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TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE: A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA POR MEIO DE DOCUMENTOS DA UFVJM: AÇÕES E CONCEPÇÕES

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1 TÍTULO: RELAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE E SOCIEDADE: A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA POR MEIO DE DOCUMENTOS DA UFVJM: AÇÕES E CONCEPÇÕES

1. INTRODUÇÃO

A extensão Universitária na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) foi escolhida para estudo de caso, uma vez que está em foco, no conjunto dos cursos e unidades acadêmicas que se dedicam ao desenvolvimento de projetos de extensão no sistema escolar em Diamantina – MG. Por ser uma universidade pública que marca o início da implantação do ensino superior público no Vale do Jequitinhonha, percebe-se uma preocupação entre a relação da universidade com a comunidade por meio das ações de extensão. Trata-se de uma pesquisa empírica e qualitativa que tem como foco a extensão universitária. Utiliza a análise documental como instrumento para a coleta de dados dentro de seu contexto real, a fim de identificar e caracterizar suas ações a partir dos programas e projetos de extensão universitária.

Dessa forma, buscam-se analisar o contexto da extensão universitária na UFVJM através da história desta instituição no Vale do Jequitinhonha e do Mucuri, documentos oficiais por meio de resoluções que legalizam a extensão nesta universidade bem como documentos registrados nos arquivos da Pro Reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC). Este trabalho será estruturado em cinco partes: na primeira discute-se a extensão universitária nos documentos oficiais. Na segunda parte as concepções de extensão nos termos de Freire (2011), Reis (1994) e Gurgel (1986). Na terceira parte a extensão universitária na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, na quarta parte algumas reflexões a partir dos documentos pesquisados e na última parte referem-se às considerações parciais e reflexões realizadas ao longo da pesquisa documental na PROEXC.

2. A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NOS DOCUMENTOS OFICIAIS

Com o fortalecimento da sociedade civil durante os anos de 1980, começa-se a discutir um novo paradigma para a universidade brasileira, sua relação com a sociedade e o papel da extensão. Nesse movimento é criado, em reunião na Universidade Federal de Brasília (UnB) o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas (1987) que expressa o novo conceito no I Encontro Nacional de Pró-Reitores de Extensão. A partir do I Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX), no fim da década de 1980, com o reconhecimento legal dessa atividade acadêmica na Constituição de 1988 que consagrou de vez a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão em seu art. 207 e na Lei Diretrizes e Bases de Educação Nacional (nº. 9.394/96).

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2 O conceito de Extensão1 definido pelo Fórum naquela época tornar-se-ia essencial para

o desenvolvimento conceitual, expresso no Plano Nacional de Extensão que explicita suas práxis nos princípios da indissociabilidade e ação transformadora, com interação social e interdisciplinaridade (FORPROEX, 2007)2.

Em 2011, no Encontro Regional de Pró-Reitores de Extensão Universitária de Instituições Públicas Brasileiras de Instituições de Ensino Superior3, a extensão

universitária é reafirmada como processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável, e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade. A conceituação assumida pelos pró-reitores expressa uma postura da universidade diante da sociedade em que se insere.

Com a criação do PROEXTE – Programa de Extensão, a partir de 1993, a institucionalização da extensão universitária foi reforçada, vindo a constituir mecanismo de articulação entre o MEC e o Fórum Nacional de Pró-Reitores de extensão (FORPROEX), interlocutor este que definiria as linhas das políticas nacionais de apoio e fomento às estas ações.

Desde o início, esse programa vem promovendo a relação da universidade, primeiramente, com o ensino fundamental e educação especial e, após a LDBEN 9394/1996, com a educação básica. Essa relação foi priorizada na Política Nacional de Extensão (PNE) pactuada pelas instituições de ensino superior e tem como documento referencial o Plano Nacional de Extensão de 1999 (PNExt), que estabelece diretrizes para a extensão universitária.

Segundo o PNE, essas diretrizes podem ser expressas em quatro eixos: impacto e transformação; interação dialogada; interdisciplinaridade; e indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão. Nas Instituições de Ensino Superior, estes eixos devem ser pensados a partir do princípio de indissociabilidade das atividades de extensão, ensino e pesquisa. As áreas temáticas definidas a partir destas diretrizes compreendem: comunicação, cultura, direitos humanos, educação, meio ambiente, saúde, tecnologia e trabalho.

A extensão universitária é instrumentalizadora da relação teoria-prática, favorecendo a visão integrada do social, e é assim conceituada:

A extensão universitária é o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre universidade e sociedade. A extensão é

1 A Extensão é via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento.

2 FORPROEX: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras realizado em 2007. UFMG. Belo Horizonte – MG. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. 2007.

3 Encontro Regional dos Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas realizado em Maceió UFAL. 2011.

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3 uma via de mão-dupla, com trânsito assegurado à comunidade acadêmica, que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaboração da práxis de um conhecimento acadêmico. No retorno à universidade, docentes e discentes trarão um aprendizado que, submetido à reflexão teórica, será acrescido àquele conhecimento. Esse fluxo, que estabelece a troca de saberes sistematizados, acadêmico e popular, terá como consequências a produção do conhecimento resultante do confronto com a realidade brasileira e regional, a democratização do conhecimento acadêmico e a participação efetiva da comunidade na atuação da universidade. Além de instrumentalizadora deste processo dialético de teoria/prática, a extensão é um trabalho interdisciplinar que favorece a visão integrada do social. (PLANO NACIONAL DE EXTENSÃO, 2000, p. 2).

Nos debates promovidos pelo Fórum dos Pró-Reitores de Extensão, que culminaram na presente versão do Plano Nacional de Extensão, percebe-se a explícita influência de Paulo Freire. As referências atuais, apresentadas nos diversos documentos do FORPROEX, mostram um caminho para a consolidação do conceito atual da Extensão Universitária, indicando a relação com a comunidade, a cultura interdisciplinar e a indissociabilidade com o ensino e a pesquisa, como elementos basilares do conceito em construção.

3. CONCEPÇÕES DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Com o objetivo de compreender a relação entre a universidade e sociedade, a partir das diretrizes que reafirmam as políticas de extensão, é relevante constatar a presença desses elementos no referencial teórico de Paulo Freire, em sua obra Extensão ou Comunicação? (2011).

Freire (2011, p.21), faz uma reflexão crítica do conceito de extensão, sobre seu campo associativo de significação. Esse autor analisa a palavra extensão do ponto de vista semântico, pois o termo extensão na acepção que nos interessa aqui significa transmitir, estender o conteúdo para alguém que passivamente recebe. Freire aponta o equívoco gnosiológico do termo extensão, por isso mesmo, a expressão “extensão educativa só tem sentido se se torna a educação como prática de domesticação. Educar e educar-se, na prática da liberdade, não é estender algo desde a ‘sede do saber’ até a ‘sede da ignorância’ para ‘salvar’, com este saber, os que habitam nesta. ” (FREIRE, 2011, p.25). (Grifos nosso)

A maior crítica de Freire recai sobre a forma como é aplicada a extensão, pois, na sociedade existem várias classes econômicas, sociais e culturais, e sujeitos com formas diferentes de pensar e agir. Gurgel (2006, p.169) aponta que Freire nos alertava para os perigos que o conceito de extensão representava, na medida em que estender significa não somente o levar do conhecimento dos que pensam saber, aos que pensam que nada sabem. Os intelectuais, os universitários, muitas vezes, sem o perceber, veem

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4 a população com que trabalham na condição de objeto, receptores de um saber pronto e acabado (GURGEL, p.169).

Gurgel (2001) aponta que,

a extensão na América Latina tem uma historicidade própria e, que há registros de sua prática antes mesmo do aparecimento do termo “extensão”. Nesse sentido, ele apresenta quatro movimentos expressivos de sua conceituação: transmissão vertical do conhecimento e a extensão serviço; a ação voluntária sócio comunitária; a ação sócia comunitária institucional e o acadêmico institucional. As atividades de extensão sempre foram muito criticadas tanto pelo caráter assistencialista quanto domesticador das comunidades. (GURGEL, 2001, p.82).

Na relação entre a extensão universitária como elemento de ligação entre a universidade e a sociedade em que se insere a extensão é considerada como atividade secundária e pouca valia científica. Porém, Gurgel (1986) afirma que, a extensão deve ser vista como um espaço possibilitador de estabelecimento de uma ligação entre a classe trabalhadora, permitindo um intercâmbio de conhecimentos, no qual a universidade aprenda a partir do saber popular e assessore as populações no sentido de sua emancipação política (GURGEL, 1986, p.176).

Silva (2000) para conceituar a extensão universitária elenca três abordagens de extensão universitária, funcionalista, crítica e processual (SILVA,2000, p.98)

Na perspectiva funcionalista de extensão universitária, Silva (2000) afirma que predomina a ideia apenas de realização de cursos e prestação de serviços assistenciais. [...] a extensão é tomada como condição redentora da universidade em relação aos excluídos do sistema social e atrelada ao governo, ou seja, a presença do “Terceiro Setor” dentro da universidade. A perspectiva crítica lança um olhar diferenciado sobre extensão universitária, sob o qual a mesma não tem vida própria, pois o que se torna válido é o ensino e a pesquisa comprometidos com a realidade. Para isso, há a necessidade de que a universidade repense alguns de seus pressupostos, como o entrelaçamento das três funções, tomando a extensão como um caráter que o ensino e a pesquisa devem ter e como uma postura da universidade frente à sociedade. A perspectiva processual, considera alguns conceitos da visão crítica, como a indissociabilidade do ensino-pesquisa-extensão, porém afirma que a “extensão possui uma tarefa institucional, e com isso, um espaço próprio de organização política estrutural da universidade” (Com a institucionalização, a extensão representa “uma espécie de consciência social da universidade, instigando-a a absorver as demandas da sociedade e trazê-las para o seu interior”. Além disso, “a tarefa institucional principal a que se refere vai na direção da alimentação do ensino e da pesquisa com os dados da realidade” (SILVA, 2000, p. 98-104).

De acordo com Melo Neto (2003), há novas concepções de extensão universitária que seguem na perspectiva da produção do conhecimento, as quais consideram que a relação da universidade com a sociedade deve ser uma via de mão dupla. O autor conceitua a extensão como um trabalho social com uma utilidade definida, onde o resultado ou o produto deste trabalho denomina-se conhecimento para a transformação social (MACHADO apud MELO NETO, 2003).

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5 Para Reis (1994), a extensão universitária, no Brasil, vem apresentando duas linhas de ação. A primeira está centrada no desenvolvimento de serviços e na difusão da cultura e promoção de eventos, daí sua denominação de eventista-inorgânica; a segunda denominada de processual-orgânica está voltada às ações, com caráter de permanência, presentes no processo formativo (ensino) do aluno, bem como na produção do conhecimento (pesquisa) da universidade.

Mediante tais linhas de ação, vêm sendo realizadas, de modo geral, as atividades de extensão por boa parte das universidades brasileiras. Neste conceito, Reis (1994) aponta que, “aqui se rompe a unilateralidade da relação universidade e sociedade e do sentido inorgânico eventual da extensão”. A sociedade de “periférica epistemológico-política” passa a ser considerada pela universidade como sua “parceira epistemológica e pedagógica, numa relação mutuamente transformante” (REIS, 1994, p. 43).

Nas universidades, discutir as concepções da extensão universitária sempre será necessária e neste caso compreender o sentido da concepção de Extensão Universitária é o primeiro passo na construção e adoção de políticas na área e na normatização das ações.

4. A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, sediada no município de Diamantina – MG, é uma instituição de ensino superior e possui uma estrutura física composta por cinco “Campi”. Localizados em Diamantina estão o Campus I, situado na Rua da Glória, 187, Centro e o Campus JK, situado na Rodovia MGT 367 – km 583 – Alto da Jacuba, no Vale do Jequitinhonha nos quais funcionam cinco Unidades Acadêmicas: Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde (FCBS), Faculdade de Ciências Agrárias (FCA), Faculdade de Ciências Exatas (FACET), Faculdade Interdisciplinar em Humanidades (FIH) e o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT). Em Teófilo Otoni, localiza-se o Campus do Mucuri, situado na Rua Cruzeiro, nº 01 – Jardim São Paulo, onde funcionam duas Unidades Acadêmicas: Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Exatas (FACSAE) e o Instituto de Ciência Engenharia e Tecnologia (ICET). Mesmo com um grande movimento intitulado “A universidade é nossa” e reivindicação do povo do Vale do Jequitinhonha para a implantação de dois Campi em Capelinha e Araçuaí, foi criado recentemente dois Campi em Janaúba e Unaí onde funcionam duas Unidades Acadêmicas: a Faculdade de Ciências Agrárias (FCA) e o Instituto de Ciência e Tecnologia (ICET).

No período de transição entre Faculdade e Universidade, na UFVJM não foi definida nenhuma normatização em relação às ações de extensão universitária. Mesmo sem

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6 instituir estas ações, verificam-se algumas atividades extensionistas entre os anos de 2005-2007, conforme registros na PROEXC. A partir de 2007 e após a aprovação e publicação pelo Ministério da Educação (MEC) do Estatuto da Universidade; bem como a constituição e funcionamento do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE, é que se deu início ao processo de normatização em todos os âmbitos universitários.

Por meio da aprovação da Resolução Nº 01-CONSEPE, de 21 de setembro de 2007, é que se instituiu o Regulamento das Ações de Extensão Universitária. As normas nele definidas seguiram as orientações do Plano Nacional de Extensão Universitária, elaborado pelo Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior – FORPROEX, e adotadas pelo MEC, para a classificação das ações de extensão.4

Nas Instituições de Ensino Superior, estes eixos devem ser pensados a partir do princípio de indissociabilidade das atividades de extensão, ensino e pesquisa. O FORPROEX esclarece que todas as atividades de extensão deverão ser classificadas por áreas temáticas. A finalidade desta classificação é a sistematização para favorecer estudos e relatórios sobre a produção da extensão no Brasil.

Na Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri a chamada pública para as ações extensionistas é realizada por meio de Editais publicados anualmente. A implantação de normas internas e a implementação de ações extensionistas, de forma a promover mudanças na Universidade Pública, são orientadas pelo conceito e diretrizes da Extensão Universitária e deve ser realizada na forma de programas, projetos, cursos, eventos e prestação de serviços. São objetivos da extensão na UFVJM: ampliar e aprofundar as relações entre a UFVJM e outros setores da sociedade em especial o Vale do Jequitinhonha e Mucuri, objetivando contribuir com alternativas de transformação da realidade, no sentido da melhoria das condições de vida e do fortalecimento da cidadania.

Desde a sua criação em 2008 a PROEXC tem incentivado o aprofundamento de ações que venham favorecer e fortalecer a institucionalização da extensão universitária. É importante destacar que a PROEXC define por Ação de Extensão Universitária todo o processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma indissociável e viabiliza a relação transformadora entre a Universidade e Sociedade.

4As ações de extensão conforme o RENEX foram classificadas em 5 (cinco) Modalidades: Programas, Projetos, Cursos, Eventos e Prestação de Serviços e 8 (oito) Áreas Temáticas: Comunicação, Cultura, Direitos Humanos, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção e Trabalho, além das 53 (cinquenta e três) Linhas de Extensão definidas no Plano Nacional.

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7 Vale ressaltar que nos documentos analisados ainda não há uma definição precisa do que seja a extensão universitária e como se estabelece esta relação entre a universidade e sociedade.

5. REFLEXÕES ACERCA DOS DOCUMENTOS PESQUISADOS E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES PARCIAIS

Conforme levantamento de dados acerca da extensão universitária desenvolvidas pela UFVJM no período de 2005 a 2007, observa-se a predominância de eventos incluídos vários tipos de ações, como: Encontros, Seminários, Semanas, Minicursos, Dias de Campo, Campanhas e Eventos Esportivos. Reis (1994), a extensão universitária, no Brasil, vem apresentando duas linhas de ação. Observa-se que neste período a extensão está voltada para a denominação eventista-inorgânica, conforme Reis (1994) no desenvolvimento de serviços e na difusão da cultura e promoção de eventos

Em 2005 não aparece nenhuma ação classificada como Programa. A primeira ação de extensão da UFVJM que pode ser classificada como Programa começa a existir em 2007 e se trata da participação da instituição no Projeto RONDON do Ministério da Defesa. A partir de então, a participação da universidade no Projeto RONDON se deu em todas as operações que ocorreram até o momento. Observa-se que a UFVJM desenvolveu diversos eventos neste período, principalmente por meio da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, conforme Figura 01.

Figura 01. Ações de extensão da UFVJM – 2005-2007 Ano de

realização Programas Projetos Cursos Eventos

Prestação de Serviços Total 2005 - 6 5 30 - 41 2006 10 4 36 - 50 2007 1 16 6 29 - 52 Total 1 32 15 95 143

Fonte: Relatório Institucional da Pró Reitoria de Extensão e Cultura – PROEXC/UFVJM

O Gráfico abaixo (Figura 02) foi elaborado a fim de dar uma visão ampla das ações extensionistas desenvolvidas pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri em diversos setores da sociedade. São apresentadas respectivamente as mudanças nas políticas de extensão da UFVJM. Observa-se um salto quantitativo referente às modalidades ofertadas pela universidade neste período.

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8 Figura 02 – Ações de extensão da UFVJM – 2008 - 2013

Fonte: Relatório Institucional da Pró Reitoria de Extensão e Cultura – PROEXC/UFVJM

A figura 03 e 04 aponta o total de ações de extensão desenvolvidas no sistema escolar pelos cursos de graduação da UFVJM no período de 2007 a 2013. Neste caso, priorizamos os programas e projetos de extensão, tendo uma maior concentração no ano de 2010 com 79 projetos.

Houve uma redução da quantidade de projetos no período de 2011 a 2013, uma vez que as escolas, nos anos de 2011 e 2012 solicitaram da Universidade maior integração e comunicação com as escolas, pois conforme dados registrados e discurso dos profissionais que atuavam no sistema escolar, havia uma sobrecarga de projetos nas escolas de educação básica de Diamantina. Assim perguntamos: Qual o significado da extensão nas escolas: estender ou comunicar? Para Freire (2011, p. 55), “[…] a educação é comunicação e diálogo, na medida em que não é transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”. As ações de extensão como comunicação significam ser dialógico: […] é não invadir, é não manipular é empenhar-se na transformação constante da realidade. É vivenciar o diálogo. O que se pretende com o diálogo em qualquer hipótese é a problematização do próprio conhecimento em sua indiscutível relação com a realidade concreta para melhor compreendê-la, explicá-la e transformá-la (FREIRE, 2011, p.55). O que estes projetos representam para as escolas: extensão ou comunicação?

0 50 100 150 200 250 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Cursos Eventos Prestação de Serviços Projetos

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9 Figura 03 - Variação do total de ações de extensão ao longo dos anos dos cursos de graduação no sistema escolar de Diamantina-MG

Fonte: Relatório Institucional da Pró Reitoria de Extensão e Cultura – PROEXC/UFVJM

Nota-se que a maior concentração de projetos tem como origem a área de conhecimento “Ciências da Saúde”. Isso justifica uma vez que os cursos dessa área de conhecimento são mais antigos na Universidade. As áreas temáticas desenvolvidas por cada área de conhecimento foram Saúde e Educação. O Gráfico abaixo (Figura 04) demonstra as áreas de conhecimento predominantes no desenvolvimento das ações de extensão.

Figura 04. Ações de Extensão por Área de Conhecimento

Fonte: Relatório Institucional da Pró Reitoria de Extensão e Cultura – PROEXC/UFVJM

Na pesquisa documental observa-se que a maior parte das atividades tem como público alvo os estudantes das escolas de educação básica, principalmente nos cursos das Ciências da Saúde como Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Fisioterapia e Odontologia.

8 41 44 79 73 56 32 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0% 2007 a 2012 2013 e 2014

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10 Poucas ações são destinadas aos professores da educação básica se limitando ao curso de Educação Física, Matemática e Bacharelado em Ciência e Tecnologia.

As atividades propostas pelos projetos e programas de extensão geralmente são oficinas, palestras, aulas expositivas, espaços que podem ser dialógicos ou antidialógicos, nos termos de Freire (2011). Estas atividades têm objetivos bem definidos, conforme as metas e objetivos dos projetos. Percebe-se uma perspectiva interdisciplinar em alguns projetos, principalmente aqueles com características pedagógicas que envolve como o estudante aprende e apreende determinado conteúdo. A pesquisa encontra-se em andamento e há ainda muitos elementos a serem analisados. Nos documentos pesquisados percebe-se que há uma concepção de extensão universitária numa perspectiva de relação transformadora entre universidade e sociedade, mas é preciso pensar no papel desta universidade no Vale do Jequitinhonha e como a extensão pode ser um espaço de diálogo a fim de “escutar as vozes” dos atores sociais envolvidos nas ações de extensão.

6. REFERENCIAS

FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação. 8.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. GURGEL, R.M.R. Extensão UNIVERSITÁRIA: Comunicação ou domesticação? São Paulo: Cortez Autores Associados, 1086.

GURGEL, R. M.R. A Construção do Conceito de Extensão universitária na América Latina. In. FARIA, Dóris Santos de (org.) Construção Conceitual da Extensão na América Latina. Brasília. Editora UNB. 2001.

MACHADO, Verônica Moreno a extensão universitária em documentos da UNEMAT: um conceito a ser construído. Revista Conexão, UEPG Ponta Grossa, volume 9 número2 - jul./dez. 2013 Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/conexao

MINAYO, Maria Cecília de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo, 2006. 296p.

NETO, José Francisco de Melo. Autonomia e extensão Universitária. Centro de Educação da Universidade Federal do Paraíba (mímeo, s.n.t.).

____________. Extensão Universitária; Uma análise crítica. PPGE Edições. UFB, 2001, 240p. NOGUEIRA, Maria das Dores Pimentel (org.) Extensão Universitária: diretrizes conceituais e políticas (Documentos básicos do Fórum Nacional de Pró-reitores de extensão das

universidades públicas brasileiras). Belo Horizonte: Proex/UFMG, 2000.

REIS, Renato Hilário dos. Histórico, tipologias e proposições sobre a extensão universitária no Brasil. Caderno, p. 41-47, 1994.

SILVA, M.G.M. Extensão: a face social da universidade? Campo Grande Editora da UFMS, 2000.

SERRANO, R.M.S.M. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire. Disponível em <http://www.prac.ufpb.br/copac>. Acesso em 12 de janeiro de 2013. SOUSA, A. L. L. A história da extensão universitária. São Paulo: Alínea, 2000.

VIERO, T.V., TAUCHEN, G. Programa de extensão universitária: análise das concepções e perspectivas no âmbito da educação em ciências. IX ANPED SUL, 2012.

DOCUMENTOS

CONSEPE. Regulamento das ações universitárias. Resolução Nº 24 –de 17 de outubro 2008. ENCONTRO REGIONAL DOS PRÓ-REITORES de Extensão das Universidades Públicas realizado em Maceió – UFAL. 2011.

FORPROEX: Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras realizado em 2007. UFMG. Belo Horizonte – MG. Extensão Universitária: Organização e Sistematização. 2007.

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11 UFVJM. Estatuto da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.2007.

PROEXC-PRO REITORIA DE EXTENSÃO E CULTURA da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) – Documentos/arquivos da PROEXC.

Referências

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