• Nenhum resultado encontrado

Influência da Embalagem e do Resfriamento no Vigor de Sementes de Soja, Glycine max (L.) Merrill

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Influência da Embalagem e do Resfriamento no Vigor de Sementes de Soja, Glycine max (L.) Merrill"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

1Instituto Federal Goiano – Câmpus Rio Verde, Rodovia Sul Goiana, km 1, Zona Rural – Rio Verde, GO, CEP: 75.901-970.

E-mails: zvirgolino@yahoo.com.br; osvresende@yahoo.com.br; douglaslng@hotmail.com; kaiqueafmarcal@hotmail. com; rodrigues.rayr5@gmail.com.

Influência da Embalagem e do Resfriamento no

Vigor de Sementes de Soja,

Glycine max (L.) Merrill

Zirvaldo Zenid Virgolino

1

, Osvaldo Resende

1

, Douglas

Nascimento Gonçalves

1

, Kaique Alves Ferreira Marçal

1

,

Rayr Rodrigues Lima

1

RESUMO

Nas regiões tropicais, a conservação de grãos e sementes armazenados é dificultada pelas temperaturas médias anuais elevadas e grandes oscilações na UR. Essas condições climáticas favorecem o desenvolvimento de pragas e da microflora de grãos e sementes armazenados, acentuando, além disso, o efeito indesejável decorrente do processo respiratório. Assim, o objetivo nesse trabalho foi estudar os efeitos do resfriamento das sementes de soja antes do armazenamento no vigor das sementes acondicionadas em sacaria e em big bags, e armazenadas em ambiente não climatizado. Sementes de soja, cultivar NA 7337 RR, de ciclo médio, foram colhidas mecanicamente em março de 2013, com teor de água médio de 18,0% (b.u.). As sementes foram armazenadas e aeradas em silo e, após o enchimento, resfriadas durante 19 dias, até a temperatura de 20 ºC. Um lote de 8.000 kg foi embalado em sacos de papel kraft trifoliado com massa de 40 kg, arranjado em pallets com 50 volumes e empilhado. Outro lote de 8.000 kg de sementes resfriadas foi acondicionado em bags de polipropileno com capacidade para 1.000 kg, e dispostos sobre

pallets no nível do piso.. As sementes foram analisadas quanto ao teor de água

e o envelhecimento acelerado (primeira contagem e índice de velocidade de germinação). O resfriamento das sementes de soja antes do armazenamento, não foi efetivo na manutenção do vigor ao longo de três meses. O tempo de armazenagem influenciou negativamente no vigor das sementes de soja. Os big

bags conservaram mais o teor de água das sementes resfriadas.

Palavras-chave: Semente, Resfriamento, Embalagem, Armazenagem

(2)

INTRODUÇÃO

A temperatura tem papel decisivo na conservação de grãos e sementes armazenados. Segundo Peske et al. (2003), o armazenamento de sementes em condições controladas de temperatura e umidade relativa permite conservá-las por longos períodos de tempo, o que é de vital importância, porque sua capacidade de produzir plantas produtivas se expressa nos fatores qualitativos da sanidade e vigor, que, direta e indiretamente, estão associadas às condições de armazenagem. Minimizando os danos provocados por insetos–praga, fungos e ácaros e ainda mitigando os efeitos indesejáveis decorrente do processo respiratório natural de grãos e sementes, cuja taxa se intensifica com o aumento da temperatura, o resfriamento artificial se apresenta como alternativa à aeração com ar ambiente. Rigueira et al. (2009) afirmam que o processo de resfriamento reduz a taxa respiratória dos grãos, retardando também o desenvolvimento dos insetos-praga e da microflora presente, independentemente das condições climáticas da região. Segundo Faroni & Silva (2008), a temperatura média e a umidade relativa ótimas para a reprodução de insetos são 30 ºC e 50 a 70%, respectivamente De acordo com Christensen & Kaufmann (1969), os fungos de armazenamento crescem mais rapidamente em temperaturas entre 30 ºC e 32 ºC, e algumas espécies de Penicillium podem crescer em temperaturas inferiores à de congelamento.

Para sementes, as condições climáticas, particularmente na armazenagem, exercem papel decisivo, já que sua capacidade de produzir plantas produtivas se expressa nos fatores qualitativos da sanidade e vigor, que, direta e indiretamente, estão associadas às condições de armazenagem.

Assim, o objetivo nesse trabalho foi estudar os efeitos do resfriamento das sementes de soja antes do armazenamento, no vigor das sementes acondicionadas em sacaria e em big bags, e armazenadas em ambiente não climatizado.

MATERIAL E MÉTODOS

Sementes de soja da cultivar NA 7337 RR de ciclo médio, colhidas em março/13 com teor de água médio de 18% (b.u.), foram armazenadas em silo, secas e limpas, até junho/13. Depois de beneficiadas e antes do armazenamento, as sementes foram resfriadas até 18 ºC, utilizando-se um equipamento resfriador da marca COOL SEED, modelo PC 40, móvel. Um

(3)

lote de 8.000 kg do total foi embalado em sacos de papel kraft trifoliado, para 40 kg, e empilhado. Outro lote de 8.000 kg de sementes resfriadas foi acondicionado em bags de polipropileno com gramatura de 190 gramas/m², medindo 0,90 x 0,90 x 1,40m, com capacidade para 1.000 kg, e dispostos sobre pallets no nível do piso. Como testemunha, foram utilizadas do mesmo lote igual quantidade de sementes não resfriadas, observando-se o mesmo arranjo de empilhamento para as ensacadas e disposição física para os bags. As sementes foram estocadas por cinco meses. Foi instalado no local um termohigrômetro digital, para registrar a temperatura e UR ambientes a cada 20 minutos. A temperatura das sementes foram medidas inicialmente a cada 15 dias, e depois mensalmente. A metodologia empregada para a realização do teste de envelhecimento acelerado foi a das Regras para Análise de Sementes (RAS), (BRASIl, 2009), sendo avaliados a primeira contagem da germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG). O IVG foi calculado de acordo com a fórmula de Maguirre (1962). Foi adotado o esquema fatorial 2 x 2 x 4 duas condições de armazenamento (resfriado e não resfriado), duas embalagens (papel kraft e big bags) e quatro tempos de armazenamento (0, 1, 2, 3 meses), em DIC, com quatro repetições.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 está apresentado o resumo da análise de variância para teor de água (TA), e para os dois testes usados na avaliação das sementes ao envelhecimento acelerado: germinação, IVG e primeira contagem de germinação (1ª Contagem). No teor de água houve influência da interação entre os fatores embalagem e tempo de armazenagem e embalagem e temperatura de resfriamento. No IVG, ocorreu influência da interação dos fatores embalagem e tempo. No teste de primeira contagem, as sementes responderam às variações causadas pela interação da temperatura com o tipo de embalagem e com o tempo.

Na Tabela 2 estão mostradas as variações ocorridas no teor de água da semente, sob influência das diferentes embalagens. Os big bags mostraram-se mais eficientes na retenção do teor de água das mostraram-sementes que não foram resfriadas. Nos demais casos, não ocorreram diferenças entre os tratamentos. Esse resultado pode ser explicado devido a alguns fatores: o material sintético de confecção da embalagem e a gramatura; o fato de permanecerem com as aberturas superiores fechadas todo o tempo do experimento, e a capacidade

(4)

Médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5% pelo Teste de Tukey

Embalagem Temperatura

Resfriado Não resfriado

Big Bag 0,11a 0,12b

Saco de papel kraft 0,09a 0,09a

de cada big bag, de 1000 toneladas, contribuindo para a retenção do teor de água e da temperatura interna. Demito & Afonso (2009), avaliando sementes de soja resfriadas artificialmente, em embalagens de material sintético, chegaram a conclusão semelhante.

Tabela 1. Resumo da análise de variância para o teor de água (TA), e para os testes

de envelhecimento acelerado: IVG e primeira contagem (1ª Contagem)

Fonte de Variação GL Quadradosmédios

TA IVG 1ª Contagem Temperatura 1 4,800NS 0,121NS 0,334NS Embalagem 1 97,20** 13,481** 0,063NS Tempo 3 26,756** 231,056** 161,222** Temperatura x embalagem 1 6,533* 0,996NS 0,095NS Temperatura x tempo 3 0,622NS 0,183NS 0,304NS Embalagem x tempo 3 16,40** 4,051* 0,020NS

Temp. x embalagem x tempo 3 0,756NS 0,524NS 6,491**

CV (%) 6,37 3,71 6,5

** Significativa a 1% * Significativo a 5% NS - Não significativa

Tabela 2. Médias do teor de água, por tipo de embalagem, no período de

armazenamento.

Na Figura 1 está ilustrada a curva de perda de água pelas sementes, no transcurso do armazenamento. Observa-se que houve uma redução quadrática do teor de água em função do tempo de armazenamento para os dois tipos de embalagem. Entretanto, teve maior influência na perda de água

(5)

serem semipermeáveis e permitirem a troca de vapor entre as sementes e o meio circundante, favorece a perda de água ou a reabsorção, acompanhando as mudanças na umidade relativa do ar local. Os big bags, contrariamente, pelas suas características, retém a água no seu interior por mais tempo.

período de armazenamento (meses)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0

te

or

de

á

g

u

a

0,07 0,08 0,09 0,10 0,11 0,12 0,13 BAG OBS

SACO KRAFT OBS

99,39% = R 0,009062X + 0,052937X -0,163437 = Y 93,03% = R 0,002187X -0,006312X + 0,116563 = Y 2 2 2 2

Figura 1. Teor de água das sementes de soja armazenadas em embalagens de

papel kraft e big bags, em função do tempo de armazenamento

Na Tabela 3 estão as médias do teste de primeira contagem das sementes submetidas a envelhecimento acelerado, avaliadas em função da temperatura das sementes e do tipo de embalagem. Pode-se perceber que não houve influência dos big bags. A variação deveu-se aos sacos de papel kraft, que geraram a diferença correspondente às sementes não resfriadas no segundo mês de armazenagem e, para as resfriadas, aos noventa dias armazenamento.

A maior influência sobre o teste de primeira contagem ocorreu devido ao tempo de armazenagem, conforme está descrito na Figura 2. Verifica-se que houve comportamento Verifica-semelhante para as embalagens e para as temperaturas de resfriamento, decaindo-se quadraticamente. Observa-se que nas quatro condições o teste de primeira contagem indicou perda de vigor das sementes. Embora o resfriamento não tenha apresentado influência marcante na conservação do vigor, observa-se que as sementes embaladas em big bags apresentaram melhores resultados em relação aos demais, já que até por volta dos 60 dias de armazenamento foi o tratamento que apresentou menor redução

(6)

período de armazenagem (meses) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 pr im ei ra c ont age m 50 60 70 80 90 100 110 BAG RESFR PAPEL KRAFT RESFR NÃO RESFR. BAG NÃO RESFR. KRAFT

85,10% = R 11,709167X -113,729175 = Y 98,85% = R 3,944988X -6,057098X + 98,129237 = Y 2 2 2 99,74% = R 4,932656X -10,290509X + 94,503394 = Y 89,27% = R 12,516245X -114,604175 = Y 2 2 2

Tabela 3. Médias do teste de primeira contagem (envelhecimento acelerado) das

sementes de soja armazenadas em embalagens de papel kraft e big bags, com e sem resfriamento durante o armazenamento.

Períodos de armazenamento

0 1 2 3

Big bags

Resfriado 99,47a 96,75a 78,50a 60,00a

Não resfriado 99,47a 96,50a 71,02a 66,25a

Papel kraft

Resfriado 99,47a 97,75a 71,34a 69,25b

Não Resfriado 99,47a 96,50a 79,83b 57,12a

Médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5% pelo Teste de Tukey

Na Tabela 4 estão apresentadas as médias do teste de IVG para as sementes submetidas a envelhecimento acelerado, sob influência das diferentes embalagens, com e sem resfriamento. Pode-se notar que não houve diferenças, com exceção do papel kraft nos primeiro e segundo meses de armazenamento. Nestes meses, a embalagem de papel Kraft apresentou maiores valores de IVG em relação a embalagem big bag. Considerando que as embalagens de papel

kraft permitem maior troca de vapor de água, o resultado pode ser explicado

pela condição de teor de água adequada das sementes nesse período ao teste de IVG.

Figura 2. Valores do teste de primeira contagem (envelhecimento acelerado), das

sementes de soja armazenadas em embalagens de papel kraft e big bags, com e sem resfriamento durante o armazenamento.

(7)

Tabela 4. Teste de IVG (envelhecimento acelerado) das sementes de soja

armazenadas em embalagens de papel kraft e big bags, com e sem resfriamento, durante o armazenamento.

Períodos de armazenamento

0 1 2 3

Big bag 21,47a 17,65a 19,89a 15,34a

Papel kraft 21,47a 19,13b 20,86b 15,47a

Médias seguidas de letras diferentes nas colunas, diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5% pelo Teste de Tukey

Na Figura 3 estão as variações de IVG ao longo do tempo de armazenamento. Observa-se comportamento semelhante entre as sementes resfriadas e não resfriadas. A temperatura não foi fator influente no vigor, evidenciado pelo teste de IVG. Houve decréscimo acentuado nos valores dessa variável, até o segundo mês de observação, verificando-se a partir daí que se mantiveram nos mesmos níveis. A explicação para a queda linear pode ser o fato de o teste IVG ser mais exigente, pois relaciona o poder de germinação com o tempo necessário para que a semente germine. Pode ter contribuído para o comportamento também o estresse das sementes, pelo procedimento do envelhecimento acelerado.

período de armazenagem (meses)

0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 IVG 15 20 25 30 35 40 RESFR. OBS

NÃO RESFR. OBSER

85,31% = R 4,115309 + 25,062148X -58,013866 = Y 89,69% = R 3,596650X + 22,916400X -56,592375 = Y 2 2 2

Figura 3. Variação de IVG ao longo do tempo de armazenagem, de sementes

(8)

CONCLUSÕES

- O resfriamento das sementes de soja antes do armazenamento, não foi efetivo na manutenção do vigor das sementes ao longo de três meses.

- O tempo de armazenagem influenciou negativamente o vigor das sementes de soja. - As embalagens big bags tiveram melhor desempenho na conservação do teor de água.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHRISTENSEN, C. M. & KAUFMANN, H. H. Characteristics of Field and Storage fungi. In: Stored grain. The role of fungi in quality loss. Minnesota: North Central

Publishing Company, St. Paul, 1969, p. 17-36.

DEMITO, A.; AFONSO, A. D. L. Qualidade das Sementes de Soja Resfriadas

Ar-tificialmente. Engenharia Agrícola, Viçosa, [s.n.], v.17, n.1, p. 7-14, 2009.

FARONI, L. R. D.; SILVA, J. Manejo de Pragas no Ecossistema de Grãos

Armaze-nados. In: SILVA, J. Secagem e Armazenagem de Produtos Agrícolas. Viçosa:

Editora Aprenda Fácil, 2008, p. 371 – 406.

RIGUEIRA, R. J. A. Avaliação da qualidade do feijão armazenado em ambiente

refrigerado. Alimentos e Nutrição Araraquara, Araraquara, v.20, n.4, p. 649-655,

2009.

PESKE, S. T.; ROSENTHAL, M. D.; ROTA, G. R. M. Sementes: Fundamentos Cientí-ficos e Tecnológicos. In: LABBÉ, L. M. B. Armazenamento de Sementes. Pelotas:

Referências

Documentos relacionados

A casa está fechada e deserta, o limo logo cobrirá a ardósia do pátio, um dia as trepadeiras vão tapar as venezianas, os gradis, as gelosias e todas as frestas por onde o

Os genótipos UFVP 102-1 e UFVP 202-1 apresentam alto potencial de enraizamento adventício em estacas lenhosas e o ácido indolbutírico, na concentração de 2.000 mg.L -1 ,

Com base nos resultados da avaliação interna, no trabalho desenvolvido pelo Departamento de 1.º Ciclo e nas necessidades de formação demonstradas pelos docentes, ao longo do ano

Para ajustar o nível do sinal de saída da saída [PHONES]. O botão giratório [PHONES 1] ajusta a saída da saída correspondente [PHONES 1] abaixo, e o botão giratório [PHONES

Para isso, é preciso fazer um planejamento, para uma melhor organização do trabalho, como: selecionar as necessidades da turma, estimar o tempo com esse trabalho, selecionar os

Conforme los estudiosos del área lingüística hay otros factores que también hacen con que estudiantes brasileños comentar errores en adquisición de la lengua española, factores

No que se refere ao desenvolvimento motor por áreas, as meninas apresentaram melhor desempenho nas áreas de motricidade fina (89,7) e global (89,9), classificado

Rosa (1986), Tomazela (1996) e Pair (1968), estudando a uniformidade de distribuição de água num sistema de irrigação autopropelido, concluíram que ela é influenciada pelo tipo