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Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio 1

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(1)

CAOaHlS DO INSTITUTO ATLÂNTICO

Produtividade Industrial,

Produção, Emprego e Câmbio

1

Por

Claudio Contador*

INSTITUTO ATLÂNTICO

1

Junho de 1995

(2)

CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO r:;r C/audio Contador

/.

Introdução

Empresas brasileiras tornaram-se competitivas no mercado internacional, o que tem permitido manter as exportações, apesar da moeda nacional valorizada.

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

Nesta fase de integração mundial, a busca da produtividade e das vantagens da competitividade tornou-se um objetivo - quase obsessivo - perseguido pelas empresas. No Brasil, o tema desperta reações variadas. De um lado, é impossível negar o grande aumento da produtividade no Brasil, considerando o expressivo número -acima de quatrocentos - de empresas que receberam os certificados da linha ISO. Empresas brasileiras tomaram-se competitivas no mercado internacional, o que tem pennitido manter as exportações, apesar da moeda nacional valorizada. De outro lado, sindicatos e associações de trabalhadores demonstram preocupação com a.modes­ ta absorção de mão-<le-obra. No centro da discussão, o governo enfrenta diversos conflitos que precisam ser conciliados: a necess:íria melhoria do nível de emprego e salários reais com aumento dos investimentos fixos, imprescindíveis para o aumento da capacidade instalada; a valorização do consumidor, as pressões para ajustes na política cambial, etc.

Os ganhos de produtividade tem sido apontados, de modo emtdo, como um dos argumentos a favor da valorização do real. D�sde o início de 1992, a produção industrial geral acumulou um crescimento de 46 %, e a da indústria de transformação, cerca de 50 %. No mesmo período, o nível de emprego diminuiu 8,8 % e 8,6 %, respectivamen­ te. Por estes dados do IBGE, o ganho de produtividade seria de 60 % na indústria geral e 64 % na indústria de transformaç.=io. Estes

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SBGUNDO DOIS CRlTBRIOS. BASE : JAN.1088 = 100 120....----- ---, 110 100 90 80 70 80 !10 - ...... "---

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Figura 1

1988 1989 1990 1901

INSTITUTO ATLÂNTICO

1

Junho de 1995 Páqlna 2

1002 1003 1004.

(3)

�:nNOSOO !NSMUTO ATLÂNTICO (i/'" C/audio Contador

Pastore e Pinotti [ ..• ] concluíram que, apesar do discurso oficial, o aumento constatado da produtividade na indús­ tria paulista compensa apenas parcialmente a defasagem cambial, bem menos do que os cálcu­ los simplistas.

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

ros são interpretados erroneamente como a queda nos custos domés­ ticos da produção industrial, e, consequentemente, considerados nos c{uculos da política cambial.

De fato, a inclusão da "produtividade", medida desta forma, modifica as conclusões sobre a valorização do real. A Figura 1 compara a evolução da taxa de cambio, deflacionada simplesmente pelo Índice de Preços por Atacado, Oferta Global, Produtos Industriais, com a taxa ajustada, considerando os ganhos de "produtividade". A figura mostra que, a partir de 1991, ocorre uma contínua valorização do real -(linha tracejada), enquanto os ganhós de "produtividade" (linha

contínua) permitem um patamar mais elevado para o cambio. Mais ainda, em 1994, os ganhos de "produtividade" -acima 11 %­ demonstrariam que os exportadores, em geral, não teriam maiores motivos de queixa.

Recentemente, Pastore e Pinotti apresentaram um interessante estudo, refinando o cálculo da produtividade, e seus reflexos na discussão sobre a política cambial.2 As estimativas de produtividade medida pela relação entre a produção física e o pessoal ocupado -são corrigidas, incluindo no denominador o número de horas traba­ lhadas. Com este acerto concluíram que, apesar do discurso oficial, o aumento constatado da produtividade na indústria paulista compensa apenas parcialmente a defasagem cambial, bem menos do que os

cálculos simplistas. O nosso estudo é inspirado no trabalho

provocativo de Pastore e Pinotti,. e aproveitamos para abordar outras questões relacionadas:

1. a interpretação da produtividade média do trabalho como repre­ sentativa dos ganhos gerais de produtividade e de queda nos custos de produção.

2. como a indústria do Rio de Janeiro se compara à de São Paulo, no tocante à produtividade do trabalho.

3. até onde é possível generalizar o ganho de produtividade por vários generos industriais, compreendendo os segmentos não­ metálicos, metalurgia, material elétrico e de comunicações, materi­

al de transporte, papel e papelão, química, material plástico, têxtil

e produtos alimentares.

4. a decomposição do aumento da produção industrial entre a produ­ tividade e a absorção da intensidade do trabalho.

5. classificar os generos da indústria pela produtividade.

6. o papel do salário real e juros na explicação do ganho de produtivi­ dade industrial .

INSTITUTO ATLÂNJ"ICO Junho de 1995 Página 3

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO

li. Preços Relativos

e

Combinação de Fatores

r:ir' Claudio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

7. a explicação para o expressivo crescimento da produção industrial de 1994.

8. interpretando a produtividade como vantagem comparativa, se existiriam diferenças marcantes na vocação industrial de São Paulo e Rio de Janeiro.

A seção II discute os aspectos teóricos, que são examinados empiricamente na seção ID. A seção IV é a conclusão.

A primeira questão a ser esclarecida é o conceito relevante de produ­ tividade. A Figura 2 reproduz o raciocínio, com apenas dois fatores: trabalho, medido pela intensidade de utilização, e outros fatores. Dados os preços relativos iniciais dos fatores, a isocusto é representa­ da pela reta I, que tangencia a isoquanta SS no ponto A, definindo a combinação relativa de fatores ON. Se o custo do trabalho diminui, e impõe uma compensação relativa no preço dos demais fatores, a isocusto II toma-se menos inclinada, tangenciando a isoquanta em B, com a combinação de fatores ON, com maior utilização do fator mais

Preços relativos e outros fatores Outros fatores

o

Trabalho

Figura 2.

A isoquanta

e as

mudanças de preços de· fatores .

INSTITUTO ATLÂNTICO Junho de 1995

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ATLÂNTICO

A Figura 3 mostra a evolução do salário real da indústria paulista (dados da FIESP) e a taxa de juros reais composta em 12 meses, cobradas nos empréstimos para capital de giro.

r:Jr C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

barato relativamente. Os pontos A e B são observáveis e fornecidos pelas estatísticas. Mostram que, com a mudança nos preços relativos dos fatores, as produtividades (marginal e média) também se modifi­ cam, desde que a isoquanta não seja retangular (proporções fixas). Para um mesmo preço relativo de fatores, um ganho geral de produti­ vidade corresponderia a um deslocamento da isoquanta SS para baixo, ou seja, seria obter o mesmo nível de produção a custos mais baixos. Este deslocamento - correspondente ao ganho absoluto de produtividade em todos os fatores variáveis - decorre da mudança de outros fatores, como a qualidade gerencial, melhoria em fatores fixos e mudança de técnica. Ou seja, a mesma utilização de fatores permite um nível mais alto de produção. Nas funções homotéticas, a produtividade absoluta aumenta em todos os fatores variáveis.

É portanto necessário distingüir entre o ganho de produtividade média de um fator específico - que pode resultar de deslocamentos ao longo da mesma isoquanta do ganho geral de produtividade -.resultante do deslocamento do mapa de isoquantas para dentro. Considerando apenas os fatores trabalho e capital, o período recente mostra que os preços relativos se modificaram. O que está sendo motivo de análise é a mera constataç.io das mudanças na produtivida­ de média do trabalho, e não é possível identificar as suas origens, se de movimentos do tipo AB, e/ou de deslocamentos da isoquanta para dentro, em direção da origem. A Figura 3 mostra a evolução do

salário real da indústria paulista (dados da FIESP) e a taxa de juros

100 70 50 25

EVOLUCAO DOS SALARIOS E JUROS

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Rgura 3. Os

preços de fatores .

INSTITUTO ATLÂNTICO Junho de 1995

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO

Os salários reais caem de 1988 até 1991, e desde então mantêm-se em uma tendência estável. Os juros reais, por sua vez, aumentam até o início de 1991 - ao contrário do comportamento dos salários - oscila até o final de 1992, e decresce em seguida.

(,' C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

reais composta em 12 meses, cobradas nos e�préstimos para capital de giro. Os salários reais caem de 1988 até 1991, e desde então mantêm-se em uma tendência estável. Os juros reais, por sua vez, aumentam até o início de 1991 - ao contrário do comportamento dos salários - oscila até o final de 1992, e decresce em seguida_. Pelo comportamento das curvas, seria esperado um aumento relativo do emprego de mão-de-obra, ou menor ganho de produtividade do trabalho até o final de 1990, devido aos salários em queda e os juros crescentes. Os ganhos de produtividade do trabalho seriam mais intensos no período seguinte, com a queda nos juros reais. Como veremos mais adiante, foi o que aconteceu.

O fluxo de produção varia conforme a técnica de produção e o em­ prego dos fatores de produção: capital fixo, trabalho e demais

insumos. Na análise empírica, restringimos a discussão à produtivida­ de do fator trabalho. Portanto, as conclusões são restritas a apenas um dos fatores de produção. Por definição, podemos escrever

tautologicamente que o fluxo de produção corresponde ao produto da produtividade do trabalho, expresso em unidades equivalentes de intensividade vezes a intensidade do trabalho. Ou seja,

Q =

Q/(L.H) • L • H

= q •

L • H

(1)

onde Q é o fluxo de produção; q = Q/(L• H), a produtividade do trabalho; L, o estoque de pessoal ocupado; e H, o número médio de

horas trabalhadas. Operando algebricamente, a expressão pode ser aproximada sob a forma de uma soma de taxas de variação relativa,

d Q = d q + d L + d H (2)

onde d representa o operador-taxa de variação relativa. Aplicando esta metodologia às estatísticas mensais para o período pós-1988, temos as estimativas nas Tabelas 1 e 2 e nas Figuras 4 e seguintes.

(7)

- -,=-liiJS LIO RSTITUTO ATLÂNTICO

or C/audio Contador

Resultados Empíricos

A Figura 4 mostra que as oscilações, inclusive a cronologia das reversões, se assemelham até o início de 1993. A partir daí, a produção paulista da indústria de transformação assume uma fase forte­ mente expansiva, enquan­ to a do Rio de Janeiro

mantém-se estagnada.

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

A análise compreende o período 1988 a 1994, com dados mensais.

Em princípio, a importância da questão exigiria um intervalo mais ext.enso, porém o interesse aqui está restrito ao passado mais recente. Houve tambem a limitação do período dos dados mensais fornecidos pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, com

início em 1987.

Abordando a primeira questão - as diferenças entre o comportamen­ to geral da produção industrial de São Paulo e Rio de Janeiro - a Figura 4 mostra que as oscilações, inclusive a cronologia das rever­ sões, se assemelham até o início de 1993. A partir daí, a produção

paulista da indústria de transformação assume uma fase fortemente expansiva, enquanto a do Rio de Janeiro mantém-se estagnada. Portanto, uma análise apressada diria que o aumento da produtivida­ de seria mais esperado em São Paulo do que no Rio de Janeiro, desde que os fatores determinantes da produtividade sejam os mesmos.

Entretanto é inter�ssante observar que os salários médios reais apresentam diferenças marcantes de comportamento entre as duas regiões. Como mostra a Figura 5, a evolução é semelhante até 1989, e

a partir daí, os salários médios paulistas evoluem para um patamar mais elevado do que os do Rio de Janeiro. Note-se que a diferença

PRODUCAO DA INDUSTRIA DE TR.ANSPORMACAO MEDCA-MOVEL BM l.2 MEBBB. BABB : l.lJBll - 100

120...---, 110 110 10!1 ■ao 1-aulo 100 .,,,.. -

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... ,•"' Rio da .J •n.1.ro 8!1

Figura 4. A diferença entre São paulo e Rio de Janeiro .

INSTITUTO ATLÂNTICO

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Junho de 1995

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO

O salário relativo mais baixo no Rio de Janeiro deve estabelecer uma absorção mais intensiva de mão-de-obra, do que em São Paulo. Ou seja, para um mesmo nível de produ­ to, a produtividade indus­ trial do trabalho no Rio de Janeiro deve ser menor do que em São Paulo.

ar C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

não se refere necessariamente ao nível absoluto do salário real, mas sim da sua evolução ao longo do tempo. É provável que a diferença constatada decorra da mudança qualitativa do pessoal ocupado. De qualquer forma, o salário relativo mais baixo no Rio de Janeiro deve estabelecer uma absorção mais intensiva de mão-de-obra, do que em São Paulo. Ou seja, para um mesmo nível de produto, a produtivida­ de industrial do trabalho no Rio de Janeiro deve ser menor do que em São Paulo.

SALA.RIOS REAIS PAGOS PELA INDUSTRIA BASE : 1989 = 100 120...---� 110 100 90 BD 70 BD 1087 ·1080 1968 1000 1001 1002 1093

100(-Figura 5. Outras diferenças entre as regiões.

PRODUTIVIDADE NA INDUSTRIA BASE : UlBD = 100 180...---, 170 lBO 1�0 1-6,0 130 120 110 1888 1989 1990 1091 1092 1903 100-6,

Figura 6. As diferenças na produtividade do trabalho •

INSTITUTO ATLÂNTICO Junho de 1995

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= •-:rlliíOS 00 INSmuTO ATLÂNTICO r:r- C/audio Contador Genero Geral Mão me.tilices !!atalurgica Material. elétrico o da comunicações l!atari.al. de transporta ?.pele papelão Quí.a.ica lia:ta...� plástico TollxLil ?::cautos alimentares

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

Ora, a Figura 6, com a evolução da produtividade média do trabalho nas duas regiões, mostra resultados diferentes dos esperados. A produtividade do trabalho assume uma tendência fortemente cres­ cente a partir de 1990, sendo que a da Indústria do Rio de Janeiro supera em crescimento a da Indústria de São Paulo. Considerando a base de 1989, a produtividade média cresce mais de 70 % no Rio de Janeiro e quase 60 % em São Paulo. Isto corresponde a taxas médias anuais em tomo de 10 %, algo fantástico. Mais uma vez, a conclusão diz rt;:speito � tendência e nada pode ser afirmado quanto ao nível da produtividade. Ainda assim surpreende constatar que, apesar do menor crescimento da atividade industrial, os ganhos relativos da produtividade-do Rio de Janeiro são mais expressivos, mesmo com salário relativo mais baixo.

Na decomposição ao nível de gêneros da indústria, as conclusões gerais se mantêm.

As

Tabelas 1 e 2 apresentam os detalhes, inclusive para vários subperíodos e o anexo reproduz as figuras para os gêneros industriais. Para o agregado, os ganhos de produtividade se aceleram ao longo do tempo, para a indústria paulista. Entre 1989-91, a taxa média de expansão é de 6,4 % ao ano, cresce para 9,9 % entre 1992-93 e para 10,9 % em 1994. No Rio de Janeiro, o crescimento é mais intenso nos dois primeiros subperíodos (9,1 % e 13,3 %,

respectiva-TABELA 1

Produção Industrial e Produtividade Estado de São Paulo

Em taxas médias anuais de crescimento %

l. 9 8 9 - l. 9 9 1 1 9 9 2 . 1 9 9 3 1 9 9 4 dQ dq dL dH dQ dq dL dH dQ dq dL dH -4,05 6,36 -3,26 -6,74 1,70 9,90 -4,76 -2,84 7,36 10,88 -2,22 -0,98 -3,20 8,68 -5,27 -5,99 -1,52 10,00 -6,19 -4,57 3,68 12,27 -S,33 -2,45 -6,16 2,23 -4,34 -4, 08 2,51 14, 67 -5,24 -5, 66 11,36 18,99 -3,45 -3,07 -4,85 4,17 -3,95 -4,90 1,11 20,85 -9,60 -7,44 9,86 15,31 -2,37 -2,42 -7,53 8,53 -3, 71 -11, 52 8,46 9,49 -4, 01 3,20 12,07 10,38 -1,84 3,44 3, l.3 3,29 -0,57 0,42 0,83 l.0,87 -6,00 -3,25 l.,54 10,87 -4, 71 -3,89 -4,34 1,95 -2, 99 -3, 27 0,66 3,20 -2,65 o, 19 9,18 19,09 -5, 56 -2,93 0,28 2,93 -0,l.l. -2,46 -1,32 4,68 -6,09 0,38 1, l.O l.,l.5 -0,l.3 0,08 -4,04 6,89 -3,24 _..,, 20 -2,61. 5,07 -3,96 -3,49 -l.,14 1,15 -0,45 -l.,81 -0,50 -0,08 0,09 -O, 5l. O,l.5 6,57 -5,34 -o, 72 . 2,83 l.7,48 -7, 13 -5,75

=:.a doa -a, IBGE e Fl:ESP.

� =o-_.ação ê a §cguinte: dO representa a t..ax.a média anual de variaç�o do acumulado em 12 meses da produção �; àq", da produtivída.dc média do trãb.alho; dL, do índice de pessoãl ocupadoi e dH, do .acumul.tdo em :.Z � às horas trab.lhadãs.

INSTITUTO ATLÂNTICO

Junho de 1995

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO (j/"" Claudio Contador Genero Geral Não metálicos Metalurgica Matorial elétrico e de comunicações Material de transporte Papel e papelão Quimica Material plástico Textil Produtoa alimentaras

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

TABELA 2

Produção Industrial e Produtividade Estado do Rio de Janeiro

Em taxas médias anuais de crescimento %

1 9 8 9 - 1 9 9 1 1 9 9 2 - 1 9 9 3 dQ dq dL dH dQ dq dL dH -4,24 9,07 -6,42 -6,19 -0,70 13,32 -7,40 -5, 37 2,48 25, ll -8, 21 -10,56 -7,06 10, 64 -7,49 -23,19 -5,40 9,63 -7,79 -6,42 7,57 26,40 -5,15 -10,28 -13,80 8,24 -13,ll. -8,34 -3,64 40,58 -18,77 -17,07 -11,32 16,98 -14, 22 -11,62 6,75 10,99 -l,08 -2, 78 -5, 09 2,34 -4,32 -3,07 -3,53 15,40 -7, 36 -9,77 -3,66 11,67 .. 4, 17 -9,97 -1, 71 18,66 -11,09 -6,83 -l., 13 6,78 -3,86 -3,69 -6,81 6,84 -5, 16 -8,02 -11,85 26,44 -11,73 -21, 02 1,71 11, 36 -6,06 -2, 78 3,16 0,63 1,12 1,38 -6,06 -0,40 -6,95 1, l.6 1 9 9 4 dQ dq dL dH 0,48 8,25 -4,27 -3,03 -1,53 15,06 -6,53 -8,45 7,49 14,48 -2, 62 -3, 58 -10,69 14, 19 -12,69 -10,42 12,95 21, 94 -7,58 0,23 o, 63 -1, 17 -6,07 B,4.0 -3,15 1,82 -2, 73 -2, 21 -10,13 l.5,56 -13,30 -J.0, 31 2,75 19,45 -5,98 -8,5l. -4,00 l.0,73 -6,66 -7, ll.

Fontes dos dados: IBGE e FIRJAN.

=

A notação é a seguinte: dQ ropresenta a taxa média anual de variação do acumulado em 12 meses da produção

industrial; dq, da. produtividade média do trabalho; dL, do índice de pessoal ocupado; e dH, do acwnulado em

12 meses das horas trabalhadas.

mente) e diminui em 1994 (8,3 %). É cedo para inferir que os ganhos de produtividade da indústria fluminense estejam em exaustão.

De um modo geral, os ganhos de produtividade do trabalho foram expressivos e observados em quase todos os gêneros industriais. A queda de produtividade foi observada apenas na indústria de alimen­ tos, em 1989-91 em São Paulo e em 1992-93 no Rio de Janeiro, e na de papel e papelão, no Rio de Janeiro, em 1994.

Não existem diferenças regionais expressivas que possam caracteriz,-ir

uma vocação industrial mais nítida. Praticamente, os gêneros indus­ triais que apresentam ganhos elevados e contínuos são os mesmos nas duas regiões: os não-metálicos, metalurgia, material elétrico, material de transporte, e papel e papelão. O Rio de Janeiro mostra ganhos elevados ainda na indústria têxtil, com avanços mais modes­ tos em São Paulo.

Finalmente, o preço do substancial aumento da produtividade da mão-de-obra industrial é visível nas tabelas, com a queda - também substancial - na geração de novos empregos e mesmo na sua

utiliza-ção mais intensiva, sob a forma de maior número de horas trabalha-

f!!!

das. Basta observar a grande maioria de taXas negativas de variação do

nível de pessoal ocupado e nas horas trabalhadas (fluxo acumulado

t!

e

(11)

CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO <:ír C/audio Contador

IV. Conclusões

A resposta para o cresci­ mento do emprego reside nos novos investimentos fixos, que por sua vez dependem de uma política tributária menos punitiva ao lucro, estabilidade de regras, e custo alternativo ou seja, juros reais -mais baixos.

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

em 12 meses). São raras e pouco importantes as exceções: os gêneros de produtos alimentares em 1989-91; material de transporte, em São Paulo; e papel e papelão, no Rio de Janeiro, em 1994.

Quais as inferências destes resultados? Em primeiro lugar, a compara­ ção numérica entre o aumento de produtividade e a valorização cambial é perigosa. O estudo de Pastore e Pinotti, apesar de interes­ sante e de enfocar um tema crucial, deslocou desnecessariamente o cerne da questão para uma área inconclusiva. Desde 1989, a produti­ vidade do trabalho na indústria cresceu quase 60 %. Isto significa que, considerando a base de 1989, a moeda nacional pode se valorizar até em 60 %? É claro que a resposta é negativa, pois outros elemen­ tos devem ser considerados na questão: a necessidade de recompor as reservas internacionais, os custos domésticos de outros fatores, as tarifas sobre o comércio exterior, os preços relativos das exportações e importações, etc. O ganho da produtividade não deve ser utilizado para demonstrar a necessidade de reajustes no câmbio, que recupera a competitividade externa das nossas exportações, nem que existe uma "folga" para novas valorizações do real. E em segundo lugar, a absorção de mão-de-obra - quer em novas contratações, quer no uso de mais horas trabalhadas - parece pouco sensível ao salário real. A resposta para o crescimento do emprego reside nos novos investi­ mentos fixos, que por sua vez dependem de uma política tributária menos punitiva ao lucro, estabilidade de regras, e custo alternativo -ou seja, juros reais - mais baixos.

Notas

1.

Este estudo contou com a eficiente assistência de Clarisse Bohrer Ferraz e

Luiz Carlos Alves da Silva Junior. Os erros são de responsabilidade do

autor.

2. Ajfonso Celso Pastore e Maria Cristina Pinolli, "Produtividade, emprego

e

paridade cambial", Estudo Especial,

Notícias/FIESP, � 93, 16/01 /

1995,pp.15-21.

INSTITUTO ATLÂNTICO • Junho de 1995

(12)

�3:IIOS 00 INSTITUTO ATLÂNTICO <3" C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

Anexo

INSTITUTO ATLÂNTICO

1

Junho de 1995

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO c:r C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

PRODUTIVIDADE NA IllíDUSTR.lA. DE NAO-ME"rALICOS BA8B : 1989 = 100 300...---, 200 200 100 , ...

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:ront..• : PIBSP • Pla.IA.N

oo�� ... rm� ... rm�rm����rm� ... �� ... � ... rm�� Figura 7 200 il2.5 200 175 150 12!5 100 7!5 Figura 8 J.988 1989 199D 109J. J.992 1903

PRODUTIVIDADE NA INDUSTRIA M:ETALURGlCA BABB : 1989 = 100

---199�

Pantaa : PIE�P. PIR.1.AN 1988 1989 1990 1991 109il 1993 190¼

(14)

C SHOS 00 WS1ITUTO ATLÂNTICO <? C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

PRODUTIVIDA.D1! DA. INDUSTRIA DE MATERIAL KLBTRICO B DB COMUHICACOBS. BASB : 111811 - 100

300-r---, 2:10 200

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Po.nta• : Jll'm ... Pla.J.A.X

J.088 1080 11190 J.002 10113

Figura 9

PRODUTIVIDADE N.A INDUSTRIA. DE M.AT. TRANSPORTE

BABE : J.989 - 100 17:! U!O

.. -.. ---"'_ ..

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..

.... •.;ao Paulo 12!! 100 7!! Figura 10

INSTITUTO ATLÂNTICO Junho de 1995 Página 15

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CADERNOS DO INSTITUTO ATLÂNTICO c:r Claudio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

1150 14,0 130 120 110 100 00 80

PRODUTIVIIlA.DE D.A INDUSTRIA DB MA T. l'LASTICO BASE : 1980 = 100

--,. -•. -.. /. --•. �-=�--

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·---1888

Figura 13

PRODUTIVIDADE DA INDUSTRIA Tl!XTIL BASE : 1989 = 100 300..---, zoo 1150 100 ...

---

---1088 1080 1880 1001 1002

Figura 14

(16)

C'.l.:Er.NJS 00 INSTITUTO ATLÂNTICO r:r C/audio Contador

Produtividade Industrial, Produção, Emprego e Câmbio

PRODUTlVUU.DE D.A INDUSTRIA DE ALIMENTOS BASE : iOSO - 100 14-0..-----, 130 8-.o PaWo 120 .. 110 ....

--___ .,-· 100

--�'i�--�:

.J&na1ro l.988 1989 1990 1091. 1002 L003 Figura 15

INSTITUTO ATLÂNTICO Junho de 1995 Página 18

Referências

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