHRISTOFOLETTI, 1969, citado por OLIVEIRA, 2003). Segundo Sato (2008), além da análise quantitativa do relevo, as cartas morfométricas propiciam o entendimento da estrutura morfológica do relevo e a identificação de áreas com potencial risco à ação antrópica.

As cartas morfométricas, conforme Cunha, Mendes e Sanchez (2003, p.416), são documentos de “[...] mais fácil leitura para o público não especialista, visto que se trata de cartas coropléticas cuja intensidade de cores está diretamente relacionada à intensidade dos fenômenos mapeados”.

Tricart (1965) também ressalta a importância dos dados morfométricos para o entendimento do relevo. Para o autor citado, os dados morfométricos são informações métricas importantes, obtidas a partir de cartas topográficas ou outras formas de levantamento. Estas informações métricas estão ligadas à representação das formas de relevo, como por exemplo, a declividade das vertentes e a hierarquização de rede hidrográfica.

Nunes et. al. (1994, p.53) definem morfometria como “[...] a medição da densidade de drenagem e do aprofundamento das incisões buscando-se obter, através de tratamento estatístico, uma classificação das fácies de dissecação”. Para a obtenção da

morfometria das fácies de dissecação é necessário a subdivisão da área de estudo em

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TEXTURA DA DENSIDADE DE DRENAGEM INTENSIDADE DE APROFUNDAMENTO DA DRENAGEM MUITO FINA (<400m) FINA (400 a 600m) MÉDIA (601 a 800 m)

GROSSEIRA (801 a 1000m)

MUITO GROSSEIRA

( 1000m)

MUITO FRACA ( 100m) 5.1 4.1 3.1 2.1 1.1

FRACA (101 a 200m) 5.2 4.2 3.2 2.2 1.2

MEDIANA (201 a 500m) 5.3 4.3 3.3 2.3 1.3

FORTE (501 a 1000m) 5.4 4.4 3.4 2.4 1.4

MUITO FORTE ( 1001m) 5.5 4.5 3.5 2.5 1.5

Tabela 1: Textura da densidade de drenagem e aprofundamento da drenagem, conforme Nunes et. al. (1994).

A textura da densidade de drenagem varia de 1 a 5, sendo que o maior valor da textura indica o menor interflúvio entre as drenagens da unidade. A intensidade do aprofundamento da drenagem também varia de 1 a 5 e, quanto maior o número, maior a altitude relativa entre topo e base da unidade. Conforme Nunes et. al. (1994), a combinação entre o aprofundamento da drenagem e da textura da densidade de drenagem resulta nas fácies de dissecação.

No ano de 1981, foi traduzida para a língua espanhola uma das mais conhecidas metodologias de análise morfométrica, elaborada por Spirodonov. Este autor propõe a

carta de dissecação horizontal e a carta de dissecação vertical.

Através da carta de dissecação horizontal é possível quantificar a distância entre os talvegues e as linhas de cumeada. A partir desta carta morfométrica “[...] é possível avaliar o trabalho de dissecação elaborado pelos rios sobre a superfície de interesse” (CUNHA; MENDES; SANCHEZ, 2003, p.419). Esta carta auxilia na avaliação da fragilidade do terreno, indicando áreas de interflúvios mais suscetíveis a processos morfogenéticos.

A carta de dissecação vertical possibilita a quantificação da altitude relativa entre o talvegue e a linha de cumeada. Dessa maneira, é possível comparar diferentes estágios de entalhamento realizado pelos canais fluviais (CUNHA; MENDES; SANCHEZ, 2003).

Existem ainda outras técnicas morfométricas, como a de Hubp (1988, citado por Cunha; Mendes; Sanchez, 2003), que propôs a carta de densidade de dissecação, que

visa a identificação da densidade de drenagem de setores da área de estudo, e, a carta de

profundidade de dissecação, que leva em consideração o relevo em perfil, mostrando o

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O MÉTODO

Para atingir o objetivo proposto por este trabalho, considerou-se a abordagem sistêmica como o método de pesquisa mais adequado. De acordo com a função de um sistema (Chorley e Kennedy, 1971, citados por Christofoletti, 1979), a área de estudo pode ser considerada como um sistema não-isolado aberto, no qual ao modificar um de seus elementos, todo o sistema sofrerá alteração, pois há troca de matéria e energia tanto em recebimento como em perda com outros sistemas circundantes. De acordo com o critério da complexidade estrutural, a análise da planície litorânea do município de Praia Grande está baseada no sistema controlado, no qual há intervenção humana no fluxo de matéria e energia, modificando os processos e as formas.

TÉCNICAS

As técnicas utilizadas para a elaboração deste trabalho foram:

- A interpretação de fotografias aéreas do ano de 1962, na escala 1:35.000, através de estereoscopia, para a obtenção das drenagens por meio analógico.

- A interpretação de ortofotos digitais (São Paulo, 2000), para obtenção dos contornos da drenagem atual da planície costeira do município, através do software

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A partir da análise das fotografias aéreas datadas do ano de 1962 e das ortofotos digitais datadas do ano 2000, verifica-se que há uma mudança significativa na configuração dos canais fluviais. Como já mencionado anteriormente, a urbanização modificou o padrão de drenagem existente na planície costeira, como pode ser constatado na comparação entre as figuras 2a e 2b.

Figura 2a – no cenário de 1962, presença de poucos canais fluviais que drenam em direção

ao Oceano Atlântico.

Figura 2b – no cenário do ano 2000, aumento no número de canais que drenam em direção ao

Oceano Atlântico.

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Figura 3: Setor de planície marinha no município de Praia Grande sofrendo a ação dos canais (destacados pela cor azul), no ano 2000.

Outra questão a ser destacada na planície costeira de Praia Grande é a presença de canais retilinizados, frutos de obras de engenharia, que também não podem ser excluídos da análise morfométrica, que pode ser visto nas figuras 4a e 4b.

Figuras 4a e 4b: Canais retilinizados – obras de engenharia destacados pelo círculo preto.

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Figura 5a: A drenagem nas proximidades do rio Piaçabuçu no ano de 1962.

Figura 5b: A drenagem nas proximidades do rio Piaçabuçu no ano de 2000, evidenciando a influência antrópica no surgimento de novos

canais.

A alteração dos canais fluviais na planície costeira não influencia de maneira significativa na declividade, já que a planície é uma área com pouca variação de altitude, ficando em torno de 3 a 5 metros as áreas com maior altitude. Já a dissecação do relevo é influenciada pela presença destes canais, sendo a maior mudança perceptível na planície marinha, onde há uma maior ação das águas fluviais.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com este trabalho espera-se contribuir com os estudos relacionados ao Município de Praia Grande e à Baixada Santista. A comparação entre os cenários de 1962 e 2000 demonstra que a drenagem sofre uma forte influência da atividade humana, alterando canais já existentes e provocando o surgimento de novos canais. Para a cartografia morfométrica, a análise da drenagem é de extrema importância, já que vários autores, como por exemplo, Spirodonov (1981) e Nunes et. al. (1994), utilizam-se desta para realizar cálculos relacionados à dissecação do relevo.

A cartografia morfométrica é um parâmetro importante para entender a dinâmica geomorfológica do município. A drenagem tem participação ativa em todas as técnicas descritas, apresentando-se como o elemento principal para a confecção das cartas morfométricas. Assim, em áreas litorâneas, entende-se que há a necessidade de complementar as informações constantes nas cartas topográficas já que estas normalmente são antigas e não incorporam esses novos canais frutos da atuação antrópica.

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