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Revista
Brasileira
de
CIÊNCIAS
DO
ESPORTE
ARTIGO
ORIGINAL
Status
social
subjetivo
na
escola
e
nas
aulas
de
educac
¸ão
física
Manoella
de
Oliveira
Santos,
Diego
Grasel
Barbosa,
Cleber
Fernando
Rebelatto,
Thaís
Silva
Beltrame
e
Érico
Pereira
Gomes
Felden
∗UniversidadedoEstadodeSantaCatarina(Udesc),CentrodeCiênciasdaSaúdeedoEsporte(Cefid),ProgramadePós-Graduac¸ão emCiênciadoMovimentoHumano,Florianópolis,SC,Brasil
Recebidoem13demarçode2016;aceitoem12dejaneirode2018 DisponívelnaInternetem3defevereirode2018
PALAVRAS-CHAVE
Desejabilidadesocial;
Educac¸ãofísica
etreinamento;
Saúdeescolar;
Adolescentes
Resumo
Objetivo: Identificarosfatoresassociadosàpercepc¸ãodostatussocialsubjetivonaescolae nasaulasdeeducac¸ãofísicaemescolaresdeumaescoladeFlorianópolis(SC).
Método: Aamostrafoicompostapor312estudantes(53,2%meninas),de10a16anos,doensino fundamentaldeumaescoladaredepúblicamunicipaldeFlorianópolis(SC).Foraminvestigadas questõesdequalidadedevida,atividadefísica,comportamentosedentário,índicedemassa corporal(IMC),característicassociodemográficasestatussocialsubjetivonaescolaenasaulas deeducac¸ãofísica.
Resultados: A percepc¸ão do status social na escola foi superior nas meninas (p = 0,003), enquantoapercepc¸ãodostatussocialnasaulasdeeducac¸ãofísicafoisuperiornosmeninos (p=0,015).Apercepc¸ãodestatussocialnasaulasdeeducac¸ãofísicaapresentoucorrelac¸ões negativascomoIMC(r=−0,202;p=0,001)etemposentadoduranteasemana(r=−0,127;p= 0,026)ecorrelac¸ãopositivacomaatividadefísica(r=0,372;p<0,001).Maiorescolaridadedos paisindicoumaiorstatussocialsubjetivodosadolescentesnaescola(p≤0,001).Alémdisso, maiorpercepc¸ãodestatussocial,tantonaescolacomonasaulaseducac¸ãofísica,apresentou correlac¸õespositivascommelhorpercepc¸ãodaqualidadedevidageral(r=0,264;p<0,001e r=0,222;p<0,001respectivamente).
Conclusão:O presente estudo indicou relac¸ões importantes do status social subjetivo na educac¸ãofísicacomaqualidadedevida, IMC,tempo sentadoeatividadefísicados adoles-centes.
©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Este ´e umartigoOpenAccesssobumalicenc¸aCCBY-NC-ND(http://creativecommons.org/licenses/ by-nc-nd/4.0/).
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:ericofelden@gmail.com(É.P.Felden).
https://doi.org/10.1016/j.rbce.2018.01.008
KEYWORDS
Socialdesirability;
Physicaleducation
andtraining;
Schoolhealth;
Adolescent
Subjectivesocialstatusinschoolandinphysicaleducationclasses
Abstract
Objective:Theobjectiveofthestudywasidentifyfactorsassociatedwiththesubjectivesocial statusperceptionatschoolandinphysicaleducationclassesinaschoolofFlorianopolis---SC.
Method: Thesampleconsistedof312students,ofbothsexes,aged10to16years,regularly enrolledinelementaryschool5thto8thyearofamunicipalpublicschoolofFlorianopolis-SC. Wereinvestigatedqualityoflifeissues,physicalactivity,sedentarybehavior,bodymassindex (BMI),sociodemographiccharacteristicsandsubjectivesocialstatusatschoolandinphysical educationclasses.
Results:The perceptionofsocial statusatschoolwashigheringirls(p=0.003),whilethe perceptionofsocialstatusinphysicaleducationclasseswas higherinboys(p=0.015).The perceptionofsocialstatusinphysicaleducationclassesshowednegativecorrelationswithBMI (r=−0.202;p=0.001)andtimesittingduringtheweek(r=−0.127;p=0.026)andpositively correlatedwithphysicalactivity(r=0.372;p<0.001).Furthermore,highereducationallevelof parentsindicatedhighersubjectivesocialstatusofadolescentsatschool(p≤0,001).Moreover, higherperceivedsocialstatus,bothinschoolandinphysicaleducationclassesshowedpositive correlationswithbetterperceptionofgeneralqualityoflife(r=0.264,p<0.001andr=0.222, p<0.001,respectively).
Conclusion:SchoolwithlowerperceivedsocialstatusinphysicaleducationhavehigherBMIand lowerlevelsofphysicalactivityandqualityoflife.
©2018Col´egioBrasileirodeCiˆenciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Thisisan openaccessarticleundertheCCBY-NC-NDlicense( http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).
PALABRASCLAVE
Convenienciasocial;
Educaciónfísica
yentrenamiento;
Saludescolar;
Adolescentes
Nivelsocialsubjetivoenelcolegioyenlasclasesdeeducaciónfísica
Resumen
Objetivo:Elobjetivodeesteestudiofueidentificarlosfactoresasociadosconlapercepción delnivelsocialsubjetivoenelcolegioyenlasclasesdeeducaciónfísicaenestudiantesdeuna escueladeFlorianópolis,SC.
Método: Lamuestra estuvo formada por312 estudiantes (el 53,2% eran ni˜nas), entre 10 y 16a˜nosdeeducaciónprimariaenunaescueladela redpúblicamunicipal deFlorianópolis, SC.Seanalizólacalidaddevida,laactividadfísica,elcomportamientosedentario,elíndice demasacorporal(IMC),lascaracterísticassociodemográficasyelnivelsocialsubjetivoenel colegioyenlasclasesdeeducaciónfísica.
Resultados: Lapercepcióndelnivelsocialenelcolegiofuemayorenlasmujeres(p=0,003) mientrasquelapercepcióndelnivelsocialenlasclasesdeeducaciónfísicafuemayorenlos varones(p=0,015).Lapercepcióndelnivel socialenclasesdeeducaciónfísicamostróuna correlaciónnegativaconelíndicedemasacorporal(r=−0,202;p=0,001)yeltiemposentado durantelasemana(r=−0,127;p=0,026)y secorrelacionópositivamenteconla actividad física(r=0,372;p<0,001).Laeducaciónsuperiordelospadresindicabamayornivel social subjetivodelosadolescentesenlaescuela(p≤0,001).Además,mayorpercepcióndelnivel social,enelcolegioyenlasclasesdeeducaciónfísicamostraroncorrelacionespositivascon unamejorpercepcióndelacalidaddevidaengeneral(r=0,264;p<0,001yr=0,222;p<0,001, respectivamente).
Conclusión:Esteestudiomostrórelacionesimportantesdelnivelsocialsubjetivoenla educa-ciónfísicaconlacalidaddevida,elíndicedemasacorporal,eltiemposentadoylaactividad físicadelosadolescentes.
Introduc
¸ão
Osindicadoressociaisobjetivosesubjetivosdesempenham importantepapelnacompreensãodaposic¸ãosocial obser-vadaepercebidadossujeitosnasociedade.Noentanto,a maiorpartedosestudosconsiderasomenteosindicadores sociaisobjetivos,comorendaeclassesocial,emsuas aná-lises.Euteneuer(2014) apontaquea percepc¸ão dostatus
socialsubjetivoé consideradaumamedida abrangenteda posic¸ão social em que o sujeito seencontra em determi-nadoambiente(comunidade,trabalho,escola).Alémdisso,
Hoebel et al. (2013) discorrem que, complementarmente aosindicadores de statussocial objetivos, o statussocial subjetivooferece umpotencialadicional paradescrevere explicardesigualdadesnasaúde.
Ostatussocialsubjetivotemsidodefinidocomoosenso
de colocac¸ão social que o sujeito tem de si dentro de umahierarquia(Adler&Stewart,2008).Essasubjetividade é poucoexplorada pelas medidasconvencionaisde status
socioeconômico,quenocasodosadolescentes baseiam-se na posse de bens dos pais ou pela descric¸ão do nível de escolaridadedosprópriosadolescentes.Karvonene Rahko-nen(2011)ressaltamqueessasmedidaspodemnãorefletir adequadamente asdiferenc¸as sociaisemergentes na ado-lescência, pois incluem medidas de posic¸ões que não se concretizaramaindaplenamente,talcomoonívelde esco-laridade.Noentanto,valeressaltarquetantoostatussocial subjetivoquanto o status social objetivosão importantes paraodesenvolvimentohumano.
Evidênciasapontamquesujeitosqueseconsideramcom
statussocialsubjetivoaltoapresentammenoresriscospara
o desenvolvimento de doenc¸as cardíacas (Subramanyam et al., 2012), menor incidência de sintomas depressivos (Destinetal.,2012)emenorestaxasdehipertensão(Adler etal., 2008) ediabetes (Demakakos etal., 2008) quando comparadoscomossujeitoscomstatussocialsubjetivomais baixo. Alémdisso, pesquisasapontamque sujeitosque se percebemcombaixostatussocialsubjetivoexibempiores condic¸õesdesaúde(Huetal.,2005;Franzini& Fernandez--Esquer,2006;Demakakosetal.,2008).Comrelac¸ãoauma possível ligac¸ão entre status social subjetivo e estresse,
Derryetal. (2013)apontaram queossujeitos commenor
statussocialsãomaisresponsíveisàscargasestressorasde
ordensfisiológicasepsicológicas.
Naadolescência,apercepc¸ãodostatussocialsubjetivo podeser especialmente importante quandorelacionada a questõesdesobrepesoeobesidade(Goodmanetal.,2001). EmestudodeLemershowetal.(2008)foipossívelidentificar queabaixapercepc¸ãodostatussocialnaescolapreviuum aumentode1,69vezmaischancedeadolescentesdosexo femininoadquiriremquantidadeexcessivadeadiposidade.
Spenceetal.(2012)identificaramdiferenc¸assignificativas entreosescoresdapercepc¸ãodostatussocialsubjetivona escola entreadolescentes com peso normal e excesso de peso, aquelessujeitoscomexcesso depeso apresentaram osescoresmaisbaixos.
Alémdessasquestões,ostatussocialsubjetivopodeser relacionadocomoutrasvariáveisimportantes.Hoebeletal. (2013) investigaram a relac¸ão entre qualidade de vida e
status social subjetivo em 2.827 alemães adultos e
iden-tificaramquebaixosescoresdepercepc¸ãodesaúdeealtos
escoresdecomprometimentosdobem-estar,devidoadores corporais,depressãoesolidão,associaram-secombaixo sta-tussocialsubjetivotantonoshomenscomonasmulheres.A literaturaindicatambémqueapercepc¸ãodostatussocial subjetivo, especialmente de adolescentes, pode apresen-tardiferenc¸asnas questõessociodemográficas,comosexo (Goodmanetal.,2005),idade(Goodmanetal.,2007),etnia (Goodmanetal.,2003)e escolaridadedos pais(Goodman etal.,2005).
Particularmente em contextos de crescente heteroge-neidadeétnica e socioeconômica nointerior da escola,a relevância da relac¸ão do privilégio ou privac¸ão pode ser aumentadaeperpetuarpadrõessistêmicosdedisparidades entreos alunos. Essas disparidades podemser reforc¸adas pelasdiferenc¸asdosníveis dehabilidades ecompetências esportivasentreosalunos,quepodeminfluenciarnaposic¸ão hierárquica em que se percebem nas aulas de educac¸ão física.Nessecaso,abaixapercepc¸ãodestatussocialnessa disciplinapodeestarrelacionada àbaixa participac¸ãonas aulas,queporsuavezdiminuiasoportunidadesde ativida-deseexercíciosfísicoseapresentarepercussõesnegativas naqualidadedevidanaadolescência(Valoisetal.,2004). Além disso, a baixa participac¸ão nas aulas de educac¸ão física e o baixo rendimento nos esportes estão associa-dosà inatividade físicana idade adulta (Tammelin etal., 2003).
Devidoàimportânciadeseinvestigarostatussocial sub-jetivodoadolescente,alémdeseinvestigarostatussocial na escola, no presente estudo também foi investigada a percepc¸ãodostatussocial subjetivona educac¸ãofísica,a fimdebuscarrelac¸õesentreostatussocialsubjetivonessa disciplinaequestõessociodemográficas,statusdepeso, ati-vidadefísicaequalidadedevida.Tantoquantosesabe,este éo primeiro estudo nacional a investigaros fatores asso-ciadossobre o status social subjetivo especificamente na educac¸ãofísica,emamostradeadolescentesdopaís.
Diantedisto,opresenteestudotemcomoobjetivo iden-tificar osfatores associados à percepc¸ão do status social subjetivonaescolaenasaulasdeeducac¸ãofísicade ado-lescentesdeFlorianópolis(SC).
Método
A amostra foi composta por 312 estudantes adolescentes (53,2%meninas),entre10e16anos,regularmente matricu-ladasnoensinofundamentalde5◦ ao8◦anodeumaescola daredepúblicamunicipaldeFlorianópolis(SC).Foientregue aosadolescentesotermodeconsentimentolivree esclare-cido,quefoiassinadopelos paisouresponsáveis.Alémdo termo deconsentimento assinadopelos paisou responsá-veis,osestudantes assinaramotermo deassentimento no qualdeclararamestar cientesdequetinhaminteresseem participardapesquisaecompreenderamasatividadesque seriamfeitas.
Statussocialsubjetivonaescolaenaeducac¸ão física
Comointuitodeavaliaraautopercepc¸ãodestatusdos ado-lescentesfrenteaosaspectosdestatussocialsubjetivona escolaenaeducac¸ãofísica,opresenteestudousouo instru-mentoEscalaMacArthurdeStatusSocialSubjetivo:versão parajovens(Goodmanetal., 2001).Essa escalatemsido usadaemestudosepidemiológicosrecentes(Spenceetal., 2012;Sweeting&Hunt,2014;Subramanyametal.,2012).
Essa escala é composta pela imagem de uma‘‘escada social’’, conforme ilustrado na figura 1, é uma formade retrataroambienteescolar.Oenunciadoapresentado aos sujeitosfoi:‘‘Notopodaescada(partedecima)estão os alunoscomomaiorrespeito,composic¸ãosocialmais ele-vada,quetiramasnotasmaisaltas,sãobonsnoesportee sãomaispopulares.Nofundo(partedebaixo)estãoas pes-soasquepoucos respeitam,poucos queremtê-losnotime e que geralmente têm mais dificuldade para aprender os conteúdos.’’ Esse enunciado foi apresentado complemen-tarmente aduas escadas. Nesse sentido, osalunos foram orientadosa responderem umaescada, consideraro con-textodaescola, e na outra escada consideraro contexto dasaulasdeeducac¸ãofísica.Emcadaescadaosujeito mar-couum‘‘X’’nodegrauemquepercebiaseencontrar.Para verificarapontuac¸ão,foimarcado‘‘1’’sehouvesseum‘‘X’’ nodegraumaisbaixoounoespac¸oacimadele;‘‘2’’parao próximodegrauounoespac¸oacimaeassimpordiante,até oúltimodegrau, equivalentea ‘‘10’’.Quanto maisalta a posic¸ãomarcada na escada, maiora percepc¸ão do status
socialdoindivíduo.
Alémdisso,paraopresenteestudofoiusadaaescadade
statussocial subjetivoparaosprofessores indicaremqual
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9 10
Figura1 EscalaMacArthurdeStatusSocialSubjetivo:versão
parajovens’’(Goodmanetal.,2001).
posic¸ãosocialemqueseusalunosseencontravam especifi-camentenaeducac¸ãofísica.
Qualidadedevida
AqualidadedevidafoiverificadapormeiodoPedsQL4.0, umquestionáriogenéricodeavaliac¸ãodaqualidadedevida, desenvolvido na língua inglesa por Varni et al. (2001). O questionárioapresentatrêsversõesparacrianc¸asdeacordo como nívelcognitivo:cincoasete anos,oitoa12anose de13a18anos.Aversãodoinstrumento,apartirdeoito anos, tem 23 itens, divididos em quatrodomínios: físico, emocional,socialeescolar.Cadaitemtemcincoopc¸õesde respostanumaescalaLikert(nunca=0aquasesempre=4). Essesvaloressãooperacionalizadosposteriormente, trans-formadosnumaescalalinearinversade0a100,noquala maiorpontuac¸ãorepresentamelhorestadodequalidadede vida.Oquestionáriotempontuac¸ãototalepontuac¸ãopor dimensões,feitaapartirdamédiadaspontuac¸õesdositens correspondentes.Nesteestudofoiusadaapenasaversãodo questionárioaserrespondidopelascrianc¸aseadolescentes, vistoquealiteraturaapontaqueaadesãodospaisnessetipo deprocedimentoépequena.
Atividadefísicaecomportamentosedentário
A atividade física foi verificada por meiodo questionário proposto por Florindo et al. (2006). Esse questionário é composto por 15 questões que abrangem exercícios físi-cos praticadosnosúltimos 12meses.Tal instrumentotem bonsatributos,poisfoidesenvolvidoevalidado especifica-mente paraadolescentesbrasileiros,já queamaioria das ferramentasdisponíveis parauso noBrasil é validac¸ão de instrumentos internacionais, que em alguns casos não se adaptam à realidade brasileira. O uso desse questionário possibilita a avaliac¸ão de quais exercício oumodalidades esportivasforampraticadas,afrequênciasemanal(diaspor semana), adurac¸ãopor sessão(horas expressasem minu-tos por dia), a quantidade de meses por ano e em que turnopraticaramasatividadesfísicas,osexercíciosfísicos ouesportes,fora doperíododeaulaescolar.Foram consi-deradoscomoinsuficientementeativososadolescentescom durac¸ão de atividade física semanal inferior a 300 minu-tos (Florindo et al., 2006). O comportamento sedentário foiverificado pormeiodasquestões‘‘Quantotempovocê permanecesentadoduranteumdianormaldesemana?’’e ‘‘Quantotempovocêpermanecesentadoduranteumdiado fimdesemana?’’
Statusdepeso
damarcaSanny,com2meresoluc¸ãode0,1cm.Oavaliado permaneceunaposic¸ãoortostática,apartesuperiordas cos-tastocavaoestadiômetro,cabec¸adeacordocomo plano deFrankfourt,ombrosdescontraídosebrac¸ossoltos lateral-mente.Alémdisso,oavaliadoinspirouprofundamenteantes damensurac¸ãodeestatura.Essatécnicatemcomoobjetivo diminuiroefeitodacompressãogravitacionaldiária. Após essesprocedimentosfoicalculadooIMC.Apartirdocálculo doIMC os adolescentesforamclassificados em relac¸ãoao
statusdepeso comoeutróficos(baixopeso eeutróficos)e
comexcessodepeso(sobrepesoeobesos),deacordocom asclassificac¸õesdeColeetal.(2007).Foramconsiderados comoeutróficososadolescentescomIMCaté24,9kg/m2e comexcessodepesoadolescentescomIMC≥25kg/m2.
Característicassociodemográficas
Os adolescentes responderam a um questionário de caracterizac¸ãosociodemográficaemqueindicaramaclasse social à qual pertenciam e a escolaridade dos pais. A determinac¸ão das classes sociais foi feita por meio do CritériodeClassificac¸ãoEconômica Brasil2015,deacordo comasrecomendac¸õespropostaspelaAssociac¸ãoBrasileira de Empresas de Pesquisa(2014). Essa análise considera a possedebensmóveis,terservic¸ospúblicosnasua residên-ciae ograudeescolaridadedochefedafamília,distribui asfamílias nas classes A1,A2, B1,B2,C, D eE. Para um melhoragrupamentoosdadosforamsubdivididosemclasse alta(A1,A2),classemédia(B1,B2,C)eclassebaixa(D,E).
Análise
estatística
O programa estatístico usado para a análise dos dados
foi o software Statistical Package for the Social
Scien-ces (SPSS) for Windows versão 20.0. A normalidade da distribuic¸ãodos dados foianalisada por meiodoteste de Kolmogorov-Smirnov.Verificou-sequeasvariáveisnão apre-sentaramnormalidadena distribuic¸ãodos dadose, devido aisso,recorreram-seaanálisesnãoparamétricas.Aanálise dediferenc¸aentreasmédiasfoifeitapormeiodotestede Kruskal-Walliscompost-hocdeDunn.Aassociac¸ãoentreas variáveisfoi verificadapormeiodoqui-quadrado. Paraas análisesdecorrelac¸ãofoiusadotestedecorrelac¸ãode Spe-arman.Paratodasasanálisesfoiconsiderado umnívelde significânciade5%.
Resultados
A amostra foi composta por adolescentes com média de 12,26 (1,34)anos, nãoforamobservadas diferenc¸as signi-ficativasdeidadeentremeninosemeninas(p=0,104).Os adolescentesapresentaram pontuac¸ãomédiadestatusde pesoiguala19,76(4,04).Emrelac¸ãoàsquestõesdirigidasà qualidadedevida,foiencontradadiferenc¸asignificativaem relac¸ãoaoitemescola(p=0,023).Ototaldeatividadefísica durante a semana apresentou média de 476,37 (579,44) minutos,foi significativamente diferente entremeninose meninas(p <0,001). Quanto aotemposentado durante a semana, a média total foi de 6,38 (4,46) horas por dia, nãofoiobservadadiferenc¸aentreossexos(p=0,653).Em relac¸ãoàpercepc¸ãodostatussocialtantonaescolaquanto
nasaulasdeeducac¸ãofísica,foiobservadadiferenc¸a signi-ficativaentremeninos e meninas(p= 0,003), (p =0,015) respectivamente(tabela1).
Nafigura2,observou-secorrelac¸ãonegativasignificativa (r=−0,202;p=0,001)entrestatusdepesoepercepc¸ãodo
statussocialnasaulasdeeducac¸ãofísica.Essaanálise
indi-couqueàmedidaqueaumentaostatusdepesoapercepc¸ão
do status social na educac¸ão física diminui. No entanto,
quandocomparadoostatusdepesocomostatussocialna escola,nãofoiencontradacorrelac¸ãosignificativaentreas variáveis(r=−0,102;p=0,080).
Observou-se correlac¸ão negativa significativa (r = −0,127;p=0,026)entretemposentadoduranteasemana epercepc¸ãodostatussocialnasaulasdeeducac¸ãofísica, ouseja,quantomaiorotemposentadoduranteasemana, menorapercepc¸ão dostatussocialnasaulasdeeducac¸ão física. Em relac¸ão ao tempo total de atividade física observou-secorrelac¸ãopositivasignificativaentreas variá-veis(r=0,372;p<0,001),emquequantomaioraprática deatividade físicamaiora percepc¸ãodostatussocialnas aulasdeeducac¸ãofísica(fig.3).Quandocomparadoo sta-tussocialnaescolacomtemposentadoduranteasemana ecomotempototaldeatividadefísica,nãoforam encon-tradascorrelac¸õessignificativas(r=0,008;p=0,891),(r= 0,073;p=0,200)respectivamente.
Quando comparadas as médias do status social subje-tivo na educac¸ão física e na escola, observamos algumas diferenc¸as significativas relacionadas a indicadores soci-odemográficos. A variável sexo apresentou diferenc¸a significativatanto no status social subjetivo na educac¸ão física(p=0,015)quantonaescola(p=0,003),apercepc¸ão
dostatusfoimaiorparaosmeninosnasaulasdeeducac¸ão
físicaemaiorparaasmeninasnaescola.Aescolaridadedo pai(p < 0,001)e damãe(p = 0,001) apresentou-secomo indicadoressignificantes para o statussocial subjetivo na escola,apercepc¸ãodestatussocialnaescolamaiselevado esteve relacionada com a escolaridade dos pais maior ou igualaoitoanos.Alémdisso,apercepc¸ãodostatussocialna educac¸ãofísicaapresentoudiferenc¸asignificativaentreos adolescentesativos einsuficientementeativos fisicamente (p<0,001)(tabela2).
Observaram-secorrelac¸õespositivasemrelac¸ãoatodas asvariáveisdaqualidadedevidaquandocomparadascom
o status social na escola e nas aulas de educac¸ão física,
comexcec¸ãodavariável‘‘sentimentos’’,quenão apresen-toudiferenc¸asignificativaemambos(p=0,181;p=0,830) (tabela3).
Discussão
Tabela1 Característicasdaamostracomvaloresmédiosedesviopadrão
Variáveis Total* Masculino* Feminino* p-valor
Idade,anos 12,26(1,34) 12,40(1,40) 12,13(1,29) 0,104
Faixaetária,%
10a12anos 180(57,9%) 80(54,8%) 100(60,6%) 0,300
13a16anos 131(42,1%) 66(45,2%) 65(39,4%)
IMC(kg/m2) 19,76(4,04) 19,78(4,35) 19,75(3,75) 0,516
Statusdepeso,%
Eutrófico 190(64%) 92(65,7%) 98(62,4%) 0,555
Excessodepeso 107(36%) 48(34,3%) 59(37,6%)
Qualidadedevida,pontos
Saúdeeatividade 81,28(16,11) 80,15(18,29) 82,28(13,86) 0,648
Sentimentos 68,60(17,7) 69,71(16,22) 67,62(18,90) 0,440
Convíviocomoutraspessoas 86,83(15,4) 87,23(14,33) 86,47(16,42) 0,645
Escola 68,02(18,10) 65,41(18,86) 70,33(17,12) 0,023**
Geral 77,23(11,94) 76,78(11,84) 77,62(12,05) 0,480
Classesocioeconômica,%
Baixa 129(44,0%) 54(39,1%) 75(48,4%)
Média 112(38,2%) 60(43,5%) 52(33,5%) 0,190
Alta 52(17,7%) 24(17,4%) 28(18,1%)
Escolaridadedopai,%
<8anos 232(74,4%) 110(75,3%) 122(73,5%) 0,709
≥8anos 80(25,6%) 36(24,7%) 44(53,2%)
Escolaridadedamãe,%
<8anos 206(66%) 97(66,4%) 109(65,7%) 0,885
≥8anos 106(34%) 49(33,6%) 57(53,8%)
Totalativfís(semana),min 476,37(579,44) 626,12(672,398) 344,67(445,22) <0,001**
Temposentado(semana),horas 6,38(4,46) 5,36(4,44) 4,99(4,30) 0,653
Percepc¸ãosocialescola,pontos 7,26(1,89) 6,91(2,06) 7,56(1,70) 0,003**
Percepc¸ãosocialnaed.fis.Pontos 7,54(2,22) 7,85(2,13) 7,28(2,26) 0,015**
* Valoresexpressosemmédia(desvio-padrão)oufrequênciarelativa. **Diferenc¸asignificativaentreasfrequênciasrelativas(p<0,05).
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0
10,00 15,00 20,00 25,00
IMC (kg/m2)
30,00 35,00 40,00 p = 0,001 1 = –0,202
P
ercepção de status social na aula de educação fìsica (pontos)
Figura2 Correlac¸ão entre apercepc¸ãode statussocial na
educac¸ãofísicaeoIMC.
indicaremaposic¸ãosocialem quesepercebemnaescola, apontaramaposic¸ãosocialemquesepercebemnasaulas deeducac¸ãofísica.
Hánaliteraturaváriosestudosquerelacionaramexcesso depesoeobesidadeàbaixapercepc¸ãodostatussocialna escolaemadolescentes(Goodmanetal.,2003;Lemeshow et al., 2008; Quon & Mcgrath, 2014). Em estudo de
Weintraubetal.(2015),porexemplo,noqualobjetivaram analisarasmúltiplasdimensõesdaposic¸ãosocialemrelac¸ão aos comportamentos relacionados à obesidade de adoles-centes,foiverificadoqueosadolescentesqueabandonaram a escolae commenor posic¸ão socialpercebida dentroda suacomunidadeforammaispropensosaestaremriscopara comportamentos relacionadosàobesidadedoqueaqueles composic¸ãosocialpercebidamaisalta.Porém,talrelac¸ão especificamentecomadisciplinadeeducac¸ãofísicaainda nãofoiinvestigada.
Osresultadosdascorrelac¸õesdopresenteestudo apon-taram que quantomenor a percepc¸ão nostatus socialna educac¸ãofísica,maioroIMC,maioraquantidadedetempo sentado e menor o nível de atividade física dos adoles-centes. Supõe-se que essa tendência ocorreu em virtude de que adolescentes com sobrepeso e/ou obesidade têm piordesempenhoatlético(Bovetetal.,2007),sofremmais
bullying(Janssenetal.,2004)eapresentammais
10
8
6
4
2
0
,00 5,00 10,00
Tiempo sentado durante a semana (horas)
15,00 20,00 25,00
P
e
rcepção de status social na aula de educação física
(pontos)
P
e
rcepção de status social na aula de educação física
(pontos)
20
15
10
5
0
0 1000
Tempo total de atividade física (minutos)
2000 3000 4000 5000
p = 0,026 r = 0,127 p < 0,001 r = 0,372
Figura3 Correlac¸ãoentreapercepc¸ãodestatussocialnaeducac¸ãofísicacomtemposentadoduranteasemanadeatividade
física.
Tabela2 Percepc¸ãodostatussocialnaeducac¸ãofísicaepercepc¸ãodostatussocialnaescolacomrelac¸ãoaosindicadores
sociodemográficoseatividadefísicadaamostra
Variáveis Percepc¸ãostatussocialed.fis.¯x(dp) p-valor Percepc¸ãostatussocialnaescola ¯x(dp) p-valor
Sexo
Masculino 7,85(2,13) 0,015 6,91(2,06) 0,003
Feminino 7,28(2,26) 7,56(1,70)
Escolaridadedamãe
<8anos 7,72(2,10) 7,04(1,84) 0,001
≥8anos 7,20(2,40) 0,083 7,68(1,93)
Escolaridadedopai
<8anos 7,60(2,19) 0,457 7,02(1,90) <0,001
≥8anos 7,38(2,30) 7,96(1,71)
Nívelsocioeconômico
Alto 7,43(2,17) 0,777 7,37(1,99) 0,058
Médio 7,68(2,13) 7,56(1,75)
Baixo 7,56(2,22) 6,97(2,00)
Atividadefísica
Insuficientementeativo 6,79(2,43) <0,001 7,19(1,84) 0,405
Ativo 8,31(1,65) 7,33(1,65)
Asvariáveiscontínuasforamexpressasemmédia(desvio-padrão)(¯x[dp]).
emrelac¸ãoaoscolegascompesonormal.Noentanto,essas
mesmasvariáveisnãoapresentaramcorrelac¸ãosignificativa
comostatussocialnaescola.
Não foram encontradas correlac¸ões das variáveis de
IMC, tempo sentado e atividade física com status social
subjetivo na escola, por elas apresentarem maior
identi-dade e aproximac¸ãocom a disciplina de educac¸ão física.
Isso remete à importância dessa disciplina e do correto
direcionamento dapráticapedagógicaparaamudanc¸a de
comportamentos negativos relacionados à atividade física
e tempo sentado dos adolescentes inseridos no ambiente
escolar(Countinhoetal.,2013).Consoanteaisso,fazem-se
necessáriasa elaborac¸ãoe aexecuc¸ãodeprojetos dentro dessadisciplinaqueaumentemoconhecimentodos adoles-centesacercadosprejuízosrelacionadosàfaltadeatividade físicaeaoaumentodotemposentado(Spohretal.,2014), assimcomo propõem Copettietal.(2014) sobreouso de
Tabela 3 Correlac¸ão entreas variáveis de qualidadede
vidacomapercepc¸ãodostatussocialnaeducac¸ãofísicae percepc¸ãodostatussocialnaescola
Qualidadedevida Statussocial
Educac¸ãofísica Escola
r p-valor r p-valor
Saúdeeatividade 0,256 <0,001 0,162 0,005
Sentimentos 0,077 0,181 0,012 0,830
Convíviocomoutras pessoas
0,212 <0,001 0,193 0,001
Escola 0,158 0,006 0,466 <0,001
Geral 0,222 <0,001 0,264 <0,001
abordageminterdisciplinar entreasdisciplinasdeciências
e educac¸ão física,para que essas sejam idealizadoras de
atividades que englobemsaúde e doenc¸a como conteúdo
escolar.
No presente estudo a atividade física apresentou
correlac¸ão importante com o status social subjetivo na
educac¸ão física. Em estudo de Frerichs et al. (2014), no
qualobjetivaram investigar relac¸õesentre o statussocial subjetivo,statusdepesoeatividadefísicadequatropaíses da Ásia (Coreia do Sul, Japão, Taiwan e China), identi-ficaram que índices elevados do status social subjetivo associaram-se significativamente com índices mais eleva-dosdeatividadefísicadiáriaousemanalnosquatropaíses investigados,comexcec¸ãodossujeitosdosexofemininoda CoreiadoSuledoJapão.AopassoqueGhaedeGallo(2007)
identificaram que menores escores do status social sub-jetivosestiveram associados com comportamentos menos saudáveisdealimentac¸ãoeexercíciosfísicosem92 mulhe-resamericanas comrisco cardiovascular.Osresultados do presente estudo, em que adolescentes mais ativos fisica-mente apresentaram maior status subjetivo na educac¸ão física,corroboramosestudosdiscutidosacima.
Além das correlac¸ões com atividade física, comporta-mento sedentário e IMC, o presente estudo apresentou correlac¸ão significativa entre qualidade de vida e o sta-tus social subjetivo na escola e educac¸ão física. Choi et al. (2015), ao investigar associac¸ões entre percepc¸ão de qualidade devida e statussocial objetivo e subjetivode 12.250adultosdaCoreiadoSul,encontraramqueaquelas pessoascomclassesocialestatussocialsubjetivosmais ele-vadostinham melhores percepc¸ões de qualidade devida. Demodosemelhante,estudofeitonaAlemanhaporHoebel etal.(2013)com2.827adultosencontrouassociac¸ãoentre percepc¸ãodostatussocialequalidadedevida,indivíduos com piorpercepc¸ão dostatus social subjetivo apresenta-rampiorqualidadedevida.Nopresenteestudo,apesardea amostranãosercompostaporadultos,osresultados encon-tradosforamsemelhantes,maiorpercepc¸ãodestatussocial tantonaescolacomonasaulasdeeducac¸ãofísicafoi cor-relacionadacomamelhorpercepc¸ãodequalidadedevida dosadolescentes.
Emrelac¸ãoàsdiferenc¸asentreossexosparaapercepc¸ão
dostatussocial naescola enas aulasdeeducac¸ão física,
o presente estudo verificou que a pontuac¸ão média da percepc¸ãodostatussocialnaescolafoisignificativamente maior nas meninas quando comparadas com os meninos (p=0,003).Jácomrelac¸ãoàpontuac¸ãomédiadapercepc¸ão
dostatussocialnaeducac¸ãofísica,essafoimaiorentreos
meninos(p<0,001).Adiferenc¸adepontuac¸ãomédiado sta-tussocialsubjetivonaescolapodeserentendidapelofato dequeasmeninasgeralmente,alémdeapresentarníveis mais elevados de envolvimento na escola, são classifica-dascommelhordesempenhoacadêmicodoqueosmeninos demesma faixaetária (Lam etal., 2012). Entretanto,na educac¸ãofísicaosmeninosseperceberammaisbem posici-onadossocialmente.Umadasjustificativasquedãoapoioa esseachadoestárelacionadaaodeclíniodaatividadefísica recorrentenoiníciodaadolescência nasmeninas(Dumith etal.,2011).Essedeclínioprecocetendeadespertarmenor percepc¸ão de respeito e popularidade pelas mesmas nas aulasdeeducac¸ãofísica.
Em estudo de Severino et al. (2015), no qual tiveram comoobjetivoabordaraparticipac¸ãofemininanasaulasde educac¸ãofísica,comenfoquenobasquetebol,percebeu-se pelo relato de 60 docentes que a educac¸ãofísica escolar nomunicípiodeVoltaRedonda(RJ)apresentou característi-cascompredominânciamasculina.Osautoressugeremque essa predominânciapossater ocorridopelo fatodeque o esporteévistoinvariavelmentecomoumapráticadominada pelos homens, mesmoconsiderando o avanc¸osignificativo das mulheresnessecenário.Além disso, destaca-seque a separac¸ãoentremeninosemeninasnasaulasdeeducac¸ão físicaocorraprincipalmentepelodiscursodequeasmeninas apresentamoparadigmadeinferioridadeesportiva(Bassani etal.,2003).
DeacordocomFotrousietal.(2012),asdiferenc¸as relaci-onadasaossexostomamforma,alémdosambientessociais e físicos, em determinadas situac¸ões criadas no decorrer das aulas de educac¸ão física. Sweeting et al. (2011), ao investigarasdiferenc¸asdostatussocialsubjetivode3.194 meninose meninascom15 anos,nos aspectosde popula-ridade,desempenho escolar,poderdepersuasão,conflitos na escola,atratividade,respeitoe esportividade, identifi-caramqueosmeninosapresentaramosmaioresvaloresem todos osaspectos quandocomparados com asmeninas. A maior diferenc¸a foi comrelac¸ão à esportividade,em que os meninos apresentaram pontuac¸ão média de 7,0 (2,6) pontos contra 4,9 (2,7) pontos das meninas (p < 0,001). Sabendo-sequenopresenteestudohouvemaiorpercepc¸ão
dostatussocialnaeducac¸ãofísicadosrapazescomparados
comasmoc¸as,osprofessoresdevemincentivarpráticasde educac¸ãoparaasaúdeecomportamentosmaisativospara asmoc¸as.Paraisso,énecessáriaavaliac¸ãodiagnósticapara oplanejamentodeatividadesemqueasmoc¸asapresentem maioridentidadeeinteresse.
Alémdisso, emambos ossexosaescolaridade dospais apresentou relac¸ãocom ostatussocial naescola,os ado-lescentes com maiores pontuac¸ões de status social na escola foramaqueles em que o pai (p =< 0,001)e a mãe (p=0,001)apresentavammaiorescolaridade.Issopodeser devidoao maiorincentivo eenvolvimento comosestudos porparte dos paiscommaiorescolaridade. Emestudo de
Hilletal.(2004),osautoresverificaramquepaiscommaior escolaridadeestavamrelacionadosamenosproblemas com-portamentais e melhores desempenhos de seus filhos na escola.Umambientecompaismaisescolarizados,portanto, tende a aumentar não só indicadores objetivos como no estudocitado,mastambémna percepc¸ãodopróprio ado-lescenteacercadoseustatussocial.
Osresultadosdopresenteestudoreforc¸ama importân-ciadaverificac¸ãodostatussocialsubjetivopeloprofessor deeducac¸ãofísica,paraodirecionamentoeplanejamento individualdealunos combaixapercepc¸ão destatussocial nessadisciplina.Nesseínterim,osprofessorestêm autono-miaparaincentivarmaioresníveisdeatividadefísica,menor quantidadedetemposentado,assimcomo atividades que promovam a qualidade devida, como atividades dirigidas à convivência e cooperac¸ão e atividades voltadas para a educac¸ãoparaasaúde.
investigadas. Além disso, o uso de questionário ao invés deacelerômetroparaavaliara atividadefísicae otempo sentadotambéméconsideradocomolimitac¸ãodoestudo.
Considerac
¸ões
finais
Opresente estudoindicou relac¸õesimportantes dostatus
socialsubjetivonaeducac¸ãofísicacomaqualidadedevida, IMC, tempo sentado e atividade física dos adolescentes. Dessemodo, supõe-sequeadolescentes comstatussocial subjetivonaeducac¸ãofísicamaiselevadossãoaquelesque praticam mais atividade física, apresentam melhor quali-dadedevida,menorIMCemenortemposentado.
Sugerem-se maisestudoscomamostrasrepresentativas que investiguem com maior profundidade as relac¸ões do
statussocialsubjetivonaeducac¸ãofísicaemcrianc¸ase
ado-lescentes.Ademais,estudosposteriorescomessatemática podemaplicarcomplementarmenteostatussubjetivosocial percebidopeloprofessor,a fimdecompararcomo status
socialsubjetivopercebidopelosalunostantonaescolacomo nasaulasdeeducac¸ãofísica.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
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