• Nenhum resultado encontrado

Análise do dimensionamento das calhas utilizadas para drenagem das águas pluviais no centro pedagógico Paulo Freire

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Análise do dimensionamento das calhas utilizadas para drenagem das águas pluviais no centro pedagógico Paulo Freire"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

Análise do dimensionamento das calhas utilizadas para

drenagem das águas pluviais no centro pedagógico Paulo

Freire

Title: Analysis of the dimensioning of the gutters used for

drainage of rainwater in the pedagogical center Paulo Freire

Pedro Licerio Rodrigues Viegas¹, pedroliceriorv@hotmail.com Victor Lindoso da Nóbrega²

Daniel de Lima Nascimento Sírio³ Universidade Federal do Maranhão, São Luís

Submetido em 16/10/2017 Revisado em 17/10/2017 Aprovado em 30/11/2017

Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma análise do dimensionamento do sistema de drenagem pluvial no centro pedagógico do Paulo Freire, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), localizada no Campus Cidade Universitária e propor possíveis soluções para os problemas encontrados. No trabalho proposto, identificaram-se os possíveis problemas que a unidade predial do Paulo Freire experimenta todos os anos nos períodos de chuva. Nesse intuito, foram coletados e analisados dados para o fomento da aplicação da equação de chuva para o cálculo de sua intensidade em São Luís como períodos de retorno de 5 e 10 anos e precipitações com duração de 5 e 30 minutos para a região, propondo dimensionar as calhas e aplicar o método Chuva-Vazão, conhecido como Método Racional. Dessa maneira, tentaram-se identificar se o dimensionamento das calhas estão de acordo com a norma regulamentadora NBR10844 ou se existem outros problemas associados ao pleno funcionamento da estrutura de drenagem do edifício. A principal motivação para a realização desse trabalho é a ocorrência de contínuos alagamentos e infiltrações nas áreas internas do prédio, em seus três pavimentos. Os resultados mostram que o dimensionamento do sistema de drenagem pluvial da cobertura do prédio do Paulo Freire apresenta satisfatoriedade em escoar as águas pluviais. Então, indicam-se outros possíveis fatores que influenciam os problemas de infiltração e alagamento das áreas comuns da edificação, como falta de manutenção predial, trincas e fendas na cobertura, erros de execução do projeto, ou ainda arquitetônicos do ponto de vista climático local.

Palavras chave: Vazão, Drenagem, Pluvial, Dimensionamento.

_____________

¹ http://lattes.cnpq.br/4722641327719386

(2)

Abstract: The objective of this work is to analyze the design of the pluvial drainage system at Paulo Freire’s pedagogical center at the Federal University of Maranhão (UFMA) located at Campus Cidade Universitária and propose possible solutions to the problems encountered. In the proposed work, we identified the possible problems that Paulo Freire’s land unit experiences every year during the rainy season. For this purpose, data were collected and analyzed to promote the application of the rainfall equation for the calculation of its intensity in São Luís as return periods of 5, 10 years, and rainfall with duration of 5 and 30 minutes for the region, proposing to size and apply the Rain-Flow method, known as the Rational Method. In this way, an attempt has been made to identify whether the sizing of the gutters comply with regulatory standard NBR10844 or whether there are other problems associated with the full functioning of the drainage structure of the building. The main motivation for the accomplishment of this work is the occurrence of continuous flooding and infiltration in the internal areas of the building, in its three floors. The results show that the dimensioning of the rainfall drainage system of the Paulo Freire building cover is satisfactory in draining rainwater. Therefore, other possible factors that influence the infiltration and flooding problems of common areas of the building are indicated, such as lack of building maintenance, cracks and cracks in the roof, errors in project execution, or even architectural from a local climatic point of view.

(3)

INTRODUÇÃO

A água é um elemento essencial para a vida, tem diversas utilidades para os seres humanos e o planeta. Está em constante movimento, o que é chamado de ciclo hidrológico e responsável pela renovação constante desse recurso para o meio ambiente. Com os avanços da Engenharia Civil não demorou para que se pensasse em formas de se conseguir um convívio ideal com as águas oriundas do ciclo hidrológico, que garantisse a integridade física das pessoas e o abastecimento dessa água para a natureza e dessa preocupação se originou o sistema de drenagem.

Para Rino (2011), os sistemas prediais de drenagem de águas pluviais, pelos princípios higienistas, têm como principal objetivo agrupar e em seguida direcionar as águas pluviais, desde a área de captação, no próprio edifício, até o sistema da rede pública. Com imensa importância para a obra, a drenagem predial tem como principal objetivo resguardar condições apropriadas de utilização do espaço. A falta ou instalação incipiente desse sistema pode ocasionar vários riscos, como erosão do solo, comprometimento do sistema elétrico e estrutural do prédio, mofo em cômodos, comprometimento de bens materiais, alagamentos, riscos de acidentes e condições de insalubridade, além de problemas associados ao saneamento e à qualidade de vida das pessoas.

A instalação predial de águas pluviais segue, assim como todos os sistemas componentes de qualquer construção, uma norma que fixa exigências e critérios necessários para realização de qualquer obra. No caso de sistemas prediais de drenagem de águas pluviais, a normatização dos processos é estabelecida pela NBR 10844 de 1989.

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem sofrido consequências negativas das chuvas há alguns anos e o Edifício Paulo Freire (PF) e Centro de Ciências Humanas (CCH) são exemplos disso. No CCH, em períodos de fortes chuvas, alunos, funcionários e professores ficam impedidos de transitar, acessar ou sair das edificações em decorrência da água acumulada no primeiro pavimento, que chega a alagar as salas de aulas. O PF fica com os seus corredores molhados e escorregadios, aumentando o risco de acidentes e os funcionários responsáveis pela limpeza do prédio se ocupam em conter as águas e enxugar o piso do prédio e a cada evento meteorológico, observa-se no prédio

(4)

um inefetivo manejo das águas pluviais. Em vista disso, o presente trabalho tem aplicabilidade na melhoria da utilização do espaço público, para a melhoria ou solução dos problemas encontrados na edificação. Além disso, pode servir de material de apoio para a aplicação em outras edificações da própria UFMA ou outros.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Método Racional

O método racional consiste em um método indireto (TOMAZ, 2013) de medição de vazão gerada pelo escoamento superficial direto numa dada área O método foi apresentado pela primeira vez em 1851 pelo Irlandês Thomas Mulvaney o método racional (na Inglaterra é chamado de método de Lloyd-Davies) define uma correlação entre a chuva e o escoamento superficial por meio da relação linear proporcional direta entre a intensidade de chuva, o coeficiente de escoamento superficial de longo prazo e a área de uma bacia hidrográfica e geralmente é usado para calcular a vazão de pico de uma determinada bacia (TOMAZ, 2013). A Equação 1 a seguir representa a chamada fórmula racional:

Q = C I A (Eq. 1) Onde: Q é a vazão de pico (m³/s); C é o coeficiente de escoamento superficial de longo prazo que varia de 0 a 1; I é a intensidade média da chuva (mm/h); A é a área da bacia (ha) (TOMAZ, 2013).

Intensidade da chuva

Intensidade (I) é a precipitação por unidade de tempo. A relação que temos a seguir na Equação 2 representa o conceito abordado:

i =P

d (Eq. 2) Onde, P é a altura pluviométrica, espessura média da lâmina de água precipitada expressa em milímetros; d é intervalo de tempo expresso geralmente em minutos ou horas (TOMAZ, 2013).

(5)

Fórmula de Manning-Strickler

Escoamentos em canais, sarjetas e galerias devem ser obtidos a partir da fórmula de Manning-Strickler (TOMAZ, 2013). Com ela, é possível calcular a velocidade e a vazão num escoamento livre em canais (TOMAZ, 2013). A seguinte Equação 3 representa a fórmula de Manning-Strickler:

V = Ks / (Eq. 3)

Onde: V é a velocidade média na seção em metros por segundo; Ks é 1/n; n é o coeficiente de Manning; R representa o raio hidráulico em metros (o raio hidráulico é o quociente entre o perímetro molhado e a área molhada; S é a declividade (m/m)) (TOMAZ, 2013).

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os processos metodológicos desse trabalho se deu principalmente na observação e aplicação de conceitos aprendidos durante o curso para tentar identificar o problema de drenagem do prédio do Paulo Freire, como alagamentos e infiltrações. Logo a baixo nas Figuras 18, 19, 20 e 21 pode-se aferir algumas situações nas quais o prédio do Paulo Freire se encontra durante ou logo após eventos de precipitações. Pisos molhados e infiltrações oriundas do forro são facilmente perceptíveis em visitas ao local.

(6)

Figura 1 - Registro fotográfico do Prédio do Paulo Freire após um evento de precipitação.

Fonte: Autor, 2017

Figura 2 - Registro fotográfico do Prédio do Paulo Freire após um evento de precipitação.

Fonte: Autor, 2017.

Com base na NBR 10844 de 1989 a qual fixa exigências e critérios necessários aos projetos de instalações de drenagem pluviais, foram analisados os critérios do sistema de drenagem deve operar para que garanta sua eficiência e segurança. O primeiro critério a ser analisado é o tipo de material empregado

(7)

na confecção e instalação das calhas e dos condutores horizontais e verticais. Nesse quesito, o material escolhido pelo projetista da edificação para as calhas foi o concreto e, para os condutores horizontais e para os verticais, foram aplicados tubos de PVC rígido de diâmetros entre 4” e 6” (NBR 10843, NBR 5680).

Para a verificação da operabilidade e dimensionamento das calhas que foram implantadas no prédio do Paulo Freire é imprescindível o cálculo da vazão das águas pluviais que caem sobre o telhado, e consequentemente nas calhas. Uma vez calculado essa vazão, será o momento da análise dos dados para que seja possível ser feita uma comparação entre os valores de vazão máxima dos condutos que foram utilizados, de acordo com o diâmetro adotado.

Sendo assim, o primeiro esforço desse trabalho foi a determinação da intensidade pluviométrica (I) a partir da obtenção dos valores fixos da duração de precipitação e do Período de Retorno (Tr). A duração da chuva (t) que foram utilizada nesse trabalho foram 15 e 30 minutos com Tr de 5 e 10 anos, considerando a intensidade dessas chuvas como os eventos de razoável intensidade, já que não são conhecidos os tempos de concentração do telhado. Utilizaram-se também a intensidade recomendada pela NBR 10844 de 150mm/h para avaliar a vazão transportada quando não se conhece a equação de chuva local. As intensidades calculadas, as durações e Tr adotados estão organizados na Tabela 1 e Equação 3 a seguir:

Quadro 1: Valores utilizados para Tempo de retorno(Tr), duração das chuvas(t), e intensidade prevista em norma

Tr Duração (t) Intensidade dada pela NBR 10844 5 15 150mm/h 10 30 Fonte: Autor, 2017

(8)

=1205,3 ( ) ,

( + 10) , ( . 3) Fonte: CAMPOS, 2015.

Com o cômputo da intensidade das chuvas, especificaram-se a área de contribuição por parte da cobertura de cada calha separadamente. Esse processo foi feito graças ao projeto de planta de cobertura cedido pela prefeitura do campus, pela arquiteta Arizza Furtado de Almeida. Com o projeto em mãos, aferiram-se todas as áreas de contribuição presentes no telhado da edificação, posto que a cobertura do Paulo freire tem vários telhados que banham diferentes calhas. Logo, fez-se necessário o cálculo individual para cada área do telhado.

Explica Mattos (2006) que a maioria das dimensões do telhado são obtidas em projeção horizontal a partir da planta baixa que possibilitam obter a área real do telhado com suas inclinações. Como no projeto de planta de cobertura já é informado a inclinação utilizada para o escorrimento das águas pluviais, e por meio do uso de um fator referente a inclinação do telhado multiplicado pela sua área de contribuição (Quadro 2), foram feitos os cálculos das áreas de contribuição.

Quadro 2 - Fatores utilizados no cálculo da área de contribuição de acordo com inclinação do telhado.

Fator para cálculo da área de telhado

Inclinação % Graus Fator

0% 0 1,000 5% 2,86 1,001 10% 5,71 1,005 15% 8,53 1,011 20% 11,31 1,020 25% 14,04 1,031 30% 16,7 1,044 35% 19,29 1,059

(9)

40% 21,8 1,077 45% 24,23 1,097 50% 26,57 1,118 55% 28,81 1,141 60% 30,96 1,166 65% 33,02 1,193 70% 34,99 1,221 75% 36,87 1,25 80% 38,66 1,281 85% 40,36 1,312 90% 41,99 1,345 95% 43,53 1,379 100% 45,00 1,414 Fonte: MATTOS, 2006.

A obtenção dessas informações promovem a determinação da vazão de projeto de cada calha, ou seja, o volume de precipitação máxima na qual a chuva com intensidade utilizada é capaz de produzir pela área determinada. Assim, com os valores obtidos, foi possível a determinação do valor da vazão de projeto de cada calha.

Para se chegar na análise do sistema de drenagem do Paulo freire e a quantificação da vazão de projeto das calhas, calcularam-se a quantidade máxima de água em volume no tempo que cada calha pode carregar, por meio da formula de Manning-Striclker indicada na NBR10844. Por essa equação, várias variáveis são desconhecidas, como raio hidráulico, perímetro molhado, área da seção molhada etc., logo, fez-se necessário uma visita técnica ao local de estudo desse trabalho, a cobertura do Paulo Freire, para realizar medições das dimensões das calhas ditas anteriormente (Figura 3).

(10)

Figura 3 - Medição da base das calhas do prédio do Paulo freire (14/072017)

Fonte: Autor, 2017.

Contudo, apenas as medições não deram base de dados o suficiente para o cálculo da vazão das calhas. Uma vez que não foi possível a determinação da lâmina de água experimentalmente. Visto isso, se adotaram-se outro método para o descobrimento do seu valor. Método este adotado por Porto (2006), na qual faz-se necessário a busca por uma constante k adimensional que é a relação entre a lâmina escoada no canal (y) em metros e largura de fundo do canal (b) em metros, e também em função da inclinação do talude (z) em m/m. Assim, tornou-se concebível aplicar a fórmula de Manning-Strickler para o descobrimento da vazão de cada calha de acordo com a intensidade de chuva utilizada na Equação 4 a seguir para calhas retangulares que culminou nos dados tabelados da Figura 5.

y b= nQ b √I (Eq. 4)

(11)

Figura 4 - Cálculo da altura d´água para valores de K e Z (inclinação do talude).

Fonte: PORTO, 2006

Com os resultados oriundos da fórmula de Manning-Strickler para a vazão de projetos das calhas, resta conhecer as vazões máximas nas quais os condutos verticais adotados pelo projetista do prédio do Paulo Freire podem transportar e se estão de acordo NBR 10844. Em outras palavras, fazer uma comparação entre a vazão máxima das calhas e a vazão máxima suportada pelo conduto. Dessa forma, analisaram-se se ambas as vazões estão compatíveis ou inconcordáveis.

RESULTADOS

Nos resultados, buscou-se revisar o dimensionamento das calhas coletoras das águas pluviais para avaliar sua efetividade, como também verificar o dimensionamento dos condutores verticais para avaliar sua efetividade e transportar as águas pluviais. Primeiramente, tem-se que para avaliar e analisar a efetividade das calhas coletoras, é necessário o cálculo da vazão de projeto. Os parâmetros os quais são responsáveis para a realização do cálculo de vazão de projeto se encontra a baixo.

(12)

Quadro 3 - Intensidade de chuvas para tempo de retorno de 5 e 10 anos em chuvas de 15 e 30 minutos para a cidade de São Luís no Estado do Maranhão.

Intensidade mm/h Tempo de retorno NBR

10844 Tempo de duração 5 10 150mm/h 15 143,80 161,00 30 101,46 113,60 Fonte: CAMPOS, 2015

Quadro 4 - Parâmetros utilizados para a determinação da intensidade de chuvas em São Luís/MA.

Parâmetros meteorológicos

k = 1205,3 a= 0,163

b= 10,00 c= 0,742

Fonte: CAMPOS, 2015

Logo a baixo encontram os valores de área de contribuição encontrados por meio da utilização do projeto de planta de cobertura. Valores que darão suporte para a realização do cálculo de vazão de projeto.

Quadro 5 - Cálculo das áreas de contribuição de cada uma das coberturas do Edifício Paulo Freire. m² A1 149,24 A2 149,24 A3 102,00 A4 97,75 A5 25,82 A6 43,46 A7 230,10 A8 303,03 A9 159,67 A10 78,29 A11 138,66 A12 120,40 A13 378,20 A14 199,30 A15 62,93 A16 168,39 Fonte: Autor, 2017

(13)

Quadro 6 - Vazão de projeto para tempo de retorno (TR) de 5 e 10 anos e duração da chuva (t) de 15 e 30 minutos.

Vazões de projeto (l/min)

t=15 e TR5 t=15 e TR10 t=30 e TR5 t=30 e TR10 para 150(mm/h) A3= 357,68 400,47 252,37 282,56 373,11 A4= 357,68 400,47 252,37 282,56 373,11 A5= 244,46 273,70 172,48 193,12 255,00 A6= 234,27 262,30 165,30 185,07 244,38 A7= 61,88 69,28 43,66 48,88 64,55 A8= 104,16 116,62 73,49 82,28 108,65 A9= 551,48 617,45 389,11 435,65 575,26 A10= 726,25 813,12 512,43 573,72 757,57 A11= 382,67 428,44 270,00 302,29 399,16 A12= 187,64 210,08 132,39 148,23 195,73 A13= 332,33 372,08 234,48 262,53 346,66 A14= 288,56 323,08 203,60 227,96 301,01 A15= 906,41 1014,83 639,54 716,04 945,49 A16= 477,65 534,78 337,02 377,33 498,24 A17= 150,82 168,86 106,41 119,14 157,32 A18= 403,58 451,85 284,76 318,82 420,98 TOTAL= 5767,54 6457,41 4069,43 4556,18 6016,20 Fonte: Autor, 2017.

No Quadro 7 estão demonstrados os valores de k encontrados e sua respectiva altura (y) por meio da relação com sua base (b). O número de calhas utilizadas para o cálculo de vazão das calhas é inferior ao de área de contribuição devido a inacessibilidade da obtenção de todas as calhas da cobertura da edificação. Os resultados dos Quadros 7, 8 e 9 logo a baixo são todos referentes a intensidade de chuvas de 143,8mm/h, porém foram computados para as demais intensidades encontradas anteriormente no Quadro 3.

(14)

Quadro 7 - Cálculo da altura da lâmina d’água a partir do valor de K para intensidade de 143,8mm/h Para I=143,8mm/h y/b (m) b y K1 0,000907919 0,026 1,00 0,0261 K2 0,000879619 0,026 1,00 0,0259 K3 0,000640443 0,024 0,90 0,0218 K4 0,000533559 0,024 1,00 0,0236 K5 0,000260478 0,022 1,30 0,0283 K6 0,000577837 0,024 1,30 0,0310 K7 0,001628823 0,031 0,90 0,0278 K8 0,002436097 0,036 0,66 0,0239 K9 0,000746565 0,025 1,30 0,0325 Fonte: Autor, 2017.

Quadro 8 - Dimensões de base e altura das calhas de acordo com a intensidade de 143,8mm/h e cálculo de área da seção molhada, perímetro molhado e raio hidráulico

Dimensões calha Área Perímetro molhado

Raio hidráulico m CALHA 1 B1= 1 H1= 0,0261 CALHA 1 0,0261 1,0521 0,0248 CALHA 2 B2= 1 H2= 0,0259 CALHA 2 0,0259 1,0517 0,0246 CALHA 3 B3= 0,9 H3= 0,0218 CALHA 3 0,0197 0,9437 0,0208 CALHA 4 B4= 1 H4= 0,0236 CALHA 4 0,0236 1,0471 0,0225 CALHA 5 B5= 1,3 H5= 0,0283 CALHA 5 0,0367 1,3565 0,0271 CALHA 6 B6= 1,3 H6= 0,0310 CALHA 6 0,0403 1,3620 0,0296 CALHA 7 B7= 0,9 H7= 0,0278 CALHA 7 0,0250 0,9555 0,0262 CALHA 8 B8= 0,66 H8= 0,0239 CALHA 8 0,0158 0,7078 0,0223 CALHA 9 B9= 1,3 H9= 0,0325 CALHA 9 0,0422 1,3649 0,0309 Coeficiente de rugosidade 0,013 Declividade da calha 0,01 Fonte: Autor, 2017.

Quadro 9 - Vazão de projeto das calhas por meio da formula de Manning-Strickler para intensidade de 143,8mm/h

Vazão CALHAS para i=143,8mm/h

m³/s l/min Q1 0,0170 1021,55 Q2 0,0168 1009,49 Q3 0,0114 686,92 Q4 0,0144 866,46 Q5 0,0255 1528,92 Q6 0,0297 1780,11

(15)

Q7 0,0169 1016,59

Q8 0,0096 577,29

Q9 0,0320 1919,46

Fonte: Autor, 2017.

Quantificados os valores de vazão de projeto das calhas para cada intensidade de chuva, fez-se finalmente uma comparação entre a vazão de projeto das calhas e a vazão máxima do conduto vertical. Ou seja, a vazão máxima na qual a calha conduzirá em comparação a vazão máxima na qual o conduto vertical que recebe esse volume das calhas é capaz de suportar. Tais valores de referência da NBR 10844 de acordo no Netto (1998) se encontram logo a baixo no Quadro 7 a seguir.

Quadro 7 - Vazão máxima para condutos verticais de diâmetros de 75, 100 e 150mm de diâmetro Valores de referência DN (mm) l/min l/s m³/s 75 339,6 5,66 0,0057 100 706,9 11,78 0,0118 150 2088,8 34,81 0,0348 Fonte: NETTO, 1998.

Compararam-se os resultados de vazão das calhas e os valores de referência de vazão máxima suportada pelos condutos verticais e observaram-se que os valores de vazão das calhas é inferior aos valores de referência para os condutos verticais em relação aos condutos de diâmetro de 150mm, o qual é usado como veículo para o destino final das águas pluviais em quase 100% das vezes.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir pelos resultados obtidos que, segundo a NBR 10844, os valores das vazões máximas calculadas de águas pluviais transportadas nas telhas e calhas, e que escorrem até os condutos verticais, são inferiores a vazão

(16)

máxima suportada pelo conduto utilizado. Pelas visitas de campo no local e por meio da observação dos projetos cedidos pela prefeitura do campus, é possível perceber que os diâmetros considerados para suportar as vazões descritas acima variam de 100mm e 150mm de diâmetro do conduto. O uso e a quantidade determinada de cada um é escolhido, como já foi dito anteriormente, através da soma das vazões de todos os elementos que escoam as águas pluviais até os condutos, que por sua vez levaram para o seu devido destino. Nesse sentido, ainda que apenas um conduto vertical fosse utilizado pra escoar as águas precipitadas de uma única calha, ele seria capaz de escoar as águas pluviais. Assim, os problemas de alagamento que ocorrem em todas as precipitações não podem ser inferidos ao sistema de drenagem das calha, sem seu dimensionamento em si, do prédio do Paulo freire, em conformidade com as exigências da NBR 10844.

O dimensionamento das calhas pode estar dentro das especificações previstas na NBR 10844, ainda que em uma quantidade superior significativa, porém o problema ainda pode se dar em outros fatores nesse mesmo sistema. Foi identificado na visita técnica para conhecimento do objeto de estudo e suas condições, identificado a presença de vegetação em crescimento principalmente nas áreas pertos dos bocais dos condutos verticais. Não apenas vegetação, mas em alguns locais é encontrado também pedaços de concreto, madeira e metal enferrujado amontoados, o que pode dificultar a passagem do escoamento das águas pluviais até os condutos para dar o destino projetado para elas. No caso, grande parte do destino final dessas águas é a infiltração no solo. A visto de todos os fatores ditos anteriormente, podemos concluir também que a manutenção dada para o sistema de calhas e toda a cobertura do Paulo freire não é feita de forma regular. Pode-se perceber os elementos citados a partir das Figuras 6 e 7.

(17)

Figura 5 - Registro do entulho encontrado em uma das calhas da cobertura do Paulo Freire

Fonte: Autor, 2017

Figura 6: Registro da vegetação encontrada em uma das calhas da cobertura do Paulo Freire

Fonte: Autor, 2017

Posto que os resultados para a o dimensionamento do sistema de drenagem pluvial da cobertura do prédio do Paulo Freire apresentam

(18)

satisfatoriedade em relação aos cálculos de projeto, deve-se então procurar identificar outro(s) agente(s) que possam estar causando os problemas de drenagem da edificação. Sem levar em consideração ao possível problema com o sistema de drenagem pluvial em si, ou seja, com os projetos das calhas e tubulações (condutos), pode-se sugerir como possível agente causador dos problemas com as águas pluviais a falta de manutenção predial e erros de execução na produção da edificação.

A falta de manutenção pode ser aferida como possível agente causador dos problemas visto que, como mostrado nas Figuras 28 e 29, apresentam vários indícios de falta de preocupação com os elementos que compõe o sistema de drenagem da cobertura. Para erros de execução de projeto, pode-se aferir também como agente causador devido a quantidade significativa de rachaduras na cobertura, bem como infiltrações observadas a olho nu no forro de um dos andares. Sendo assim, uma solução para ambos os problemas citados é a composição de um diagnóstico acerca dos mesmos por meio de pessoas capacitadas na área da construção civil para fazer a recuperação dos elementos avariados. Em seguida realizar manutenções com frequência para que os problemas relacionados a drenagem não voltem ocorrer.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Instalações prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro: Associação brasileira de normas técnicas, 1989.

CAMPOS, et al. Equações de intensidade de chuvas para o estado do Maranhão. Reveng, Minas Gerais, p. 435-447, 2015.

MATTOS, Aldo Dórea. Como preparar orçamentos de obras: dicas para orçamentistas, estudos de caso, exemplos / Aldo Dórea Mattos. -- São Paulo: Editora Pini, 2006.

NETTO, J. M., et alli. - "Manual de Hidráulica", Ed. Edgard Blucher Ltda, 8ª Edição, São Paulo, 1998.

PORTO, Rodrigo Melo. Hidráulica básica. 4ª edição, São Carlos/EESC-USP, 2006. Rino, E. J. V. Sistemas Prediais de Drenagem de Águas Pluviais e Freáticas. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em engenharia civil. Lisboa, 2011. TOMAZ, Plínio. Previsão de consumo de água: Interface nas Instalações Prediais de Água e Esgoto com os Serviços Públicos. Escola Politécnica de São Paulo, 1999.

Imagem

Figura 1 - Registro fotográfico do Prédio do Paulo Freire após um evento de  precipitação
Figura 3 - Medição da base das calhas do prédio do Paulo freire (14/072017)
Figura 4 - Cálculo da altura d´água para valores de K e Z (inclinação do talude).
Figura 6: Registro da vegetação encontrada em uma das calhas da cobertura do  Paulo Freire

Referências

Documentos relacionados

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

De seguida é realizado o pedido através da biblioteca JSON (linha 10).. Depois desta são adicionados os vários parâmetros que compõem o corpo da mensagem, em que mais uma vez é

The present study evaluated the potential effects on nutrient intake, when non- complying food products were replaced by Choices-compliant ones, in typical Daily Menus, based on

Na vertente prática, foi feito o acompanhamento da implementação dos módulos já adjudicados à iPortalMais de Gestão de Correspondência Recebida e Gestão de Reuniões da

Em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), em 2011 o consumo de artigos infantis movimentou cerca de R$26,2 bilhões, sendo que mais

Considerando a importância dos tratores agrícolas e características dos seus rodados pneumáticos em desenvolver força de tração e flutuação no solo, o presente trabalho

KsR é o valor da tenacidade à fratura no nível I do ensaio "SR" L comprimento do corpo de prova e também ponto definido pela carga correspondente a FL = 0,50 F11 em cima da curva

Os supercondutores magnéticos, volantes de inércia e os condensadores são apropriados para aplicações que necessitam de grande potência de saída em pouca