INTRODUÇÃO ÀS REDES
SOCIAIS: STANLEY
MILGRAM E OS SEIS
GRAUS DE SEPARAÇÃO
Texto e Ilustrações: Prof. Frederico Flósculo Pinheiro Barreto1. APRESENTAÇÃO.
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O psicólogo social Stanley Milgram é uma espécie de lenda para ahistória da ciência da psicologia social,
por seus experimentos inteligentes –
incisivos, inesperados, poderíamos
também dizer -, que marcaram a sua
época (os anos 1960, em especial).
Milgram pensava fora da caixa, o que pode ser dever ao fato de não ser
graduado em Psicologia, de acordo com
os cânones da época. Formado em
Ciência Política, apaixonou-se por
Psicologia Social e doutorou-se nessa área
(por Harvard) em 1960, aos 27 anos.
Nestas Notas de Aula vamos examinar uma de suas pesquisas, que
visava inicialmente estudar o comportamento de ajuda das pessoas a um
pesquisador, auxiliando-o a encontrar 2 pessoas identificadas através de
tornou possível a descoberta de um número “médio” de pessoas a
intermediar essa busca, toda feita pelos correios. As conclusões que foram
derivadas dos achados dessa singela pesquisa – em si mesma um exemplo
de delineamento de grande engenhosidade – contribuíram para o início
de dezenas de outras pesquisas, relacionadas à organização de
comunidades, das redes sociais, assim como da grande “rede global” que
associa todos os seres humanos, de um modo que, menos óbvio na década
de 1960, é de difícil contestação nesta segunda década do Século 21, mais
de 50 anos depois do experimento de Milgram.
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Milgram foi também responsável pela devastadora descoberta de
maleabilidade das pessoas diante de situações em que optavam por
submeter-se a uma figura de autoridade, num experimento notável, em
que pessoas comuns era solicitadas a ministrar choques elétricos de
crescente grau de severidade dos danos a uma determinada pessoa (um
ator que, na verdade, nada sofria), em função dos “erros” que ela cometia,
num teste forjado. A maioria das pessoas obedecia docilmente às ordens
de Milgram, de impor choques terríveis ao ator, até que ele perdesse os
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reminiscente dos horrores ocorridos durante a liderança nazista daAlemanha (1932-1945), quando a maioria do povo associou-se
paulatinamente a um programa de genocídio e de ódio racial contra
judeus e outros povos não-alemães (ou, mais amplamente, não-arianos). A
escalada da violência racial dos auto-proclamados germânicos contra a
população civil de pessoas de descendência judia – nascidos na Alemanha
por dezenas de gerações- impressiona até hoje a todos os que estudam a
história desse episódio de ódio, pois provocou a morte de
aproximadamente seis milhões de pessoas, de judeus europeus, sobretudo
ao longo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), de forma sistemática,
quase ordeira, como um programa cumprido de forma quase rotineira por
centenas de milhares soldados e oficiais militares, por burocratas e
dirigentes de governos locais (inclusive franceses, poloneses, italianos,
tchecos, etc., sob as ordens do comando nazista de ocupação das nações
européias). Esse episódio é conhecido como o Holocausto, palavra de
origem grega que significa queima total (hólos, total; kaustós, queima), e ainda choca a todos os que tomam conhecimento de que tenha sido
patrocinado pelo Estado Alemão (Nazista), como política de governo.
Obs: Esse experimento de Milgram é tratado em outras Notas de
Aula (Stanley Milgram e o Experimento de Obediência a Figuras de
Autoridade).
O objetivo de Milgram era de descobrir como as redes sociais reais se
estruturavam, e é interessante notas que o seu experimento fundador não
se voltou para as redes sociais locais, centradas em uma pessoa, em uma
família, ou em uma vizinhança. Ele pensou na rede social de todo um país,
no caso os Estados Unidos da América do Norte. Todos nós conhecemos
“alguém que conhece alguém”. Por exemplo, eu (E) conheço um professor
(P) que trabalhou com um assessor (A) de um poderoso ministro (PM) que
despachava com o ainda mais poderoso Presidente da República (PP).
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PM → PP. Olhando assim, não estou tão longe do poderoso Presidente daRepública. Talvez eu ainda possa sentir o calor de sua mão quando o
poderoso ministro a aperta, cumprimentando a seguir seu assessor que
cumprimenta o professor que me cumprimenta. Ou possa, como humilde
cidadão, transmitir minha humilde gripe ao meu amigo professor, a
apertar-lhe a mão, e ter meu vírus diligentemente conduzido por
assessores e ministros até que um ou dois dias depois, a República espirre
diante das câmeras de televisão.
Milgram pensou em um experimento que poderia lhe dar indicações
sobre o número de ligações entre pessoas que seria necessário para
conectar duas pessoas selecionadas aleatoriamente. Seria possível que um
tal circuito existisse, em todos os casos?
Os 6 graus de conexão foram descobertos em 1967 por Stanley
Milgram – que, na verdade, nunca usou essa exata expressão, tornada
famosa por uma peça de teatro do começo da década de 1990 -, um
professor de Harvard que transformou o conceito em algo central no
estudo de nossa interconectividade social.
A problematização que levou Milgram a esse experimento – que
denominou The Small World Problem (O Problema do Pequeno Mundo) – parece ter vindo dos tempos em que estudava Ciência Política, por
influência de estudiosos (o cientista político Ithiel de Sola Poll e o
matemático Manfred Kochen) da Universidade de Paris, que visitou, na
década de 1950. Nos estudos sobre Contatos e Influências esses estudiosos lançam os fundamentos do estudo das redes sociais, e deixaram vários
problemas em aberto, um deles o do número médio de contatos para que
toda uma rede social fosse “varrida”.
2. O EXPERIMENTO QUE MEDIU O TAMANHO DO MUNDO SOCIAL Milgram foi um dos mais criativos pesquisadores da psicologia
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controversos acerca do conflito entre a obediência à autoridade e aconsciência pessoal. Seu campo de interesses era bem amplo e logo
voltou-se para a estrutura da nossa rede social, talvez devido ao intenso e
articulado criticismo dirigido a ele.
Qual seria a distância social entre o Führer e o mais humilde dos
alemães? Quantas pessoas poderiam levar uma mensagem desde o mais
humilde dos alemães, até o FÜhrer, numa cadeia de pessoas que se
conheciam, duas a duas, mas não três a três?
A questão colocada por Milgram era simples: quantas pessoas
existiriam “entre” duas pessoas quaisquer, num país tão grande quanto os
EUA? Ou seja: quantas pessoas formam a cadeia de conhecidos entre si,
dois a dois, que formaria o contato entre duas pessoas quaisquer nesse
País, em média?
A primeira escolha de Milgram:
a) as pessoas “Fim” da corrente de contatos seriam de sua confiança,
previamente contatados: uma senhora, esposa de um estudante, moradora
da cidade de Sharon, Massachusetts, e um corretor, morador de Boston;
b) as pessoas “Começo” da corrente – na verdade, localidades, pois
não selecionaria as pessoas, moradoras de Wichita, Kansas, e de Omaha,
Nebraska.
Antes de fazer sua pesquisa, Milgram chegou a perguntar, por
curiosidade, o que seus colegas pesquisadores achavam do caso. Quantas
pessoas estariam envolvidas numa tal corrente? Centenas, disseram
alguns.
O procedimento de Milgram foi o seguinte: ele enviou cartas a 160
pessoas selecionadas aleatoriamente, moradores de Wichita e Omaha. Em
cada carta, Milgram explicava o propósito de seu estudo, e convidava a
Sharon, Massachusetts
Omaha, Nebraska
Wichita, Kansas
Boston, Massachusetts
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Era uma pesquisa que despertava a curiosidade das pessoas, poiselas desempenhariam um papel de “Correios”, encaminhando uma
inusitada correspondência através... dos Correios. Como veremos adiante,
a regra que esse “Correio de Participantes” deveria seguir era,
essencialmente, a de que eles somente deveriam encaminhar a
correspondência recebida a uma pessoa CONHECIDA sua (conhecimento
pessoal, e nunca indireto, remoto) mas que tivesse maiores chances que
ela de, por sua vez, CONHECER pessoalmente o Destinatário Final. Parecia
um divertido jogo.
Em termos mais formais: tratava-se de enviar essa mesma carta, com
a mudança do envelope por um envelope interno (havia dez envelopes
internos assim), com a postagem paga, para a pessoa Fim. Além disso, ele
enviava um foto da pessoa “Fim”, seu nome e endereço, e algumas
informações biográficas. Dentro da carta ia ainda um conjunto de dez
cartões postais – como veremos nas instruções seguintes, esse número
CARTA DE APRESENTAÇÃO
COM INSTRUÇÕES
FOTOGRAFIA E
DADOS DA PESSOA-ALVO
O ENVELOPE DE MILGRAM
CARTÕES POSTAIS PARA
ACOMPANHAMENTO
ENVELOPES PARA O NOVO
ENCAMINHAMENTO DA
DOCUMENTAÇÃO DA
PESQUISA
A seguir instruía o prospectivo participante (a pessoa “Começo”) a
seguir quatro diretivas:
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(a) “escreva seu nome na tabela que está no final desta folha, de
modo que a pessoa a quem você destinará esta carta saiba em que ordem
ela estará ao receber essas mesmas instruções”;
(b) retire um dos cartões postais e mantenha os demais na carta que
encaminhará; coloque seu nome e endereço e envie o cartão [que já estava
com a postagem paga, endereçado à Universidade de Harvard]; este cartão
permitirá que nós acompanhemos o percurso da carta que enviará;
(c) retire um dos envelopes grandes, que vão dobrados no interior
deste que lhe chegou; coloque toda a documentação, inclusive esta folha
(d) examine a fotografia, o nome, o endereço e os dados biográficos
da pessoa que deve receber a presente documentação; se você a conhece
pessoalmente, mande todo o conjunto diretamente para ela; se não a
conhece pessoalmente, envie toda a documentação para uma pessoa que
você conhece pessoalmente (um amigo, um parente, um cliente), e que
provavelmente conhece a pessoa da foto.
OMAHA,
NEBRASKA
SHARON,MASSACHUSETTS
160 PESSOAS
ESCOLHIDAS
ALEATORIAMENTE
2 PESSOAS DA CONFIANÇA DE MILGRAM...
WICHITA,
KANSAS
BOSTON,
MASSACHUSETTS
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3. OS RISCOS DO DELINEAMENTO ADOTADO
Evidentemente, esse delineamento tinha importantes riscos.
Imagine se a pessoa “Começo” não conhecia a pessoa da foto (“Fim”), mas,
para azar de Milgram, conhecia alguém que achava parecido, mas do outro
lado do País? Bastava ela desconsiderar o endereço que Milgran lhe dera
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eu mande para alguém que eu posso conhecer?) e o pacote da pesquisaseguiria um tortuoso caminho.
Imagine se a pessoa “Começo” decidisse pregar uma peça em
Milgram, e mostrar como essas coisas podiam acabar rápido na América, e
aproveitasse o endereço, e enviasse imediatamente todo o pacote com a
documentação, diretamente para o endereço da pessoa “Fim” – que ela,
pessoa “Começo”, não conhecia de forma alguma?
Para evitar essas duas possibilidades, com uma boa margem de erro
e especulação a permanecer latentes, Milgram deveria ter somente
fornecido a CIDADE (Sharon, Massachusetts; ou Boston), e insistido que a
pessoa “Fim” realmente morava LÁ.
Outros riscos havia no número de envelopes de postagem paga que
enviaria no pacote. Se o número de pessoas fosse superior a 10 (dez) ou ao
número desses envelopes, a décima-primeira pessoa (intermediária) na
cadeia deveria arcar com as despesas de postagem, caso não fosse a
pessoa “Fim”; o mesmo se repetiria com a décima-terceira pessoa, e assim
por diante. Um grande número de pessoas na corrente que se formasse
implicaria no aumento da possibilidade de sua interrupção: sempre haveria
alguém, ao longo de uma corrente formada por dez – ou cem pessoas,
como seus colegas chegaram a sugerir – que interromperia a seqüência do
envio. O QUE EU TENHO A VER COM ISSO?
A realidade mostrou-se generosa e surpreendente.
4. RESPOSTAS: A MÉDIA OBTIDA DE 5,5 INTERMEDIÁRIOS
A mais curta e rápida das conexões estabeleceu-se em uma semana,
com apenas duas pessoas a intermediar a passagem da documentação da
primeira pessoa (“Começo”) para a última pessoa (“Fim”).
Compreensivelmente, foi o mais curto de todos: o tempo de chegada era
ESTE HOMEM... ESTA MULHER...
VOCÊ OS CONHECE?
SABERIA COMO OS ENCONTRAR,
SE QUISESSE?
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A taxa de respostas (na verdade, de sucesso quanto ao encontro do
destinatário) obtida por Milgram foi muito elevada: 26,25%! Ou seja: das
160 correspondências enviadas inicialmente, 42 encontraram os dois
amigos de Milgram – a viúva e o corretor. A contagem do número de
pessoas que intermediou essa passagem do pacote de correspondência de
mão em mão foi reveladora. Alguns dos “percursos” envolveram até 12
intermediários – ou seja, pelo menos 2 pessoas PAGARAM para tocar
adiante o jogo de encontrar o destinatário. Em média, o número de
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Se arredondarmos para 6, chegaremos ao número mágico, dos SEISGRAUS DE SEPARAÇÃO. Embora pareça meio mágico, mas o que Milgram
encontrou foi um valor médio de contatos intermediários entre duas
pessoas quaisquer em uma rede social gigantesca: a sociedade
norte-americana.
5. SEIS GRAUS DE SEPARAÇÃO SUGEREM O QUE A VOCÊ?
Em 1991, o dramaturgista John Guare publicou e fez encenar a peça
de teatro intitulada Six Degrees of Separation. Em uma das principais falas, o protagonista disserta:
“Todas as pessoas neste Planeta estão separadas por apenas seis
outras. Seis graus de separação. Entre cada um de nós e todos os outros,
nesse nosso Planeta. O Presidente dos Estados Unidos. Um gondoleiro
veneziano. Não falo apenas dos grandes nomes, das pessoas famosas. Falo
de todos, de qualquer um. Um nativo das florestas tropicais. Um habitante
da Terra do Fogo. Um Esquimó. Eu estou conectado com todas as pessoas
desse planeta por uma trilha formada por seis pessoas. É algo... que tem
sua profundidade, é um pensamento comovedor. É como... se toda pessoa
fosse essa porta, uma nova porta que se abre para mundos totalmente
novos”.
Evidentemente, o estudo original de Milgram não aspira a essa
validade “universal” e somente pode ser entendido no estrito âmbito dessa
pesquisa. Estranhamente, não houve replicações desse experimento.
Contudo, o dramaturgista Guare espicaça a nossa imaginação. A
humanidade é mesmo uma grande rede social, com mais de SEIS BILHÕES
de nodos? Essa rede poderia ter algum tipo de contato entre todos os seus
membros? Quanto tempo em média um contato assim levaria, em média?
Talvez o amigo de Milgram, que estimou que haveria 100 Graus de
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6. O MUNDO É UM PEQUENO MUNDOBarabási estudou os links entre as páginas – todas as páginas –
existentes em 2003, no domínio da Universidade de Notre Dame
(norte-americana). Essa universidade tinha 300.000 páginas à época. Ele
descobriu que o número de “cliques que deveria ser dado em média para ir
de uma página à outra era de 19 (dezenove). O experimento de Barabási
na Universidade de Notre Dame dificilmente pode ser generalizado para a
World Wide Web de sua época, e muito menos para a atual, apenas 8 anos
depois. Na várias “fases” da Web pode-se constatar que as “explosões” de
criação de páginas ocorriam sem que as políticas de comercialização e de
criação de interconexões preferenciais estivessem presentes como hoje.
Políticas comerciais e de criação de preferências de nodos mais poderosos,
atrativos e populares podem reduzir dramaticamente a distância de todos
a um “núcleo” para o qual convergem os “cliques”. Claro, alamos aqui não
somente da estrutura, mas do comportamento da rede.
Devemos nos surpreender, acima de tudo, com a possibilidade de
que possa mesmo haver um caminho nessa rede de seres humanos que,
teoricamente, nos ligue, a todos. Para pertencer à rede da Humanidade, a
condição é bem simples: basta uma conexão.
O matemático Manfred Kochen, citado anteriormente, já havia
compreendido uma importante associação entre o número de pessoas que
são minimamente suficientes para “varrer” (ou seja, percorrer
sistematicamente, caminho a caminho efetivamente praticado pelo exame)
toda uma densa rede social e o grau de organização de uma sociedade. A
sociedade organizada, deduz-se do argumento de Kochen, estabelece
constrangimentos estruturais para que os número de intermediários não
seja “o mínimo de dois”.
Essa medida dos DOIS INTERMEDIÁRIOS foi encontrada por Kocher
ao estudar redes sociais com ligações interpessoais “aleatórias”, sem
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compartimentalizações são todos os nossos pequenos – ou não tãopequenos – apartheids de classe social, gênero, idade, sexo, corporação de trabalho, etc. Faz sentido? De qualquer modo, não encontrei estudos que
associassem teorias sobre a compartimentação social e os graus de
separação entre as pessoas, em nossas sociedades atuais – ou em modelos
sociais (teóricos).
7. REFERÊNCIAS
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