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Shell para Desenvolvimento de Sistemas Especialistas Fuzzy Estudo de Caso: Gastroenterologia

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Academic year: 2021

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Shell para Desenvolvimento de Sistemas

Especialistas Fuzzy – Estudo de Caso:

Gastroenterologia

Giselle Lopes Ferrari1, Fernanda Isabel M. Argoud2, Fernando Mendes de Azevedo3

1 G. L. Ferrari, E.E., graduada pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná – CEFET, PR, Brasil, está desenvolvendo esta pesquisa no

IEB-UFSC com vistas à obtenção do título de Mestre em Ciências pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Catarina (e-mail: ferrari@ieb.ufsc.br).

2 F. I. M. Argoud, E.E., M.Sc., Dr.Eng. é orientadora da pesquisa e professora do IEB-UFSC (e-mail: fargoud@ieb.ufsc.br). 3 F. M. de Azevedo, E.E., M.Sc., Dr.Sc., é co-orientador da pesquisa e coordenador do IEB-UFSC (e-mail: azevedo@ieb.ufsc.br).

Instituto de Engenharia Biomédica – IEB – UFSC / Departamento de Engenharia Elétrica – EEL – CTC / Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Campus Universidade Trindade, Florianópolis – Santa Catarina, Brasil

Resumo - Este artigo apresenta o desenvolvimento de um Shell para a geração automática de sistemas especialistas fuzzy.

Este shell utiliza a linguagem Prolog para a implementação da máquina de inferência, por se tratar de uma linguagem de programação lógica, e a lógica fuzzy foi escolhida para representar a incerteza a respeito do conhecimento do domínio. Para a validação do sistema proposto está sendo desenvolvido um sistema especialista de auxílio ao diagnóstico de hepatite viral.

Palavras-chave - Sistemas Especialistas, Shell, Prolog, Lógica

Fuzzy, Sistemas de Apoio a Decisão.

Abstract - This paper presents the development of a Shell for

automatic generation of Fuzzy Expert Systems. This Shell uses Prolog language for implementation of the inference machine, and the Fuzzy logic was chosen to represent the uncertainty regarding the knowledge of the domain. For the validation of the proposed system, it is being developed an expert system for the diagnosis of viral hepatitis.

Keywords - Expert Systems, Shell, Prolog, Fuzzy Logic,

Support Decision Systems.

I. INTRODUÇÃO

Este artigo tem por finalidade apresentar o desenvolvimento de um shell para a geração automática de sistemas especialistas fuzzy.

Nos últimos anos tem crescido bastante o número de trabalhos e pesquisas de ferramentas computacionais em Inteligência Artificial (IA), que procuram capturar e simular o comportamento de especialistas humanos. A construção de um software para a geração automática de sistemas especialistas - shell - não é trivial, tendo em vista que este software deve gerar sistemas capazes de tratar problemas complexos do mundo real que necessitem da interpretação de um especialista e, simultaneamente, chegar às mesmas conclusões a que chegaria o especialista humano, caso se defrontasse com problemas equivalentes. A necessidade de utilização de Sistemas Especialistas (SE) deve-se a diversos fatores tecnológicos e econômico-sociais, dentre os quais destacam-se: a dificuldade de acesso a especialistas humanos em determinadas regiões; a disponibilidade de armazenamento e formalização do conhecimento de vários especialistas humanos; a possibilidade do uso de uma ferramenta de apoio à tomada de decisões por parte do especialista, ou como ferramenta de treinamento de profissionais; e pela imparcialidade na tomada de decisões [1], bem como, em oposição, o alto custo e o longo tempo demandados para a formação de um especialista humano.

Os SE despertam grande interesse, principalmente pelo fato de serem um dos produtos mais viáveis e aplicados nos estudos em IA. Eles têm sido utilizados em uma série de aplicações, como sistemas de auxílio ao diagnóstico, sistemas de predição, sistemas de reconhecimento de padrões, sistemas tutoriais inteligentes, entre outras.

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II. METODOLOGIA A. Sistemas Especialistas

Os SEs são sistemas computacionais projetados e desenvolvidos com o objetivo de solucionar problemas de uma forma semelhante àquela utilizada pelo especialista do domínio. O especialista é aquela pessoa que, através de treinamento e experiência, alcançou um alto grau de conhecimento e competência em uma determinada área do conhecimento humano. Ele é capaz de executar coisas que os outros não conseguem, são exímios e eficientes no que fazem[2].

Segundo Cunha [3], um Sistema Especialista é aquele que é projetado e desenvolvido para atender uma aplicação determinada e limitada do conhecimento humano. É capaz de emitir uma decisão, com apoio em conhecimento justificado, a partir de uma base de informações, tal qual um especialista de determinada área do conhecimento humano [3].

Para representar o desempenho de especialistas humanos, o SE deve possuir não só um conjunto de informações, mas também, a habilidade de utilizá-las na resolução de problemas de forma criativa, correta e eficiente. Esta habilidade representa uma série de regras intuitivas que o especialista utiliza para resolver os problemas, e sua aplicação possibilita, de uma maneira mais econômica, a obtenção de soluções aceitáveis, embora nem sempre ótimas [4].

Para que um sistema especialista seja uma ferramenta eficaz, as pessoas deverão ser capazes de interagir com ele facilmente. Para facilitar esta interação, é importante que um sistema especialista, além da capacidade de realizar a sua tarefa, apresente as seguintes características [5]:

- Explicação do seu raciocínio. Em muitos dos domínios onde os sistemas especialistas operam, as pessoas não aceitarão resultados a menos que estejam convencidas da precisão do processo de raciocínio que produziu esses resultados. Isto é particularmente verdadeiro, por exemplo, na área médica, pois o médico terá a responsabilidade final pelo diagnóstico, mesmo que este seja alcançado com considerável auxílio de um programa. Assim, é importante que o processo de raciocínio utilizado nesses programas possua passos compreensíveis e que suficiente meta-conhecimento (meta-conhecimento a respeito do processo de raciocínio) esteja disponível, para que as explicações desses passos possam ser geradas.

- Aquisição de conhecimento novo e modificação de conhecimento antigo. Como os sistemas especialistas derivam seu poder da riqueza das bases de conhecimento que exploram, é extremamente importante que essas bases sejam tão completas e precisas quanto possível. O processo de construção de um SE é freqüentemente chamado de Engenharia de Conhecimento (EC). Tipicamente envolve uma forma especial de interação entre o construtor do SE, chamado Engenheiro de Conhecimento, e um ou mais especialistas em alguma área. O Engenheiro de Conhecimento “extrai” dos especialistas seus procedimentos, estratégias e regras práticas para a solução de problemas e reconstrói este conhecimento em um SE. O resultado é um programa que soluciona problemas à maneira dos especialistas humanos [6].

B. A Linguagem Prolog

A Prolog (Programming Logic), como uma linguagem declarativa, oferece muitas características que facilitam a implementação de programas de IA, principalmente na área de Sistemas Especialistas.

A Prolog foi inventada na França por Alain Colmerauer, por volta de 1970. Porém o interesse pela Prolog realmente cresceu depois que os japoneses lançaram o projeto da Quinta Geração de Computadores.

A Prolog é uma linguagem declarativa, isto é, fornece ao programa fatos e relacionamentos (por exemplo, dados e base de conhecimento) de um determinado problema, e a solução é encontrada pela máquina de inferência interna. De modo diferente acontece com as linguagens procedurais, para as quais é necessário especificar precisamente todos os passos a serem executados pelo programa [7].

O conjunto de declarações é também chamado de “base de dados para Prolog”. A base de dados é composta por fatos e regras e serve para determinar se uma dada pergunta feita pelo usuário é ou não relevante para a interpretação. Prolog aplica sua regra de inferência à sua base de dados, utilizando a Lógica de Predicados e o Princípio de Resolução (a regra de inferência) para resolver um determinado problema.

A Prolog apresenta uma representação lógica de primeira ordem, ou seja, representação que permite qualificação sobre os indivíduos, mas não sobre os predicados. A representação em lógica de primeira ordem provém de uma sintaxe bem formada, uma semântica clara e, acima de tudo, a noção de verdade e inferência. Além disso, ela exibe as seguintes vantagens sobre outros sistemas de representação [8]:

- A Lógica freqüentemente apresenta-se como uma maneira natural para expressar certas noções. A representação de um problema em Lógica corresponde, na maioria das vezes, ao entendimento intuitivo que se tem domínio do problema.

- A Lógica é precisa. O vínculo semântico de um conjunto de declarações lógicas (isto é, o conjunto de inferências ou conclusões que podem ser delineadas a partir das declarações) é completamente especificado pelas regras de inferência. Teoricamente, a base de fatos ou informações pode ser mantida logicamente consistente e todas as conclusões são absolutamente corretas.

- A Lógica é flexível. Os fatos ou informações estão representados de uma forma que permita uma interpretação global e o mesmo fato pode ser usado para múltiplas finalidades.

- A Lógica é modular. Outras declarações lógicas podem ser colocadas na base de conhecimento independentemente das já existentes. O conhecimento do sistema pode crescer à medida que novos fatos são descobertos e adicionados à base.

A máquina de inferência da Prolog utiliza como estratégia de raciocínio o encadeamento regressivo e

backtracking, ou seja, quando falha a tentativa de busca de

uma solução, ele procura um outro caminho para tentar satisfazer o objetivo [7].

As principais características da Prolog são [9]: -Programa e dados têm a mesma estrutura;

-Backtracking, que permite achar múltiplas soluções;

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-Devido à sua estrutura declarativa, é adequada ao uso do paralelismo;

-Sua concisão e conseqüente curto tempo de desenvolvimento fazem da Prolog uma linguagem útil de prototipagem.

C. Tratamento de Incerteza

A dificuldade, ou a impossibilidade de se obter todas informações e de se equacionar a realidade imprecisa do mundo, levou alguns cientistas a propor lógicas alternativas que seriam mais propícias à representação daquele mundo particular [10].

Uma característica comum nos SEs atuais é a existência de um mecanismo de raciocínio incerto que permita representar a incerteza a respeito do conhecimento do domínio.

Lógica Fuzzy

A Lógica Fuzzy foi introduzida por Lofti Zadeh, em 1965 e tem por objetivo permitir graduações na pertinência de um elemento a uma dada classe, ou seja, de possibilitar a um elemento de pertencer com maior ou menor intensidade àquela classe. Basicamente, isso se faz quando o grau de pertinência de um elemento ao conjunto, que na teoria dos conjuntos “clássica” assume apenas os valores 0 ou 1, passa a ser dado por um intervalo de números reais, qual seja, [0,1] [11].

Assim, a imprecisão a respeito de uma afirmação é expressa através de um número que, em vez de probabilidade, exprime a possibilidade da afirmação ser correta [10].

D. Shell para desenvolvimento de SEs

Inicialmente, cada SE era projetado e desenvolvido manualmente desde o início. Com o tempo, observou-se que eles apresentavam várias características em comum. Com o objetivo de se aproveitar estas características comuns, simplificando as etapas de desenvolvimento de um SE completo e visando uma maior viabilidade econômica na implementação de um SE, surgiram os shells para SE [12].

A idéia principal dos shells é separar a base de conhecimento (parte do sistema que trata especificamente do problema no domínio considerado) da máquina de inferência (parte que move o sistema). O usuário deve se preocupar apenas em obter o conhecimento do especialista humano, pois a máquina de inferência é inerente ao sistema.

Embora deva haver um banco de conhecimentos para cada aplicação, os shells são deficitários a este respeito. Não contêm nenhum conhecimento dependente do domínio, mas sustentam todas as outras facilidades, tais como [13]:

-Mecanismos de inferência; -Acesso à base de dados;

-Interface de diálogos de linguagem natural; -Interfaces procedimentais;

-Facilidade de explicação.

Como vantagens em usar os shells pode-se citar [12]: -Prototipagem rápida;

-Usam estruturas de dados e conhecimentos pré-definidos (menos flexibilidade, porém mais rapidez e tranqüilidade para desenvolvedores);

-Menor necessidade de treinamento de desenvolvedores de SE (é mais simples construir um SE usando um shell).

Existem vários shells disponíveis no mercado, como por exemplo: NETICA, SPIRIT, Expert Sinta, Kappa PC, etc.

E. Expert SINTA

O Expert SINTA é uma ferramenta desenvolvida pelo grupo SINTA (Sistemas Inteligentes Aplicados), integrante do Laboratório de Inteligência Artificial (LIA), do Departamento de Computação da Universidade Federal do Ceará, Brasil.

O Expert SINTA é uma ferramenta computacional que utiliza técnicas de Inteligência Artificial para a geração automática de sistemas especialistas. Esta ferramenta utiliza um modelo de representação do conhecimento baseado em regras de produção e probabilidades, tendo como objetivo principal simplificar o trabalho de implementação de sistemas especialistas através do uso de uma máquina de inferência compartilhada, da construção automática de telas e menus, do tratamento probabilístico das regras de produção e da utilização de explicações sensíveis ao contexto da base de conhecimento modelada [14].

Um sistema especialista baseado neste tipo de modelo é bastante útil em problemas de classificação. O usuário responde a uma seqüência de menus e o sistema encarrega-se de fornecer respostas que encarrega-se encaixem no quadro apontado pelo usuário.

Entre outras características inerentes ao Expert SINTA, destacam-se:

- Utilização do encadeamento regressivo; - Utilização de fatores de certeza; - Ferramentas de depuração;

- Possibilidade de incluir ajudas on-line para cada base. Os Sistemas Especialistas gerados no Expert SINTA seguem a arquitetura abaixo (Fig. 1) [1]:

Fig. 1. Arquitetura simplificada do Expert SINTA

Onde,

-base de conhecimentos: representa computacionalmente a informação que o especialista utiliza;

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-editor de bases: é o meio pelo qual o shell permite a implementação das bases desejadas;

-máquina de inferência: é a parte do SE responsável pelas deduções sobre a base de conhecimentos;

-banco de dados global: são as evidências apontadas pelo usuário do SE, durante a consulta.

E. Shell para Sistemas Especialistas Fuzzy

O Shell para Sistemas Especialistas Fuzzy (SSEF) [15] é um sistema que vem sendo desenvolvido desde 2001 no Instituto de Engenharia Biomédica (IEB – UFSC), do Departamento de Engenharia Elétrica, da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil.

As características do sistema são:

-Tratamento de incerteza utilizando Lógica Fuzzy; -Baseado em regras de produção;

-Para implementar a máquina de inferência foi utilizada a linguagem Visual Prolog 5.2 Personal Edition;

-A interface foi implementada na linguagem Borland Delphi 6.0.

O SSEF possibilita criar, modificar, consultar, depurar e excluir dados em Sistemas Especialistas.

A tela inicial do sistema é apresentada na Fig. 2:

Fig. 2. Tela Inicial

Os módulos do shell são:

Criar

Módulo que é utilizado para criar um novo Sistema Especialista, através da adição de regras e perguntas. A partir desse módulo, é construída a base de conhecimento. No módulo de criação é possível: criar as perguntas com as respectivas explicações e criar as regras. A tela para a criação de novas regras é apresentada na Fig. 3.

Para as perguntas, é possível definir as opções de resposta e qual o valor de verdade para cada resposta, além de cadastrar explicações para cada pergunta feita. O SE criado é salvo em um arquivo tipo .ESP referente à especialista. Este é um arquivo texto com as várias informações fornecidas pelo usuário.

Fig. 3. Tela para criar nova regra do SE

Modificar

Permite modificar os valores de verdade, as regras ou perguntas de uma base de conhecimento. Através deste módulo pode-se modificar valores de verdade, perguntas e regras já existentes ou adicionar novos valores de verdade, perguntas ou regras a um SE já existente.

A Fig. 4 apresenta a tela para incluir, alterar e excluir valores de verdade.

Fig. 4. Tela para incluir, alterar e excluir valor de verdade Consultar

Permite consultar uma base de conhecimento existente. Neste módulo, o usuário escolhe o especialista que quer consultar. Após realizar esta tarefa, é gerada, automaticamente, uma seqüência de menus de acordo com as perguntas que foram definidas para este especialista. Após responder todas as questões, o sistema informa ao usuário as respostas que se encaixam no quadro apontado. O módulo de consulta apresenta o módulo explicativo que gera explicações de como o Shell chegou a uma determinada conclusão para um conjunto de respostas, partindo da conclusão.

O módulo consultar é o único escrito em Prolog, pois é este o módulo que utiliza a máquina de inferência. Todos os

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outros módulos são implementados utilizando-se a linguagem Delphi.

As Figuras 5, 6 e 7 apresentam duas telas de consulta e a tela de resposta do sistema.

Fig. 5. Tela de consulta

Fig. 6. Tela de consulta

Fig. 7. Tela de respostas Depurar

Permite ao usuário verificar quais foram as regras utilizadas para a conclusão obtida após a consulta.

Excluir

Elimina uma base de conhecimento (ou seja, um “especialista”) criada.

III. DISCUSSÕES FINAIS

A necessidade do desenvolvimento de um shell surgiu das dificuldades encontradas em vários projetos desenvolvidos no Instituto de Engenharia Biomédica, tanto em nível de Mestrado quanto de Doutorado, na área de Informática Médica, que utilizam Sistemas Especialistas para auxílio ao diagnóstico em diferentes áreas da medicina. Surgiu também do interesse demonstrado pelos alunos do Curso de Mestrado em Medicina, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFSC, que estão desenvolvendo trabalhos conjuntos com os mestrandos do IEB – UFSC.

Em ambos os casos, uma solução encontrada pelos pesquisadores do IEB – UFSC foi a utilização do Expert SINTA. Este grupo de pesquisa não existe mais e os aprimoramentos necessários ao Expert SINTA para torná-lo mais viável e aplicável a problemas reais foram descontinuados. Logo, torna-se necessário um outro sistema com características semelhantes, ou melhores, que seja uma alternativa aos caros sistemas comercializados nos Estados Unidos.

Com o objetivo de validar o sistema proposto está sendo desenvolvido um sistema especialista de auxílio ao diagnóstico de hepatite viral.

As hepatites virais são doenças com alta prevalência na população brasileira. Dados do Ministério da Saúde consideram que 70% da população já teve contato com o vírus da hepatite A. No caso da hepatite B o contato é estimado em 15% com 1% da população sendo portadora deste vírus e 1,5% portadora do vírus C. A Hepatite por vírus D acomete apenas pacientes já portadores do vírus B e, no Brasil, é endêmica na região amazônica. A hepatite por vírus E pode causar doença grave em gestantes. A hepatite A, apesar da alta prevalência na população, não evolui para formas crônicas. Raramente um episódio de hepatite aguda evolui para hepatite fulminante, a maioria dos casos possuindo pouca manifestação clínica (isto é, não apresenta icterícia). As hepatites por vírus B e C podem tornar-se crônicas e, dentre esses casos, alguns evoluem para cirrose e carcinoma hepatocelular.

O diagnóstico de hepatite aguda e o reconhecimento das formas crônicas podem auxiliar na prevenção da evolução para a cirrose. As hepatites virais são a segunda principal causa de cirrose no nosso meio, superadas apenas pelo alcoolismo e, em alguns países, são a principal causa de cirrose e indicação para o transplante hepático.

A motivação para o desenvolvimento desse sistema especialista, especificamente, deve-se à complexidade da interpretação de exames em hepatites agudas e crônicas, à alta prevalência destas enfermidades na população e à dificuldade de acesso a especialistas em gastroenterologia, por parte da população brasileira. Por conseguinte, este sistema deverá auxiliar no diagnóstico das hepatites por vírus A, B, C, D e E, visando treinar estudantes de medicina e médicos não especialistas em gastroenterologia no diagnóstico destas enfermidades.

Em uma primeira versão o sistema especialista conta com dezoito regras que trabalham sobre 7 variáveis, quais sejam: Anorexia, Náuseas, Vômitos, Icterícia, Dor abdominal, Localização e Intensidade da Dor. O diagnóstico, nesta fase

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Observa-se que as telas mostradas nas Figuras 5, 6 e 7 correspondem à parte de uma consulta e à resposta do sistema.

O sistema aqui desenvolvido tem apresentado resultados promissores em uma primeira avaliação. Esta pesquisa deve continuar em três direções. Primeiramente, outras variáveis deverão ser acrescentadas ao sistema, de forma a diagnosticar o tipo de hepatite. Segundo, o sistema completo deverá ser avaliado e validado em ambiente clínico. Terceiro, melhorias deverão ser feitas na máquina de inferência, de forma a torná-la mais eficiente.

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Nogueira JHM., Andrade e Silva RB, Alcântara JFL, Holanda SC de, Andrade RC. Expert SINTA: Uma Ferramenta Visual Geradora de Sistemas Especialistas. Artigo publicado na VI Semana de Informática, Universidade Federal da Bahia, 1996.

[2] Montello, Marlise Vidal. Sistema Especialista para predição de Complicações Cardiovasculares integrado a um Sistema de Controle de Pacientes Portadores de Diabetes Mellitus – Florianópolis, 1999. [3] Cunha H, Ribeiro S. Introdução aos Sistemas Especialistas.

Livros Técnicos e Científicos S.A.,1987.

[4] Cunha, FS. Um sistema Especialista para a Previdência Privada. Dissertação de Mestrado, UFSC, Florianópolis, 1995.

[5] Rich E. Inteligência Artificial. Mc Graw Hill, São Paulo, 1988. [6] Waterman D. A Guide to Expert Systems. Addison-Wesley,

1986.

[7] Ignizio JP. Introduction to Expert Systems – The Development and Implementation of Rule-Based Expert Systems. McGraw Hill, 1991.

[8] Araribóia G. Inteligência Artificial Um Curso Prático. Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1988.

[9] Barreto JM. Inteligência Artificial – No Limiar do Século XXI. ppp Edições, Florianópolis, 1997.

[10] De Azevedo FM, Brasil LM e De Oliveira RC. Redes Neurais com Aplicações em Controle e em Sistemas Especialistas. Florianópolis, Visual Books, 2000.

[11] Bittencourt G. Inteligência Artificial Ferramentas e Teorias. Editora da UFSC, Florianópolis, 2001.

[12] Hahne MNM. Implementação de um Shell para

Desenvolvimento de Sistemas Especialistas Fuzzy usando Prolog. Dissertação de Mestrado, UFSC/ Florianópolis, SC, 2001.

[13] Chorafas DN. Sistemas Especialistas Aplicações Comerciais. McGraw Hill, 1988.

[14] Nogueira JHM., Andrade e Silva RB, Alcântara JFL, Holanda SC de, Andrade RC. Aplicações Baseadas no Expert Sinta, Uma ferramenta para a criação de Sistemas Especialistas. Artigo publicado no Encontro de Iniciação Científica, UFC, 1996.

[15] Hahne, MNM., de Azevedo, FM., Algarve, AS. Implementação de um Shell para Desenvolvimento de Sistemas Especialistas Fuzzy Usando Prolog. Artigo publicado no Congresso Nacional de Engenharia Biomédica, 2000.

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