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A DIMENSÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO URBANO- REGIONAL: O CASO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BOGOTÁ (COLÔMBIA)

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

A DIMENSÃO AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO URBANO- REGIONAL: O CASO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BOGOTÁ (COLÔMBIA)

Jair PRECIADO Universidad Distrital de Bogotá (Colômbia). Professor-Pesquisador. Candidato a Doutor UNESP, campus Rio Claro.

jair.preciado@gmail.com

Resumo

Na Colômbia, o tema regional está fortemente associado ao contexto urbano. A construção do conceito regional é o resultado de múltiplos fatores que têm como epicentro a dinâmica econômica e a mobilidade social. Em Bogotá, a atual estrutura administrativa do Distrito Capital faz difícil construir uma proposta de área metropolitana para a região, isto é devido em parte ao imaginário construído em passadas décadas, segundo o qual, a cidade de Bogotá tem uma supremacia sobre as outras cidades do país e especialmente sobre os municípios do Estado onde se localiza a região metropolitana de Bogotá. Soma-se a isto, a complexa realidade dos municípios periféricos, cenário de enormes diferencias econômicas, ambientais e sociais. Por outro lado, a incorporação do componente ambiental na Região metropolitana de Bogotá, não tem um desenvolvimento suficiente, nem uma contextualização e articulação pelas instituições privadas e públicas que têm interferência no território. Além disso, ao longo das duas últimas décadas tem se percebido um enfoque economicista da região, o qual implica uma preocupação por temas como competitividade e a articulação da região ao contexto da economia global. O artigo apresenta a necessidade da integração ambiental regional, produto secundário das relações mútuas evidentes entre o Distrito de Capital e os municípios.

Palavras-chave: Desenvolvimento urbano regional, médio ambiente, biogeografia, políticas públicas, geografia urbana.

Abstract

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Key words: Urban and regional development, environment, biogeography, public policies, urban geography.

ANTECEDENTES NA CONSTRUÇÃO DE CONCEITO REGIONAL PARA A REGIÃO METROPOLITANA DE BOGOTÁ.

A região metropolitana de Bogotá que adiante mencionarei como Região Capital, tem experimentado um crescimento físico e demográfico muito dinâmico desde começos da década de 1980, o qual tem determinado de um modo direto o aparecimento de fenômenos sociais e fatos ambientais extremamente complexos. A conformação de Bogotá como uma cidade importante no contexto nacional desde mediados do século passado interpreta-se numa maior demanda de habitação, serviços públicos, infra-estrutura em ruas, serviços comunitários e emprego, entre outros. Mas também é uma cidade que começa a experimentar a produção crescente de resíduos líquidos e sólidos sem espaços para a disposição deles, além disso, uma demanda crescente da oferta ambiental do território, um transporte poluente enquadrado numa estrutura ainda desorganizada.

Desde uma perspectiva ambiental, a estrutura biofísica e ecológica da cidade de Bogotá e os municípios da sua área de influência tiveram que absorver o impacto de um processo urbano caótico e sem planejamento, isso estimulado pela necessidade urgente de famílias que procuram moradia de forma urgente.

A Região Capital constitui um amplo território composto por vinte sete municípios que rodeiam a cidade de Bogotá. Os complexos problemas sociais, econômicos e ambientais que a região experimenta implicam uma urgente intervenção desde a perspectiva do planejamento urbano-regional. Justamente aquela ausência de uma política urbana coerente, sólida e com uma projeção no tempo, tem gerado este quadro tão preocupante para a região. A existência de dois governos paralelos, um para a cidade de Bogotá e outro em mãos do Governo de Cundinamarca que tem sob influencia aqueles municípios na região, geram um fenômeno de carência de governo, alem disso dos governos de turno 1. Municípios pertos de Bogotá como o caso de Zipaquirá, Facatativa,

1 Na Colômbia não existem Estados, como no Brasil, porque o país não tem una estrutura federal. O

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Chía, e Soacha, constituem um verdadeiro exemplo da expansão urbana e da pressão social que demanda bens e serviços especialmente no caso de infra-estrutura em saneamento básico. Igualmente o caso de municípios como: Funza, Mosquera e Madrid apresentam um fenômeno rápido de construção de moradia num setor que esta expandindo de forma acelerada aproveitando a vizinhança com Bogotá, ultrapassando a fronteira ecológica que demarca o rio Bogotá (Figura 2). Paradógicamente estes são municípios que apresentam uma importante relação de dependência com a grande cidade de Bogotá em aspectos tais como: a provisão de água potável e energia elétrica, além de outros serviços que dependem administrativa e fisicamente da capital do país.

Figura 1. Localização do projeto

Fonte: Elaboração própria

Na construção espontânea da área regional contribuíram, entre outras coisas, o "boom" na construção residencial e comercial, o estabelecimento do agronegócio no território conhecido com “Sabana de Bogotá”2 na década de 1970, especialmente com a indústria de flores, a migração de indústrias desde a cidade de Bogotá para municípios vizinhos 2 Corresponde ao território vizinho a cidade de Bogotá, geomorfologicamente é a paisagem do vale

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como Funza, Mosquera e Soacha, e o processo de conurbação como resultado do aumento infra-estrutura rodoviária. Para a “Sabana de Bogotá”, a fase de metropolização se encontra avançada no final dos anos oitenta, a o qual, vale a pena acrescentar o impacto causado pelas regras da descentralização administrativa para os municípios, como o Decreto 77 de 1987 que constitui o Estatuto de Descentralização para os Municípios e no Decreto 1.333 de 1986 sobre o Código dos Municípios.

Na década de noventa, conforma-se a Missão Século XXI (1990-1992), com uma equipe de especialistas, que prevê o diagnóstico de determinados sectores, que até agora não foi abordada de forma integral. O estudo apresentou em 1991, a necessidade de incluir os municípios na discussão da integração territorial, para buscar uma boa administração da região sobre questões cruciais, incluindo os municípios vizinhos de Soacha, La Calera, Cota, e Funza e Chia no âmbito de uma única autoridade.

Em 1994, foi aprovada a Lei 128, chamada “Lei Orgânica nas Áreas Metropolitanas”. Esta é uma norma jurídica, que segundo alguns pesquisadores, têm sido desaproveitados para conformar um ordenamento de áreas metropolitanas nas principais cidades colombianas e dar-lhes a adoção de uma natureza administrativa que promulgue o desenvolvimento regional, e adicione território, cidade e municípios num esquema que permita superar as desigualdades, direcione o desenvolvimento e garantisse o desenvolvimento sustentável da região. Contudo, outros analistas e líderes regionais consideram que esta disposição confere maior destaque para o núcleo da cidade, que podem prejudicar ou minimizar as preocupações dos municípios vizinhos.

Tabela 1. População e extensão ecorregião urbana

ECORREGIAO URBANA (27 Municípios)

MUNICIPIOS COM INFLUÊNCIA DIRETA (17) MUNICIPIOS AMBIENTALMENTE

ESTRATÉGICOS (10)

MUNICIPIO AREA (Has.) POPULAÇÃO MUNICIPIO AREA

(Has.) POPULAÇÃO

Bojacá 10.265 8.788 Arbeláez 14.303 11.355

Cajicá 4.946 44.721 Cabrera 43.797 4.557

Chía 7.359 97.444 Chipaque 13.862 8.191

Cota 5.365 19.664 Choachí 21.201 10.874

Funza 6.834 60.571 Gutiérrez 44.393 3.403

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La Calera 32.022 23.308 San Bernardo 24.283 9.910

Madrid 11.782 61.599 Ubaque 10.639 6.692

Mosquera 10.163 63.584 Une 22.766 7.856

Sesquilé 14.290 9.691 Venecia 11.174 3.777

Sibaté 12.685 31.166

Soacha 18.144 407.002

Sopó 10.866 21.014

Tabio 7.466 20.714

Tenjo 11.354 16.607

Tocancipá 7.264 23.981

Zipaquirá 19.334 100.038

TOTALES 194.408 1.020.684 256.337 77.491

Fonte: Gobernación de Cundinamarca. 2006. DANE. 2005

No atual governo da cidade de Bogotá, existe no Plano de Desenvolvimento (2008-2011) um interesse para dinamizar e avançar com compromissos na temática regional. Dentro de plano de desenvolvimento foi definida a importância de estabelecer as orientações estratégicas para a integração da cidade com a região. Neste sentido, questões como a mobilidade, a ruralidade, médio ambiente e desenvolvimento ocupam um papel especial, pois é uma realidade regional e não são mais os problemas locais. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE: 1993)

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Fonte: Elaboração própria

O CONCEITO AMBIENTAL NA REGIÃO CAPITAL: UMA PERSPECTIVA BIOGEOGRÁFICA

A definição da região da Capital, em termos ambientais, é o resultado da análise das diferentes abordagens e autores, na medida em que não há uma visão linear simples na concepção de um assunto tão complexo. A primeira abordagem são os estudos de ecologia e vegetação de Thomas Van Der Hammen, quem durante toda sua vida levantada a necessidade de reconhecer o território da Sabana de Bogotá, como um ecossistema extremamente valioso, especialmente pela dinâmica geológica e ecológica que resultou em uma área com vegetação, solos, fauna e clima especial e fortemente interligados. (VAN DER HAMMEN, 1992).

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mudança de uso do solo no território. Contudo é importante dizer que as palavras do Dr. Van Der Hammen, não foram assumidas com a seriedade e responsabilidade por parte de alguns setores, que criticam a sua visão conservacionista, o que pode limitar, em determinado momento do desenvolvimento urbano regional, pois fica na visão de algumas instituições que o melhor é um desenvolvimento extremo, sem medir as conseqüências ao futuro.

O pesquisador Alfonso Pérez Preciado argumenta que a principal estrutura ecológica para a Sabana de Bogotá é baseado em quatro elementos: solo, vegetação, água e fatores antrópicos. (PEREZ, 2000). Em suma, este autor argumenta que para recuperar a principal estrutura ecológica principal da Sabana de Bogotá, é necessário: "Adiantar

ações urgentes para avançar, pelo menos, os seguintes campos: Recuperação da vegetação

natural dos morros que rodeiam a Sabana de Bogotá em geral por acima dos 3.300 m.s.n.m;

não permitir invasões em vales aluviais para o uso da habitação de modo a garantir processos

hidro-geológicos naturais; criar cinturões de conexão vegetal entre os morros e os vales

aluviais; adiantar ações para a recuperação de solos em zonas erodidas; recuperar o sistema

natural de mananciais; controlar os esgotos das cidades e municípios da bacia; recuperar a

qualidade da água de rios; controle da exploração das águas subterrâneas, a fim de reduzir o

atual déficit e realizar um planejamento regional de uso de recursos hídricos, para evitar que

um uso único consuma toda a água disponível e garantir um desenvolvimento agrícola

sustentável do território rural." (PEREZ, 2000)

Outra abordagem que fornece um valioso contributo para a definição da Região Capital, em termos ambientais é o trabalho do Dr. Alberto Morales Mendoza, que afirma que se nós queremos resgatar a Bogotá e a “Sabana de Bogotá”, é necessário regionalizar esses dois territórios, como um conjunto territorial, agrário e urbano que fazem parte de uma entidade maior. A abordagem central de Mendoza enfoca-se no conceito de "Agropolis", que resume a relação entre rural e urbano, o que permite a sustentabilidade urbana no contexto regional. (MENDOZA, 1999)

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à gestão ambiental do território, pois é evidente que alguns enfoques privilegiam o desenvolvimento econômico regional e não incorporam a dimensão ambiental na escala que estabelece a normatividade e a dinâmica global a este respeito. Da mesma forma, o conceito territorial de sustentabilidade ambiental é, aparentemente, questionado pela urbanização crescente e desordenada urbanização e a criação de “zonas francas” em alguns municípios da “Sabana de Bogotá”.

É evidente que a Região Capital, desde este ponto de vista ambiental, baseia-se principalmente com os municípios da Sabana de Bogotá, embora existam outros municípios que têm uma importância e devem ser orientados como os fornecedores de bens e serviços. Na figura 2, apreciam-se quatro categorias denominadas: Ecorregião Urbana (Municípios com área de influência direta), Ecorregião bacia Rio Bogotá, Municípios Território Vinculantes e a área do Distrito Capital. A primeira categoria, Ecorregião Urbana é formada pelos municípios com influência direta, que estão constituídos pelos municípios que se encontram limitando o território urbano do Distrito Capital de Bogotá com a Sabana de Bogotá. Este grupo de municípios caracteriza-se por estabelecer umas complexas relações de interdependência com a cidade, aqui é evidente a forte problemática ambiental derivada de fenômenos como a urbanização acelerada, a conurbação a migração industrial e a conformação de zonas francas, configurando um território sumamente frágil em termos ambientais para a região. Alguns municípios desse grupo se caracterizam por uma vasta gama de bens e serviços ambientais. Por outro lado, existe um importante grupo de municípios caracterizados por constituir uma oferta ambiental estratégica, que constituem uma barreira associada a ecossistemas de montanha, como o caso dos municípios que rodeiam o “Páramo de Sumapaz”3, que é um território que se estende até outros departamentos da região central de Colômbia, esses municípios são: Choachí, Ubaque, Chipaque, Une, Gutierrez, Pasca, Arbelaez, São Bernardo, Veneza e Cabrera.

Figura 3. Estrutura Territorial Ambiental da Região Capital

3 O páramo é um ecossistema de alta montanha, que possui vegetação especial é um território produtor de

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Fonte: Jair Preciado 2010.

O segundo grupo de municípios que conformam Ecorregião bacia Rio Bogotá, corresponde aos municípios influência indireta que se distribuem na bacia superior, media e baixa do rio Bogotá, pois embora eles não estejam diretamente relacionados com as relações imediatas da cidade de Bogotá, têm uma série de funções essenciais para a sustentabilidade da região. Os municípios que compõem esta categoria têm como características: uma forte contribuição em termos de poluição, pois um importante número de indústrias se instalou em seu território além de um forte crescimento desordenado da população. Nesse sentido, é interessante notar as palavras do Mendoza, quando ele diz: "A Sabana de Bogotá é atravessada pelo rio Bogotá em absoluto estado de

putrefação e conta com o lapidário diagnóstico mencionado pelo Dr. José Vicente Mogollon,

ex-ministro do Meio Ambiente: A Sabana de Bogotá transformar-se-ia num dos lugares

inabitáveis do planeta, se não tomarmos medidas para a recuperação ecológica e social em

poucos anos, a Sabana de Bogotá não terá terras para cultivar, será um enorme conglomerado

de ferro, cimento e asfalto e milhões de pessoas aglomeradas, seu ar e água são altamente

contaminadas e começaram a diminuir. Resulta chocante a imagem apresentada pela Sabana

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Os restantes 55 municípios constituem um território de ligação, porque as relações ambientais, questões políticas, econômicas e sociais são articuladas e, geralmente, dependem da realidade do departamento de Cundinamarca e não circulam em torno da cidade de Bogotá, em sentido estrito.

Figura 4. Ecossistemas Estratégicos

Fonte: CAR, 2005. COORPOGUAVIO, 2005.

Para a definição dos municípios que tem influencia direta ambiental com a cidade de Bogotá, levou-se em conta uma abordagem biogeográfica, pois há um conjunto de condições ambientais, tais como solo, clima, vegetação, fauna e socialmente há um processo de formação histórica com uma forte tradição rural que vem do século XIX, no qual se evidenciam relações com Bogotá, que têm contribuído para a formação da região. Além disso, o Decreto 1200 de 2004 fornece conceitos importantes para a definição de planejamento ambiental regional, como estratégia de desenvolvimento para o país.4

Figura 5. Áreas Protegidas

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Fonte: Adaptado de CAR, 2009 - CORPOGUAVIO, 2009 – Secretaria Distrital de Ambiente, 2004

Para o território acima descrito torna-se importante retomar o conceito de "eco-regiões", como uma unidade biogeográfica que permite uma abordagem conceptual integral do território. Nesse sentido, a Ecorregião permite perceber os vários componentes da gestão ambiental territorial num cenário dinâmico e produtivo. Conceitualmente uma Ecorregião é geralmente definida como uma “unidade

relativamente grande de terra ou água contendo um conjunto característico de comunidades

naturais que compartilham a grande maioria das espécies, dinâmicas e condições ambientais

(HERZOG, 2005.)

O critério biogeográfico é o mais adequado para a região da Capital, porque existe um conjunto de condições ambientais, tais como solo, clima, vegetação, fauna e aspetos sociais. (TROPMAIR, 2008)

PROBLEMAS AMBIENTAIS CRÍTICOS NA ÁREA METROPOLITANA DE BOGOTÁ

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caracterização como um insumo para a definição das linhas estratégicas ambientais. As principais questões ambientais para a Região Capital são as seguintes:

Tabela 2. Temas ambientais prioritários na construção da Região Capital

COMPONENTE DESCRIÇÃO TEMAS

Estrutura Ecológica Regional

BIÓTICO

Este componente é a base para equilibrar o construído e o natural. A conservação e gestão do componente garantem a

sustentabilidade regional integral. Ecossistemas Estratégicos

Manejo e gestão do Rio Bogotá

Gestão de vazias Hidrográficas

HÍDRICO

A polução do rio Bogotá tem que ser assumido como um problema central, porque constitui um epicentro gerador de impactos ambientais, pois seu papel é estratégico para a integração ambiental regional. Adicionalmente, as águas subterrâneas constituem uma reserva vital para garantir o desenvolvimento da região e tem que ser

protegidas por todos os atores da região. Água Subterrânea Crescimento urbano

Provisão de Serviços públicos

URBANO-REGIONAL

Os municípios que compõem a região crescem ao igual que o faz Bogotá. A procura de moradia e expansão urbana são fenômenos que afetam a estabilidade ambiental determinando patrões de ocupação do território, que tem que ser assumidos de forma urgente, para evitar que este fenômeno se descontrole, afetando ecossistemas, mudança de uso de solo e as conseqüências

que o processo de urbanização leva. Resíduos sólidos y líquidos

RURAL

O território rural é um dos principais fatores decisivos para a consolidação de uma região produtivo, mais também como cenário para a

conservação dos ecossistemas naturais. Território rural Indústrias Zonas Francas Agra indústria Mineração Poluição Atmosférica PRODUTIVO

A problemática derivada das atividades do setor produtivo realmente gera desenvolvimento e emprego na região, mais pode levar uma geração de fenômenos de degradação e afetação do território. Se faz necessário gerar um esquema de controle e gestão regional, para que as atividades produtivas se harmonizem com o marco normativo e possibilitem a sustentabilidade ambiental regional.

Resíduos sólidos y líquidos

Mobilidade e

deslocamento

Educação Ambiental SOCIAL

Na região evidenciam-se fortes processos de mobilidade e migração, enquadrados nas demandas de emprego, educação e qualidade de vida, o qual indica que a região num horizonte de tempo, será o cenário de uma

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e território.

Conflitos de Gestão

INSTITUCIONAL

Esta proposta tem que possibilitar a superação de barreiras e fronteiras institucionais, que permitam abordar a região como um território comum, onde o Departamento de Cundinamarca, não seja excluído, e por sua vez, a cidade de Bogotá e os municípios da região possam afrontar o desafio de construir região no contexto da sustentabilidade ambiental necessária para garantir seu futuro.

Harmonização de planos e políticas.

Fonte: Elaboração própria

POLITICAS PÚBLICAS PARA LA INTEGRACIÓN REGIONAL

Sobre a questão de políticas públicas, definidas como: "as ações de governos e outras

agências estatais quando as competências constitucionais assim o determinem, caracterizadas

porque constituem fluxos de decisão orientada a resolver um problema que se tornou como

público, que mobiliza recursos institucionais e cidadãos baixo uma forma de representação da

sociedade que potencia ou delimita esta intervenção " (CUERVO, 2007). Nesse sentido, é

importante reconhecer que diversos prefeitos de Bogotá, como o Dr. Jaime Castro em 1992, até ao Dr. Samuel Moreno na atualidade, têm estimulado em maior ou menor grau a consolidação de um cenário regional de Bogotá.

É verdade também reconhecer que nas duas últimas décadas, as políticas públicas relativas aos temas: desenvolvimentos regionais e meio ambientes têm sido bastante fracas. O instrumento que tem encarregado de maneira direta ou indireta de dinamizar o tema foi o Plano Diretor de Bogotá, promulgado no ano 2000, mais este não é uma política pública, é essencialmente um instrumento técnico de planejamento urbano. Além disso, é importante reconhecer a formulação de diretrizes da política ambiental para a região central, com ênfase na Estrutura Ecológica Regional - EER. (INSTITUTO ALEXANDER VON HUMBOLDT, 2008).

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e atores.

Existe em Bogotá uma instituição conhecida como a “Secretaria Distrital de Médio Ambiente” –SDA-, que vem trabalhando no desenvolvimento da questão regional como ator estratégico do setor ambiental, considerando esta questão como fundamental para a construção da Região Capital, , especialmente porque esta instituição reconhece a importância da oferta ambiental e da gestão ambiental integrada dos recursos naturais como bens da população e do território.

Nesse sentido, distintas entidades, entre elas a SDA, vêm trabalhando políticas distritais nas quais se encontra imersa a questão regional, mais é necessário ter uma política distrital que seja especificamente dedicada para a integração ambiental regional, tal como é mencionado no documento CONPES No. 3256 de 2003: "Apesar da heterogeneidade e as diferenças nas questões ambientais do território, não são situações comuns em toda a região que está gerando fortes pressões e degradação ambiental especialmente acentuada no território”5. As principais políticas Ambientais Distritais formuladas e em processo de formulação são:

1. Política de produção sustentável para Bogotá 2. Política pública Distrital de Educação Ambiental 3. Política pública Distrital de Ruralidade

4. Política Pública Distrital de Mananciais

5. Política Pública para o manejo do solo de proteção

Políticas em processo de formulação são: 1. Política para a conservação da biodiversidade 2. Política Distrital de Saúde e Ambiente 3. Política Pública da água em Bogotá.

4. Política Pública de redução de custos ambientais. 6

PROPOSTA DE GESTÃO REGIONAL AMBIENTAL ESTRATÉGICA: LINHAS ESTRATÉGICAS PARA A REGIÃO CAPITAL DE BOGOTÁ.

5 Os documentos CONPES são produzidos pelo Departamento Nacional de Planejamento, como

instrumentos para o planejamento.

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

Dentro do processo de definição das linhas estratégicas ambientais para a Região Capital de Bogotá, foram tidos em conta os atores sociais, representados pelos sindicatos, as universidades, os participantes provenientes dos municípios, autoridades ambientais e em geral, os atores que conhecem e vivem a dinâmica local e regional. Além disso, foi tido em conta um evento acadêmico organizado e realizado em junho do ano passado, onde foi claro que existe uma necessidade de gerar espaços de convergência para o trabalho entre instituições e atores da realidade regional. 7

A metodologia desenvolvida para esta pesquisa consistiu em apresentar um documento base para a análise dos principais problemas ambientais regionais. Esta apresentação foi levada a distintos atores, tal como foi mencionado anteriormente. O resultado desta atividade foi uma identificação, priorização e definição das Linhas Ambientais Estratégicas para a Região Capital de Bogotá.

Estas linhas apresentam em conjunto a necessidade de intervir de forma direta e inevitável em vários cenários chave para garantir a sustentabilidade ambiental na região que se traduzem em ações fortes e dinâmicas.

A primeira linha "Conservação, uso y recuperação do recurso hídrico", dado o elevado grau de contaminação e deterioro das fontes de água que vem apresentando a estrutura hídrica da região, especialmente a bacia do rio Bogotá, se requere uma intervenção conjunta com as instituições e os atores, para garantir que o recurso hídrico conforme uma estrutura central para a vida e o desenvolvimento das comunidades, dos municípios e da região em geral.

Quanto à linha "Adoção, consolidação e preservação da estrutura ecológica regional para a Região Capital”, sua importância radica na recuperação dos recursos naturais, porque é evidente que existe uma alta fragilidade além de uma forte pressão humana nos ecossistemas da região. Nesse sentido, torna-se urgente tomar medidas conjuntas para a conservação e recuperação de recursos naturais, tais como a biodiversidade, água, ar e, em geral, o ambiente desejável para o homem, a fauna e a flora que têm como base a

7 “Seminário Internacional Bogotá e Cundinamarca: Avanços e perspectivas na integração regional”.

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

estrutura ecológica, geomorfológica e biológica original do território.

A linha: "Harmonização e coordenação dos determinantes ambientais na Região Capital", afirma que o processo de formação regional de Bogotá e sua área metropolitana procuram uma verdadeira organização do espaço, que garantisse a sustentabilidade, incorporando a variável ambiental, não como um elemento marginal ou secundário, mais como um aspecto estrutural no planejamento urbano-regional da região. Isto é ainda mais urgente, porque os municípios têm desenvolvido seus planos diretores partindo de uma olhada atomizada e desarticulada com respeito à visão da região, gerando uma crise ambiental que é perceptível na proliferação de zonas francas, e uma acelerada expansão urbana.

Por seu lado a linha: “Comunicação, informação e pesquisa na construção da identidade cultural regional do ambiente” é o resultado da importância da formação da identidade cultural regional, que é atualmente fraca. Ao contrário de outras regiões, em Cundinamarca e Bogotá os imaginários coletivos polarizam-se e diluem-se em um contexto onde a globalização e transmutação cultural reforçam a idéia segundo: "Os

cidadãos de Bogotá não se sentem parte integrante de Cundinamarca e por sua vez, os

habitantes de Cundinamarca não percebem a Bogotá como parte integrante da

região.”

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e

X Seminário de Pós-Graduação em Geografia da UNESP Rio Claro

ISBN: 978-85-88454-20-0 05 a 07 de outubro de 2010 – Rio Claro/SP

Tabela 3 linhas estratégicas ambientais para a região capital Bogotá (Colômbia)

1 2 3 4 5

LINHA ESTRATÉGIC

A recuperação do recurso Conservação, uso y hídrico

Adoção, consolidação e preservação da estrutura ecológica regional para

a Região Capital

Harmonização e coordenação dos determinantes ambientais na Região

Capital

Comunicação, informação e pesquisa

na construção da identidade cultural regional do ambiente

Gestão sustentável da produção na Região Capital

OBJETIVO

Estabelecer ações para

preservar o

abastecimento de água na região da Capital

Contribuir para a harmonização do ordenamento do território da Região da Capital, com base na Estrutura Ecológica Regional (EER).

Consolidar um processo cultural regional, que leve a formação de valores e conduz a uma cultura ambiental.

Facilitar e consolidar um cenário de convergência do trabalho das instituições ambientais da região da Capital.

Desenvolver um mecanismo que vincule e articule aos produtores da região da Capital.

Redefinição da política comercial de venda de água em volume

Aportes técnicos e contribuições científicas para a determinação da Estrutura Ecológica Regional Revisão das normas para Harmonização da EER com planos diretores dos municípios.

Constituição do Observatório Ambiental Regional para a Região Capital.

Elaboração do mapa de processos na região da Capital.

Criação de programas de eficiência energética.

Pagamento por serviços ambientais para a gestão integrada dos recursos hídricos.

Apoio na multiplicação das experiências metodológica

Conformação do Instituto de Pesquisas Regionais Ambientais.

Desenvolver um modelo de sistema integrado de

avaliação do

Ordenamento Territorial na Região Capital. Articulação das metas ambientais dos planos diretores com os planos das bacias hidrográficas.

Estabelecimento de um quadro fiscal regional para a produção mais limpa. AÇÕES

Criação da Escola de Formação Ambiental regional.

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e Conclusões

A dimensão ambiental da região metropolitana de Bogotá é um dos principais problemas que as instituições têm que resolver nos próximos anos. A dinâmica regional no mundo evidencia transformações e mudanças do solo e do território que tem que ser analisadas de forma integral.

Desde uma perspectiva geográfica, a abordagem do desenvolvimento regional tem que ter uma visão que ultrapasse a problemática da ecologia da paisagem. Tradicionalmente a paisagem é uma estratégia para a análise territorial, mais na atual dinâmica de transformações e movimentação de populações, o território muda constantemente. No caso das cidades colombianas, é muito importante reconhecer que a dinâmica de crescimento urbano é muito forte nas duas últimas décadas, especialmente como resultado do deslocamento forçado e a violência política que afeta ao país. O processo migratório rural-urbano intensifica a situação e configura novos territórios, aos quais é necessário abordar com um planejamento moderno e especialmente pensando no futuro.

A situação do território de Região Capital para a cidade de Bogotá, necessariamente precisa incorporar a dimensão ambiental como componente integral no planejamento ambiental urbano-regional. A cidade de Bogotá tem aproximadamente sete milhões de habitantes, ao qual temos que somar uns dos milhões de habitantes dos municípios que conformam a região metropolitana, para um total de quase dez milhões de habitantes. Isto é mais grave no caso de aumentar a população, o que traduz numa maior demanda de habitação, serviços públicos, emprego e em geral bens e serviços. A pergunta mais importante é onde vão sair os recursos naturais necessários para o abastecimento de alimentos, água, manejo de esgoto, terra para agricultura, gadaria, entre outros.

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I Congresso Brasileiro de Organização do Espaço e REFERÊNCIAS

CORPORACION AUTONOMA REGIONAL DE CUNDINAMARCA – CAR. Plan de Acción Ajustado 2007 - 2011. Bogotá. Ed. Corporación Autônoma de Cundinamarca. 2009.

CUERVO, Luis Mauricio. Globalización y dinámica metropolitana: El caso de Bogotá en los años 1990. In: VII SEMINARIO INTERNACIONAL DE LA RED IBEROAMERICANA DE INVESTIGADORES. Camaguey. Cuba. 2002. Mimeo.33 pp.

HERZOG Sebastian et al. Prioridades para la planificación ecorregional. In: Ecología en Bolivia, La Paz. 2005. 40 (2): p27-40.

INSTITUTO ALEXANDER VON HUMBOLDT. Lineamientos Caracterización, análisis y síntesis de Instrumentos de planificación en relación con la EER. Bogotá: Editora Gobernación de Cundinamarca et al. 2008.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Ley 99 de 1993.

MENDOZA, Alberto. Bogotá, megalópolis, metrópolis, agrópolis, el pacto ecológico. In: Corporación Autônoma de Cundinamarca –CAR.. Hacia la metropolización de la Sabana de Bogotá. Bogotá: Ed. Corporación Autônoma de Cundinamarca, 1999. Capítulo 4. p 59-70.

PÉREZ, Alfonso. Bogotá y Cundinamarca: expansión urbana y sostenibilidad. Bogotá: Corporación Autônoma de Cundinamarca –CAR-, 2000.

PRECIADO Jair. Desenvolvimento regional e sustentabilidade: a dimensão ambiental na integração urbano regional de Bogotá e Cundinamarca (Colômbia ). Universidade Estadual Paulista UNESP. São Paulo. 2010. Pesquisa de doutorado em Geografia. Inédito.

PRECIADO Jair. Bogotá Región: crecimiento urbano en la consolidación del territorio metropolitano. In: “Seminário Internacional Bogotá e Cundinamarca: Avances y perspectivas en La integración regional. Bogotá, Junio 24 y 25 de 2009. Editora. Corporación Autônoma de Cundinamarca. 2010. p 67-80.

TROPPMAIR, Helmut. Biogeografia e Meio Ambiente. Rio Claro: Ed. UNESP.2008.

Imagem

Figura 1. Localização do projeto
Tabela 1. População e extensão ecorregião urbana  ECORREGIAO URBANA (27 Municípios)
Figura 2. Estrutura Territorial Região Capital
Figura 4. Ecossistemas Estratégicos
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