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A TERAPIA DO RISO COMO UMA ESTRATÉGIA AUXILIAR NA ATENÇÃO FARMACEUTICA HUMANIZADA EM UNIDADE HOSPITALAR.

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ISSN 2179-5037

1

Farmacêutica, graduada em farmácia pelo ABEU - Centro Universitário, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: thaiannef@yahoo.com.br

2

Farmacêutica, graduada em farmácia pelo ABEU - Centro Universitário, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: tbsilva1982@yahoo.com.br

3

Estagiário de Iniciação Cientifica – UNIABEU; Aluno do Curso de Graduação em Farmácia, ABEU - Centro Universitário, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: flaviouniabeu@hotmail.com

4Bolsista de Iniciação Cientifica – FAPERJ; Aluno do Curso de Graduação em Farmácia, ABEU

- Centro Universitário, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: robeerta.peres@hotmail.com

5Cirurgiã-dentista, Mestranda em Odontologia – Universidade Veiga de Almeida – UVA, Rio de

Janeiro, Brasil. Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Odontologia – Universidade Veiga de Almeida, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: repetillo@gmail.com

6

Microbiologista, Doutoranda em Microbiologia - IMPG – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: fernandacavalcante85@gmail.com

7

Farmacêutico, Mestrando em Saúde Materno-Infantil – UFF; Coordenador do Curso de Graduação em Farmácia do ABEU - Centro Universitário. E-mail: farmsanthe@yahoo.com.br

8

Mestre em Enfermagem. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem do ABEU - Centro Universitário. E-mail:herciliaregina@ig.com.br

9Professor do Programa de Pós-Graduação - Mestrado em Odontologia – Universidade Veiga

de Almeida, Rio de Janeiro, Brasil. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem e Farmácia do ABEU- Centro Universitário, Belford Roxo, Rio de Janeiro, Brasil. E-mail: denniscf@gmail.com

Revista UNIABEU Belford Roxo V.7 Número 16 maio- agosto 2014

A TERAPIA DO RISO COMO UMA ESTRATÉGIA AUXILIAR NA

ATENÇÃO FARMACÊUTICA HUMANIZADA EM UNIDADE

HOSPITALAR

Thaianne Silva de França1; Tatiana Barbosa da Silva Aragão2; Flávio Faria de Freitas3; Roberta Martins Peres4; Carla Renata Petillo de Pinho5; Fernanda Sampaio Cavalcante6; Aluízio Antônio de Santa Helena7; Hercília Regina do Amaral Montenegro8; Dennis de Carvalho Ferreira9

RESUMO

Introdução: Desde que o farmacêutico iniciou seu trabalho junto à equipe de saúde, tem buscado meios que promovam a redução de problemas e custos quanto aos fármacos. Neste contexto, a terapia do riso é uma técnica complementar humanizada que pode ser utilizada no ambiente hospitalar para o auxilio no tratamento de pacientes hospitalizados, visando a redução da dor e estimulando o processo de cura destes. Objetivos: descrever a contribuição da terapia do riso no auxílio à recuperação do paciente internado em unidades hospitalares e demonstrar que esta técnica pode estar incluída como uma opção na assistência farmacêutica humanizada. Método: Trata-se de um estudo de Revisão Bibliográfica utilizando artigos científicos selecionados nas Bases de Dados Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), o Google Acadêmico e a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Saúde (LILACS),

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no período de 2003 a 2013. Conclusão: A risoterapia tem ações fisiológicas como a liberação de catecolaminas e de neuroendorfinas favorecendo o relaxamento muscular e o aporte de fluxo sanguíneo. E como uma estratégia de humanização na saúde, proporciona o bom humor e a alegria para a melhoria do paciente e da relação entre este e a equipe de saúde, da qual o farmacêutico faz parte.

Palavras-chave: Terapia do riso; Enfermagem; Atenção farmacêutica; Riso; Hospitalização.

Laughter therapy as an option of humanized pharmaceutical care in hospital unit

ABSTRACT

Introduction: Since the 90’s in the last century, the pharmacist has begun working in a team with other health professionals in order to promote ways to reduce costs and problems regarding the pharmacology. The laughter therapy consists of a humanized complementary technique that can be used in hospitals to aid the treatment of hospitalized patients. One can use playful as theater, music and games that promote welfare leading patients to reduce pain and stimulate the healing process. Objectives: To describe the contribution of laughter therapy to help in the recovery of patients admitted to hospitals, and demonstrate that this technique can be included as an option in humanized pharmaceutical care. Method: This study is a Literature Review selected using the Database of Scientific Electronic Library Online (SciELO), Google Scholar and Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS) in the period 2003-2013. Conclusions: Laughter therapy has physiological actions such as the release of catecholamines and endorphins promoting muscle relaxation and inflow of blood flow. As a strategy for humanization of medicine, provides good humor and joy for the improvement of the patient and the relationship between this professional and the health care team, in which the pharmacist is a component.

Keywords: Laughter therapy; laughter; nursing; pharmaceutical care; hospitalization. INTRODUÇÃO

Com o advento da farmácia clínica, na década de 1960, o foco da prática farmacêutica deixou de ser o medicamento, enquanto mercadoria de consumo, e ocorre o direcionamento deste olhar para o paciente, como um indivíduo que vive o processo saúde-doença, e a preocupação quanto ao uso destes fármacos para alcançar a solução ou redução dos agravos à saúde. Neste sentido, a partir da década de 1990, com a criação da atenção farmacêutica, que tem como objetivo principal a preocupação com o bem-estar do paciente, o profissional farmacêutico assume um papel de significativa importância no contexto da saúde, visto que inicia o trabalho em equipe com outros

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profissionais de saúde, visando estratégias para redução de custos quanto à

farmacoterapia no contexto social em que se insere (PEREIRA e FREITAS,

2008).

Assim, com o paciente assumindo a posição de destaque na atenção à saúde e o medicamento passando a ser visto como um veículo que contribui para a sua recuperação, o farmacêutico pode, como membro de uma equipe multiprofissional, utilizar instrumentos que viabilizem sua ação, que ultrapassem a atenção, que utiliza no tocante à farmacologia e a propedêutica clínica, como a Terapia do Riso. Esta terapia, também conhecida como risoterapia, foi criada pelo doutor Hunter “Patch” Adams, em 1960, utiliza meios lúdicos como o teatro, a música e as brincadeiras que promovam o bem-estar, levando-os a atenuar sua dor e conduzindo-os até mesmo à cura. Vale destacar que possui ampla indicação, incluindo pacientes infantis, jovens,

adultos e idosos(SILVA & OMURA, 2005).

Atualmente é considerada como uma técnica complementar, que pode ser utilizada no ambiente hospitalar para auxiliar no tratamento dos internos, e tem como finalidade sensibilizar os pacientes quanto aos diferentes aspectos de seus processos em saúde (VIEIRA, 2007). Assim, através deste meio, busca-se tratar o paciente na sua integralidade e equidade, alcançando o corpo e o espírito, utilizando o humor por meio de momentos de descontração,

propiciando que o paciente se abra para outros aspectos da vida além da dor e

do sofrimento.

Estudos vêm mostrando que os benefícios do humor, principalmente do riso, no organismo, perpassam desde o aumento da imunidade até a diminuição do risco de infarto do miocárdio, possui vantagens qualitativas no sistema digestório e em pacientes oncológicos, reduzindo a ansiedade e o

desconforto durante o período do tratamento. Cabe destacar que as diferentes

técnicas propostas devem ser utilizadas como instrumentos de aproximação do paciente, do mesmo modo do doente com sua patologia e, ainda, consigo próprio (PUCCINI & CECÍLIO, 2004; SILVA & OMURA, 2005).

Este estudo tem como objetivos descrever a contribuição da terapia do riso no auxílio à recuperação do paciente internado em unidades hospitalares e

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demonstrar que esta técnica pode estar incluída como uma opção na assistência farmacêutica humanizada.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de pesquisa bibliográfica utilizando material já elaborado, constituído por artigos científicos, com base em estudos publicados no período de dez anos, compreendido entre 2003 a 2013, e na língua portuguesa. Nesse tipo de pesquisa, o objetivo é observar os fatos, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, sem modificar os resultados. Foram utilizados

como fonte de pesquisas o Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), o

Google Acadêmico e a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Saúde (LILACS); os números de artigos achados, selecionados e utilizados são mostrados no Quadro 1.

Fontes Nº total de artigos Artigos selecionados Artigos utilizados

Scielo 497 14 9 Google Acadêmico 779 36 9 LILACS 27 6 1 Total 1303 56 19

Quadro 1: Seleção dos artigos científicos nas bases de dados online.

Para a pesquisa foram utilizados os seguintes descritores: riso, terapia do riso, enfermagem, internação hospitalar, atenção farmacêutica, risoterapia, humanização, bom humor, doutores da alegria.

A avaliação dos artigos encontrados deu-se através da leitura dos seus resumos, com a finalidade de selecionar os que vinham ao encontro dos objetivos do presente estudo. Em seguida, foi feita a leitura de cada artigo, e as informações relevantes e que pudessem ser utilizadas no trabalho foram catalogadas e ordenadas. As categorias eleitas para o desenvolvimento do presente estudo foram as seguintes: risoterapia como estratégia de

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humanização, repercussões da terapia, pontos positivos e limitações, assistência farmacêutica e a busca por novas tecnologias, possibilidade da risoterapia diante de pacientes com diversas patologias humanas e a família.

RESULTADOS E ANÁLISE DE DADOS

Risoterapia como estratégia de humanização.

Esta categoria esteve presente em sete dos dezenove artigos selecionados. O grau de satisfação no atendimento dos serviços de saúde, atualmente, demonstra insatisfação por parte dos clientes, com frequentes queixas em relação ao tratamento proposto ao qual são submetidos nas unidades de saúde, principalmente do Sistema Único de Saúde (SUS), o que, no entanto, não deveria ocorrer, tendo em vista os princípios do mesmo. A partir desse contexto, desperta o interesse em estudar a humanização do

cuidado ao ambiente hospitalar onde o profissional de saúde deve possuir na

assistência o conhecimento das diferenças de cada paciente para que a aproximação ocorra, pois estes podem se encontrar fragilizados, tanto física como psicologicamente. Sendo assim, esses profissionais de saúde atuam nesse momento como um auxílio aos pacientes que, ao enfrentarem suas dificuldades diante de suas realidades, muitas vezes complexas, atravessam a internação hospitalar (PUCCINI & CECÍLIO, 2004).

Nesse sentido, existem diferentes estratégias para um atendimento humanizado ao paciente e ao familiar, a partir do acolhimento, que vai do simples ato de apertar a mão do paciente, conhecê-lo pelo nome e conversar

com o mesmo, destacando a importância de estar junto de forma empática, de

ouvir e de compreender. A presença dos familiares nos serviços de saúde contribuiu para o bem-estar e para a recuperação da saúde do paciente, mas que também é foco do profissional de saúde, pois passam por um processo de adaptação por estarem convivendo em ambiente hospitalar e com a doença. Estar presente durante os procedimentos, que são dolorosos e provocam medo ou ansiedade, estabelecendo contato verbal, o bom humor, o cuidado e o afeto,

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atuam de forma positiva para o paciente e para o familiar, transmitindo, nestes,

sentimento de conforto e confiança(LUCHESI & CARDOSO, 2012).

Torna-se pertinente que o paciente tenha esclarecimento da importância do procedimento que será submetido, da dor e do desconforto que poderá sentir, e que o profissional conheça e entenda as limitações de cada paciente e familiar para que haja um relacionamento harmônico entre ambos. Deve-se lembrar que, para que ocorra o bom relacionamento entre profissional e o

paciente, também é preciso existir bom relacionamento entre a própria equipe

de saúde. Esta, não se trata apenas da equipe de enfermagem, mas também

dos médicos, dos farmacêuticos, entre outros, que influenciam em algum aspecto no cuidado ao paciente, destacando, assim, o papel da atenção farmacêutica (COSTA & FILHO, 2003; HOGA, 2004).

A cura do paciente foi considerada como a meta principal de sua permanência no ambiente hospitalar, e a aproximação deste com a equipe de saúde permite a criação de medidas alternativas para a sua recuperação. Durante a hospitalização, os problemas encontrados nas etapas envolvidas em seu processo de tratamento, bem como as suas possíveis repercussões, podem ser minimizadas a partir da liberação e expressão de sentimentos negativos que os pacientes acabam armazenando devido ao trauma de se encontrarem neste ambiente. Para isso, a utilização de recursos lúdicos tem se mostrado cada vez mais frequentes para adaptar paciente e família à unidade de saúde (FASSARELA & BUENO, 2012).

Neste contexto, a Terapia do Riso foi criada e divulgada pelo médico norte-americano Hunter “Patch” Adams, que praticava a medicina de um modo

nada tradicional e proporcionava momentos de descontração para os seus

pacientes, para que os mesmos pudessem explorar outras dimensões

temporariamente além da dor e do sofrimento causados por suas enfermidades ou condições. Para o Dr. Adams, tratar um enfermo não era tratar apenas sua doença, mas também lhe oferecer a compaixão, a amizade, o humor e o respeito ao próximo, trazendo, assim, benefícios à pessoa hospitalizada, amenizando a dor e a angústia, e ainda trazendo alegria a um ambiente de

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tristeza. Desde então, foram criados no Brasil, vários grupos promotores da

terapia do riso(LUCHESI & CARDOSO,2012).

Repercussões da Terapia

Esta categoria, dentre os dezenove artigos selecionados, aparecem em dez. A terapia do riso, ao ser empregue nos serviços de saúde, não produz custos para a instituição, que utiliza apenas algumas horas do dia do indivíduo que a irá realizar, podendo ser efetuada em conjunto com a farmacoterapia, sem haver complicações em pacientes de todas as idades e com diferentes condições patológicas (Lima & Azevedo & Nascimento & Rocha, 2009).

Cabe destacar que na risoterapia todos podem participar, além do paciente como seus acompanhantes; os profissionais que estiverem trabalhando na hora da visita podem “entrar” na brincadeira. E ainda, quanto ao

seu desenvolvimento, pode contar com recursos como: a música, os

brinquedos, os jogos e os profissionais, como médicos e enfermeiros com nariz de palhaço, chapéus coloridos, óculos engraçados e maquiagem de palhaço. A brincadeira e a diversão produzem o riso e o bom humor, que são efetivos para a redução de sentimentos ruins, de frustração e de medos, com isso o paciente se sente mais acolhido e consegue ter em um ambiente de dor e de luta pela vida um pouco de alívio e conforto, o que deixa o lugar mais leve e descontraído (FASSARELA & BUENO, 2012).

O público-alvo para a aplicação da técnica geralmente são crianças, porém, também esta pode ser utilizada com adultos e idosos apresentando as mais diversas patologias como, pacientes oncológicos, com lesões de

queimaduras, ortopédicas e cirúrgicas, entre outras(OLIVEIRA et al., 2012).

A brincadeira deve ser percebida como um direito da criança e um

instrumento fundamental para seu desenvolvimento físico e mental. Quando as

mesmas são internadas, esse direito lhes é “tirado”, sua rotina torna-se

rompida, seus horários são alterados e a criança pode se encontrar temerosa,

com medo do desconhecido e também com medo dos procedimentos

invasivos, quando ocorrem, e acabam por expressar um comportamento agressivo, podendo não reagir de forma natural com a chegada da equipe

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cuidadora. A terapia possibilita à criança a liberdade de expressar o que está sentindo, aprimorar suas habilidades psicomotoras, equilibrando seu físico e

preservando e restaurando seu organismo, bem como auxiliando a criança na

sua recuperação (RODRIGUES & MARTINS, 2010).

Na terapia do riso, têm sido utilizados, como auxilio na recuperação da criança, além de músicas, brincadeiras e teatro, também os brinquedos

terapêuticos. Os mesmos podem ser classificados como: brinquedo dramático,

como os bonecos e materiais hospitalares, possibilitando à criança extravasar

sentimentos ruins e demonstrar ao cuidador o que a aflige; o brinquedo

institucional, onde a criança é preparada para a internação e/ou procedimentos,

e podem ser usados livros, brinquedos e também equipamentos do próprio

hospital como meios educativos; e o brinquedo capacitador de funções fisiológicas, que possui a finalidade de manter ou melhorar a condição física da criança (LEITE & SHIMO, 2007).

Os estudos apontam que terapia do riso faz bem tanto para quem a executa quanto para quem a recebe, visto que melhora a interação entre a equipe, e que cada um percebe sua importância no meio em que se encontra. Com isso, até o humor dos funcionários do hospital melhora, aliviando o estresse e as pressões do ambiente em que trabalham (LUCHESI & CARDOSO, 2012).

Essa terapia proporciona diferentes possibilidades diante das patologias que enfrentam as pessoas internadas em unidades hospitalares, sejam elas físicas ou psicológicas, além de auxiliar a família do paciente a enfrentar essa experiência traumática, minimizando o estresse, o medo e

fortalecendo os laços entre paciente, família e equipe de saúde (LIMA &

AZEVEDO & NASCIMENTO & ROCHA, 2009; MOURA & RESCK & DÁZIO, 2012).

Assistência farmacêutica e a busca por novas tecnologias

Dos dezenove artigos, esta categoria aparece em apenas quatro. O farmacêutico, aos poucos, foi perdendo sua identidade profissional, sendo tratado pelos outros profissionais e também pelos pacientes como um

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dispensador de medicamentos. Com a finalidade de resgatar sua identidade e

o respeito profissional o farmacêutico lançou-se em busca de novas

tecnologias para trabalhar e, assim, estabelecer sua relevância no contexto da saúde pública (SILVA & OMURA, 2005).

Após o movimento da farmácia clínica na década de 60, alguns autores redefiniram o papel do farmacêutico em relação ao paciente, visto que, anteriormente, ficava próximo apenas dos profissionais de saúde. O farmacêutico passou a ver o paciente como foco principal, e o medicamento como estratégia de cura, e a ter uma relação harmônica com o cliente (PEREIRA & FREITAS, 2008).

A atenção farmacêutica, intitulada desta forma, foi estabelecida em 1990, e teve como objetivo o bem-estar do paciente, isso inclui o uso racional de medicamentos, visando à redução dos efeitos adversos. A partir desse ideal, o farmacêutico passa a somar seus esforços e conhecimentos aos demais profissionais de saúde para a promoção da saúde e contribuindo para a diminuição de custos com o tratamento farmacológico e internações (SILVA & OMURA, 2005).

Sendo o farmacêutico um importante membro da equipe de saúde em

um hospital e responsável pela assistência farmacêutica, considerada como um conjunto de procedimentos necessários para promover, prevenir e recuperar a saúde do individuo. Nesse sentido, a risoterapia se encaixa perfeitamente como uma opção de assistência farmacêutica humanizada, onde o farmacêutico sai do anonimato e deixa de ser apenas o dispensador de medicamento, que só conhece o cliente através dos prontuários médicos, e

passa a interagir diretamente com o paciente, conhecendo e acompanhando o

tratamento de forma mais humana, através do riso (SILVA & OMURA, 2005;

PEREIRA & UETA & FREITAS, 2008).

Possibilidades de uso da Risoterapia diante das Diversas Patologias Humanas e da Família dos Pacientes.

Esta categoria aparece em quatorze dos dezenove artigos. A frase

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efeitos psicológicos, como a melhor aceitação dos procedimentos hospitalares e da situação de internação, o bom humor foi também capaz de produzir efeitos fisiológicos. Os estudos sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos do humor tiveram como marco a década de 1970, na qual ficou estabelecido que através do riso, podemos liberar nossas emoções, produzindo a sensação do bem-estar (MUSSA & MALERBI, 2012).

Foi observado que o riso possui um papel importante para a fisiologia humana, pois atua nos hormônios do estresse, aumentando as secreções de endorfina, conhecida como o hormônio do prazer, produzindo, com isso, benefícios ao sistema imunológico. Também estimula a produção de

adrenalina, levando mais oxigênio aos tecidos. O estresse aumentado pode

comprometer a defesa do organismo, sendo considerado como uma predisposição para a potencialização de doenças e infecções (ABREU, 2011).

O riso, por seus efeitos benéficos, constitui-se uma opção para a diminuição do uso de medicamentos. Quando a pessoa sorri, sente prazer e, com isso, são liberadas as neuroendorfinas, e ativam o sistema imunológico, mandando mensagens aos linfócitos para que combatam vírus e bactérias invasoras. Rir também produz a liberação de catecolaminas. Tais substâncias atuam no coração, elevando a tensão arterial e relaxando alguns músculos, com isso, melhoram o fluxo sanguíneo e reduzem as inflamações, então, mais sangue é bombeado e há a dilatação de vasos sanguíneos levando a redução da pressão arterial, diminuindo o risco de infarto, além de apressarem a cicatrização e melhorarem as condições do organismo (MUSSA & MALERBI, 2012). Nos pulmões, ocorre aceleração da respiração e maior absorção de oxigênio. Durante o riso, os músculos abdominais, massageiam todo o sistema gastrintestinal, e levam a uma melhora na digestão e nos órgãos excretores (MUSSA & MALERBI, 2012).

Há suspeitas de que as células “Natural Killer” (NK), responsáveis por

combater células tumorais tem suas atividades aumentadas depois de expor o pacientes a programas que utilizam o riso e o bom humor. Cabe destacar que em um estudo realizado com 21 indivíduos saudáveis do sexo masculino, em que foi analisada a ativação das células Natural Killer (NK), antes e depois da

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apresentação de um filme de comédia, com aproximadamente 75 minutos de duração, pode-se verificar, após o vídeo, um aumento de 0,05% na ativação dessas células no grupo estudado (ABREU, 2011).

Assim, estudos apontam que a prática do riso e da gargalhada diminui o estresse, a ansiedade e a dor, por meio da liberação de neurotransmissores como a serotonina e a endorfina, por envolvimento do sistema límbico. O riso tem o efeito terapêutico facilitador do tratamento analgésico em ambiente hospitalar. As modificações psiconeuroendócrinas da gargalhada produzem a melhora do sistema imunológico, aumentando a fluxo sanguíneo cerebral e reduzindo os sintomas de depressão e ansiedade. E, ainda, que o riso e a gargalhada funcionam como exercício respiratório que favorece o relaxamento muscular, importante para o controle do estresse na vivência da dor (VALLE, 2006).

Nesse sentido, indivíduos mais felizes e que procuram conduzir a vida com mais serenidade, inclusive nos momentos de maior dificuldade, apresentam menor possibilidade de apresentar agravos cardiovasculares e que vivem cerca de cinco anos a mais que os outros (FASSARELA & BUENO, 2012). Estando relatados os benefícios do bom humor e do riso, entende-se a importância da Terapia do Riso no ambiente hospitalar. Esta alternativa promove a melhora no quadro dos internos. As emoções positivas causadas pelo humor podem reduzir a intensidade da dor, podendo levar à diminuição no uso de medicamentos analgésicos e outros, diminuindo as agressões causadas

por estes e induzindo com maior facilidade a alta hospitalar(VALLE, 2006).

É importante salientar que a Terapia do Riso não substitui a terapêutica tradicional com o uso de medicamentos, e, sim, que poderá ser utilizada concomitantemente com esta, com a finalidade de promover o bem-estar do paciente (FASSARELA & BUENO, 2012).

A Terapia do Riso já é praticada em alguns estados do Brasil. Em 1991, Wellington Nogueira criou um projeto no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em São Paulo. O projeto foi batizado como Doutores da Alegria e até hoje atua em estados do Brasil, como Rio de Janeiro e Pernambuco. Em 1995, um grupo de alunos de diversos cursos, entre eles

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Farmácia, criou o grupo Cia. do Riso – Companhia do Riso, em Ribeirão Preto, São Paulo. Outros grupos surgiram e continuam surgindo desde então com o mesmo objetivo (LIMA & AZEVEDO & NASCIMENTO & ROCHA, 2009).

DISCUSSÃO

Considerando a assistência farmacêutica um conjunto de ações necessárias para prevenção, promoção, e recuperação da saúde individual e coletiva, a presença do farmacêutico em conselhos multidisciplinares de um hospital, caracteriza-se de importância para o tratamento do paciente internado, pois sendo o único profissional com formação cientifica nas áreas exatas e biológicas, o mesmo possui um profundo conhecimento da farmacoterapia, análises clínicas, toxicológicas e controle de qualidade de alimentos. No ambiente hospitalar, torna-se necessária a criação de técnicas e medidas que diminuam a utilização excessiva de medicamentos para

promover, com isso, o uso racional de medicamentos (ARAÚJO, PEREIRA,

UETA FREITAS, 2008).

O farmacêutico também tem o dever de promover a humanização no ambiente hospitalar através da atenção farmacêutica, onde seus princípios são assegurar o acesso a medicamentos e tratamentos com os mesmos, que sejam de qualidade aos usuários, disponibilizar seus serviços e cuidados ao cliente e à sociedade, atuando como complemento de outros serviços de saúde e contribuir efetivamente para mudar o investimento com medicamentos em saúde e qualidade de vida (ARAÚJO & FREITAS, 2006).

Nesse cenário, é importante promover a humanização no ambiente hospitalar, e para tal podemos sugerir a terapia do riso ou risoterapia, que é

constituída de bom humor, de brincadeiras e de “palhaços doutores” que

promovem o bem-estar físico e mental dos internos, levando assim a diminuição de suas angústias e sofrimentos causados pela hospitalização do indivíduo (ARAUJO & GUIMARÃES, 2009).

Assim, o ato de brincar proporciona ao paciente, o sentimento de melhora no estado geral, no período de internação e o ambiente hospitalar torna-se mais humanizado, o que favorece a qualidade de vida dessas pessoas

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e faz com que os pacientes se sintam com a autoestima mais elevada (MOURA & RESCK & DÁZIO & 2012).

O riso e a gargalhada têm uma resposta positiva ao sistema fisiológico humano, auxiliando na recuperação dos pacientes hospitalizados, pois diminuem o estresse e melhoram a oxigenação dos tecidos, diminuem a pressão arterial e também auxiliam na redução da dor (ABREU, 2011).

CONCLUSÃO

O farmacêutico, como membro da equipe de saúde, também tem o papel de cuidar do paciente como um ser humano, e não apenas como um usuário de medicamentos. No tratamento de pacientes internados, não devemos tratar o mesmo apenas na sua doença esquecendo que ele é um ser humano com sentimentos, temores e angústias. Temos que considerar também sua disposição interior, seu emocional e ajudá-lo a passar por esse momento que pode ser traumático na vida deste indivíduo, pois a forma como o cliente lida com as emoções pode influenciar diretamente no seu quadro clínico, tanto na saúde como na doença.

Muitos autores abordam o tema da humanização através do bom

humor, utilizando a técnica da terapia do riso em vários hospitais, com pacientes de todas as idades e com diversas patologias internados em unidades hospitalares, sempre destacando os benefícios causados por esta. Através da Terapia do Riso, os mesmos se sentem mais acolhidos e aceitam melhor seu tratamento. Também há a abreviação no tempo de internação, já que pacientes que contribuem com seu tratamento se sentem mais felizes e acreditam na sua recuperação e se reestabelecem mais rapidamente.

A risoterapia pode ser utilizada em qualquer unidade hospitalar sem qualquer custo para a instituição, todos os membros da equipe de saúde podem participar, e com isso há maior entrosamento entre os mesmos e também diminuição do estresse do ambiente de trabalho destes indivíduos que trabalham em um local tenso onde existe dor desespero e luta pela vida.

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Recebido em 12/05/2014. Aceito em 15/06/2014.

Referências

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