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Análise do canal Nerdologia: um modelo de edutenimento no YouTube

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Academic year: 2020

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39 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019

ANÁLISE DO CANAL NERDOLOGIA: UM MODELO DE EDUTENIMENTO

NO YOUTUBE

NERDOLOGIA CHANNEL ANALYSIS: A MODEL OF EDUTAINMENT ON YOUTUBE

Luis Henrique Rocha Mendes

Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / luisrocha1123@gmail.com Dr. Edson Pereira Gonzaga

Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / edsonpgonzaga@gmail.com Sayllor Vinicius Oliveira Moura

Centro Universitário Módulo / Curso de Pedagogia / sayllor_@hotmail.com

Resumo

Este estudo tem como objetivo analisar o canal Nerdologia, na plataforma YouTube e compreender sua influência na área do edutenimento e da educação online, além disso, se estudou o método de ensino do canal, que utiliza elementos da cultura nerd como “isca” para realizar divulgação científica. O YouTube é uma das maiores plataformas de vídeo do mundo, inclusive na área da Educação e divulgação científica. A metodologia de pesquisa, se baseou na análise de conteúdo de Bardin (2016) e se avalia os vídeos com base em um questionário criado pelos autores deste estudo. Além do questionário, realizou-se uma avaliação com observações relacionadas ao método de ensino utilizado pelo canal. Foram analisados cinco vídeos, sendo que como critério foi escolhido o primeiro vídeo de cada ano desde que o Nerdologia foi criado, para também analisar a evolução do canal com o passar do tempo. Observou-se que o Nerdologia tem uma metodologia que aproxima o aluno que o assiste da ciência, facilitando assim o acesso ao conhecimento.

Palavras-chave: YouTube; Educação online; Edutenimento; Nerdologia Abstract

This study aims to analyse the Nerdologia channel on the YouTube platform and to understand its influence in the edutainment area and the online education in addition the teaching method of the channel was studied, the fact it uses elements of the nerd culture as "bait" to promote scientific dissemination. YouTube is one of the largest videos platforms in the workd, including education and science outreach. The research methodology was based on Bardin (2016) content analysis and the videos were evaluated based on a questionnaire elaborated by the authors of this study. In addition to the questionnaire, an evaluation based on observations related to the teaching method used by the Nerdologia was realised. Five videos were analysed, and as criterion was chosen the first video of each year since the channel was created to analyse the evolution of the

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40 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 channel over time. It was observed that Nerdologia has a methodology that approaches the student who assists it and science, thus facilitating access to scientific knowledge. Keywords: Youtube; Online Education; Edutainment; Nerdologia

Introdução

Para Pedrolo e Lindner (2018), uma das características que abrange o cotidiano é o fato que as pessoas estão rodeadas o tempo todo por tecnologias. Com isso, segundo os autores, os jovens de hoje estão nascendo na era digital e são conhecidos como nativos digitais. O termo foi definido por Prensky (2001) e para o autor às pessoas que nasceram com este aspecto devido à geração “[...] são todos “falantes nativos” da linguagem digital dos computadores, vídeo games e internet” (PRENSKY, 2001, p. documento eletrônico não paginado).

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) evoluíram muito nos últimos anos, os meios de comunicação tornaram-se muito influentes e frequentes no dia a dia das pessoas. Segundo Oliveira (2016), o que caracteriza as chamadas Novas TICs é a possibilidade de interação entre o criador do conteúdo e espectador a qualquer momento.

O modelo tecnológico de comunicação estudado na pesquisa é a utilização de vídeos de entretenimento educacional. O site considerado é o YouTube, atualmente a plataforma mais conhecida e utilizada no mundo, criada em 2005 e vendida por US$ 1,65 bilhão em outubro de 2006 para a empresa Google. Pouco mais de um ano depois era o site de entretenimento mais popular do Reino Unido (BURGESS; GREEN, 2009).

O edutenimento, do inglês edutainment, criada a partir da metodologia adotada pela junção das palavras education (educação) e entertainment (entretenimento) como ciência, vem sendo discutido em âmbito internacional por diversos profissionais da Educação. Com o uso de elementos lúdicos e divertidos, como jogos, vídeos, filmes, seriados televisivos e de mídias em geral, aparelhos móveis e até robôs inteligentes desenhados para se tornarem educativos. O edutainment associado ao contexto espontâneo de aprendizagem independente do espaço acessado, é o principal foco da pesquisa.

Com base na assertiva, se estudou o canal Nerdologia no YouTube. Pode se observar que o canal é reconhecido na área acadêmica, pois existe uma quantidade significativa de estudos relacionados a este. Ao ser pesquisada a palavra “Nerdologia” no Google Scholar se encontrou 56 resultados, todos estes sendo artigos científicos que apontam os estudos e/ou análises referentes ao canal.

Criado em 2010, o Nerdologia registrava em 28 de fevereiro de 2019 o número de 2.339.902 inscritos e, na mesma data, 211.782.194 visualizações. O canal proporciona Educação e divulgação científica com uma linguagem simples e de fácil compreensão para o público nerd. Na descrição do canal segue o seguinte texto: “Uma análise científica da cultura nerd! Toda terça e quinta, às 11h”.

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41 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Desta forma, o canal utiliza elementos da chamada cultura nerd e envolve os temas ligados a filmes, quadrinhos, super-heróis, séries e explica fenômenos científicos com exemplificação a partir de elementos básicos.

Observou-se que durante as divulgações dos vídeos, em títulos e imagens, o canal supõe que irá explicar os fenômenos ocorrentes, por exemplo, nos filmes e quadrinhos e se utiliza isso como atrativo para os espectadores. A divulgação científica ocorre como consequência da explicação. Em outras palavras, além de utilizar a ciência para explicar a cultura nerd, usam a cultura nerd para explicar a ciência.

Desenvolveu-se neste estudo uma avaliação dos pontos positivos e negativos em vídeos que estejam relacionados a eficiência do método de ensino e a influência social-educativa que provoca nos espectadores no que tange ao canal como uma ferramenta educacional.

Justificativa

No início, este estudo veio a partir do interesse de um dos autores (Mendes) em compreender como se dão os sucessos de canais educacionais no YouTube. Aparentemente, temas educacionais e científicos são difíceis de gerar interesse no público jovem, porém, observando a quantidade de inscritos em canais como o Nerdologia gerou-se uma curiosidade para compreender quais são os elementos que auxiliam o sucesso do canal e principalmente como se dá esta metodologia de ensino tão simples, porém, com resultados tão expansivos no comportamento educacional desse público-alvo.

Com isso, o objetivo deste estudo é utilizar um canal que aplique conteúdos educacionais por intermédio de elementos da cultura nerd no YouTube, para saber os fatores positivos e negativos referentes ao método de ensino aplicado e a influência no desempenho investigativo dos espectadores.

Pensando no uso do YouTube como veículo educativo, Freire e Shor (1986) perceberam que é desejo antigo no inconsciente de pessoas preocupadas com a educação dos jovens: “Raramente fomos provocados por uma reinvenção criativa da linguagem sob nossos olhos, de um modo excitante, em que a linguagem nos obrigasse a repensar a maneira de ver a realidade” (FREIRE; SHOR, 1986, p. 68).

Revisão literária

Segundo Falcade et al. (2011), “No mundo que enfrentamos hoje, quem não tem conhecimento de tecnologias está um passo atrás dos que entendem e trabalham com isso.” (FALCALDE, 2011, p.165) A tecnologia desenvolveu-se ao nível extremo e o uso dela, incluindo a utilização de smartphones, cresceu significativamente nos últimos anos, segundo O Estado de São Paulo (2017) dados da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), em abril de 2017 previram que até outubro do mesmo ano, existiriam 208 milhões de smartphones no Brasil, sendo que esse crescimento se dá pela quantidade de jovens que utilizam estes aparelhos e é com estes que os mesmos jovens acessam sites, application (app) e redes sociais como por exemplo, o YouTube (CAPELOS, 2017).

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42 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Para basear a revisão literária ao se discorrer especificamente do YouTube, se fundamentou este estudo nas ideias apresentadas por Burgess e Green (2009). Segundo os autores, o YouTube é considerado “[...] o maior aglutinador de mídia de massa da internet no início do século 21” (BURGESS; GREEN, 2009, p. 9). Os dados revelados pelo YouTube confirmam esta informação: a plataforma tem mais de um bilhão de usuários; um bilhão de horas assistidas por dia; versões locais do site em 88 países e em 76 línguas diferentes; e alcança principalmente pessoas de 18 a 34 anos de idade (YOUTUBE, 2019, documento eletrônico não paginado)

Inicialmente o site era para muitos uma plataforma para compartilhamento de vídeos pessoais e caseiros na internet, porém, a popularidade de alguns vídeos de entretenimento combinada com a possibilidade de divulgação de conteúdos de empresas de mídia agradou ao grande público e fez com que o site não fosse apenas uma pequena e rápida onda da internet, mas atualmente o maior divulgador de vídeos sejam caseiros ou profissionais (BURGESS; GREEN, 2009).

A empresa é, para os autores, um metanegócio. Caracteriza-se não como um produtor de conteúdo, mas como um divulgador de outros produtores que posteriormente beneficiam-se social e financeiramente por intermédio da plataforma. “Dessa mesma maneira, o YouTube desempenha uma função para os produtores de vídeo, atraindo a atenção para o conteúdo ao mesmo tempo em que oferece uma participação em dinheiro nas vendas de anúncios no site” (BURGESS; GREEN, 2009, p. 21).

De fato, a internet tem sido muito utilizada por todos para estudos, conhecimento e formação de conceitos. Segundo Quintanilha (2017), grande parte das pessoas que nasceram depois dos anos 1990 iniciaram suas vidas com meios tecnológicos de comunicação e produtividade como celulares, computadores, tablets, smartphones e outras ferramentas que surgiram a menos de três decênios.

Com base nessa realidade, o estudo realizado por Quitanilha (2017) em Salvador, na Bahia, constatou que 100% dos estudantes de ensino superior participantes da pesquisa utilizam a internet, enquanto que, destes, apenas 1,1% utilizam-na com uma frequência baixa: 80% utilizam o YouTube com uma frequência média ou alta.

Percebe-se a facilidade de acesso às informações e às colocações propostas por Santos (2017) que se referem as redes sociais como meios de troca de informação, ideias e materiais, com um enorme potencial de gerar engajamento em questões políticas e culturais. Os espectadores ao utilizarem a internet como ferramenta de novos conhecimentos, estes automaticamente acabam por adquirir um perfil educativo-social. O Youtube, é um exemplo claro de que participantes (espectadores e criadores dos conteúdos) são envolvidos por seus gostos pessoais, compartilhando e interagindo com vídeos relacionados a seus interesses, como arte, política e ciências.

O canal Nerdologia é um exemplo desse tipo de relacionamento: um canal de divulgação científica focado em discutir questões relacionadas às ciências e tecnologia. Entretanto, é possível identificar um público pertencente à rede social Canal Nerdologia e que, devido a metodologia aplicada para a divulgação de informações, acabam por instigar o conhecimento de quem assiste, influenciando o espírito investigativo de quem assiste.

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43 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Realizando uma análise bibliográfica de elementos relacionados à comunicação como forma de entretenimento e Educação ao mesmo tempo, se identificou termos específicos relacionados a área. Um desses termos é o T-learning, que nada mais é do que o acesso a objetos educacionais e ao mesmo tempo midiáticos, sendo eles TV ou internet, conforme Américo (2007), que defende a ideia de que:

“[...] um objeto educacional desenvolvido para T-Learning deve integrar plataformas diversas, como Internet (Internet Portocol ou IP), TV Digital (Digital Television ou TVD), Dispositivos Móveis (Mobile) como celulares, PDAs (Personal Digital Assistants) e SmartPhones (os “celulares inteligentes”, com maior capacidade de processamento), entre outros, além de levar em consideração os estudos propostos em EaD (e-learning)” (AMÉRICO, 2007, p. 8).

O termo começou a ser utilizado para realização de modelos educativos por intermédio de meios de comunicação. Para Américo (2007), Educação formal é institucional é hierárquica; educação não formal é menos burocrática, mas ainda assim estimulada intencionalmente; e educação informal é existente fora do sistema formal e não formal de ensino e é incidental. É interessante destacar que o autor define outro modelo de ensino diferente dos citados, o edutenimento. Aparentemente,se pode cogitar a possibilidade de utilizar o edutenimento como modelo de realização de vídeos do YouTube. Desta forma, se observa que a internet é utilizada a favor da promulgação do conhecimento, mas de que maneira os vídeos devem ser planejados e executados para atrair uma geração em que a atenção dura em torno de sete a oito minutos?

Existem vários modelos eficientes e eficazes para estimular os alunos, o Nerdologia, canal estudado nesta pesquisa, utiliza elementos da cultura nerd para explicar conteúdos científicos e acadêmicos. Para Costa (2016), no canal Nerdologia:

“[...]o termo “nerd” é entendido não em seu sentido depreciativo, mas no que se configurou como todo um universo de temas, filmes, quadrinhos e demais manifestações culturais com os quais se identificam as pessoas consideradas nerds, geralmente interessadas em tecnologia e consideradas inteligentes.” (COSTA, 2016, p. 87).

Para esse autor, os elementos da cultura nerd e a popularização da mesma têm sido mais aparentes nos últimos anos graças em grande parte a aparição significativa da tecnologia na vida cotidiana das pessoas, considerando que na cultura nerd é muito recorrente ao apreço por novas tecnologias.

Metodologia

Pesquisa e análise de natureza básica e qualitativa com o intuito de compreender pontos negativos e positivos nos vídeos do canal Nerdologia, analisando a metodologia de ensino e a influência que realiza nos espectadores.

O canal Nerdologia apresenta conteúdos científicos e educacionais a partir de elementos da chamada cultura nerd, na qual é comum a presença de personagens fictícios de super-heróis de quadrinhos e séries de televisão e desenvolvem os vídeos

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44 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 com exemplos populares para explicação.

Para a seleção dos conteúdos do canal que seria avaliado, se considera o interesse de compreender a evolução do mesmo além da metodologia de ensino e dos motivos que levaram a grande quantidade de visualizações diárias. Para isso, selecionou-se o primeiro vídeo de cada ano desde 2014 (Tabela 1)

Tabela 1 - Lista de vídeos acompanhados pelo estudo POSSESSÃO, ABDUÇÃO OU PARALISIA DO SONO?

884.841 visualizações

Publicado em 2 de jan. de 2014 Tempo de vídeo: 4m35s

Inversão dos polos magnéticos 699.428 visualizações Publicado em 8 de jan. de 2015 Tempo de vídeo: 6m27s A Força 655.929 visualizações Publicado em 7 de jan. de 2016 Tempo de vídeo: 7m15s Ano Novo 233.473 visualizações Publicado em 10 de jan. de 2017 Tempo de vídeo: 9m38s Winston Churchill 268.318 visualizações Publicado em 2 de jan. de 2018 Tempo de vídeo: 8m30s

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://www.youtube.com/user/nerdologia. Acesso em: 17 ago. 2018.

A técnica para o levantamento de dados foi a Análise de Conteúdo (AC), na qual “[...] funda-se na frequência e aparição de determinados elementos da mensagem [...]” (BARDIN, 2016 p. 144). Desenvolveu-se uma ficha de avaliação para levantar os pontos

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45 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 positivos e negativos de cada vídeo (Tabela 2). Cada pergunta terá sua resposta e esta será aplicada em uma das duas classificações: positivo ou negativo. Para determinar em qual classificação cada resposta se encaixa, se considerou dois fatores: 1) a influencia positiva ou negativa sobre o desenvolvimento do canal; 2) a influencia positiva ou negativa sobre o espectador tanto na sua aprendizagem quanto na sua formação ética.

O próprio YouTube tem uma plataforma chamada de YouTube Creator, que serve para novos criadores de conteúdos que têm as pretensões de iniciarem novos canais. Para esta pesquisa, o YouTube Creator foi utilizado como base para desenvolver uma Ficha de Avaliação que será preenchida pelo pesquisador enquanto assiste aos vídeos do canal.

Tabela 2 - Ficha de avaliação dos vídeos estudados. Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo 1 - A linguagem do vídeo fala diretamente com o

público alvo do canal?

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do entretenimento, conhecimento teórico? 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos

apresentados na introdução do vídeo? 4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo?

5 - O conteúdo é útil aos espectadores? 6 - O canal é organizado por temas para que seja

facilmente utilizado pelos espectadores? 7 - O canal apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo?

8 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos vídeos para ilustrar o conteúdo?

9 - O vídeo contém anedotas?

10 - O canal dá a oportunidade de interação com o público?

11 - Qual é a aprovação dos vídeos? (porcentagens de “curtidas”)

12 - Existe interação nos comentários dos vídeos? Fonte - PRÓPRIA DOS AUTORES.

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46 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Resultados e discussão

Além do preenchimento da ficha de avaliação, com o auxílio dos dados da mesma foi realizado uma análise de detalhes e apontamentos de cada vídeo registrada em formato de texto dissertativo, a saber: “Possessão, abdução ou paralisia do sono” (Tabela 3; Figura 1), “Inversão dos polos magnéticos” (Tabela 4; Figura 2), “A Força” (Tabela 5; Figura 3), “Ano novo” (Tabela 6; Figura 4) e Winston Churchill (Tabela 7; Figura 5). Severino (2007) afirma que a AC é uma compreensão crítica das comunicações, na qual devem ser observados os conteúdos, expressões e enunciados para a compreensão da mensagem passada pelo discurso. Este discurso pode ser oral, escrito, em imagens ou gestos.

Tabela 3 - Ficha de avaliação do vídeo Possessão, abdução ou paralisia do sono.

Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo

do canal? X

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do

entretenimento, conhecimento teórico? X 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos

apresentados na introdução do vídeo? X

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X 5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo? X

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos

vídeos para ilustrar o conteúdo? X

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o

público? X

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia do vídeo:

● A música de fundo desperta o sentido de medo no espectador.

● Utilizam-se imagens de filmes como “Atividade Paranormal” e “Jogos Mortais” e do seriado mexicano “Chaves”. Além de pinturas antigas relacionadas ao tema para ilustrar o que está sendo dito verbalmente.

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47 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 ● São explicadas expressões técnicas como a fase R.E.M. (Rapid Eye Moviment) do

sono, a utilização de neurotransmissores e o contexto histórico das crenças sobre paralisia do sono que envolve possessão e/ou abdução para detalhar melhor os motivos da paralisia do sono.

Figura 1 - Possessão, abdução ou paralisia do sono?

Fonte - Canal Nerdologia Disponível em: https://youtu.be/VZrQODHklJk. Acesso em: 22 out. 2018.

Tabela 4 - Ficha de avaliação do vídeo Inversão dos polos magnéticos.

Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo

do canal? X

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do

entretenimento, conhecimento teórico? X 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos

apresentados na introdução do vídeo? X 4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X 5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo? X

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos

vídeos para ilustrar o conteúdo? X

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o

público? X

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48 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Observações sobre a metodologia do vídeo:

● A música de fundo do vídeo desperta um sentimento de bravura.

● O vídeo explica primeiramente a fusão atômica que ocorre no sol para explicar a função do campo magnético para a terra. Logo após, o apresentador, aparece na Universidade Federal de Santa Catarina para mostrar um telescópio capaz de observar como a radiação das explosões solares chega à terra.

● O telescópio é mostrado em vídeo, porém, observamos que não existe um detalhamento de imagens na universidade, apenas alguns segundos do apresentador explicando qual a função do telescópio.

● Para explicar a orientação dos pólos magnéticos que os animais utilizam, o apresentador utiliza exemplos simples que também servem de anedotas, como pesquisadores que descobriram em 2014 que cachorros preferem defecar orientados para o norte.

● No decorrer do vídeo, vários outros do mesmo canal e de outros são citados, além de livros como recomendação.

● Durante todo o vídeo, são mostrados desenhos da cultura “nerd”. Dentre estes estão personagens de desenhos ou animes como X-Man, Cavaleiro do Zodíaco e Dragon Ball Z.

Figura 2 - Inversão dos polos magnéticos.

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49 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Tabela 5 - Ficha de avaliação do vídeo A Força.

Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo

do canal? X

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do

entretenimento, conhecimento teórico? X 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos

apresentados na introdução do vídeo? X 4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X 5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo? X

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos

vídeos para ilustrar o conteúdo? X

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o

público? X

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:

● Todo o conteúdo teórico do vídeo é para explicar como “A Força” funcionaria se existisse fora do universo criado para o filme Star Wars.

● Imagens do filme Star Wars são frequentes durante o vídeo.

● No decorrer do vídeo, vários outros do mesmo canal são citados e referenciados. Além de livros como recomendação.

● Para exemplificar e trazer para o universo da pessoa que o assiste, o apresentador usa uma metáfora dos Midi-Chlorians com as mitocôndrias presentes nas células animais.

● Ele utiliza este elemento para explicar matéria escura, gravidade e conexões sinápticas e etc. de forma simples e muito lúdica.

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50 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 Figura 3 - A Força.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/eKNxhebmGzI. Acesso em: 22 out. 2018.

Tabela 6: Ficha de avaliação do vídeo Ano Novo.

Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo

do canal? X

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do

entretenimento, conhecimento teórico? X 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos

apresentados na introdução do vídeo? X 4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X 5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo? X

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos

vídeos para ilustrar o conteúdo? X

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o

público? X

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:

● O apresentador realiza a seguinte fala na abertura do vídeo: “Um feliz 2017 caso você esteja nesse ano que talvez tenha começado”. Podemos analisar que a

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51 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 utilização destas palavras pode ter a pretensão de aplicar um questionamento inicial no espectador.

● Ao afirmar sobre as superstições relacionadas às cores das roupas que as pessoas normalmente utilizam no período de mudança de ano o vídeo realiza uma possível anedota com a imagem de uma cueca amarela.

● Em alguns momentos específicos do vídeo, são utilizadas algumas palavras formais e técnicas como: parâmetros científicos positivados; secularismo; e proeminência acadêmica. Isso pode ser considerado como um dificultador da aplicação do método de ensino.

● O filme “Êxodo: deuses e reis” de 2014 é apresentado como exemplo de utilização de nomenclatura (BCE - Before Common Era).

● O vídeo apresenta muitos exemplos de calendários de várias culturas diferentes, apresentando variados objetivos para a utilização do calendário.

● É citada a data estelar do filme Jornada nas estrelas como um exemplo de calendário.

Figura 4 - Ano Novo.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/9uCA35L40C4. Acesso em: 22 out. 2018.

Tabela 7 - Ficha de avaliação do vídeo Winston Churchill.

Ficha de avaliação Classificação

Perguntas Positivo Negativo

1 - A linguagem do vídeo é a mesma do público alvo

do canal? X

2 - O conteúdo do vídeo oferece, além do

entretenimento, conhecimento teórico? X 3 - O conteúdo é preciso e não foge dos objetivos X

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52 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 apresentados na introdução do vídeo?

4 - O conteúdo é apresentado com entusiasmo? X 5 - O vídeo apresenta as fontes que foram buscadas

para apresentar o conteúdo? X

6 - O vídeo apresenta imagens, sons ou pequenos

vídeos para ilustrar o conteúdo? X

7 - O vídeo contém anedotas? X

8 - O canal dá a oportunidade de interação com o

público? X

Fonte - DADOS DA PESQUISA

Observações sobre a metodologia de ensino do vídeo:

● Algumas gírias e termos populares da cultura nerd são escritos no vídeo para facilitar a compreensão do espectador.

● O filme “O discurso do rei” é referenciado para citar a Crise da Abdicação ocorrida na Inglaterra em 1936.

● A música “Aces High” da banda Iron Maiden é citada para exemplificar um dos discursos de Winston Churchill.

Figura 5 - Winston Churchill.

Fonte - Canal Nerdologia. Disponível em: https://youtu.be/13Tos1JN_2Q. Acesso em: 22 out. 2018.

Procurou-se analisar o questionário e o contexto dos vídeos como uma média global, com a finalidade de definir as características que classificam o canal como edutenimento. Todos os vídeos assistidos possuem em comum a linguagem com um público-alvo já preestabelecido; além do entretenimento, exibem conhecimento teórico; as fontes que foram buscadas para apresentar o conteúdo e contêm imagens, sons ou pequenos vídeos para ilustrar o conteúdo. Geralmente o canal apresenta os vídeos com

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53 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 entusiasmo e dá a oportunidade de interação com o público. Durante a análise dos vídeos, o locutor raramente apresenta anedotas.

Considerações

Com a análise realizada nos vídeos se observou que o canal Nerdologia tem os elementos da cultura “nerd” não apenas como identitários, mas também e principalmente como ferramentas facilitadoras do ensino. O diálogo com um público cujos interesses são outros, como histórias em quadrinhos, cinema, jogos e anedotas que são utilizadas com estes elementos, tem, dentre outros, o objetivo de trazer o espectador mais perto de conceitos científicos e elementos técnicos que podem ser considerados complexos em uma explicação mais teórica, despertando assim o espírito investigativo.

O edutenimento obviamente não é unicamente responsável pelo desenvolvimento educacional integral do indivíduo, mas atua como complemento à Educação conforme as demais citadas durante o aporte teórico. Os vídeos citados do Canal Nerdologia como ferramenta educativa e que influencia no comportamento científico do internauta que acompanha o trabalho deste, desenvolve interesse significativo em compreender cientificamente os fenômenos tratados em HQs, filmes, desenhos, animes, etc. e introduz determinados assuntos para que o espectador fique por dentro do que está sendo tratado.

Percebe-se também que o tempo de vídeo foi crescente durante os anos. Esse fato chama a atenção para um detalhe importante: o canal utiliza um tempo que se pode considerar relativamente curto para explicação de termos complexos, por exemplo, como a inversão dos pólos magnéticos. Desta forma, considera-se que é uma boa ferramenta para pautar informações que, durante a pesquisa individual por parte do espectador sobre a descrição, dar continuidade no entendimento de como comparar forças por meio de unidades de medida, por exemplo. Tudo isso por meio da atração audiovisual de informações que o vídeo traz sobre determinados assuntos e como consequência expandir o conhecimento.

Outra função constatada foi a de que o canal realiza muito bem a divulgação científica, assuntos que muitas vezes os alunos da Educação formal não possuem entendimento ou sequer noção na sala de aula e que, por iniciativa própria, ao assistir os vídeos educativos do canal, despertam interesse e dão iniciativa à pesquisa.

Referências

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http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2007/resumos/R0813-1.pdf. Acesso em: 20 set. 2019.

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo. Edições 70, 2012.

BURGESS, Jean; GREEN, Joshua. YouTube e a Revolução Digital: Como o maior fenômeno da cultura participativa transformou a mídia e a sociedade. São Paulo. Aleph,

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54 REnCiMa, v. 10, n.6, p. 39-55, 2019 2009.

CAPELAS, Bruno. Até o fim de 2017, Brasil terá um smartphone por habitante, diz FGV. O Estado de São Paulo, São Paulo. OESP 2017, documento eletrônico não paginado. Disponível em: https://link.estadao.com.br/noticias/gadget,ate-o-fim-de-2017-brasil-tera-um-smartphone-por-habitante-diz-pesquisa-da-fgv,70001744407. Acesso em: 22 out. 2018.

COSTA, Verônica Soares da. Contribuições e limites do paradigma praxiológico para os estudos da comunicação pública da ciência: uma análise do canal Nerdologia. Revista científica de comunicação social do Centro Universitário de Belo Horizonte. Belo

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Tabela 1 - Lista de vídeos acompanhados pelo estudo
Tabela 2 - Ficha de avaliação dos vídeos estudados.
Figura  3),  “Ano  novo”  (Tabela  6;  Figura  4)  e  Winston  Churchill  (Tabela  7;  Figura  5)
Tabela 4 - Ficha de avaliação do vídeo Inversão dos polos magnéticos.
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Referências

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