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Análise de eficiência de empresas de distribuição e abastecimento de água

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Academic year: 2020

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Diana Catarina Machado Lima Teixeira

Análise de Eficiência de Empresas de

Distribuição e Abastecimento de Água

Diana Cat ar ina Mac hado Lima T eix eir a dezembro de 2013 UMinho | 2013 Análise de Eficiência de Em pr esas de Dis tr ibuição e A bas tecimento de Água

Escola de Engenharia

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dezembro de 2013

Tese de Mestrado

Mestrado em Engenharia Industrial

Trabalho efetuado sob a orientação do

Professor Doutor Jorge Miguel Oliveira Sá Cunha

Professora Doutora Paula Fernanda Varandas Ferreira

Diana Catarina Machado Lima Teixeira

Análise de Eficiência de Empresas de

Distribuição e Abastecimento de Água

Escola de Engenharia

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Agradecimentos

Em primeiro lugar, queria agradecer a disponibilidade e ajuda de Mário Caneira, do Departamento de Estudos e Projetos da Entidade Gestora dos Serviços de Águas e Resíduos, em fornecer os dados necessários à realização desta dissertação.

Queria agradecer também a amabilidade de Fernanda Rocha da Divisão de Planeamento de Recursos Hídricos da Agência Portuguesa do Ambiente pela disponibilidade demonstrada em tentar fornecer os dados necessários ao trabalho.

De seguida, queria agradecer a disponibilidade e a amabilidade dos meus orientadores, Professor Jorge Cunha e Professora Paula Ferreira do Departamento de Produção e Sistemas da Universidade do Minho.

Por fim, queria agradecer aos meus pais e ao meu irmão pelo apoio prestado e pelas palavras de incentivo nos momentos difíceis e ainda à amabilidade de todas as pessoas amigas, bem como aos colegas, que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho e se demonstraram sempre disponíveis e prontos para me auxiliar durante a realização deste trabalho .

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Resumo

Nos dias de hoje, a água está presente em quase todos os aspetos no quotidiano do ser humano, desde da necessidade mais básica (como beber água) até à mais complexa (como o abastecimento de água às populações). Contudo, devido ao aumento populacional, a gestão deste recurso deve ser a melhor possível de modo a conseguir satisfazer as necessidades de toda a população.

Um dos aspetos essenciais no dia-a-dia das pessoas e sem o qual o ser humano é incapaz de sobreviver sem, é o abastecimento e distribuição de água. Porém, para que todos tenham acesso à distribuição de água é importante que o seu processo seja o mais eficiente possível. Assim, torna-se necessário analisar a eficiência do abastecimento e distribuição de água e tentar reduzir ao máximo todas as ineficiências aqui encontradas.

Deste modo, o projeto de investigação centrou-se no estudo da eficiência em empresas do setor de abastecimento de água, procurando perceber qual a estrutura de mercado em que essas empresas estão inseridas, destacando-se os aspetos relacionados com as economias de escala e de gama.

Assim, com a investigação empírica realizada, procurou-se analisar a eficiência da distribuição e abastecimento de água em Portugal (sendo esta atividade do sistema em baixa), considerando uma função custo multiproduto na qual se inclui como produtos o abastecimento de água e as perdas de água no abastecimento. Considerou-se outras variáveis como os quilómetros das condutas (rede), o número de clientes e a área de cada empresa neste setor. Estas últimas variáveis não são diretamente relacionadas com o volume de água, mas têm implicações na eficiência do setor da água.

Para efetuar os cálculos necessários para verificar a eficiência da distribuição e abastecimento de água, teve-se em consideração escalas de produção (pequena, média e grande escala).

Como resultados do trabalho, verificou-se que ao longo dos anos os custos marginais, as economias de escala e de gama mantiveram o mesmo comportamento, e os custos médios, apesar de em cada ano terem tido valores próximos, não mantiveram uma evolução semelhante em todos os anos.

Neste sentido, concluiu-se que os médios produtores são os que apresentam a melhor eficiência, visto que em todos os resultados obtidos tiveram valores médios.

Assim, pode sugerir-se que as entidades gestoras de pequenas escala se agrupem de modo a conseguir aumentar a escala de produção. Um outro modo, é as entidades gestoras de grande escala ajudarem as de pequena escala a aumentar a escala de produção e consequentemente diminuíam a sua própria escala de produção.

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Neste sentido, verificou-se que as perdas de água (que devem ser minimizadas especialmente no aspeto ecológico devido à sua sustentabilidade) são, indubitavelmente, a principal causas da ineficiência do processo de abastecimento e distribuição de água, provocando assim um aumento dos custos aqui associados.

Palavras-chave:

• Água, Abastecimento e distribuição de água, Eficiência, Sustentabilidade, Perdas de Água.

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Abstract

These days, the water is present in almost all aspects in the daily life of the human being, from the most basic need (such as drinking water) to more complex (such as the water supply to the population). However, due to the population increase, the management of this resource should be the best possible in order to be able to meet the needs of the entire population.

One of the essential aspects in daily life of people and without which the human being is unable to survive without, is the supply and distribution of water. However, so that everyone has access to water distribution is important that your process is as efficient as possible. Thus, it becomes necessary to analyze the efficiency of supply and distribution of water and try to reduce to the maximum all the inefficiencies found here.

In this way, the research project focused on studying the efficiency in companies in the water supply sector, seeking to understand what the market structure in which these companies are included, with emphasis on aspects related to economies of scale and range.

So with the empirical research conducted, we tried to analyze the efficiency of distribution and water supply in Portugal (being this low system activity), whereas a multiproduct cost function which includes products like water supply and water supply losses. Other variables considered as the kilometres of pipelines (network), the number of customers and the area of each company in this sector. The latter variables are not directly related to the volume of water, but they have implications for the efficiency of the water sector.

To perform the necessary calculations to verify the efficiency of distribution and water supply, has been taken into consideration production scales (small, medium and large scale).

As results of the work, it was found that over the years the marginal costs, economies of scale and range stayed the same behavior, and the average costs, although each year had no values near maintained a similar evolution in every year.

In this sense, it is concluded that the medium-sized producers are the ones who have the best efficiency, whereas in all the results obtained had average values.

So, may suggest that the Fund managers of small scale group in order to achieve a larger scale of production. Another way, is the large-scale managers helping the small scale to increase the scale of production and consequently lessened its own scale of production.

In this sense, it was found that water losses (which should be minimized especially in ecological aspect due to its sustainability) are undoubtedly the main causes of the

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inefficiency of the process of supply and distribution of water, thus causing an increase in the costs associated with.

Key-words:

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial ix Índice Agradecimentos ... iii Resumo ... v Abstract ... vii Índice ... ix Lista de Figuras ... xi

Lista de Gráficos ... xiii

Lista de Quadros ... xv

Lista de Fórmulas ... xvii

Lista de Abreviaturas ... xix

Lista de Símbolos ... xix

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ... 1

1.1.Enquadramento ... 1

1.2.Objetivos ... 2

1.3.Metodologia da Investigação ... 2

1.4.Organização da dissertação ... 3

CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA ... 5

2.1. Setor da água como monopólio natural ... 5

2.1.1.Mas o que é um monopólio natural? ... 5

2.2.Setor da Água em Portugal ... 7

2.2.1.Setor da Água ... 7

2.2.2.Legislação ... 8

2.2.3.Entidades envolvidas no Setor da Água em Portugal ...11

2.2.4.Qualidade e Sustentabilidade no Abastecimento de Água ...19

2.3.Sustentabilidade ...21

2.4.Benchmarking ...23

2.4.1.Definição ...23

2.4.2.Tipos de Benchmarking ...23

2.4.3.Etapas de Benchmarking ...24

CAPÍTULO III – METODOLOGIA...27

CAPÍTULO IV – ANÁLISE DE EFICIÊNCIA DO SETOR DA ÁGUA ...29

4.1.Perdas de Água no Abastecimento ...29

4.1.1.Tipos de Perdas de Água ...30

4.2.Análise da eficiência do Abastecimento ...32

4.2.1.Função Custo ...32

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4.2.3.Tratamento dos dados recolhidos ...37

4.3.Comparação dos dados obtidos ...45

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES ...53

5.1.Conclusões e Contribuições do Trabalho ...53

5.2.Limitações do Trabalho ...55

5.3.Oportunidades de Trabalho Futuro ...55

Bibliografia ...57

ANEXOS ...63

Anexo A – Dados Recolhidos ...63

Anexo B – Estimação da função custo para o ano de 2008 ...75

Anexo C – Estimação da função custo para o ano de 2009 ...79

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Lista de Figuras

Figura 2. 1 - Legislação do Setor da Água ... 8

Figura 2. 2 - Prestação de Serviços da Água ...10

Figura 2. 3 - Organograma da ERSAR ...12

Figura 2. 4 - Organograma de Águas de Portugal ...13

Figura 2. 5 - Cadeia de Valor do Abastecimento de Água ...17

Figura 2. 6 - Cadeia de Valor do Saneamento de Águas Residuais em fase líquida ...18

Figura 2. 7 – Cadeia Valor do Saneamento de Águas Residuais em fase sólida ...18

Figura 2. 8 – Etapas de Benchmarking ...25

Figura 4. 1 – Vazamento de Água (Exemplos de Perdas Reais) ...30

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial xiii

Lista de Gráficos

Gráfico 1 – Evolução do Volume de Água Produzida e Perdida ...35

Gráfico 2 – Percentagem do Volume de Água Perdida face ao Volume de Água Produzida ...35

Gráfico 4 – Evolução dos Custos Totais na Distribuição de Água ...36

Gráfico 4 – Custos Médios por ano ...47

Gráfico 5 – Custos Marginais por ano ...48

Gráfico 6 – Economias de Escala por ano ...49

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial xv

Lista de Quadros

Quadro 1 – Objetivos da Lei da Água ... 9

Quadro 2 - Unidades de Negócio das Águas de Portugal ...14

Quadro 3 - Órgãos Funcionais das Águas de Portugal ...15

Quadro 4 – Tipos de Benchmarking ...24

Quadro 5 – Etapas de Benchmarking ...25

Quadro 6 – Diferenças dos Tipos de Perdas ...31

Quadro 7– Legenda das variáveis ...33

Quadro 8 –Estatísticas descritivas do ano 2007 ...38

Quadro 9 – Valores de β do ano 2007 ...39

Quadro 10 – Volumes de Produção e Custos para o ano de 2007...42

Quadro 11 – Custos e Economias de Escala e Gama do ano de 2007 ...42

Quadro 12 – Quadro Resumo dos Betas Estimados para 2008, 2009 e 2010 ...43

Quadro 13 – Quadro Resumo dos Volumes de Produção e Custos para 2008, 2009 e 2010 ...44

Quadro 14 – Quadro Resumo dos Custos e Economias de Escala e Gama para 2008, 2009 e 2010 ...45

Quadro 15 – Custos de Água Produzida, Custo de Água Perdida e Custo de Água Produzida e Perdida ...46

Quadro B. 1 – Estatísticas descritivas do ano de 2008 ...75

Quadro B. 2 – Valores de β do ano de 2008 ...76

Quadro B. 3 – Volumes de Produção e Custos para o ano de 2008 ...77

Quadro B. 4 – Custos e Economias de Escala e Gama do ano de 2008 ...78

Quadro C. 1 – Estatísticas descritivas do ano de 2009 ...79

Quadro C. 2 – Valores de β do ano de 2009 ...80

Quadro C. 3 – Volumes de Produção e Custos para o ano de 2009 ...81

Quadro C. 4 – Custos e Economias de Escala e Gama do ano de 2009 ...81

Quadro D. 1 – Estatísticas descritivas do ano de 2010 ...83

Quadro D. 2 – Valores de β do ano de 2010 ...84

Quadro D. 3 – Volumes de Produção e Custos para o ano de 2010 ...85

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial xvii

Lista de Fórmulas

(1) Função Custo relacionada com a Produção ...32

(2) Função Custo Linear ...37

(3) Função de Custo do bem no seu total ...37

(4) Função Custo do ano 2007 ...39

(5) Função de Custo do Volume de Água ...40

(6) Custos Marginais ...40

(7) Economias de Escala ...41

(8) Economias de Gama ...41

(9) Calculo dos Custos das Economias de Gama ...41

(10) Valor de Nível de Indústria ...41

(11) Função Custo do ano 2008 ...76

(12) Função Custo do ano 2009 ...80

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Lista de Abreviaturas

AdP – Águas de Portugal

APDA – Associação Portuguesa de Distribuidores de Água CMg – Custos Marginais

CMR – Custos Médios Radiais

ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos INE – Instituto Nacional de Estatística

PPA – Parceria Portuguesa para a Água SL – Economias de Escala

SP – Economias de Gama va – Volume de Água Produzida vp – Volume de Água Perdida

Lista de Símbolos

β – beta - delta

km – quilómetro m3 – metro cúbico

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 1

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

1.1. Enquadramento

Desde sempre, que a Humanidade precisa de água para o seu dia-a-dia. Com o passar do tempo a utilidade da água deixou de ser apenas para a sobrevivência do Homem e passou a ser incluída como parte das atividades que este possui no seu quotidiano, incluindo o abastecimento de água. Tal situação traduziu-se num aumento da procura cuja resposta passou por um forte investimento em infraestruturas que possibilitasse o aumento da oferta, sem preocupações de utilização racional, impactos no ambiente, sustentabilidade económico-financeira, entre outros (Corton & Berg, 2009).

Contudo, com o avanço da tecnologia e com o aumento da população, a água disponível foi-se tornando cada vez mais escassa, sendo que é necessário existir uma entidade que permita uma melhor qualidade e distribuição da água, como, no caso português, a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR, 2009). Esta é “a autoridade reguladora dos serviços de abastecimento público de água, saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos e a autoridade competente para a qualidade da água para consumo humano”.

Porém, há que ter em atenção que o setor da água é um monopólio natural, pelo que a concorrência tende a ser reduzida, dada a necessidade de elevados investimentos de capital, o que conduz à existência de barreiras à entrada de novas empresas no setor, fazendo com que a empresa incumbente tenha uma grande vantagem de custos (Marques & De Witte, 2011).

É, também, de notar que a importância da água como bem económico, ao longo do tempo, tem vindo a crescer. Antes era considerado como um bem quase público. Contudo hoje em dia existem lugares onde existe escassez de água (Marques & De Witte, 2011). Deste modo, é necessário combinar uma boa gestão na distribuição da água, com obtenção de lucro e, simultaneamente, coma sua sustentabilidade.

De facto, para uma empresa sobreviver precisa de ter lucro, mas é também necessário ter em consideração variáveis ambientais/ecológicos, sendo este um aspeto dado pelo princípio do «desenvolvimento sustentável», que mudou a forma como o lucro, os custos e os riscos são considerados, envolvendo também aspetos sociais e ambientais (Merad, Dechy, Serir, Grabisch, & Marcel, 2013).

Assim, a análise económica pressupõe a caracterização da utilização da água em termos de quantidades, preços e custos, devendo a política de preços reflectir todos os custos, incluindo os ambientais e de escassez (Ballance & Taylor, 2005).

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Deste modo, qualquer empresa deve ter em consideração o conceito de desenvolvimento sustentável que se refere a “um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (Relatorio_Brundtland, 2005). Contudo, nos últimos anos, o desenvolvimento sustentável tornou-se um grande desafio, sem mencionar que décadas de não desenvolvimento sustentável produziram não só poluição, mas também perturbação do clima e a perda de biodiversidade (Rougirel, 2013).

Neste contexto, também o setor da água deve estar intimamente ligado ao conceito de desenvolvimento sustentável e tentar providenciar um serviço cada vez mais eficiente. Deste modo, assiste-se a um consenso emergente que uma adequada gestão da água deverá orientar-se pelos princípios da eficiência económica, satisfazendo a procura numa ótica de sustentabilidade. Assim, a gestão da água deve reunir consenso entre a esfera económica, ambiental e social, o que não é fácil, dado que estas têm interesses diferentes e, por vezes, até mesmo contrários (Cashman, 2006) (Owen, 2006) (Vinnari, 2006) (Vinnari & Hukka, 2007).

1.2. Objetivos

Face ao enquadramento acima descrito, a presente dissertação tem como objetivo principal a avaliação da eficiência de sistemas de distribuição e abastecimento de água pelas entidades gestoras existentes em Portugal, procurando identificar possíveis estratégias de melhoria.

De um modo mais detalhado, pretende-se a:

• Análise do desempenho de empresas do setor de distribuição e abastecimento de água do país em anos diferentes, através de métodos econométricos;

• Apresentação de medidas de melhoria da eficiência no setor da água em Portugal.

1.3. Metodologia da Investigação

Para um bom trabalho, é sempre necessário planear uma boa metodologia a seguir.

Assim, no início da dissertação apresenta-se uma revisão da literatura sobre o tema em estudo, de forma a adquirir uma base teórica sólida que suporte o trabalho empírico desenvolvido. Neste sentido, foi feito um levantamento de informação sobre,

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 3

designadamente, o setor da água em Portugal (legislação, entidades envolvidas no setor), a sustentabilidade. Na etapa seguinte foi dada especial atenção a alguns estudos empíricos realizados sobre a temática em estudo.

Posteriormente, e de modo a conseguir-se analisar o setor da água em Portugal, torna-se necessário efetuar um estudo sobre as empresas que operam neste setor. Para tanto, foi necessário recolher dados das empresas que permitam a análise da eficiência destas empresas, os quais foram tratados e analisados através de métodos econométricos. De seguida, efetuou-se uma comparação dos resultados obtidos.

A última etapa de trabalho correspondeu à redacção da dissertação, onde foram salientados os principais resultados obtidos, fazendo uma discussão crítica dos mesmos e evidenciando as principais conclusões no que concerne à utilidade deste tipo de análise como ferramenta de apoio a uma correta tomada de decisão.

1.4. Organização da dissertação

Esta dissertação está organizada em cinco capítulos. O Capítulo I é constituído por um enquadramento relativamente ao tema mencionado, seguido do objetivo, que consiste no que é proposto atingir na realização deste trabalho, a metodologia adoptada, sendo ela constituída pela forma como se vai realizar o trabalho e por fim a estrutura onde são referidas as diferentes etapas seguidas no desenvolvimento do trabalho.

No que concerne ao Capítulo II, da revisão da literatura, são definidos os conceitos e toda a fundamentação teórica utilizada como suporte durante todo o estudo.

Relativamente ao Capítulo III, encontram-se descrito a metodologia utilizada, explicando as decisões que foram tomadas durante a parte empírica.

O Capítulo IV corresponde ao estudo empírico realizado, centrando-se na análise da eficiência de empresas de distribuição e abastecimento de água em Portugal e discutindo os principais resultados obtidos.

Por fim, o Capítulo V corresponde à parte final do trabalho, onde se encontra as conclusões do trabalho realizado, com base nos resultados obtidos e na análise efectuada. São, ainda, salientadas as limitações encontradas na realização do trabalho e sugestões de trabalho futuro com vista a uma extensão/melhoria do trabalho desenvolvido.

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CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Setor da água como monopólio natural

Quimicamente, a água refere-se a uma molécula constituída por dois átomos de hidrogénio que se ligam a um átomo de oxigénio, sendo que a sua fórmula química é H2O (Alves, 2008).

A água é um bem essencial para todas as formas de vida, tendo diversas funções. No que concerne ao meio ambiente, serve para irrigar a terra bem incluindo o desenvolvimento da fauna aquática. No caso do ser humano serve principalmente para este sobreviver, não só através da sua ingestão mas também para a produção de alimentos (Stefanelli, 2003) e (Explicatorium, 2007).

Este elemento pode ser utilizado em diversas atividades do Homem, como no uso agrícola, urbano, industrial e energético (Karavitis, 2008).

Contudo, há que ter em atenção que o setor da água tem uma concorrência reduzida, dada a necessidade de elevados investimentos de capital, o que conduz à existência de barreiras à entrada de novas empresas no setor, fazendo com que a empresa incumbente tenha uma grande vantagem de custos, tendo assim menos custos de produção e os custos aos clientes é também menor (Marques & De Witte, 2011).

2.1.1. Mas o que é um monopólio natural?

Primeiramente, torna-se necessário referir o que é um monopólio – “modelo económico de mercado, em que existe apenas um único produtor, não existindo, dessa forma, concorrentes ou rivais diretos e o produto oferecido no mercado não tem substituto próximo” (Ricci, 2006).

Relativamente ao monopólio natural, este acontece “quando os investimentos necessários para a produção de um serviço apresentam custos altos e relativamente fixos, fazendo com que os custos totais de longo prazo caiam à medida que a produção aumenta” (DiLorenzo, 2012).

Segundo Coelho (2006), um monopólio natural pode ser considerado quando para uma determinada quantidade de procura os custos de produção forem menores quando existe um monopólio do que quando existe um produtor. Este conceito enquadra-se na

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ideia de que os monopólios naturais referem-se a atividades com economias de escala ou custos médios decrescentes (Coelho, 2006).

Neste tipo de indústrias (como é o caso do setor de distribuição e abastecimento de água), os custos de produção seriam maiores se existisse mais que uma empresa a produzir o mesmo, sendo que o produto seria vendido a custo mais elevado além de causar inconveniências aos consumidores. No caso do setor da água, cada empresa teria que ter as suas próprias condutas instaladas, no que resultaria em mais do que uma rede de distribuição e abastecimento de água (DiLorenzo, 2012).

O setor da água é considerado um monopólio natural, uma vez que a competição entre várias empresas criaria um aumento significativo nos custos associados a esta atividade (Flexh, 2013; DiLorezo, 2012).

A competição entre as empresas faria com que cada uma delas instalasse a sua própria rede de distribuição de água ao cliente, aumentando assim a escolha por parte dos consumidores, além do próprio custo na compra do serviço (DiLorenzo, 2012).

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2.2. Setor da Água em Portugal

Neste ponto encontra-se a caracterização do setor da água em Portugal, além de mencionar a legislação aqui aplicada e as entidades envolvidas.

2.2.1. Setor da Água

O Setor da Água em Portugal, compreende a realização de dois serviços diferentes: os serviços de abastecimento de água para consumo humano e saneamento de águas residuais urbanas (ERSAR, 2009).

Segundo informação disponível no sítio da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), o setor de serviços de águas inclui atividades como:

• Abastecimento de água às populações urbanas e rurais;

• Atividades associadas (serviços, comércio e a pequena indústria inserida na malha urbana);

• Drenagem e tratamento das águas residuais urbanas (ERSAR).

Estes serviços são prestados por cerca de quinhentas entidades gestoras, sendo estas de titularidade estatal ou municipal.

Nos casos de titularidade estatal, e tendo em consideração a legislação, os modelos de gestão passíveis a utilizar são Gestão direta pelo Estado, Delegação pelo Estado em terceira entidade, Concessão pelo Estado em terceira entidade, como sucede com os sistemas multimunicipais concessionados (ERSAR).

Por outro lado, quando são de titularidade municipal, os modelos de gestão passíveis a serem utilizados são Gestão direta do serviço pelo município, como é o caso dos serviços municipais e dos serviços municipalizados, Delegação do serviço em empresa constituída em parceria com o Estado, Delegação do serviço pelo município em entidade integrada no respetivo setor empresarial, a que correspondem as empresas criadas pelos municípios, ou em freguesias ou associações de utilizadores, Concessão do serviço pelo município em empresa, como sucede com todos os sistemas municipais concessionados.

É importante referir que os serviços de distribuição de água em Portugal, são classificados em duas formas: em alta e em baixa, cuja diferenciação difere das atividades realizadas. Os serviços em alta referem-se aos sistemas multimunicipais e os serviços em baixa aos serviços municipais.

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Os serviços designados por sistemas em alta são encarregados pela captação, tratamento e venda de água aos serviços em baixa. Por sua vez, os serviços em baixa são responsáveis pela distribuição da água à população (ERSAR, 2009).

Atualmente em Portugal, os serviços em alta encontram-se mais desenvolvidos e renovados que os serviços em baixa, e é nestes serviços que se regista uma maior necessidade de investimento, sendo que o principal problema é o elevado nível de volume de perdas de água no que pode resultar em problemas com a água faturada e a sustentabilidade económica dos sistemas (ERSAR, 2009).

Quanto ao saneamento de águas residuais urbanas, este tem atividade que compreende a recolha, transporte e tratamento das águas residuais que têm origem urbana, além da sua descarga no meio hídrico. Esta atividade é essencial para garantir a qualidade das massas de água, sendo importante no condicionamento dos outros usos do domínio hídrico, nomeadamente a captação de água para consumo humano.

Também, no saneamento de águas residuais, existe a designação em alta e em baixa. Os serviços municipais são responsáveis pela atividade em baixa que recolhe e drena para os serviços multimunicipais, sendo estes responsáveis pela atividade em alta consistindo no tratamento de águas residuais e destino final (ERSAR, 2009).

2.2.2. Legislação

Um dos aspetos que deve ter-se em conta ao analisar o setor da água diz respeito à legislação aplicada.

Assim, de acordo com o Portal da Água, a legislação do setor da água encontra-se dividida em três áreas, como encontra-se pode verificar na Figura 2.1:

Figura 2. 1 - Legislação do Setor da Água

Fonte: (Portal_da_Água, 2010) Legislação do Setor da Água Administração Pública dos Recursos Hídricos Prestação de Serviços da Água Espaço Marítimo

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Apesar da legislação deste setor envolver as três áreas representadas na Figura 2.1, neste trabalho apenas se irá tratar da Administração Pública dos Recursos Hídricos e da Prestação de Serviços, uma vez que o Espaço Marítimo não se enquadra no tema do trabalho.

2.2.2.1. Administração Pública dos Recursos Hídricos

No que concerne à área da legislação do setor da água, esta desenvolve-se a partir da Diretiva Quadro da Água da União Europeia (Diretiva 2000/06/CE, de 23 de outubro), sendo transportada para o direito nacional pela Lei da Água (Lei nº 58/2005, de 29 de dezembro) e pelo Decreto-Lei nº 77/2006, de 30 de março (Portal_da_Água, 2010).

A Lei da Água “vai integrar, sistematizar, actualizar e harmonizar um conjunto de legislação vigente em Portugal desde há longa data, relativa aos recursos hídricos, nomeadamente a relativa à delimitação e gestão do Domínio Público Hídrico” (Portal_da_Água, 2010). Por outras palavras, todas as operações efetuadas no setor da água têm de estar de acordo com as normas da Lei da Água.

No Quadro 1 apresentam-se os objetivos decretados pela Assembleia da República no que concerne à Lei da Água.

Quadro 1 – Objetivos da Lei da Água

Objetivos da gestão das águas superficiais e águas subterrâneas

Objetivo 1

Evitar a degradação, proteger e melhorar o estdo dos ecossistemas aquáticos, além dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas que dependem diretamente dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas necessidades de água.

Objetivo 2 Promover a sustentabilidade de água, baseada numa proteção a longo

prazo dos recursos hídricos disponíveis.

Objetivo 3

Reforçar a proteção e melhorar o ambiente aquático, através de medidas específicas para a redução gradual e a cessaçã ou eliminação por fases de descargas, das emissões e perdas de substâncias prioritárias.

Objetivo 4 Assegurar a redução gradual da poluição das águas subterrâneas e evitar o

agravamento da sua poluição.

Objetivo 5 Amenizar os efeitos das inundações e das secas.

Objetivo 6

Assegurar o fornecimento em quantidade suficiente de água de origem superficial e subterrâneo de boa qualidade, conforme necessário para uma utilização sustentável, equilibrada e equitativa da água.

Objetivo 7 Proteger as águas marinhas, incluindo as territoriais.

Objetivo 8

Assegurar o cumprimento dos obejtivos dos acordos internacionais pertinentes, incluindo os que se destinam à prevenção e eliminação da poluição no ambiente marinho.

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Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 10

O Quadro 1 possui os objetivos decretados pela Assembleia da República, em que de um modo geral fala sobre a sustentabilidade da água, a proteção do ambiente aquático (incluindo a eliminação da poluição neste ambiente) e o fornecimento da água com qualidade aos consumidores.

2.2.2.2. Prestação de Serviços de Água

A Prestação de Serviços de Água encontra-se subdividida em quatro serviços, estando estes representados na Figura 2.2:

Figura 2. 2 - Prestação de Serviços da Água

Fonte: (Portal_da_Água, 2010)

Os Serviços de Águas são definidos, com base na Lei da Água (Lei nº58/2005), como sendo todos os serviços efetuados a casas de habitação, entidades públicas ou qualquer atividade económica, sendo que deve ser aplicado através de (Portal_da_Água, 2010):

• Represamento, captação, armazenamento, tratamento, elevação, adução e distribuição de águas superficiais ou subterrâneas;

• Recolha, tratamento e rejeição de águas residuais.

Os serviços de água para fins urbanos estão organizados como serviços em alta e em baixa.

Os serviços em alta, são assegurados por entidades empresariais de direito privado, enquanto que os serviços em baixa pelas autarquias locais, contudo as autarquias podem recorrer à criação de entidades empresariais com ou sem parcerias públicas/públicas e públicas/privadas.

Os restantes serviços (Rega, Industriais e Múltiplos) ocorrem quando diversos utilizadores se associam com o intuito de “partilhar uma origem comum da água ou a

Prestação de Serviços da Água

Serviços de Água para fins Urbanos

Serviços de Água para fins de Rega

Serviços de Águas para fins Industriais

Serviços de Água para fins Múltiplos

(33)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 11

criação de entidades empresariais com o objectivo de assegurar a distribuição de água entre múltiplos utilizadores a partir de uma origem comum” (Portal_da_Água, 2010).

2.2.3. Entidades envolvidas no Setor da Água em Portugal

No que se refere às entidades envolvidas no setor da água, pode dizer-se que existem diversas entidades que atuam nesta área. Uma das entidades preocupa-se com a regulação do setor (ERSAR) e outras são responsáveis pelo abastecimento de água.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística (2010), cerca de três quartos das entidades gestoras de serviços urbanos de abastecimento de água e/ou drenagem e tratamento de águas residuais referem-se a municípios, sendo os restantes serviços municipalizados, empresas municipais, empresas públicas ou de capitais públicos e empresas privadas.

Estas entidades gestoras de sistemas de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais urbanas que são controladas, na sua maioria, pela Águas de Portugal (ERSAR, 2009).

2.2.3.1. ERSAR - Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos

A Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) é a entidade de supervisão e regulação do setor da água em Portugal. As suas principais atribuições relacionam-se com as “atividades de abastecimento público de águas às populações, de saneamento de águas residuais urbanas e de gestão de resíduos sólidos urbanos”.

Estas atividades “constituem serviços públicos de carácter estrutural essenciais ao bem-estar geral, à saúde pública e à segurança coletiva das populações, às atividades económicas e à proteção do ambiente” (ERSAR).

Os serviços prestados pela ERSAR baseiam-se nos princípios da universalidade no acesso, de continuidade e qualidade de serviço, e de eficiência e equidade dos preços. Deste modo, os seus principais objetivos são (ERSAR):

• Assegurar uma correta proteção dos utilizadores dos serviços de águas e resíduos, evitando possíveis abusos decorrentes dos direitos de exclusivo:

o no que se refere à garantia e ao controlo da qualidade dos serviços públicos prestados e,

o no que respeita à supervisão e ao controlo dos preços praticados, que se revela essencial por se estar perante situações de monopólio natural ou legal.

(34)

Dissertação de Mestrado em Engenharia

• Assegurar as condições de igualdade e transparência no acesso e no exercício da atividade de serviços de águas e resíduos e nas respetivas relações contratuais, bem como consolidar um efetivo direito público à informação geral sobre o setor e sobre ca

A Entidade Reguladora dos

organizacional e funcional que tem uma estrutura organizativa que atividades:

• Órgãos Estatuários

Consultivo e Fiscal Único (sendo estes dois últimos órgãos previstos na legislação);

• Áreas Operativas

Financeira, Departamento de Engenharia Engenharia - Res

Qualidade da água;

• Áreas de Apoio

Projetos, Departamento de Tecnologias de Informação, Departamento Administrativo e Financeiro e Secretariado.

A Figura 2.3, apresenta o organograma da ERSAR.

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial

Assegurar as condições de igualdade e transparência no acesso e no exercício da atividade de serviços de águas e resíduos e nas respetivas relações contratuais, bem como consolidar um efetivo direito público à informação geral sobre o setor e sobre cada uma das entidades gestoras.

eguladora dos Serviços de Águas e Resíduos organizacional e funcional que tem uma estrutura organizativa que

Órgãos Estatuários, que engloba Conselho Diretivo (a direç

Consultivo e Fiscal Único (sendo estes dois últimos órgãos previstos na

Áreas Operativas (verticais), que inclui Departamento de análise Económica e Financeira, Departamento de Engenharia - Águas, Departamento de Resíduos, Departamento de Análise Jurídica e Departamento da Qualidade da água;

Áreas de Apoio (horizontais), que engloba Departamento de Estudos e Projetos, Departamento de Tecnologias de Informação, Departamento Administrativo e Financeiro e Secretariado.

presenta o organograma da ERSAR.

Figura 2. 3 - Organograma da ERSAR

Fonte: (ERSAR)

12

Assegurar as condições de igualdade e transparência no acesso e no exercício da atividade de serviços de águas e resíduos e nas respetivas relações contratuais, bem como consolidar um efetivo direito público à

da uma das entidades gestoras.

possui um modelo organizacional e funcional que tem uma estrutura organizativa que assenta em três

, que engloba Conselho Diretivo (a direção), Conselho Consultivo e Fiscal Único (sendo estes dois últimos órgãos previstos na

(verticais), que inclui Departamento de análise Económica e Águas, Departamento de íduos, Departamento de Análise Jurídica e Departamento da

(horizontais), que engloba Departamento de Estudos e Projetos, Departamento de Tecnologias de Informação, Departamento

(35)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 13

2.2.3.2. Águas de Portugal

A Águas de Portugal refere-se à entidade que tem como “prioridade o desenvolvimento dos sistemas multimunicipais de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, no sentido de ultrapassar a fragmentação que caracterizava aqueles setores, condição necessária para a evolução pretendida” (AdP).

Esta entidade tem como missão a resolver problemas nacionais no que concerne ao abastecimento de água, saneamente de águas residuais, além do tratamento e valorização de resíduos, numa óptica de sustentabilidade económica, financeira, técnica, social e ambiental.

A Águas de Portugal tem como objetivo a proteção e valorização do ambiente natural e humano, nas atividades de captação, tratamento e a distribuição de água para consumo público, além de observar os mais elevados padrões de qualidade. O objetivo da Águas de Portugal, tem também a proteção e valorização do ambiente natural e humano no que concerne à recolha, tratamento e rejeição de água residuais urbanas e industriais, incluindo a sua reciclagem e reutilização em condições ambientalmente seguras e o tratamente e valorização de resíduos sólidos (AdP).

A entidade Águas de Portugal possui a estrutura organizacional que se mostra na Figura 2.4.

Figura 2. 4 - Organograma de Águas de Portugal

Fonte: (AdP) Conselho de Administração UN Água-Produção e Depuração

UN EPAL Distribuição e UN

Água-Recolha

UN Internacioanl UN Resíduos UN Outros

Negócios UN Serviços Partilhados Finanças Corporativas Desenvolvimento Empresarial e Regulação Recursos Humanos Corporativos Auditoria Interna e Controlo de Risco Comunicação e

Imagem DesenvolvimentoInvestigação e

Sustentabilidade e Responsabilidade

Social

Secretário da Sociedade

(36)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 14

No Quadro 2 encontra-se uma breve explicação das unidades de negócio da Águas de Portugal, para que se possa perceber melhor como a Águas de Portugal consegue controlar todas as entidades gestoras que distribuem e abastecem a água aos consumidores.

Quadro 2 - Unidades de Negócio das Águas de Portugal

UN Água-Produção e Depuração

Agrega as empresas operadoras no mercado nacional com atividade grossista no domínio do abastecimento de água e do saneamento de águas residuais.

UN EPAL

Engloba a atividade grossista e a de distribuição, sendo responsável pelo abastecimento de água em alta, direta ou indiretamente, a 33 municípios na margem norte do rio Tejo, e pelo abastecimento domiciliário no concelho de Lisboa.

UN Água-Distribuição e Recolha

Agrega as empresas operadoras no mercado nacional com atividade essencialmente retalhista no setor do abastecimento de água e do saneamento de águas residuais.

UN Internacional Agrega as empresas com atividade sedeada fora de Portugal.

UN Resíduos Agrega as empresas operadoras no mercado nacional com atividade no domínio do tratamento e valorização de resíduos.

UN Outros Negócios

Engloba o desenvolvimento de atividades no âmbito da gestão

ambiental, designadamente na produção e aproveitamento das diversas formas de energia renovável, no estabelecimento de sistemas de recolha, transporte, tratamento ou valorização de lamas e sua aplicação ou destino final, e no desenvolvimento de processos ou instalações para a melhoria da eficiência energética.

UN Serviços Partilhados

Agrega as empresas que prestam serviços a todas as outras empresas e Unidades de Negócio do Grupo AdP, sendo constituída por oito áreas de suporte: i) Compras e Apoio Geral; ii) Sistemas de Informação; iii) Recursos Humanos; iv) Serviços Financeiros; v) Marketing e

Comunicação; vi) Serviços Jurídicos; vii) Planeamento e Operações; viii) Engenharia.

A gestão da UN de Resíduos, UN Internacional e UN de Serviços Partilhados é assegurada, respetivamente, pelas empresas Empresa Geral do Fomento, S.A. (EGF), AdP - Águas de Portugal Internacional - Serviços Ambientais, S.A. e AdP - Águas de Portugal Serviços

Ambientais, S.A.

(37)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 15

No Quadro 2 é possível verificar as unidades de negócio da Águas de Portugal, e para tal cada unidade de negócio tem a sua função, sendo que a unidade de negócio relevante para o presente trabalho é a UN Água-Distribuição e Recolha, que é responsável pelas entidades gestoras de distribuição e abastecimento de água em Portugal.

De seguida apresenta-se uma breve explicação dos órgãos funcionais da Águas de Portugal (Quadro 3).

Quadro 3 - Órgãos Funcionais das Águas de Portugal

Finanças Corporativas

Responsável por definir e coordenar a política financeira do grupo. Garante a gestão contabilística e fiscal do grupo, nomeadamente harmonizando critérios, procedimentos e práticas de acordo com as normas nacionais.

Desenvolvimento Empresarial e

Regulação

Responsável pelo planeamento, controlo de gestão, relação com stakeholders e regulação, tendo como missão apoiar a formulação da estratégia para o grupo e para as diferentes unidades de negócio e a análise do desempenho do grupo, unidades de negócio e empresas, com base em indicadores e informação de gestão. É ainda responsável pela prossecução de uma base de relacionamento adequada com os principais stakeholders nomeadamente no que respeita ao cumprimento dos deveres de informação e o acompanhamento da atividade regulatória com predominância nas matérias concernentes ao custo do capital, fixação de tarifas e interações com a entidade reguladora (ERSAR).

Recursos Humanos Corporativos

Responsável pela definição das políticas e estratégia de recursos humanos do grupo, bem como pela gestão dos seus recursos.

Auditoria Interna e Controlo de Risco

Tem por missão a identificação dos riscos inerentes aos negócios do grupo, a realização de auditorias internas às empresas participadas em posição maioritária, a caracterização dos elementos-chave de controlo necessários para minimizar ou eliminar o seu impacte e a realização de testes de conformidade para avaliar os resultados.

Comunicação e Imagem

Responsável pela definição da estratégia e da política de comunicação e imagem do grupo e presta assessoria direta ao Conselho de Administração nestas matérias.

Investigação e Desenvolvimento

Tem por missão apoiar a inovação em áreas de conhecimento relevantes para o grupo, desenvolver e coordenar e promover projetos de investigação e desenvolvimento com entidades externas nacionais e

(38)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 16 internacionais.

Sustentabilidade e Responsabilidade

Social

Tem por missão planear, coordenar e executar a política de sustentabilidade e o programa de responsabilidade social do Grupo AdP, dando expressão organizada à visão, estratégia e compromisso dos princípios do desenvolvimento sustentável que o grupo venha a fixar.

Secretário da Sociedade

As responsabilidades do Secretário da Sociedade resultam do Artº.446-B do Código das Sociedades Comerciais, competindo-lhe, nomeadamente, o apoio às reuniões dos órgãos sociais, certificação dos documentos da Sociedade, autenticação das assinaturas dos membros do Conselho de Administração, emissão de extratos de atas, seguimento das deliberações do Conselho de Administração e a conformidade dos livros oficiais da Sociedade.

Fonte: (AdP)

2.2.3.2.1. Áreas de Negócio

A Águas de Portugal atua em três áreas de negócio, designadamente Água, Resíduos e Energias e Outros Negócios (AdP).

Uma vez que o presente trabalho se refere à distribuição e abastecimento de água, apenas se descreve a área de negócio “Água”.

Água

Nesta área de negócio, as principais atividades são o abastecimento de água e saneamento de águas residuais, a Águas de Portugal efectua todo o processo do ciclo urbano da água.

Assim, nesta área estão incluídos os processos como captação, tratamento e distribuição de água para o público além de recolher, tratar e rejeitar as águas residuais, urbanas e industriais, incluindo também a sua reciclagem e reutilização (AdP).

Cadeia de Valor – Abastecimento de Água

Uma vez que o abastecimento de água é uma das atividades da área de negócio da Água, torna-se importante referir a cadeia de valor.

(39)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 17

Figura 2. 5 - Cadeia de Valor do Abastecimento de Água

Fonte: (AdP) e (ERSAR, 2012)

De acordo com a ERSAR (2012), as diferentes fases da cadeia podem ser assim descritas:

• Captação – Recolhe a água no seu meio hídrico, quer seja superficial ou subterrâneo;

• Elevação – Faz circular a água sobre pressão de modo a vencer a barreira orográgica;

• Tratamento – Corrige as características físicas, químicas e bacteriológicas da água para ser possível consumi-la;

• Adução – Transporte da água desde que é captada e tratada (produção) até às zonas de consumo;

• Armazenamento – Armazenar a água de modo a assegurar o abastecimento;

• Distribuição – Distribui a água aos utilizadores em quantidades e pressão adequadas às suas necessidades.

Cadeia de Valor – Saneamento de Águas Residuais Urbanas

A outra atividade desta área de negócio refere-se ao Saneamento de Águas Residuais.

A Figura 2.6. mostra a cadeia de valor desta atividade em fase líquida:

Captação Elevação Tratamento

Adução Armazenamento

(40)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 18

Figura 2. 6 - Cadeia de Valor do Saneamento de Águas Residuais em fase líquida

Fonte: (AdP) e (ERSAR, 2012)

De seguida, a Figura 2.7 mostra a cadeia de valor desta atividade em fase sólida:

Figura 2. 7 – Cadeia Valor do Saneamento de Águas Residuais em fase sólida

Fonte: (AdP) e (ERSAR, 2012)

De acordo com a ERSAR (2012) as diferentes fases da cadeia podem ser assim descritas:

• Recolha – Recolhe as águas residuais produzidas;

• Elevação – Eleva as águas residuais para vencer as barreiras orográficas ou assegurar o transporte em regime gravítico

• Transporte – Transporta as águas residuais deste a recolha até às unidade de tratamento das águas residuais;

• Tratamento – Corrige as caraterísticas físicas, químicas e biológicas tendo em consideração o meio receptor;

• Processamento de Lamas – Processa as lamas (fase sólida) geradas no tratamento das águas residuais em função do destino final;

• Destino Final – Encaminha as lamas, gradados, gorduras e areias para o aterro sanitário e/ou valorização agrícola, energética ou outras;

• Rejeição – Descarga no meio receptor das águas residuais tratadas

Drenagem Retenção Elevação

Tratamento Reutilização Rejeição

Drenagem Retenção Elevação

Tratamento Processamento

de Lamas Destino Final

(41)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 19

• Reutilização – Utiliza as águas residuais tratadas (fase líquida) para usos compatíveis com a sua qualidade.

2.2.3.3. Parceria Portuguesa para a Água (PPA)

A Parceria Portuguesa para a Água “constitui uma rede de entidades que visa desenvolver sinergias e maximizar potencialidades para o desenvolvimento do sector da água no mundo, promovendo a construção e consolidação de alianças e parcerias entre as instituições nacionais e todas as nações empenhadas no uso sustentável da água e na valorização dos recursos hídricos” (PPA, 2009).

A PPA tem como missão a promoção de uma ligação efetiva entre pessoas, instituições e empresas de modo a projetar no mundo o conhecimento e as capacidades portuguesas no sector da água e para catalisar oportunidades nos mercados internacionais e na área da cooperação (PPA, 2009).

Esta entidade tem como objetivos (PPA, 2009):

Promover a partilha de conhecimento e de experiência entre as empresas portuguesas interessadas na internacionalização;

Identificar e apoiar novas oportunidades para o desenvolvimento de projectos e iniciativas nos mercados globais;

Promover o diálogo entre parceiros e instituições internacionais e estabelecer parcerias polivalentes;

Promover a inovação no sector da água, facilitando a articulação entre empresas e centros de investigação;

Dinamizar a constituição de um fórum de reflexão virado para os desafios do futuro.

Esta entidade do setor da água encontra-se mais envolvida com o desenvolvimento do setor da água não só em Portugal, mas também noutros países.

2.2.4. Qualidade e Sustentabilidade no Abastecimento de Água

Uma vez que a Lei da Água faz referência à sustentabilidade da água, é importante fazer um pequeno estudo sobre a sustentabilidade deste setor em Portugal.

A água é sem dúvida um dos bens mais preciosos para o ser humano, sendo que o seu abastecimento e saneamento são exigências básicas e essenciais na sociedade (Magalhães & Bessa, 2012).

(42)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 20

Em Portugal, o setor da água efetua serviços de abastecimento público de água às populações, de saneamento das águas residuais urbanas e de gestão dos resíduos urbanos, tendo assim uma importância fundamental na sociedade portuguesa (ERSAR, 2010).

Contudo, a água é um recurso natural, e como tal é fundamental assegurar a provisão do seu abastecimento e saneamento de modo a que a sua provisão seja sustentável do ponto de vista ambiental, económico e social (Magalhães & Bessa, 2012).

Para garantir que o abastecimento de água contemple toda a população, existem vários sistemas designados para esse fim, que incluem municípios, as associações de municípios, as empresas municipais e intermunicipais, as empresas públicas (nomeadamenteas concessionárias), as empresas privadas concessionárias e as empresas privadas prestadoras de serviços de gestão. Mas, no sistema português existe partes demasiado grandes, com aumento de capacidade desnecessária no que implica um aumento inútil dos custos de construção e de exploração dos sistemas (ERSAR, 2010; Magalhães & Bessa, 2012).

Contudo, existe exactamente o oposto, faltas de renovação, reparação e manutenção das redes que já existem, o que pode originar vazamentos, fissuras ou roturas nas redes de distribuição causando assim perdas de água, mas também regiões podem ficar sem acesso à água (Magalhães & Bessa, 2012).

Em suma, é imprescindível investir na renovação nas condutas (rede de abastecimento) e equipamentos, para que não se pode ignorar o serviço mínimo adequado à manutenção e renovação das redes e equipamentos que se vão deteriorando (Magalhães & Bessa, 2012).

(43)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 21

2.3. Sustentabilidade

O conceito de desenvolvimento sustentável surgiu com o nome de ecodesenvolvimento no início da década de 70, num contexto de controvérsia sobre as relações entre o crescimento económico e meio ambiente. Assim, este conceito surge como sendo uma proposição conciliadora, onde se reconhece que o progresso técnico efetivamente relativiza os limites ambientais, mas não os elimina e que o crescimento económico é condição necessária, mas não suficiente para a eliminação da pobreza e disparidades sociais (Romeiro, 2001).

O reconhecimento da existência dos limites ambientais à expansão do subsistema económico implica a necessidade de estabilizar a produção material/energética a um nível sustentável (Romeiro, 1999).

Segundo a legislação da União Europeia, o Desenvolvimento Sustentável corresponde a “ um desenvolvimento que responde às necessidades do presente sem pôr em risco a satisfação das necessidades das gerações vindouras” (UE, 2005).

De acordo com o Relatório Brundtland, o Desenvolvimento Sustentável “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades”, em que deve ter em consideração dois conceitos-chave (United_Nations_World_Comission, 1987):

• O conceito de «necessidades», especialmente as necessidades dos pobres a quem deve ser dada prioridade, e;

• A ideia de limites impostos pelo estado da tecnologia e da organização social no que concerne à capacidade do ambiente para atender as necessidades presentes e futuras.

De uma forma mais simples, o Desenvolvimento Sustentável determina que apenas se deve utilizar o que é necessário, para que as gerações futuras ainda tenham meios para sobreviver.

Assim, Portugal tendo em consideração o conceito de desenvolvimento sustentável, constituiu a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável. Este tem como objetivo o período de 2005 a 2015 e refere-se a um conjunto coordenado de políticas interventivas que, tendo em consideração a situação atual do país, com as suas fragilidades e potencialidades, permitam num horizonte de 12 anos assegurar um crescimento económico célere e vigoroso, uma maior coesão social, e um elevado e crescente nível de protecção e valorização do ambiente, designado por ENDS 2005-2015 (Portal_do_Ambiente_e_do_Cidadão, 2005).

(44)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 22

A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável supõe um programa que aposte na qualificação dos portugueses e no aproveitamento do potencial científico, tecnológico e cultural como suportes de competitividade e coesão; na internacionalização e na preparação das empresas para a competição global; na sustentabilidade dos sistemas de proteção social; na gestão eficiente dos recursos e na proteção e valorização do ambiente, com a adoção de soluções energéticas mais eficientes e menos poluentes; na conetividade do país e na valorização equilibrada do território (Assembleia_da_República, 2007).

Neste sentido, através da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, Portugal num perído de 12 anos vai tentar utilizar os recursos naturais existentes no país de um modo sustentável, além de propor às empresas que façam o mesmo, optando também por soluções mais energéticas de modo a preservar o meio ambiente.

(45)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 23

2.4. Benchmarking

Qualquer empresa pretende ser a melhor no seu ramo de atividade. Para isso, as empresas necessita de estar continuamente a melhorar os seus processos.

Um modo de melhorar a eficiência pode ser através da ferramenta de

Benchmarking. Assim, nesta secção apresenta-se este conceito, descrevem-se os seus

principais tipos e explica-se, sucintamente, como pode ser implementado um processo de

benchmarking.

2.4.1. Definição

Benchmarking é uma ferramenta em que os processos/atividades e os resultados

de uma organização são comparados, selecionados e avaliados em relação às melhores práticas (Sardinha, Reijinders, & Antunes, 2011). De um modo simplificado, o

benchmarking tem como objetivo determinar o potencial de melhoria além de elaborar e

implementar medidas para melhorar o desempenho da empresa (Bertzbach, Franz, & Mõller, 2012).

Deste modo, um processo de benchmarking visa comparar o desempenho das empresas entre si e identificar quaisquer fontes de ineficiência (Haney & Pollitt, 2011).

2.4.2. Tipos de Benchmarking

Existe vários tipos de Benchmarking, sendo que cada empresa poderia usar todos os tipos existentes, como Benchmarking interno, externo, não competitivo, competitivo, de desempenho, de práticas. (Brandão, Dolores, Corrêa, Corrêa, & Gianese, 1997). O Quadro 4 tem uma breve descrição de cada um destes tipos de Benchmarking.

(46)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 24

Quadro 4 – Tipos de Benchmarking

Tipo de Benchmarking Descrição

Interno compara os processos ou partes dos processos dentro da mesma organização.

Externo compara os processos entre diferentes

empresas/organizações.

Não Competitivo benchmarking contra organizações externas que não concorrem diretamente nos mesmos mercados.

Competitivo compara com outras organizações nos mesmos mercados ou mercados semelhantes.

De Desempenho comparação entre níveis de desempenho atingidos em diferentes processos

De Práticas

comparação entre práticas de processos de uma organização, ou modo de efetuar os processos, com aquelas práticas de outros processos.

Fonte: (Brandão, Dolores, Corrêa, Corrêa, & Gianese, 1997)

No presente trabalho, para verificar a eficiência no setor da água, comparar-se-á as diferentes entidades gestoras que atuam na distribuição e abastecimento de água, sendo que será utilizado o Benchmarking Externo.

2.4.3. Etapas de Benchmarking

De modo a conseguir resultados fiáveis através da aplicação da ferramenta

Benchmarking é essencial saber quais são as suas etapas.

(47)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 25

Figura 2. 8 – Etapas de Benchmarking

Fonte: (IAPMEI)

A Figura 2.8 apresenta as etapas que se deve utilizar ao aplicar o Benchmarking, sendo que após a sua conclusão deve voltar-se ao início, uma vez que se trata de uma ferramenta de melhoria de algum processo, e há sempre algo que se possa fazer para melhorar. No Quadro 5, encontra-se uma breve descrição de cada uma cinco destas etapas:

Quadro 5 – Etapas de Benchmarking

Etapa Descrição

Planeamento

Identificar as áreas, processos ou atividades a melhorar Definir critérios e indicadores para medir as atividades Identificar organizações participantes ou parceiras

Recolha de Dados

Recolha de informações sobre as organizações participantes através de fontes secundárias – jornais, revistas, pesquisas, banco de dados, Internet

Recolha de dados nas organizações participantes

Análises e Comparações

Comparar as atividades utilizando os parâmetros definidos no planeamento

Comparar o desempenho das atividades com as outras organizações e identificar as áreas que deveriam ser melhoradas

Elaboração e Implementação de um Plano de Mudanças

Elaborar um plano para a implementação das mudanças nos processos prioritários

Avaliar Melhorias Analisar os resultados e verificar se os objetivos foram

atingidos Fonte: (IAPMEI) Planeamento Recolha de dados Análises e Comparações Elaboração e Implementação de um Plano de Mudanças Avaliar melhorias

(48)
(49)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 27

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

Após um estudo sobre a Revisão da Literatura sobre os temas que servem de base para o Capítulo IV, fez-se, já na parte prática do trabalho, um pequeno estudo sobre as perdas de água no abastecimento de água, uma vez que se trata de uma parte fundamental do estudo.

Neste ponto distingui-se perdas de água reais e perdas de água aparentes, sendo que as primeiras referem-se a perdas físicas de água que não chega ao consumidor e as últimas referem-se a perdas que ao contrário das perdas reais não são perdas físicas, sendo que a água chega ao consumidor mas não é contabilizada devido a erros nos hidrómetros ou fraudes.

Esta distinção é importante, visto que para a realização do trabalho teve-se em consideração as perdas de água reais.

De seguida, começou-se o estudo prático, começando por definir uma função custo que conseguisse atingir o objetivo do trabalho. Esta função foi baseada no trabalho de Martins (2007) e Coelho (2006), tratando de uma função multiproduto, envolvendo assim dois produtos – água produzida e água perdida. Para esta função, além de ter como variáveis estes dois produtos, também tem variáveis que não se encontram diretamente ligadas à água em si, nomeadamente os quilómetros das condutas (Rede) de cada entidade gestora, bem como o número de clientes e a área em que cada entidade atua.

De modo a utilizar a função custo, procedeu-se à recolha dos dados necessários, na ERSAR e APDA, conseguindo assim os mesmos dados referentes a quatro anos (de 2007 a 2010) para 23 entidades gestoras.

De seguida, recorreu-se ao programa Excel para analisar estatisticamente os dados recolhidos, nomeadamente a média, variância, desvio-padrão, mínimos e máximos. De um modo geral, a média corresponde a uma medida central, sendo o somatório dos dados dividida pelo seu número, já a variância e o desvio-padrão são medidas de dispersão (Fernandes, 1999). A variância corresponde à média dos quadrados dos desvios dos dados em relação à média e o desvio-padrão é a raiz quadrada da variância (Fernandes, 1999).

Analisou-se a média para que obtivesse a média dos dados, sendo este um valor necessário para a função e a variância e o desvio-padrão para que se pudesse verificar se existe variabilidade nos dados recolhidos) e obter os valores de β (beta) para substituir na função.

(50)

Dissertação de Mestrado em Engenharia Industrial 28

Uma vez que o programa Excel não efetua regressões não lineares, sentiu-se a necessidade de converter esta função custo numa função linear para assim conseguir realizar a regressão e obter os valores de beta.

Após esta etapa, dividiu-se os dados de volume de água em três níveis de produção (pequena, média e grande escala) de modo a ter uma ideia dos custos associados a cada um destes níveis e as diferenças entre as quantidades de água aqui envolvidas. Desta forma, é possível verificar qual a quantidade/volume de água (pequena, média ou grande escala de produção) é mais eficiente.

Seguidamente, utilizando os níveis de produção previamente definidos, efetuou-se o estudo para analisar a eficiência da distribuição e abastecimento de água, considerando, ao mesmo tempo, o volume de água produzida e o volume de água perdida, de modo a verificar os custos associados quando os volumes de água envolvidos são tidos em conta. Nesta etapa, efetuou-se os cálculos do custo médio (de modo a verificar o custo médio por volume de água), custo marginal (para verificar qual é o custo de acrescentar mais uma unidade de água ao processo), economias de escala (de modo a verificar se aumentar a produção os custos se mantêm)e economias de gama (de modo a verificar se existe mais vantagens económicas em conciliar ambos os produtos em simultâneo ou em separado).

Por fim, elaborou-se uma comparação dos resultados obtidos, de forma a verificar a evolução da distribuição e abastecimento de água desde o ano de 2007 até o ano de 2010.

Imagem

Figura 2. 1 - Legislação do Setor da Água  Fonte: (Portal_da_Água, 2010) Legislação do Setor da Água Administração Pública dos  Recursos HídricosPrestação de Serviços da ÁguaEspaço Marítimo
Figura 2. 2 - Prestação de Serviços da Água  Fonte: (Portal_da_Água, 2010)
Figura 2. 3 - Organograma da ERSAR  Fonte: (ERSAR)
Figura 2. 4 - Organograma de Águas de Portugal  Fonte: (AdP) Conselho de  AdministraçãoUN Água-Produção e DepuraçãoUN EPALUN Água-Distribuição e Recolha
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