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Reposicionamento de Moçambique na Geopolítica Energética Internacional

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Reposicionamento de Moçambique na Geopolítica

Energética Internacional

Momade Ussene Mucanheia Técnico de Relações Internacionais e Diplomacia Email: momade.mucanheia@gmail.com

As grandes reservas de gás natural avaliadas até 2014 em cerca de 200 triliões de pés cúbicos (tcf)

descober-tas entre 2000 à 2014, cuja exploração está projectada para iniciar em 2018, provocaram o

reposiciona-mento de Moçambique na geopolítica energética internacional e precipitaram a aprovação da nova lei de

petróleos (Lei 21/2014 de 18 de Agosto). E paralelamente, abriram-se para Moçambique, oportunidades

para alteração do cenário económico e energético desfavorável. A nível económico, verifica-se um PIB e PIB

per capita relativamente baixo (15.32 biliões e 650 dólares respectivamente em 2014 que colocaram

Moçambique na posição 115 das maiores economias a nível global), aliado à uma taxa de desemprego de

cerca de 22%, e uma dívida pública estimada em cerca de 6.8 biliões de dólares em 2013. E a nível

energéti-co, verifica-se uma elevada dependência na importação de combustíveis, tendo em 2014 alcançado os 1228

milhões de dólares em importação, ou cerca de 7.96% do PIB. Porque, a exploração do gás natural

possibili-ta a fraca performance económica, e até à dependência económica em relação à este recurso, importou para

a pesquisa analisar as reais implicações da exploração deste recurso na economia e segurança energética de

Moçambique no âmbito do seu reposicionamento na geopolítica energética internacional. Assim, através da

revisão da literatura, entrevistas, estágio pré-profissional, a pesquisa mostra que a exploração do gás natural

levará mais do que ao aumento do PIB através dos processos de monetização na Ásia, em particular no

Japão, China e Coreia do Sul; ao aumento do emprego através dos projectos de exploração; redução da

dependência de importação de combustíveis através da transformação do gás natural em combustíveis;

aumento da capacidade de energia eléctrica; bem como a criação de condições para o Moçambique tornar-se

num grande actor energético capaz de a médio e longo prazo gerar influência no mercado energético regional

e internacional a partir do gás natural.

Introdução

A

pesquisa cujo tema é “O

Reposicionamento de Moçam-bique na Geopolítica Energéti-ca Internacional: Uma Análise Sobre as Implicações da Exploração do Gás Natural na Economia e Segurança Energética” e estuda o período de 2000 à 2014, tendo especial enfoque à Moçambique. O ano de 2000 o Governo de Moçambique (GdM) assinou com a

Sasol Petroleum (multinacional sul-africana), os Acordos de Partilha de Pro-dução e outros para dar espaço à explo-ração dos cerca de 3.9 triliões de pés cúbicos (tcf) de gás natural existentes até então nos blocos de Pande e Tema-ne na província de InhambaTema-ne que ini-ciou em 2004. Estes acordos assinados entre o GdM e a Sasol, para além de dar início ao desenvolvimento da indústria de petróleos moderna a nível doméstico, (Mosse e Selemane, 2008:8). Alteraram

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positivamente a percepção da estabili-dade do ambiente de negócio a nível doméstico por parte dos actores exter-nos, visível pelo aumento do Investimento Directo Estrangeiro no período subse-quente e influxo de multinacionais.

Com efeito, o IDE de 2000 foi estima-do de acorestima-do com Gonzalez et al, (2013:6), em cerca de 139.2 milhões de dólares e 5.2 biliões em 2012. E a nível do influxo de multinacionais, verificou-se em 2006 a entrada da Anadako Petroleum (APC), Ente Nazionale Idrocarburi S.pA. (ENI). E o ano de 2014, demonstra-se rele-vante por se ter aprovado o pacote legislativo de petróleo e gás, especial-mente a lei 21/2014 de 18 de Agosto que, procura elevar os benefícios do Estado moçambicano no sector em que participa em percentagens que variam de 10-25% ao longo das concessões de exploração.

O desenvolvimento desta pesquisa, foi motivado pela observação de diver-sas mudanças no sector petrolífero a nível doméstico, nomeadamente: (i) a descoberta de cerca de 196.1 tcf de gás natural entre 2000-2014; (ii) aprovação da nova lei de petróleos (lei 21/2014 de 18 de Agosto), as quais, tornam possível a alteraração do cenário económico e energético desfavorável. O cenário eco-nómico, é caracterizado por uma alta dívida pública, avaliada em 6.8 biliões de dólares em 2013, contra um Produto Interno Bruto (PIB) de 15 biliões de dólares em 2014, e ainda uma taxa de desem-prego estimada em até 2013 em cerca de 22%, (Almeida-Santos et al, 2014:12). A nível energético, verifica-se uma alta vul-nerabilidade ao mercado de combustí-veis externo, pelo que somente em 2014 o GdM gastou cerca de 1228 milhões de dólares para importação de combustí-veis. E mais do que isso, verifica-se um baixo acesso à electricidade, estimado até 2013 em pouco mais de 20% fora os

altos preços de combustíveis. Aliado a estas mudanças, está o facto da indús-tria de petróleo e gás nacional ser domi-nada por actores externos, seja a nível das concessões, ou a nível de estudos relativos à própria indústria. Com efeito, o Gas Master Plan que é o instrumento guia da indústria de gás natural, foi feito pelo Banco Mundial e o Governo da Noruega, o que leva à um cenário de fraca respos-ta aos interesses do Esrespos-tado no sector de petróleos.

Paralelo às estas mudanças a nível doméstico, verifica-se a nível externo uma progressiva industrialização, busca pelo desenvolvimento económico por parte dos Estados, que leva ao aumento da demanda por recursos energéticos como o gás natural, petróleo, carvão mineral, e à formação de alianças ener-géticas. Este aumento da demanda por estes recursos energéticos, deve-se ao facto destes terem múltiplas utilidades, tornando-os recursos estratégicos para os Estados em particular.

Relativamente ao impacto da explo-ração do gás natural na economia e segurança energética, existem várias interpretações seja, de forma generaliza-da, ou particularizada à Moçambique. Com efeito, alguns estudos como do IHS (2013), ICF (2012), Standard Bank e Con-nigarth Economists (2014), e a realidade apontam para impactos positivos. Estes estudos e realidade, mostram que a exploração do gás natural pode melho-rar a economia e a segurança energéti-ca. A título de exemplo, pode verificar-se que Qatar que 1998 tinha um PIB estima-do em 3.4 biliões de dólares, (CIA, 2000:875), atingiu os 122,2 biliões de dóla-res em 2010 (CIA, 2011:6695), e 198,7 biliões de dólares em 2013, (CIA, 2015:6251). As receitas da exploração do gás natural e o petróleo, tem representa-do mais de 50% representa-do PIB. Em simultâneo, verifica-se que o mesmo Estado até 1998

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não exportava recursos energéticos, e era grande importador de combustíveis, (CIA, 2000:875). Porém, até 2010, eliminou a importação de combustíveis e passou a exportar gás natural liquefeito (LNG) principalmente, (CIA, 2011:6702).

E outras pesquisas, como de Green e Otto (2014:11) e Smith (2014:3), sugerem que, a exploração de recursos naturais valiosos como o gás natural, para além de possibilitar as vantagens económicas e garantia da segurança energética dos Estados, podem provocar o declínio da democracia, fraca performance econó-mica e ganância das elites. Na realida-de, estas representam visões e realidade sobre as implicações da exploração do gás natural na economia e segurança energética dos Estados, que levam a questionar: que implicações têm a explo-ração do gás natural na economia e segurança energética de Moçambique no âmbito do seu reposicionamento na geopolítica energética internacional?

Para a pesquisa, importa compreen-der as implicações da exploração do gás natural na economia e segurança energética de Moçambique no âmbito do seu reposicionamento na geopolítica energética internacional. E ainda expli-car o reposicionamento de Moçambique na geopolítica energética internacional; analisar as implicações da exploração do gás natural na economia de Moçam-bique no âmbito do seu reposicionamen-to na geopolítica energética internacio-nal; analisar as implicações da explora-ção do gás natural na segurança ener-gética de Moçambique no âmbito do seu reposicionamento na geopolítica energética internacional; e discutir a racionalidade da nova lei de petróleo e gás (lei 21/2014 de 18 de Agosto de 2014), na economia e na garantia da segurança energética de Moçambique.

E conforme a satisfazer ou encontrar respostas a estes objectivos, foi

importan-te questionar: (i) Em que consisimportan-te o repo-sicionamento de Moçambique na geo-política energética internacional? (i) Que implicações têm a exploração do gás natural na economia de Moçambique no âmbito do seu reposicionamento na geopolítica energética internacional? (iii) Que implicações têm a exploração do gás natural na segurança energética de Moçambique no âmbito do seu reposi-cionamento na geopolítica energética internacional? (iv) Será que a nova lei petróleo e gás é racional em relação aos objectivos económicos e de segurança energética de Moçambique?

De forma inicial, constatou-se que: (i) O reposicionamento de Moçambique na geopolítica energética internacional parece consistir no aumento de reservas de gás natural; (ii) O aumento do PIB pode ser uma das implicações da explo-ração do gás natural na economia de Moçambique no âmbito do seu reposi-cionamento na geopolítica energética internacional; (iii) A redução da importa-ção de combustíveis parece ser uma das implicações da exploração do gás natu-ral na segurança energética de Moçam-bique no âmbito do seu reposicionamen-to na geopolítica energética internacio-nal; e (iv) A nova lei de petróleo e gás parece responder aos interesses do Esta-do no sector.

Marco Teórico

A leitura da pesquisa é feita com base no neo-realismo. Esta teoria surgiu inicialmente na déca de 1959 com a publicação da obra de Kenneth Waltz “Man, The State, and War”. Contudo, foi desenvolvida pelo mesmo autor na sua obra “Theory of International Politics” publicada em 1979, pelo que, desenvol-veu-se no período da Guerra Fria, (Jackson e Sorensen, 2013:79). E com o apoio de John Mearsheimer o

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realismo tomou a forma com é conheci-do actualmente.

Esta teoria, analisa de forma objecti-va de alargada as dinâmicas de rela-ções internacionais, e defende que: (i) os Estados são os principais actores das relações internacionais, (Griffiths, 2009:59); (ii) o sistema internacional é anárquico, ou seja, não existe uma auto-ridade acima do poder do Estado, sendo assim um sistema de self-help, (ibid.:60); (iii) a sobrevivência e segurança física é uma prioridade dos Estados, pelo que, buscam constantemente o poder para garanti-la, (Kurian, 2011:1429); (iv) o balance of power prevalece quando o sistema é anárquico e compostos por unidades com desejo de sobreviver, (Griffiths, 2009:60); (v) uma estrutura bipo-lar é mas estável comparativamente à multipolar na qual, os Estados garantem a sua segurança com base nas alianças, (Ibid.).

No contexto neo-realista, observa-se que o objectivo dos Estados a nível é de garantir a sobrevivência física. Esta sobrevivência, pode ser garantida a par-tir dos recursos energéticos como o gás natural e o petróleo. Com efeito, durante a Primeira Guerra Mundial por exemplo, os EUA e seus aliados compreenderam que a continuidade do fornecimento de combustível era vital para vencer a Guerra, e manter alianças, conforme mostra o argumento de Georges Cle-menceau para o Presidente Woodrow Wilson, abaixo:

“Gasoline is vital as blood in the com-ing battles. And a failure in the supply of gasoline would cause the immediate pa-ralysis of our armies”, (Yergin, 1990:498) – “A gasolina é vital como o sangue para as próximas batalhas. E a falha no seu fornecimento poderá causar a paralisa-ção imediata dos nossos exérci-tos” (tradução).

Olhando para as características das

relações internacionais contemporâ-neas, verifica-se que as questões energé-ticas determinam o comportamento dos Estados. Este facto, torna fundamental a valorização das questões energéticas nas explicações teóricas. E mesmo que o poder militar seja um dos mais importan-tes para os Estados, o poder energético apresenta-se como a base, pois é, a par-tir da energia que a indústria e até os automóveis militares funcionam. E con-forme mostra o segundo pressuposto, os Estados buscam o poder para garantir a sobrevivência e segurança física num sistema internacional sem uma entidade acima do poder do Estado. E o gás natu-ral é um recurso que pode conceder poder económico e segurança energéti-ca à Moçambique. E mais do que isso, é um recurso capaz de suportar a garantia da segurança física deste Estado.

Sector De Gás Natural Em Moçambique

O gás natural em Moçambique, começou a ser pesquisado de acordo com Mosse e Selemane (2008:8), em 1904 quando identificaram-se algumas bacias sedimentares com probabilidade de existência de depósitos de petróleo e gás. Porém, devido às condições desfa-voráveis ao desenvolvimento de projec-tos de exploração como, a falta de investimento, dependência da potência colonizadora em relação às outras potências como a Grã-Bretanha, (fragilidade económica, tecnológica, técnica da potência colonizadora), e a falta de autonomia do Estado moçambi-cano.

Contudo, foi precisamente em 1961 que se fizeram as primeiras descobertas de gás natural em Pande, seguindo-se das descobertas de 1962 em Buzi, bem como de Temane 1967 em quantidades não superiores à 7 tcf. E após estas des-cobertas, as actividades de pesquisa

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conheceram uma estagnação até 1979, quando foi definida a política do sector e criada a Secretaria de Estado do Car-vão e Hidrocarbonetos, (ENH, 2011:6). No período subsequente, precisamente em 1981, foi aprovada a primeira lei de petróleos (Lei 3/1981 de 3 de Outubro), e criada a Nacional de Hidrocarbonetos, que foi tornada numa empresa pública em 1997 pelo decreto-lei nº 39/97, com a função de representar o Estado nas acti-vidades petrolíferas.

Até o ano de 2000 quando foram assinados os PPA e outros acordos com a Sasol para a exploração de gás natural em Pande e Temane, o Estado moçam-bicano realizava pesquisas e avaliação das reservas de gás já existentes, procu-rando em simultâneo encontrar investi-mentos para este sector. Com efeito, verificou-se a descoberta de cerca de 1.6 tcf de gás em 2003, e a entrada de multinacionais no sector de petróleos no período pós-acordos com a Sasol, como a APC, ENI, Statoil em 2006. Ainda a nível de pesquisa e descoberta de gás natu-ral, verificou-se no período de 2010 à 2013, a descoberta de grandes reservas de gás natural que adicionaram às exis-tentes 5.5 tcf atingindo cerca de 200 tcf, (Melina e Xiong, 2013:5).

A nível de exploração de gás natu-ral, que é referente principalmente aos blocos de Pande e Temane na Bacia de Moçambique, iniciou-se em 2004 tendo como principal o mercado a África do Sul, (Mosse e Selemane, 2008:9-11). Con-tudo, espera-se que até 2018 se inicie a exploração do gás natural da Bacia do Rovuma. E relativamente à contribuição exploração do gás natural na economia, nota-se que embora o Centro de Integri-dade Pública considere como pouco significativas desde o início da explora-ção dos blocos de Pande e Temane (2004), um gradual aumento das recei-tas. Com efeito, em 2004 a receita do

Estado foi de 1.2 milhões de dólares, e em 2012 foi de 9.4 milhões de dólares, (CIP, 2013:6). Contudo, alguns dados mostram que entre 2013-2014, as receitas da venda de gás natural foi estimado em cerca de 761 milhões de meticais (22 milhões de dólares), o que mostra uma contribuição positiva.

A nível da segurança energética, verifica-se a partir do gráfico 6 que ainda existe uma forte dependência pela importação de combustíveis, e conse-quente vulnerabilidade às mudanças do mercado energético externo. Contudo, o gás natural produzido em Pande e Temane apesar de não satisfazer a demanda por combustíveis por exemplo, é um recurso importante para algumas centrais eléctricas como a de Ressano Garcia.

Em suma, quando se falava de gás natural em Moçambique dava-se maior atenção aos projectos de Pande e Temane cuja exploração iniciou em 2004 operada pela Sasol. Porém, com a des-coberta de grandes volumes de gás natural entre 2010-2014 na Bacia do Rovuma, as atenções deixaram de ser sobre os blocos anteriormente mencio-nados (Pande e Temane).

O Reposicionamento de Moçambique na

Geopolítica Energética Internacional

Pelos recursos energéticos que Moçambique possui nomeadamente, o carvão mineral, gás natural, hidroeléctri-ca é também um actor importante da geopolítica energética internacional. E mesmo que não possua capacidades financeiras tecnológicas, técnicas, infraestruturais domésticas suficientes para a exploração dos seus recursos energéticos, e dependa de actores externos para extraí-los continua sendo importante. A nível de gás natural, a importância de Moçambique na

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lítica energética internacional, começou a ser tomada em consideração principal-mente a partir de 2000, quando o GdM assinou o PSA com a Sasol Petroleum. E desde 2000 até 2014, foram descobertas cerca de 196.1 tcf de reservas de gás natural, as quais reposicionaram Moçam-bique na geopolítica energética interna-cional.

De forma objectiva, o reposiciona-mento de Moçambique na geopolítica energética verificou-se a nível do volume de reservas e produção de gás natural. A nível de reservas de gás natural, Moçam-bique saiu da posição 61 em 2000 com reservas de cerca de 3.9 tcf, para a posi-ção 8 em 2013 com reservas de cerca de 200 tcf. E a nível de produção a qual ini-ciou e 2004, saiu da posição 51 em 2005, com uma produção de cerca de 0.08 tcf no ranking global, para a posição 45 em 2013 com cerca de 0.14 tcf. Contudo, estima-se que até 2026 Moçambique se torne num dos maiores produtores e 3º maior exportador de gás natural do mun-do com cerca de 50mtpa, (Fruhauf, 2014:13).

E em termos de significado, o reposi-cionamento aparece como uma oportu-nidade de aumento do poder energéti-co do Estado. Com isto, está também o aumento da acção de Moçambique no mercado regional de combustíveis, elec-tricidade e derivados do gás natural como fertilizantes. E a nível da SADC, há maior probabilidade de criação de dependência devido a proximidade geográfica, défice energético, embora existam actores como Tanzânia e Angola com recursos com potencial de respon-der a demanda por electricidade e com-bustíveis da região.

Implicações da Exploração do Gás

Natu-ral na Economia de Moçambique

A exploração do gás natural poderá

ter implicações positivas e negativas para a economia de Moçambique. Pode por um lado, levar ao aumento do PIB, aumento do emprego, e abre novas oportunidades de monetização. E por outro, à transferência de mão-de-obra de outros sectores económicos para o sector petrolífero e ainda levar ao aumento de expectativas dos grupos de pressão. Relativamente ao aumento do PIB, verifica-se a partir do gráfico 1 que, mantendo a economia estável e consi-derando somente o PIB de 2014 (15.32 biliões de dólares), bem como a partici-pação da ENH nos projectos da Bacia do Rovuma (Área 1&4), e os 25% estabeleci-dos pelo artigo 35 número 1 da lei 21/2014 de 18de Agosto. O Estado poderá ter um PIB de 20 biliões até 2026 quando a produção de gás atingir o nível máxi-mo previsto de 50mtpa.

Gráfico 1. Receitas do gás natural em biliões dóla-res (2018-2026)

Fonte: BR (2014:6), BR (2014:3), World Bank

Outras pesquisas como do Standard Bank e Connigarth Economist (2014), Fru-hauf (2014) e do ICF (2012), apontam para um aumento do PIB extraordinário a partir da exploração do gás natural. Com efeito, o Standard Bank e Conni-garth Economist (2014:3), assume que até 2035 o PIB de Moçambique poderá atin-gir os 39 biliões de dólares. Fruhauf (2014:14) por sua vez, acredita que até 2026 o PIB de Moçambique poderá atin-gir os 38 biliões de dólares. E o ICF (2012:22), expõe que até 2035 o PIB poderá alcançar os 81 biliões de dólares.

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Para além do aumento do PIB, a exploração do gás natural pode provo-car de acordo com o gráfico 2 a cria-ção de até 700,000 postos de emprego dos quais cerca de 15 mil estarão liga-dos directamente ao sector do gás natural e outros de forma indirecta, prin-cipalmente a partir das empresas de prestação de serviços e outras.

Gráfico 2. Empregos criados a partir do gás natural até 2035

Fonte: Ledesma (2013:21), Standard Bank e Connigarth

Economists (2014:3), IHS (2013:24), ICF (2012:17) E mais do que estas implicações o gás natural abre novas oportunidades de monetização principalmente na Ásia em particular no Japão, Coreia do Sul e China. Estes três Estados para além de ser os maiores importadores de gás natural a nível global, mostram abertura para aquisição do gás natural de Moçambique e tendem a diversificar as fontes de importação conforme a redu-zir a vulnerabilidade em relação aos exportadores. Com efeito, estes merca-dos já assinaram contratos de compra de cerca de 7.8mtpa de gás natural (LNG) moçambicano a partir de 2018.

Contudo, devido a rentabilidade do sector a exploração do gás natural pode provocar a transferência de mão-de-obra, podendo levar à uma depen-dência em relação ao sector de petró-leos. E mais do que isso, a exploração do gás natural elevou as expectativas dos diversos grupos de pressão como a sociedade civil, movimentos políticos, mídia que procuram benefícios

imedia-tos e informações claras sobre a indús-tria, sendo fundamental a sua clara res-posta para evitar a frustração dos mes-mos.

Implicações da Exploração

do Gás Natural na Segurança Energética

de Moçambique

A exploração do gás natural pode-rá levar à redução de importação de combustíveis a partir de 2020. Isto por-que, a produção do diesel, gasolina e LPG vai exceder a demanda. Mais do que isso, pode levar à redução do pre-ço dos combustíveis na ordem dos 5-8% a partir do mesmo período. E ainda ao aumento da capacidade da energia eléctrica a nível doméstico, conforme a responder a demanda local.

A nível de combustíveis estima-se conforme mostra a gráfico 3, que a pro-dução seja de certa forma o dobro da demanda. Com isto, o preço dos com-bustíveis poderá reduzir em cerca de 5-8%, visto que a texa de importação é de 5%, e de acordo com o artigo 10 número 1 e 2 da lei 27/2014 de 23 de Setembro, quando a produção do petróleo e gás é destinado ao mercado doméstico, há uma redução de 50%, tendo em conta o diferencial aplicado sobre o imposto de produção de petró-leo (IPP).

Gráfico 3. Demanda e produção de combustíveis em 2020 (mil barris por dia)

Fonte: IHS (2013:18)

E para além do sector de combustí-veis, está o aumento da capacidade eléctrica a nível doméstico, a qual é

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fundamental considerando que até 2013 pouco mais de 20% tinha acesso. Até 2014, haviam sido materializadas centrais eléctricas a partir do gás com capacidade de produzir cerca de 286 Mega-watts, dos 706 MW que foi a demanda de 2012. E projecta-se cons-truir mais 4 centrais até 2024 com capa-cidade de produzir cerca de 390 MW, totalizando cerca de 676 MW.

Racionalidade da Lei 21/2014 De 18 de

Agosto na Economia e Segurança

Ener-gética de Moçambique

A lei 21/2014 de 18 de Agosto (nova lei de petróleo e gás), é racional a nível económico porque cria condições para o aumento das receitas do Estado a partir das actividades de exploração de gás natural, principalmente a partir da observação e aplicação do artigo 35 número 1 da mesma lei. E a nível de segurança energética, a lei em discus-são proporciona maior quantidade de gás ao Estado para desenvolver os seus projectos de produção de combustí-veis, electricidade e outros.

E conforme se apresenta nas impli-cações da exploração do gás natural na economia, no âmbito do aumento do PIB, a presente lei é fundamental porque possibilita maior participação do Estado no sector de petróleos e con-sequente aumento dos retornos das actividades de exploração do gás natural. Para além da vertente de retor-nos, está a empregabilidade criada a partir dos projectos de exploração e reforçada pelo pacote legislativo de petróleos, especificamente pelos artigos 18, 19 e 20 do Decreto-lei 2/2014 de 2 de Dezembro. E a partir do gráfico 1, verifica-se que somente esta lei pode acrescentar cerca 694 milhões de dóla-res à economia em 2018, cerca de 5273 milhões de dólares a partir de 2026,

caso o gás seja destinado para a ven-da principalmente no mercado asiático cujos preços são competitivos. Com isto, pode-se sem dúvida analisar a lei 21/2014 de 18 de Agosto como racional à economia de Moçambique. Para além desta racionalidade directa e objectiva da lei em discussão, pode verificar-se que, ao elevar a participa-ção do Estado nas actividades petrolífe-ras, está-se abrir oportunidades de cria-ção de uma base de capital robusta para alavancar o desenvolvimento de outros sectores económicos como a agricultura e outros.

A nível de segurança energética, ainda ligado ao artigo 35 número 1 o qual eleva a participação do Estado no sector de petróleos, verifica-se que abre -se mais espaço para o desenvolvimen-to de projecdesenvolvimen-tos de aproveitamendesenvolvimen-to do gás natural em benefício ao mercado doméstico. Com efeito, os projectos de produção de combustíveis, fertilizantes serão feitos com base na quantidade de gás destinada ao mercado domésti-co, ou seja, gás natural do Estado. Assim, o que se poderá verificar, é uma forte ou determinante actuação do Estado no mercado energético domés-tico e possivelmente regional de forma primária, com uma fraca actuação no mercado energético internacional.

Considerações Finais

O sector de gás natural em Moçam-bique conheceu o seu início na década de 1900 quando fizeram-se as primeiras pesquisas de petróleo e gás natural. Contudo, foi na década de 1960 parti-cularmente (nos anos 1961, 1962 e 1967) que se fizeram as primeiras descobertas de gás natural na Bacia de Moçambi-que em volumes estimados em 3.9 tcf até 2000 ano da assinatura dos Acordos de Partilha de Produção (PPA) e outros

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para a exploração dos blocos de Pan-de e Temane. No período pós-2000, veri-ficaram-se grandes mudanças no sec-tor de gás natural como a descoberta de cerca de 196.1 tcf até 2014, início da exploração de gás natural dos blocos de Pande e Temane, e ainda o influxo de multinacionais no sector e do IDE. E de forma real, quando se fala da explo-ração de gás natural, fala-se dos pro-jectos de Pande e Temane visto que, são os únicos que até 2014 estavam operacionais.

Com a descoberta de mais gás natural no período de 2000-2014, Moçambique conheceu o seu reposi-cionamento na geopolítica energética internacional principalmente a nível de reservas de gás natural. A nível posicio-nal, saiu da posição 61ª em 2000 com cerca de 3.9 tcf para a 8ª em 2014 com cerca de 200 tcf. E a nível de produção que iniciou em 2004, saiu da posição 51 em 2005 com cerca de 0.08 tcf produzi-dos para a posição 45 em 2013 com cerca de 0.14 tcf produzidos, e as pro-jecções mostram que até 2026 se torna-rá no terceiro maior produtor de gás natural, baseado na quantidade de liquefação (50mtpa). E a nível de signifi-cados, o reposicionamento aparece como uma oportunidade de aumento do poder energético do Estado. Com isto, está também o aumento da acção de Moçambique no mercado regional de combustíveis, electricidade e deriva-dos do gás natural como fertilizantes. E a nível da SADC, há maior probabilida-de probabilida-de criação probabilida-de probabilida-dependência probabilida-devido a proximidade geográfica, défice ener-gético, embora existam actores como Tanzânia e Angola com recursos com potencial de responder a demanda por electricidade e combustíveis da região.

Assim, uma vez que a exploração dos grandes volumes de gás natural descobertos na Bacia do Rovuma inicia

em 2018, as projecções e estudos apon-tam para implicações positivas a nível económico. Com efeito, até 2026 as receitas de exploração do gás natural podem alcançar os 5 biliões de dólares anuais considerando somente a parce-la de 25% exposta no artigo 35 número 1 da lei 21/2014 de 18 de Agosto, e a participação da ENH nos projectos da Área 1 e 4. E em termos reais, significa um aumento do PIB dos 15 biliões de dólares em 2014, para cerca de 20 biliões em 2026, mantendo todos os sec-tores económicos estáveis e sem contar com outros impostos aplicáveis ao sec-tor de petróleo e gás.

Para além do aumento do PIB, está o aumento do emprego, e abertura de novas oportunidades de monetização na Ásia, particularmente no Japão, Coreia do Sul e China. Estas represen-tam oportunidades de monetização porque, para além de serem grandes importadores e consumidores, mostram abertura para aquisição do gás natural de Moçambique, e ainda necessitam de diversificar as fontes de importação. Contudo, verifica-se também que, a exploração do gás natural pode pro-mover a transferência de mão-de-obra de outros sectores económicos para este sector devido a rentabilidade e ainda, provoca o aumento de expecta-tivas dos grupos de pressão.

A nível de segurança energética, a exploração de gás natural poderá tra-zer implicações positivas como a redu-ção de importaredu-ção de combustíveis a partir de 2020. Isto porque, a produção do diesel, gasolina e LPG vai exceder a demanda; a redução do preço dos combustíveis na ordem dos 5-8% a partir do mesmo período. E ainda ao aumen-to da capacidade da energia eléctrica a nível doméstico, conforme a respon-der a demanda local. E relativamente ao quadro legal de petróleo e gás,

par-Vol. 2, Nº 04, Ano II, Abril - Junho de 2015

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ticularmente a lei 21/2014 de 18 de Agosto (nova lei de petróleo e gás). Verifica-se uma racionalidade para os benefícios económicos e energéticos a partir da exploração do gás natural. Com efeito, a partir da observação e aplicação do artigo 35 número 1 da mesma lei, o Estado eleva a sua partici-pação no sector petrolífero a qual varia entre 10-25%, o que pode garantir maio-res receitas ao Estado, e ainda maior quantidade de gás ao Estado para desenvolver os seus projectos de produ-ção de combustíveis, electricidade e outros.

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Gráfico 1. Receitas do gás natural em biliões dóla- dóla-res (2018-2026)
Gráfico 2. Empregos criados a partir do gás natural até  2035

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