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o anglo resolve a prova da 2 a fase da UNESP dezembro 2013

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(1)

Faz parte do ciclo de aprendizagem no Anglo: aula dada, aula es­

tudada, prova, diagnóstico.

Este trabalho, pioneiro, é mais que um gabarito: a resolução que

segue cada questão reproduzida da prova constitui uma oportuni­

dade para se aprender a matéria, perceber um aspecto diferente,

rever um detalhe. Como uma aula.

É útil para o estudante analisar outros modos de resolver as

questões que acertou e descobrir por que em alguns casos errou —

por simples desatenção, desconhecimento do tema, dificuldade de

relacionar os conhecimentos necessários para chegar à resposta.

Em resumo, deve ser usado sem moderação.

A Universidade Estadual Paulista — Unesp — tem unidades instala­

das em várias cidades do estado de São Paulo: Araçatuba, Araraquara,

Assis, Bauru, Botucatu, Dracena, Franca, Guaratinguetá, Ilha Solteira,

Itapeva, Jaboticabal, Marília, Ourinhos, Presidente Prudente, Regis­

tro, Rio Claro, Rosana, São João da Boa Vista, São José dos Campos,

São José do Rio Preto, São Paulo, São Vicente e Tupã.

Seu vestibular, que é aplicado pela Fundação Vunesp, é realizado em

duas fases.

A segunda fase da Unesp compreende provas de conhecimentos es­

pecíficos. São questões analítico-expositivas e uma Redação, em dois

dias, com a seguinte constituição:

1

o

dia:

• 12 questões de Ciências Humanas (História, Geografia e Filosofia).

• 12 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e

Matemática.

2

o

dia:

• 12 questões de Linguagens (Português, Literatura, Educação Física,

Língua Inglesa e Artes) e uma Redação.

Duração das provas em cada dia: 4 horas e 30 minutos. Cada questão

vale 2 pontos, e a Redação, 28 pontos.

Para a nota final será aplicada a nota da parte objetiva do ENEM da

seguinte forma, quando favorecer o candidato:

Nota da 1

a

fase × 4 + nota do ENEM (normalizada)

5

= nota da 1

a

fase

com ENEM

a

prova

da 2

a

fase

da UNESP

dezembro

2013

o

anglo

resolve

Aula Estudada Aula Dada Prova Diagnós-tico

(2)

Os candidatos aos cursos de Arquitetura e Urbanismo (Bauru), Artes

Cênicas, Arte-Teatro, Artes Visuais, Design, Educação Musical e Música

(Bacharelado) fazem prova de Habilidade Específica.

A pontuação final é a média aritmética simples das notas de 1

a

fase

(com ENEM) e a nota da 2

a

fase.

Para os cursos que exigem prova de Habilidade, a pontuação final é a

média aritmética simples das seguintes notas: da 1

a

fase (com ENEM),

da 2

a

fase e da prova de Habilidade Específica.

É eliminado o candidato ausente em uma das provas ou que tenha

nota zero em qualquer um dos três componentes da Prova de Conhe­

cimentos Específicos, na Redação ou na Prova de Habilidades Especí­

ficas, quando for o caso.

(3)

Questão 1

O início foi o problema mais complexo que a colonização do Brasil teve de enfrentar. Tornou-se tal — e é nisto que se distingue do caso norte-americano tão citado em paralelo com o nosso — pelo objetivo que se teve em vista: aproveitar o indígena na obra da colonização. Nos atuais Estados Unidos, como no Canadá, nunca se pensou em incorporar o índio, fosse a que título, na obra colonizadora do branco.

O caso da colonização lusitana foi outro.

(Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo, 1987. Adaptado.)

Caracterize a relação entre colonos e indígenas na colonização dos Estados Unidos e identifique duas formas de “aproveitamento” do indígena na colonização do Brasil.

Resolução

Na colonização dos Estados Unidos, os ingleses, no intuito de se apoderarem das terras e dos recursos natu-rais, moveram uma guerra de extermínio dos grupos indígenas. Jamais o colonizador cogitou em incorporar o gentio ao processo de ocupação do território.

Diferentemente, os portugueses, quando povoaram a América, utilizaram os nativos em múltiplas atividades, dentre as quais podemos salientar: em alianças militares contra invasores estrangeiros; como trabalhadores voluntários na coleta de Pau-Brasil e “drogas do sertão”; na constituição de inúmeras famílias em que as mulheres indígenas eram esposas ou concubinas; como participantes ativos nas Bandeiras; e, finalmente, vale destacar, como escravos nas mais variadas atividades econômicas.

Questão 2

(As três ordens, 1789. http://online-lernen.levrai.de)

A charge ilustra as três ordens sociais existentes na França antes da Revolução de 1789. Identifique essas três ordens e justifique o posicionamento dos personagens na charge.

C I

N

(4)

Resolução

O personagem que aparece arqueado, carregando os outros dois homens, representa o Terceiro Estado. Tal ordem social se destacava por sua importância econômica e por se submeter ao pagamento de impostos, mas, de uma maneira geral, estava distante dos privilégios da corte francesa.

Em cima e à frente, aparece um membro do Clero, seguido por um personagem representando a Nobreza. Essas ordens, respectivamente Primeiro e Segundo Estado, eram marcadas pelos privilégios do Antigo Regime e por seu papel na manutenção de um Estado Absolutista que se colocava acima da sociedade.

Questão 3

1. Exigimos, baseando-nos no direito dos povos a disporem de si mesmos, a reunião de todos os alemães em uma Grande Alemanha.

2. Exigimos a ab-rogação [revogação] dos Tratados de Versalhes e de Saint-Germain.

3. Exigimos territórios para a alimentação de nosso povo e para o estabelecimento de seu excedente de popu-lação.

4. Não pode ser cidadão senão aquele que faz parte do povo. Não pode fazer parte do povo senão aquele que tem sangue alemão, qualquer que seja sua confissão. Consequentemente, nenhum judeu pode fazer parte do povo.

5. Aquele que não é cidadão não pode viver na Alemanha senão como hóspede e deve ser submisso à legisla-ção aplicável aos estrangeiros.

(Programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, 1920. In: Kátia M. de Queirós Mattoso.

Textos e documentos para o estudo da história contemporânea (1789-1963), 1977. Adaptado.)

Explique as origens da exigência contida no item 2 do Programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalha-dores Alemães e cite duas ações, realizadas pelos nazistas após sua chegada ao poder, que derivaram do que é proposto nos itens 4 e 5 desse Programa.

Resolução

Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), uma série de tratados internacionais foram assinados pelos países envolvidos. Entre eles, o Tratado de Saint-Germain (que versava sobre o desmembra-mento do Império Austro-Húngaro) e também o Tratado de Versalhes (que impunha duríssimas sanções à Alemanha — considerada a principal responsável pelo conflito).

Esses tratados foram totalmente rechaçados pelo Partido Nazista no item 2 de seu programa, pois eram consi-derados uma espécie de materialização de um “complô” dos países vencedores da Guerra contra os povos de raça ariana (no caso, alemães e austríacos), e que, por isso, deviam ser revogados.

Já os itens 4 e 5 do programa nazista faziam menção à questão racial, considerada central para os ideólogos do partido. Declaram, abertamente, o dever do Estado de excluir as minorias não alemãs (em especial os judeus) de quaisquer direitos de cidadania ou de livre circulação.

Com a ascensão dos nazistas ao poder, o programa partidário foi paulatinamente imposto ao país, sobretudo após a adoção das chamadas Leis de Nuremberg (1935), quando as ações antissemitas foram oficialmente postas em prática. Entre elas, pode-se mencionar: confiscos de bens e propriedades da comunidade judaica (colocadas à disposição do Estado); a exigência da exibição de uma “estrela de Davi”, costurada às vestes, em locais públicos; proibição de judeus como funcionários públicos; a exclusão de obras artísticas e literárias de autores judeus; e, ainda, a oficialização de um programa de propaganda antissemita, fomentada pelo Estado e veiculada em todos os meios de comunicação.

Questão 4

Nos primeiros anos da década de 1980, a Argentina e o Brasil trilharam, finalmente, o caminho da demo-cracia. Naquele período, em um e outro país, as manifestações da sociedade vieram à tona, em vários níveis.

(Boris Fausto e Fernando Devoto. Brasil e Argentina: um ensaio de história comparada (1850-2002), 2004.)

Compare os processos de democratização ocorridos no Brasil e na Argentina nos anos 1980, a partir de dois aspectos: situação econômica interna; punição aos responsáveis por violências praticadas durante os respecti-vos regimes militares.

(5)

Resolução

Os processos de democratização da Argentina e do Brasil na década de 1980, após suas respectivas ditaduras militares, ocorreram em um quadro econômico muito semelhante, marcado por inflação alta, desemprego e endividamento externo em ambos os países.

Quanto à punição pelos responsáveis por crimes, torturas e arbitrariedades cometidos durante as ditaduras, ocorreram algumas diferenças. No Brasil, por conta do conservadorismo do processo de abertura política, os responsáveis não foram punidos, mas sim protegidos por leis como a Lei da Anistia. Na Argentina, a ditadura teve um fim mais convulsionado (principalmente por conta da Guerra das Malvinas) e menos conservador, assim, logo após a queda do regime militar já ocorreram punições e investigações apesar da resistência de alguns setores militares.

Questão 5

Analise o gráfico.

Evolução da temperatura média do globo

10000 8000 6000 4000 2000 0 2000 12 13 14 15 16 17 18 fim da era glacial d.C a.C temperatura média ºC

(Jurandyr L. Sanches Ross (org). Geografia do Brasil, 2001. Adaptado.)

Considerando as relações existentes entre condições climáticas, dinâmica hidrológica e distribuição dos biomas no planeta, faça uma comparação do nível médio dos oceanos e da distribuição das florestas tropicais e equa-toriais nos momentos em que a temperatura média do planeta alcançou um ponto de mínimo e de máximo no período destacado pelo gráfico.

Resolução

A dinâmica da paisagem natural está intimamente relacionada à influência climática sobre os demais ele-mentos da natureza, tais como a hidrologia e a distribuição dos biomas do planeta. Sendo assim, a evolução da temperatura média do clima global alterou o nível médio dos oceanos e a distribuição das florestas equa-toriais e tropicais ao longo da história geológica da Terra. Nos momentos em que a temperatura média do planeta alcançou níveis mais baixos, como o apontado no fim da era glacial (no gráfico), ocorreu a redução do nível médio dos oceanos e das áreas ocupadas pelas florestas equatoriais e tropicais, enquanto nos períodos de maiores médias de temperatura, houve o aumento do nível médio dos oceanos e da área ocupada pelas florestas equatoriais e tropicais.

\

Questão 6

Nos três primeiros meses de 2013, entraram no território brasileiro cerca de três mil pessoas vindas do Haiti. O aumento substancial no fluxo de entrada de haitianos no país se deu principalmente pelo pequeno município de Brasileia, no Estado do Acre. A cidade, com cerca de 20 mil habitantes, faz fronteira com a Bo-lívia e o Peru, e, de janeiro ao final de março, viu chegar um número estimado de 2 mil imigrantes haitianos.

(http://brazilianpost.co.uk. Adaptado.)

Aponte dois motivos que expliquem o aumento recente da migração de haitianos para o Brasil. Explique a diferença entre esse fluxo migratório de haitianos para o Brasil e a maioria dos fluxos migratórios instalados no mundo na segunda metade do século XX.

(6)

Resolução

Três motivos podem ser destacados para explicar o aumento recente da imigração de haitianos para o Brasil, que são: a presença das tropas brasileiras na liderança da missão de paz da ONU no Haiti (minustah) resultou no incremento do intercâmbio cultural entre os dois países; a melhoria da imagem do Brasil no cenário eco-nômico internacional o destaca como potência emergente e, dessa maneira, como um país gerador de opor-tunidades no mercado de trabalho; o agravamento dos problemas socioeconômicos do Haiti como resultado da ocorrência de um terremoto de grande magnitude em 2010.

A maioria dos fluxos migratórios mundiais na segunda metade do século XX ocorreu dos países subdesenvol-vidos para os desenvolsubdesenvol-vidos. Já o fluxo de haitianos para o Brasil se faz entre países subdesenvolsubdesenvol-vidos, mas com diferenças socioeconômicas marcantes entre eles.

Questão 7

ONU: desastres naturais atingem 7,5 milhões de pessoas no Brasil

A ideia de um país abençoado por Deus e sem desastres naturais dificilmente resistiria às provas dos números apresentados na segunda-feira [24.01.2011] pela Organização das Nações Unidas (ONU). De acordo com o rela-tório da ONU, entre 2000 e 2010, o Brasil foi atingido por 60 catástrofes naturais, que deixaram 1,2 mil mortos.

(http://ultimosegundo.ig.com.br. Adaptado.)

Indique dois tipos de desastres naturais frequentes no Brasil e aponte duas medidas que podem ser tomadas pelo poder público para reduzir o número de mortes relacionadas a eles.

Resolução

Dentre os desastres naturais frequentes no Brasil destacam-se:

• Enchentes (inundações): A ocupação das áreas de várzeas e a impermeabilização dos solos, principalmente em espaços urbanos, potencializa o registro de vítimas fatais.

Para minimizar esses desastres naturais, o poder público deveria ter regras mais rígidas para reduzir a ocu-pação das várzeas. Uma importante ação seria a adoção de uma política habitacional voltada para espaços mais adequados, dirigidos para a população mais carente. Além disso, o poder público deveria adotar ou-tras ações, tais como o desassoreamento dos cursos fluviais, a diminuição da impermeabilização do solo e, simultaneamente, o aumento das áreas verdes para, assim, potencializar a infiltração da água da chuva, reduzindo o volume hídrico direcionando para as calhas dos rios.

• Quedas das encostas: A ocupação irregular das encostas, associada ao desmatamento, deixa o solo exposto à ação erosiva das chuvas.

No período de maior precipitação, a infiltração potencializa o deslizamento de enormes quantidades de terra e rocha, levando à perdas humanas e materiais.

Para reduzir tal desastre, o poder público poderia tomar as seguintes medidas: — Regras mais rígidas que impeçam a ocupação irregular das vertentes;

— Obras de contenção, tais como: diques, sistemas de captação nos topos de morro que direcionem a água da chuva;

— Reflorestamento;

— Política habitacional voltada para espaços mais adequados.

• Estiagens Prolongadas, principalmente no sertão nordestino, espaço geográfico, sob influência do clima semiárido, caracterizado pelas elevadas temperaturas e chuvas escassas e irregulares.

A carência hídrica leva muitas pessoas à desidratação e à morte.

Para minimizar tal situação, o poder público poderia expandir a construção de cisternas nas casas dos mo-radores do sertão, bem como criar diversos poços artesianos.

(7)

Questão 8

Analise o mapa.

Comércio mundial

(em bilhões de dólares, em 2006)

(Guia do estudante. Atualidades, 2009. Adaptado.)

Explique o volume de capital mobilizado nos fluxos comerciais realizados entre Sudeste Asiático/Oceania, Eu-ropa Ocidental e América do Norte. Indique diferenças em relação à forma de inserção da EuEu-ropa Ocidental e da América do Sul/Caribe no comércio mundial.

Resolução

Por meio da interpretação do cartograma, nota-se que Sudeste Asiático/Oceania, Europa Ocidental e Amé-rica do Norte concentram a maior parte dos fluxos do comércio mundial em volume de capital. Isso decorre, predominantemente, dos produtos comercializados entre essas regiões, que se caracterizam como grandes exportadores de mercadorias com alto valor agregado.

Com a intensificação da globalização, o Sudeste Asiático e a Oceania atraíram transnacionais que utilizam a região como plataforma de exportação. Oferecendo baixos custos de produção, essa região ampliou a ex-portação de produtos industrializados, caracterizando-se, no início do século XXI, como região que possui superávit comercial.

Na Europa Ocidental, predomina o comércio entre os países da região decorrente dos acordos comerciais es-tabelecidos pós-Segunda Guerra Mundial e do elevado poder de compra dos cidadãos.

Já a América do Sul/Caribe caracteriza-se como exportadora de produtos com baixo valor agregado, voltada predominantemente para fora da região, demonstrando uma baixa integração comercial entre os países.

Questão 9

Texto 1

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar nesta terça-feira [18.06.2013] o projeto de decreto legislativo que trata da “cura gay”. O deputado Anderson Ferreira, relator da matéria na CDH, alegou que a suspensão da resolução terá efeito somente até que haja uma decisão judi-cial que determine se psicólogos devem ou não ajudar pacientes a “deixarem” a homossexualidade. Em res-posta, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) afirmou que os psicólogos estão proibidos de tratar a homosse-xualidade como doença. A proposta altera uma resolução do CFP e suspende a vigência desse documento, que proíbe psicólogos de atuar para mudar a orientação sexual de pacientes e de considerar a homossexualidade como doença. Há quase 30 anos a homossexualidade foi excluída da Classificação Internacional das Doenças.

(8)

Texto 2

Comportamento homossexual tem sido descrito em répteis, pássaros e mamíferos, animais que na evolução divergiram há mais de 100 milhões de anos. Uma parte dos machos e fêmeas de todas as espécies de aves estu-dadas tem relações sexuais com indivíduos do mesmo sexo. Em muitas ocasiões, essas práticas terminam em or-gasmo de apenas um ou dois dos parceiros. Certamente, já existiam hominídeos homo e bissexuais 5 a 7 milhões de anos atrás, quando nossos ancestrais resolveram descer das árvores nas savanas da África. Sempre houve e haverá mulheres e homens que desejam pessoas do mesmo sexo, porque essa é uma característica inerente à condição humana.

(Drauzio Varella. Gays e heterossexuais incuráveis. Folha de S.Paulo, 29.06.2013. Adaptado.)

Comente as diferenças entre o projeto de decreto legislativo e o texto do médico Drauzio Varella em suas respectivas pretensões de fundamentação científica da relação entre comportamentos normais e patológicos no campo da sexualidade.

Resolução

O projeto de decreto legislativo da Comissão de Direito Humanos da Câmara Federal apresenta o comporta-mento homossexual como doença, sem buscar fundamentação científica. De outra parte, o texto do médico Drauzio Varella destaca estudos que comprovam a homossexualidade entre várias espécies animais e que, ao invés de qualquer característica doentia, revelam esse comportamento como normal e “inerente à condição humana”, provavelmente desde os primórdios da humanidade. Daí decorre a posição do Conselho Federal de Psicologia contrária à classificação da homossexualidade como doença.

Questão 10

Entre a população brasileira, 39% acham que a desigualdade social alimenta a criminalidade, mas 58% acredi-tam que a maldade das pessoas é a sua principal causa. Esse contraste entre posições liberais e conservadoras é uma marca da sociedade brasileira, de acordo com pesquisa nacional feita pelo Datafolha. Foram realizadas 2588 entrevistas em 160 municípios. Inspirado por uma metodologia adotada por institutos de pesquisa es-trangeiros, o Datafolha submeteu os entrevistados a uma bateria de perguntas sobre assuntos polêmicos para verificar a inclinação das pessoas por valores liberais e conservadores.

(Tendência conservadora é forte no país. Folha de S.Paulo, 25.12.2012. Adaptado.)

Relacione a diferença entre as opiniões de liberais e conservadores sobre as causas da violência às concepções de natureza humana no pensamento de Jean-Jacques Rousseau [1712-1778] e Thomas Hobbes [1588-1679].

Resolução

Thomas Hobbes afirma que a natureza egoísta do ser humano e seu instinto de sobrevivência podem levá-lo à violência e à criminalidade. Essa visão está de acordo com as opiniões dos conservadores, majoritárias na sociedade brasileira.

Já, no pensamento de Jean Jacques Rousseau, o homem nasceria bom, porém fatores externos presentes na sociedade poderiam corrompê-lo. Essa visão vincula-se à opinião dos liberais descrita no texto, que entende a desigualdade social como fator de aumento da criminalidade.

Questão 11

Texto 1

O problema do pensamento politicamente correto é que ele nada tem de correto. Pior: na ânsia de impedir qualquer ofensa a grupos ou minorias, ele converte-se na mais grotesca ofensa que existe para esses grupos ou minorias. A revista alemã “Der Spiegel” relata um caso que merece partilha: a Universidade Livre de Berlim deci-diu publicar um guia interno para que os alunos de famílias proletárias possam ser mais facilmente integrados na vida acadêmica. Para os autores do guia, os alunos proletários são como certas espécies zoológicas que é necessá-rio proteger em “hábitat” adequado. E isso implica não os assustar e, logicamente, não os alimentar com doses arcaicas de conhecimento “burguês” e “reacionário”. A universidade não é uma universidade, com a missão de corrigir erros e procurar algum conhecimento válido para todos. A universidade é uma grande encenação — ou, melhor ainda, uma sessão coletiva de terapia onde ninguém está certo (ou errado) porque todos estão certos (ou errados). O que o pensamento politicamente correto produz não é difícil de imaginar: a perpetuação do estigma de alunos proletários e a impossibilidade de eles aprenderem alguma coisa (na universidade) para ascenderem social e economicamente (na vida profissional).

(9)

Texto 2

Não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer variedade linguística diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humi-lhante da fala do outro ou da própria fala. O problema maior é que as variedades mais sujeitas a esse tipo de preconceito são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do interior. Historicamente, isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos como mais privilegiados, econômica e socialmente.

(Marta Scherre. O preconceito linguístico deveria ser crime. http://revistagalileu.globo.com)

Comente as diferenças entre os dois textos no que se refere ao pensamento politicamente correto.

Resolução

Em relação às divergências entre os dois textos sobre o pensamento politicamente correto, o Texto 1 critica esse pensamento, afirmando que, em vez de impedir ofensas a grupos e minorias, acaba por perpetuar estig-mas. A proteção excessiva, para o autor, retira a autonomia desses setores na sociedade, tratando-os como animais incapazes de desenvolver seu próprio aprimoramento intelectual e ascensão econômica e social. Contrário a essa visão, o Texto 2 aponta que grupos de menos prestígio social sofrem julgamentos deprecia-tivos e humilhantes. Assim, a autora considera equivocada a aceitação dos preconceitos sofridos pelos grupos de maior vulnerabilidade socioeconômica.

Questão 12

Texto 1

Um dos elementos centrais do pensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas dos fenômenos naturais, aquilo que acontece aos homens, tudo é governado por uma realidade exterior ao mundo humano e natural, a qual só os sacerdotes, os magos, os iniciados são capazes de interpretar. Os sacerdotes, os rituais religiosos, os oráculos servem como intermediários, pontes entre o mundo humano e o mundo divino. Os cultos e os sacrifícios religiosos encon-trados nessas sociedades são, assim, formas de se agradecer esses favores ou de se aplacar a ira dos deuses.

(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001. Adaptado.)

Texto 2

Ao longo da história, a corrente filosófica do Empirismo foi associada às seguintes características: 1. Nega-ção de qualquer conhecimento ou princípio inato, que deva ser necessariamente reconhecido como válido, sem nenhuma confirmação ou verificação. 2. Negação do ‘suprassensível’, entendido como qualquer realidade não passível de verificação e aferição de qualquer tipo. 3. Ênfase na importância da realidade atual ou imediatamen-te presenimediatamen-te aos órgãos de verificação e comprovação, ou seja, no fato: essa ênfase é consequência do recurso à evidência sensível.

(Nicola Abbagnano. Dicionário de filosofia, 2007. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados, comente a oposição entre o pensamento mítico e a corrente filosófica do empirismo.

Resolução

No âmbito do pensamento mítico, o mundo é governado por uma realidade superior, externa ao mundo terreno. A partir daí, o conhecimento é monopolizado por indivíduos iniciados, capazes de fazer a ligação entre o mundo terreno e o extraterreno, com os devidos efeitos na determinação de campos de poder.

Já o empirismo rejeita uma realidade superior (isto é, impossível de ser verificada) como explicação do mundo. O conhecimento ganha o estatuto de universal, uma vez que toma como ponto de partida dados provenientes dos órgãos dos sentidos, devidamente processados pela razão, ao alcance de todos.

(10)

Questão 13

Duas vizinhas, A e B, tinham, cada uma delas, um vaso de barro com uma mesma espécie de planta, de mesmo porte e idade. Quando saíram em férias, a vizinha A colocou seu vaso dentro de um balde com água, tomando cuidado para que o nível de água chegasse à borda do vaso, e envolveu o balde com um saco plástico, fechan-do o saco na base fechan-do caule da planta, para evitar a evaporação da água pela superfície fechan-do balde. A parte aérea da planta não foi envolta pelo saco plástico.

A vizinha B colocou seu vaso debaixo de uma torneira pingando, tomando o cuidado para que o gotejamento mantivesse a terra apenas úmida, mas não encharcada.

Ambos os vasos foram mantidos nas varandas das respectivas casas, bem iluminados e ventilados, mas prote-gidos do sol.

Ao final de dois meses, quando retornaram das férias, verificaram que uma das plantas estava morta, enquanto a outra se mantinha viçosa.

Qual das plantas morreu? Justifique sua resposta.

Resolução

A planta da vizinha A. Isto porque, ao longo dos dois meses transcorridos, seguramente o suprimento de água deve ter se esgotado, em decorrência da transpiração vegetal, o que levou a planta à morte.

Questão 14

SUS vai oferecer vacina contra HPV a partir de 2014

O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira [01.07.2013] que o SUS passará a oferecer vacina contra o papilomavírus humano (HPV) a partir de março de 2014. Esta será a vigésima sétima vacina oferecida pelo sistema público de saúde.

O SUS fará a imunização de meninas de 10 e 11 anos. As vacinas só poderão ser aplicadas com autorização dos pais ou responsáveis.

A vacina vai ser utilizada contra quatro tipos do vírus HPV, que, segundo o ministério, são responsáveis por alto índice de casos de câncer de colo de útero.

(http://g1.globo.com)

Considerando que a principal forma de transmissão do vírus HPV é por meio das relações sexuais, que a vacina será aplicada em meninas de faixa etária na qual não há vida sexual ativa, e que o tempo médio para a mani-festação do câncer de colo é de cerca de 10 anos depois de adquirido o vírus HPV, a campanha de vacinação promovida pelo SUS tem importância em termos de saúde pública? Justifique.

A vacina em questão substitui o preservativo (camisinha) na prevenção da AIDS, causada pelo vírus HIV? Justifi-que sua resposta.

Resolução

Sim, a campanha de vacinação contra o HPV tem grande importância, uma vez que, quando as meninas inicia-rem a vida sexual ativa, já estarão imunes aos vírus.

A vacina em questão, no entanto, não substitui o preservativo na prevenção de qualquer outra doença sexual-mente transmissível, como a AIDS. Todas elas são veiculadas por meio de contato sexual direto e, por isso, sua prevenção depende de mecanismos como as camisinhas masculina e feminina.

C I

N

(11)

Questão 15

Leia a letra da canção O xote das meninas, composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas.

Mandacaru, quando fulora na seca, É o sinal que a chuva chega no sertão, Toda menina que enjoa da boneca É sinal que o amor

Já chegou no coração

Meia comprida, não quer mais sapato baixo, Vestido bem cintado

Não quer mais vestir timão Ela só quer, só pensa em namorar Ela só quer, só pensa em namorar De manhã cedo, já tá pintada, Só vive suspirando

Sonhando acordada, O pai leva ao doutô A filha adoentada, Não come nem estuda Não dorme, não quer nada Ela só quer, só pensa em namorar Ela só quer, só pensa em namorar Mas o doutô nem examina Chamando o pai do lado Lhe diz logo em surdina Que o mal é da idade Que pra tal menina Não tem um só remédio Em toda medicina

Ela só quer, só pensa em namorar Ela só quer, só pensa em namorar

Um dos versos da canção diz que não há remédio para o mal da menina, pois é um mal da idade. A que mal o verso se refere, ou seja, considerando a fisiologia da reprodução, como é conhecida a fase na qual a menina se encontra? Que alterações hormonais dão início a essa fase, promovendo a transformação anatomofisiológica implícita na letra da canção?

Resolução

O verso se refere à fase da puberdade, que se caracteriza por notáveis transformações anatomofisiológicas promovidas por alterações hormonais desencadeadas pela hipófise. Esta aumenta sua produção de FSH e LH, dando início ao ciclo menstrual. Consequentemente, a produção de estrógeno aumenta, desencadeando o desenvolvimento das características sexuais secundárias.

Leia o texto para responder às questões de números 16 e 17.

A hidrazina, substância com fórmula molecular N2H4, é um líquido bastante reativo na forma pura. Na forma

de seu monoidrato, N2H4⋅ H2O, a hidrazina é bem menos reativa que na forma pura e, por isso, de

manipu-lação mais fácil. Devido às suas propriedades físicas e químicas, além de sua utilização em vários processos industriais, a hidrazina também é utilizada como combustível de foguetes e naves espaciais, e em células de combustível.

(12)

Questão 16

A atuação da hidrazina como propelente de foguetes envolve a seguinte sequência de reações, iniciada com o emprego de um catalisador adequado, que rapidamente eleva a temperatura do sistema acima de 800 ºC:

3 N2H4() 4 NH3(g) + N2(g)

N2H4() + 4 NH3(g) 3 N2(g) + 8 H2(g)

Dados:

Massas molares, em g ⋅ mol–1: N = 14,0; H = 1,0

Volume molar, medido nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) = 22,4 L

Calcule a massa de H2 e o volume total dos gases formados, medido nas CNTP, gerados pela decomposição

estequiométrica de 1,0 g de N2H4(). Resolução 3 N2H4() → 4 NH3(g) + N2(g) N2H4() + 4 NH3(g) → 3 N2(g) + 8 H2(g) 4 N2H4() → 4 N2(g) + 8 H2(g) 4 mol ––––––––––––– 8 mol 4 ⋅ 32 g ––––––––––––– 8 ⋅ 2 g 1 g ––––––––––––––––– x x = 0,125 g de H2

Cálculo do volume total de gases formados: 4 N2H4() → 4 N14424432(g) + 8 H2(g)

4 mol ––––– 12 mol de gases 4 ⋅ 32 g ––––– 12 ⋅ 22,4 L 1g –––––––– V

V = 2,1 L

Questão 17

Observe o esquema de uma célula de combustível de hidrazina monoidratada/oxigênio do ar em funcio-namento, conectada a um circuito elétrico externo. No compartimento representado no lado esquerdo do esquema, é introduzido apenas o reagente N2H4 H2O, obtendo-se os produtos N2(g) e H2O() em sua saída.

No compartimento representado no lado direito do esquema, são introduzidos os reagentes O2(g) e H2O(),

sendo H2O() consumido apenas parcialmente na semirreação, e seu excesso liberado inalterado na saída do

compartimento.

Catalisador de níquel

Membrana permeável a íons OH–

Circuito elétrico e– N2H4 H2O() N2(g) H2O() O2(g) H2O() H2O() (excesso) OH–

(13)

Escreva a equação química balanceada que representa a reação global que ocorre durante o funcionamento dessa célula de combustível e indique os estados de oxidação, nos reagentes e nos produtos, do elemento que é oxidado nesse processo.

Resolução

Semirreação Anódica N2H4() + 4 OH–(aq) → N2(g) + 4 H2O() + 4 e–

Semirreação Catódica O2(g) + 2 H2O() + 4 e– → 4 OH–(aq)

Reação Global N2H4() + O2(g) → N2(g) + 2 H2O()

Utilizando a hidrazina hidratada, podemos escrever a reação global da seguinte maneira: Reação Global

N2H4 ⋅ H2O() + O2(g) → N2(g) + 3 H2O()

–2 zero             oxidação → Outra resolução:

Na pilha de combustível, a reação global é uma combustão. Utilizando os dados, podemos escrever direta-mente:

N2H4 ⋅ H2O + O2 → N2 + H2O

Balanceando por tentativas:

N2H4 ⋅ H2O() + O2(g) → N2(g) + 3 H2O()

Questão 18

Em sua edição de julho de 2013, a revista Pesquisa FAPESP, sob o título Voo Verde, anuncia que, até 2050, os motores de avião deverão reduzir em 50% a emissão de dióxido de carbono, em relação às emissões consi-deradas normais em 2005. Embora ainda em fase de pesquisa, um dos caminhos tecnológicos para se atingir essa meta envolve a produção de bioquerosene a partir de caldo de cana-de-açúcar, com a utilização de uma levedura geneticamente modificada. Essas leveduras modificadas atuam no processo de fermentação, mas, ao invés de etanol, produzem a molécula conhecida como farneseno, fórmula molecular C15H24, cuja fórmula

estrutural é fornecida a seguir.

H3C

CH3 CH3 CH3

CH2

farneseno

Por hidrogenação total, o farneseno é transformado em farnesano, conhecido como bioquerosene. Nessa reação de hidrogenação, a cadeia carbônica original do farneseno é mantida.

Represente a fórmula estrutural, escreva o nome oficial do farnesano (bioquerosene) e forneça a equação química balanceada que representa a reação para a combustão completa de 1 mol da substância.

Resolução H3C CH3 CH3 CH3 CH3 2,6,10-trimetildodecano C15H32 + 23 O2 → 15 CO2 + 16 H2O

(14)

Questão 19

Em um trecho retilíneo e horizontal de uma ferrovia, uma composição constituída por uma locomotiva e 20 vagões idênticos partiu do repouso e, em 2 minutos, atingiu a velocidade de 12 m/s. Ao longo de todo o percurso, um dinamômetro ideal acoplado à locomotiva e ao primeiro vagão indicou uma força de módulo constante e igual a 120000 N.

dinamômetro →v

Considere que uma força total de resistência ao movimento, horizontal e de intensidade média corresponden-te a 3% do peso do conjunto formado pelos 20 vagões, atuou sobre eles nesse trecho. Adotando g = 10 m/s2,

calcule a distância percorrida pela frente da locomotiva, desde o repouso até atingir a velocidade de 12 m/s, e a massa de cada vagão da composição.

Resolução

Admitindo o movimento da locomotiva uniformemente variado, sua velocidade obedece ao gráfico abaixo:

v(m/s) t(s) 0 12 120 • Aplicando a propriedade do gráfico v × t: DS –N área DS = 120 ⋅ 12 2 DS = 720 m • A aceleração da composição (locomotiva + vagões) é: a = Dv Dt = 12 120 = 0,1 m/s2

O dinamômetro indica a intensidade da tração transmitida aos vagões, que vamos considerar um só corpo. Dessa forma, as forças que nele atuam são:

20 vagões FR N T PTOTAL v a  PTOTAL = mTOTAL⋅ g FR = 0,03 ⋅ mTOTAL⋅ g T = 120000N

Aplicando o Princípio Fundamental da Dinâmica (R = m ⋅ a), temos: T – FR = mTOTAL⋅ a

120000 – 0,03 ⋅ mTOTAL⋅ 10 = mTOTAL⋅ 0,1 \ mTOTAL = 300000 kg

Como são 20 vagões, tem-se:

mTOTAL = 20 ⋅ mVAGÃO

300000 = 20 ⋅ mVAGÃO

(15)

Questão 20

A figura representa um cilindro contendo um gás ideal em três estados, 1, 2 e 3, respectivamente.

P2 = P1 V2 T2 P3 = ? V3 = V2 T3 = T1 P1 V1 T1

Estado 1 Estado 2 Estado 3

No estado 1, o gás está submetido à pressão P1 = 1,2 ⋅ 105 Pa e ocupa um volume V1 = 0,008 m3 à temperatura

T1. Acende-se uma chama de potência constante sob o cilindro, de maneira que ao receber 500 J de calor o gás

sofre uma expansão lenta e isobárica até o estado 2, quando o êmbolo atinge o topo do cilindro e é impedido de continuar a se mover. Nesse estado, o gás passa a ocupar um volume V2 = 0,012 m3 à temperatura T2.

Nesse momento, o êmbolo é travado de maneira que não possa mais descer e a chama é apagada. O gás é, então, resfriado até o estado 3, quando a temperatura volta ao valor inicial T1 e o gás fica submetido a uma

nova pressão P3.

Considerando que o cilindro tenha capacidade térmica desprezível, calcule a variação de energia interna sofri-da pelo gás quando ele é levado do estado 1 ao estado 2 e o valor sofri-da pressão final P3.

Resolução

Do enunciado, podemos construir o diagrama p × V para as transformações gasosas citadas.

p3 p1 = p2 = 1,2 3 V(10–3m3) p(105 Pa) 1 2 0 8 12 isoterma (T1 = T3)

Da equação geral dos gases ideais, p1 ⋅ V1 T1 = p3 ⋅ V3 T3 ⇒ 1,2 ⋅ 105 ⋅ 8 ⋅ 10–3 T1 =p3 ⋅ 12 ⋅ 10–3 T3 \ P3 = 0,8 ⋅ 105 Pa

Cálculo do trabalho da força de pressão para a transformação isobárica do estado 1 para 2.

t

1 → 2 = p ⋅ DV ⇒

t

1 → 2 = 1,2 ⋅ 105 ⋅ (12 – 8) ⋅ 10–3

\

t

1 → 2 = +480 J

Sabendo que o gás recebe 500 J de energia na forma de calor durante a transformação do estado 1 para 2 e aplicando a primeira lei da termodinâmica, tem-se:

DU1 → 2 = Q1 → 2 –

t

1 → 2

DU1 → 2 = 500 – 480

(16)

Questão 21

Dois resistores ôhmicos, R1 e R2, podem ser associados em série ou em paralelo. A resistência equivalente

quando são associados em série é RS e quando são associados em paralelo é RP.

No gráfico, a curva S representa a variação da diferença de potencial elétrico entre os extremos da associação dos dois resistores em série, em função da intensidade de corrente elétrica que atravessa a associação de resis-tência equivalente RS, e a curva P representa a variação da diferença de potencial elétrico entre os extremos

da associação dos dois resistores em paralelo, em função da intensidade da corrente elétrica que atravessa a associação de resistência equivalente RP.

U(V) i(A) 0 3 6 9 12 9 18 27 36 45 54 S P

Considere a associação seguinte, constituída por dois resistores R1 e dois resistores R2.

R1 R2

R1 R2

De acordo com as informações e desprezando a resistência elétrica dos fios de ligação, calcule a resistência equivalente da associação representada na figura e os valores de R1 e R2, ambos em ohms.

Resolução

A partir dos dados fornecidos no gráfico, temos:

Curva S (associação em série)

1 23 U = 48 V i = 3 A U = Req⋅ i → 48 = (R1 + R2) ⋅ 3 R1 + R2 = 16 (I)

Curva P (associação em paralelo)

1 23 U = 18 V i = 6 A U = Req⋅ i → 18 =

(

R1⋅ R2 R1 + R2

)

⋅ 6 18 = (R1⋅ R2) 16 ⋅ 6 → R1⋅ R2 = 48 (II) Resolvendo o sistema de equações:

(I) R1 + R2 = 16 (II) R1⋅ R2 = 48 12 3 → R1 ⋅ (16 – R1) = 48 R12 – 16R1 + 48 = 0

Resolvendo essa equação:

R1 = 4  \ R2 = 12  ou R1 = 12  \ R2 = 4 

Finalmente, analisando a associação proposta e usando aos valores R1 = 4  \ R2 = 12 4 4 12 12 Req = 4 + 12 + 4 + 124 ⋅ 12 → Req = 19 

(17)

Questão 22

Chegou às mãos do Capitão Jack Sparrow, do Pérola Negra, o mapa da localização de um grande tesouro en-terrado em uma ilha do Caribe.

M1 M2

P1

P2 A

Ao aportar na ilha, Jack, examinando o mapa, descobriu que P1 e P2 se referem a duas pedras distantes 10 m

em linha reta uma da outra, que o ponto A se refere a uma árvore já não mais existente no local e que a) ele deve determinar um ponto M1 girando o segmento P1A em um ângulo de 90º no sentido anti-horário,

a partir de P1;

b) ele deve determinar um ponto M2 girando o segmento P2A em um ângulo de 90º no sentido horário, a

partir de P2;

c) o tesouro está enterrado no ponto médio do segmento M1M2.

Jack, como excelente navegador, conhecia alguns conceitos matemáticos. Pensou por alguns instantes e intro-duziu um sistema de coordenadas retangulares com origem em P1 e com o eixo das abscissas passando por P2.

Fez algumas marcações e encontrou o tesouro.

A partir do plano cartesiano definido por Jack Sparrow, determine as coordenadas do ponto de localização do tesouro e marque no sistema de eixos inserido no campo de Resolução e Resposta o ponto P2 e o ponto do

local do tesouro. Resolução P1 A 10 – b b 10 – b P2 a a b N S R M1 M2 α α 90º – α a

Seja a = APˆ1P2. Note que P2Pˆ1M1 = 90º – a e, consequentemente, M1Pˆ1R = a. Assim, os triângulos AP1S e M1P1R

são congruentes. Se AS = a e P1S= b, temos M1R = a e P1R = b.

Analogamente, temos os triângulos congruentes ASP2 e P2NM2. Como P1P2 = 10 e SP2 = 10 – b, logo NM2 = 10 – b.

(18)

Assim, temos os pontos M1 = (a, b) e M2(10 – a, 10 – b).

O tesouro está no ponto T =

(

a + 10 – a 2 , b + 10 – b2

)

T = (5, 5) P1 T P2

Questão 23

Em um plano horizontal encontram-se representadas uma circunferência e as cordas AC e BD. Nas condições apresentadas na figura, determine o valor de x.

2x B C x E A D 3x – 1 x + 3

(19)

Resolução 2x B C x E A D 3x – 1 x + 3

Os triângulos AED e BEC são semelhantes, pois: • AE

ˆ

D = BE

ˆ

C (opostos pelo vértice);

• AD

ˆ

B = AC

ˆ

B (subentendem o mesmo arco); • CA

ˆ

D = CB

ˆ

D (subentendem o mesmo arco). Assim; 3x – 1 x + 3 = 1 2x x 1 (pois x . 0) 3x – 1 = 2x + 6 \ x = 7 Resposta: x = 7

Questão 24

A imagem mostra uma taça e um copo. A forma da taça é, aproximadamente, de um cilindro de altura e raio medindo R e de um tronco de cone de altura R e raios das bases medindo R e r. A forma do copo é, aproxima-damente, de um tronco de cone de altura 3R e raios das bases medindo R e 2r.

R R R R r R 3R 2r

Sabendo que o volume de um tronco de cone de altura h e raios das bases B e b é 1

3 ⋅ p ⋅ h ⋅ (B2 + B ⋅ b + b2) e dado que

65 ≅ 8, determine o raio aproximado da base do copo, em função de R, para que a capacidade da taça seja 2

(20)

Resolução VTaça = p ⋅ R2 ⋅ R + 1 3 ⋅ p ⋅ R ⋅ (R2 + R ⋅ r + r2) = 4pR2 3 + pR 2r 3 + pRr 2 3 (I) VCopo = 1 3 ⋅ p ⋅ 3R ⋅ (R2 + R ⋅ 2r + (2r)2) = pR3 + 2pR2r + 4pRr2 (II) Daí: VT = 2 3VC 4 3pR3 + pR 2r 3 + pRr 2 3 = 23 ⋅ (pR3 + 2pR2r + 4pRr2) \ 4pR3 + pR2r + pRr2 = 2pR3 + 4pR2r + 8pRr2 \ 7pRr2 + 3pR2r – 2pR3 = 0 \ 7Rr2 + 3R2r – 2R3 = 0 D = (3R2)2 –4(7R) ⋅ (–2R3) D = 65 R4 r1 = – 11R 14 (não convém) r = –3R2 ±

65R4 2 ⋅ 7R = –3R 2 ± 8R2 14R r2 = 5R 14 Logo, o raio da base do copo é 5R

7 .

Resposta: 5R

(21)

As questões de números 25 a 28 focalizam uma passagem de um livro do astrônomo, escritor e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996) e uma tira de Adão Iturrusgarai publicada no jornal Folha de S.Paulo.

Não existem perguntas imbecis

À exceção das crianças (que não sabem o suficiente para deixar de fazer as perguntas importantes), poucos de nós passam muito tempo pensando por que a Natureza é como é; de onde veio o Cosmos, ou se ele sempre existiu; se o tempo vai um dia voltar atrás, e os efeitos vão preceder as causas; ou se há limites elementares para o que os humanos podem conhecer. Há até crianças, e eu conheci algumas delas, que desejam saber como é um buraco negro; qual é o menor pedaço de matéria; por que nos lembramos do passado, mas não do futuro; e por que há um Universo.

De vez em quando, tenho a sorte de lecionar num jardim de infância ou numa classe do primeiro ano pri-mário. Muitas dessas crianças são cientistas natos — embora tenham mais desenvolvido o lado da admiração que o do ceticismo. São curiosas, intelectualmente vigorosas. Perguntas provocadoras e perspicazes saem de-las aos borbotões. Demonstram enorme entusiasmo. Sempre recebo uma série de perguntas encadeadas. Ede-las nunca ouviram falar da noção de “perguntas imbecis”.

Mas, quando falo a estudantes do último ano do secundário, encontro algo diferente. Eles memorizam os fatos”. Porém, de modo geral, a alegria da descoberta, a vida por trás desses fatos, se extinguiu em suas mentes.“ Perderam grande parte da admiração e ganharam muito pouco ceticismo. Ficam preocupados com a possibili-dade de fazer perguntas “imbecis”; estão dispostos a aceitar respostas inadequadas; não fazem perguntas enca-deadas; a sala fica inundada de olhares de esguelha para verificar, a cada segundo, se eles têm a aprovação de seus pares. Vêm para a aula com as perguntas escritas em pedaços de papel que sub-repticiamente examinam, esperando a sua vez, e sem prestar atenção à discussão em que seus colegas estão envolvidos naquele momento.

Algo aconteceu entre o primeiro ano primário e o último ano secundário, e não foi apenas a puberdade. Eu diria que é, em parte, a pressão dos pares para não se sobressair (exceto nos esportes); em parte, o fato de a sociedade ensinar gratificações a curto prazo; em parte, a impressão de que a ciência e a matemática não vão dar a ninguém um carro esporte; em parte, que tão pouco seja esperado dos estudantes; e, em parte, que haja poucas recompensas ou modelos de papéis para uma discussão inteligente sobre ciência e tecnologia — ou até para o aprendizado em si mesmo. Os poucos que continuam interessados são difamados como nerds,

geeks ou grinds.*

* Gírias norte-americanas para designar pessoas chatas, desinteressantes, esquisitas e, nesse caso, estudantes muito aplicados.

(Carl Sagan. O mundo assombrado pelos demônios, 1997.)

Mundo Monstro

YURI, O QUE VOCÊ VAI SER

QUANDO CRESCER? ASTRONAUTA!! AH AH AH AH AH AH AH

YURIGAGARIN SOFREU BULLYING QUANDO ERA CRIANÇA.

(Adão Iturrusgarai. www.folha.com.br)

Questão 25

No excerto apresentado, Carl Sagan, tomando por base sua época e seu país e referindo-se a crianças dos primeiros anos escolares e a estudantes do último ano do ensino médio, detecta uma diferença significativa quanto à vontade e à satisfação de fazer perguntas ao professor. Indique essa diferença.

I

U

(22)

Resolução

Nos primeiros anos da vida escolar, as crianças são “curiosas, intelectualmente vigorosas”, por isso são capazes de fazer “perguntas encadeadas”, “provocadoras e perspicazes”, que demonstram seu “entusiasmo” pelo apren-dizado e pelo conhecimento. Elas “nunca ouviram falar da noção de ‘perguntas imbecis’”. Os jovens do final do ensino médio, por sua vez, com receio de fazer questionamentos “imbecis”, preparam suas perguntas em casa, mais preocupados com a aprovação de seus colegas do que em promover uma “discussão inteligente”. Isso faz com que as crianças tenham mais inclinação científica do que os jovens, que parecem já terem sido influenciados por uma sociedade imediatista e consumista, que pouco valor dá à pesquisa em ciência e tecnologia.

Questão 26

Ao colocar como título Não existem perguntas imbecis, o que quis dizer Carl Sagan em relação ao tema que explora no trecho apresentado?

Resolução

No texto, Carl Sagan critica a noção de “perguntas imbecis”, fabricada culturalmente por nossa sociedade (principalmente pelas pessoas mais velhas e escolarizadas). O autor define os anos de escolaridade, paradoxal-mente ao que se acredita, como uma barreira à curiosidade e ao pensamento questionador dos alunos. Com o passar dos anos, os alunos, que têm vontade e curiosidade de aprender, são posteriormente reprimidos pela possibilidade de fazer perguntas consideradas “imbecis” por seus colegas.

Dessa maneira, ao colocar como título “Não existem perguntas imbecis”, Carl Sagan desencoraja as pessoas a julgar as perguntas consideradas ingênuas ou infantis, valorizando o questionamento como uma característica fundamental do pensamento científico.

Questão 27

Há até crianças, e eu conheci algumas delas, que desejam saber como é um buraco negro; qual é o menor pedaço de matéria; por que nos lembramos do passado, mas não do futuro; e por que há um Universo.

Explique com que finalidade, no plano semântico, o autor intercalou a oração destacada à sequência do pe-ríodo transcrito.

Resolução

Ao introduzir o período com a expressão “há até crianças”, a palavra “até” estabelece o pressuposto de que será incluído no enunciado algo inesperado. Com efeito, não se espera, à primeira vista, que crianças tenham curiosi-dades tão sofisticadas a ponto de desejarem saber o que é um buraco negro ou qual o menor pedaço de matéria. Com a intercalação da oração “e eu conheci algumas delas”, o autor certifica, por meio de um argumento em que evoca sua experiência concreta, que realmente há crianças com curiosidades tão sofisticadas assim.

Questão 28

Estabeleça a relação que há entre o que é comunicado, com humor bastante inteligente, pela tira de Adão Iturrusgarai e a preocupação que, no terceiro parágrafo, Sagan detecta nos estudantes do ensino médio norte-americano.

Resolução

Na tira, um estudante é motivo de chacota por ter desejado ser algo que não corresponde aos valores dos demais colegas. Essa situação revela o motivo da preocupação que, segundo Sagan, os alunos do último ano do Ensino Médio têm com receber a aprovação do seu grupo. Isso os leva a temer fazer perguntas imbecis e a lançar à classe olhares de esguelha para verificar a reação dos outros alunos.

(23)

As questões de números 29 a 32 tomam por base um trecho da conferência Sobre algumas lendas do Brasil, de Olavo Bilac (1865-1918), e um soneto do mesmo autor, utilizado por ele para ilustrar seus argumentos.

Sendo cada homem todo o universo, tem dentro de si todos os deuses, todas as potestades superiores e inferiores que dirigem o universo. (Tudo, se existe objetivamente, é porque existe subjetivamente; tudo existe em nós, porque tudo é criado e alimentado por nós). E esta consideração nos leva ao assunto e à explanação do meu tema. Existem em nós todas as entidades fantásticas, que, segundo a crença popular, enchem a nossa terra: são sentimentos humanos, que, saindo de cada um de nós, personalizam-se, e começam a viver na vida exterior, como mitos da comunhão.

Tupã, demiurgo criador, e o seu Anhangá, demiurgo destruidor. É o eterno dualismo, governando todas as fases religiosas, toda a história mitológica da humanidade. Já entre os persas e os iranianos, na religião de Zoroastro, havia um deus de bondade, Ormuz, e um deus de maldade, Ahriman. A religião de Manés, na Babi-lônia, não criou a ideia do dualismo; acentuou-a, precisou-a; a base da religião dos maniqueus era a oposição e o contraste da luz e da treva: o mundo visível, segundo eles, era o resultado da mistura desses dois elementos eternamente inimigos. Mas em todos os grandes povos, e em todas as pequenas tribos, sempre houve, em todos os tempos, a concepção desse conflito: e esse conflito perdura no catolicismo, fixado na concepção de Deus e do

Diabo. Os nossos índios sempre tiveram seu Tupã e o seu Anhangá... Ora, o selvagem das margens do Amazonas,

do São Francisco e do Paraná compreende os dois demiurgos, porque os sente dentro de si mesmo. E nós, os civi-lizados do litoral, compreendemos e contemos em nós esses dois princípios antagônicos, Deus e o Diabo. Cada um de vós tem uma arena íntima em que a todo o instante combatem um gênio do bem e um gênio do mal:

Não és bom, nem és mau: és triste e humano… Vives ansiando em maldições e preces,

Como se, a arder, no coração tivesses O tumulto e o clamor de um largo oceano. Pobre, no bem como no mal, padeces; E, rolando num vórtice vesano*, Oscilas entre a crença e o desengano, Entre esperanças e desinteresses. Capaz de horrores e de ações sublimes, Não ficas das virtudes satisfeito, Nem te arrependes, infeliz, dos crimes: E, no perpétuo ideal que te devora, Residem juntamente no teu peito

Um demônio que ruge e um deus que chora…

* Vesano: louco, demente, delirante, insensato.

(Últimas conferências e discursos, 1927.)

Questão 29

O conferencista Olavo Bilac sugere que, apesar da diferença de credos, as religiões se filiam a um mesmo princípio. Que princípio é esse e o que origina no âmbito religioso?

Resolução

Segundo o excerto da conferência de Olavo Bilac, as religiões filiam-se ao princípio do dualismo, já presente no espírito humano (a “arena íntima em que a todo instante combatem um gênio do bem e um gênio do mal”). Esse princípio origina a criação de entidades antagônicas, tais como, no zoroastrismo, Ormuz e Ahriman; no maniqueísmo (a religião de Manés), o contraste entre luz e treva; entre os “nossos índios”, Tupã e Anhangá; e, no catolicismo, Deus e o Diabo.

Questão 30

No soneto, Bilac explicita sua concepção do homem. Apresente o aspecto mais importante dessa concepção.

Resolução

A concepção de homem explicitada no soneto de Olavo Bilac é baseada fundamentalmente na ideia de dualida-de. Por meio de adjetivos como “bom” e “mau” e de imagens como o “tumulto e clamor de um largo oceano” presentes no coração de cada um, o eu lírico defende a tese de que o ser humano está constantemente dividido entre a esperança e o desengano e não se contenta em praticar atos virtuosos e nem se arrepende de crimes cometidos. Nos últimos versos, a dualidade é relacionada com a religiosidade, explicitada nas referências ao deus e ao demônio que, segundo o texto, habitam, em atitudes opostas e complementares, o peito de todos nós.

(24)

Questão 31

Indique a pessoa gramatical dos verbos empregados no soneto e identifique, no plano do conteúdo, a quem o eu lírico se dirige por meio dessa pessoa gramatical.

Resolução

Os verbos do soneto estão empregados na segunda pessoa do singular. Por meio dessa pessoa gramatical, o eu lírico se dirige ao interlocutor, como se estabelecesse um diálogo com um leitor determinado, individualizado e personificado.

No contexto, entretanto, considerando-se que o soneto serve como ilustração para a tese exposta na confe-rência, percebe-se que esse leitor, metonimicamente, remete a qualquer ser humano, a cada homem.

Questão 32

E nós, os civilizados do litoral, compreendemos e contemos em nós esses dois princípios […].

Qual a forma infinitiva do verbo destacado e em que tempo e modo está flexionado?

Resolução

A forma infinitiva do verbo destacado é conter. No trecho sob análise, ele está flexionado na primeira pessoa do plural (nós) do presente do indicativo, o que se pode depreender com base na correlação com o outro verbo,

compreender, também conjugado no presente do modo indicativo.

Leia o texto para responder, em português, às questões de números 33 a 36.

Land in Brazil: Farmers v Amerindians

June 15th 2013

When Brazil’s constitution was adopted in 1988, five years was meant to be enough to decide which areas should be declared Amerindian tribal lands. Nearly 25 years later, the country has 557 indigenous territories covering 13% of its area, most of them in the Amazon. But more than 100 others are still being considered. The delay is causing conflict in long-farmed regions farther south.

In the past month several Terena Indians have been injured and one killed in confrontations with police and farmers in Sidrolândia in Mato Grosso do Sul (see map). Funai started studying the region the Terena tribe claims as its ancestral home in 1993. In 2001 it proposed an indigenous territory of 17,200 hectares (42,500 acres). Landowners whose farms fell within it challenged the decision in court; some have titles dating from 1928, when the government ceded 2,090 hectares to the tribe and encouraged settlers to farm neighbouring

(25)

land. Since then Funai, the justice ministry, the public prosecutor’s office and various judges have argued over the territory’s status. Last year owners of some of the 33 affected farms won a ruling granting them continued possession.

The Terena, supported by Funai, continue to lay claim to the land. Last month they invaded several disputed farms. During a failed attempt by police to evict them from one owned by a former state politician, an Indian was killed. On June 4th another was shot in the back on a neighbouring property. He is unlikely to walk again. The evictions have now been suspended and the occupations continue. The justice ministry is trying to gather together local and federal politicians and tribal leaders to negotiate an end to the impasse.

Brazil’s powerful farm lobby is now trying to change the constitution to give Congress the final say over future demarcations. That would probably mean few or no more indigenous territories. The government wants the power to demarcate territories to remain with the justice minister and the presidency. But in states where Funai’s rulings are fiercely contested, such as Mato Grosso do Sul, it plans to start seeking second opinions from agencies seen as friendlier to farmers.

(www.economist.com. Adaptado.)

Questão 33

Qual é a situação atual da demarcação dos territórios indígenas no Brasil em relação ao que foi estabelecido pela Constituição brasileira de 1988?

Resolução

A Constituição brasileira de 1988 previa que até 1993 os territórios indígenas estivessem totalmente demarcados. Atualmente há 557 áreas demarcadas e ainda 100 em processo. A demora tem provocado conflitos em regiões mais ao sul do país.

Questão 34

O que originou os conflitos entre a tribo Terena e os fazendeiros a partir de 2001?

Resolução

Em 2001, a Funai propôs um território indígena para os Terena com 17200 hectares. No entanto, donos de terras cujas fazendas estavam dentro desse território moveram uma ação judicial contestando essa proposta. No ano de 2012, os proprietários de algumas das 33 fazendas afetadas ganharam a ação na justiça, fato que lhes garantiu a posse de suas terras.

Questão 35

De acordo com o texto, por que a Funai é questionada em estados fortemente agrícolas?

Resolução

Porque ela tem o poder de decisão sobre as demarcações de terras indígenas. Os ruralistas, grandes proprietários de terras nesses estados, têm um lobby muito poderoso e pretendem mudar a Constituição para que a decisão sobre demarcações seja transferida para o Congresso.

Questão 36

De acordo com o texto, por que os ruralistas estão tentando transferir a decisão sobre as demarcações de ter-ras indígenas para o Congresso?

Resolução

Porque eles acreditam que os congressistas, muitos dos quais ruralistas, irão se contrapor às decisões da Funai, o que pode significar no futuro pouca ou nenhuma demarcação de terras indígenas.

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Texto 1

Dos 594 deputados e senadores em exercício no Congresso Nacional, 190 (32%) já foram condenados na Justiça e/ou nos Tribunais de Contas.

As ocorrências se encaixam em quatro grandes áreas: irregularidades em contas e processos administra-tivos no âmbito dos Tribunais de Contas (como fraudes em licitações); citações na Justiça Eleitoral (contas de campanha rejeitadas, compra de votos, por exemplo); condenações na Justiça referentes à lida com o bem público no exercício da função (enriquecimento ilícito, peculato etc.); e outros (homicídio culposo, trabalho degradante etc.).

(Natália Paiva. www.transparencia.org.br. Adaptado.)

Texto 2

Nossa tradição cultural, por diversas razões, criou um ideal de cidadania política sem vínculos com a efetiva vida social dos brasileiros. Na teoria, aprendemos que devemos ser cidadãos; na prática, que não é possível, nem desejável, comportarmo-nos como cidadãos. A face política do modelo de identidade nacional é perma-nentemente corroída pelo desrespeito aos nossos ideais de conduta.

Idealmente, ser brasileiro significa herdar a tradição democrática na qual somos todos iguais perante a lei e onde o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade é uma propriedade inalienável de cada um de nós; na realidade, ser brasileiro significa viver em um sistema socioeconômico injusto, onde a lei só existe para os pobres e para os inimigos e onde os direitos individuais são monopólio dos poucos que têm muito.

Preso nesse impasse, o brasileiro vem sendo coagido a reagir de duas maneiras. Na primeira, com apatia e desesperança. É o caso dos que continuam acreditando nos valores ideais da cultura e não querem converter--se ao cinismo das classes dominantes e de seus seguidores. Essas pessoas experimentam uma notável diminui-ção da autoestima na identidade de cidadão, pois não aceitam conviver com o baixo padrão de moralidade vigente, mas tampouco sabem como agir honradamente sem se tornarem vítimas de abusos e humilhações de toda ordem. Deixam-se assim contagiar pela inércia ou sonham em renunciar à identidade nacional, aban-donando o país. Na segunda maneira, a mais nociva, o indivíduo adere à ética da sobrevivência ou à lei do vale-tudo: pensa escapar à delinquência, tornando-se delinquente.

(Jurandir Freire Costa. http://super.abril.com.br. Adaptado.)

Texto 3

Se o eleitorado tem bastante clareza quanto à falta de honestidade dos políticos brasileiros, não se pode dizer o mesmo em relação à sua própria imagem como “povo brasileiro”. Isto pode ser um reflexo do aclama-do “jeitinho brasileiro”, ora motivo de orgulho, ora de vergonha.

De qualquer forma, fica claro que há problemas tanto quando se fala de honestidade de uma forma gené-rica, como quando há abordagem específica de comportamentos antiéticos, alguns ilegais: a “caixinha” para o guarda não multar, a sonegação de impostos, a compra de produtos piratas, as fraudes no seguro, entre outros. A questão que está posta aqui é que a população parece não relacionar seus “pequenos desvios” com o comportamento desonesto atribuído aos políticos.

(Silvia Cervellini. www.ibope.com.br. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma redação de gênero disser-tativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

CorruPção No CoNgrESSo NACIoNAl: rEflExo DA SoCIEDADE brASIlEIrA?

O

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Análise da Proposta

o exame da unesp manteve o seu formato: solicitou uma dissertação, com cerca de 30 linhas, sobre um tema explícito: CorruPção No CoNgrESSo NACIoNAl: rEflExo DA SoCIEDADE brASIlEIrA? Para escrever sua redação, o candidato poderia usar como base três textos fornecidos como coletânea.

o texto 1, retirado do site da oNg Transparência brasil, ilustra, com dados concretos, que cerca de um terço dos congressistas brasileiros já sofreu condenação judicial. Três das quatro áreas apresentadas associam-se à corrupção.

o texto 2, do psiquiatra Jurandir freire Costa, sustenta que existe um impasse na forma como os brasilei-ros lidam com os ideais de cidadania. Eles seriam aprendidos na teoria, mas, na prática, considerados inviáveis. Princípios como a igualdade, a liberdade e o direito à vida seriam tomados apenas como ideais, enquanto, na realidade, haveria uma realidade marcada pela desigualdade e pela injustiça. Esse impasse coage o brasileiro ou a ser tomado por apatia e desesperança ou, de forma mais nociva, a aderir à “ética” da sobrevivência.

Já o texto 3, do site do Ibope, induz a uma resposta acerca da questão posta em debate. A corrupção no Congresso pode estar relacionada ao comportamento individual da sociedade, marcado pelo “jeitinho brasilei-ro”. Apesar disso, a percepção da corrupção e de outros comportamentos antiéticos ocorre apenas quanto aos políticos do país.

Encaminhamentos possíveis

Para desenvolver seu posicionamento sobre a questão, o candidato poderia levar em conta, entre outras, as seguintes ideias:

• Atribuir a responsabilidade pela prática da corrupção apenas aos políticos seria ingenuidade, até mesmo porque os congressistas são eleitos e reeleitos pela própria população. E — o que é pior — boa parte deles já foi alvo de denúncia ou mesmo de condenação judicial por irregularidades.

• O comportamento dos congressistas, em certa medida, é reflexo da prática do “jeitinho brasileiro”, consi-derada natural e até pitoresca. Esse problema se agrava porque, paradoxalmente, muitos que condenam a corrupção dos políticos relevam os seus próprios desvios.

• A corrupção dos congressistas pode ser tomada como sintoma de um modo de funcionamento perverso da sociedade brasileira. Mesmo que haja respeito teórico a ideais democráticos, a resistência ética tende a se tornar um peso e até um estorvo para a vida prática dos indivíduos. É como se a delinquência de fato com-pensasse, como ocorre na política.

• O problema da corrupção ganhou mais relevo em 2013, seja pelo julgamento do chamado “mensalão”, seja pela centralidade dessa pauta nos protestos de junho. Nesse sentido, pode-se falar, por um lado, em sinais de resistência colocados pela sociedade e, por outro, numa forma talvez genérica e pouco crítica de lidar com a questão, o que não traria melhoras efetivas.

• Ainda que desvios éticos do cidadão comum devam ser levados em conta, existem justificativas razoáveis para que os políticos sejam mais cobrados. Afinal, desviar dinheiro da merenda escolar, por exemplo, é mais grave e prejudicial do que pagar “a cerveja do guarda”.

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Filosofi a e Sociologia

Prova bem elaborada, adequada para o questionamento de Filosofi a e Sociologia — ou seja, baseada na leitura e entendimento de texto. Nessas matérias, a extensão um pouco maior nos textos é inevitável, e até certo ponto louvável. Porém, pode trazer difi culdades de tempo para o candidato.

Geografi a

A prova da Unesp cobrou conhecimentos pertinentes ao conteúdo do Ensino Médio com questões claras e precisas, destacando o uso de recursos variados como gráfi co, mapa e texto. Além disso, os temas cobrados foram atuais, abrangentes e relevantes.

Dessa forma, a prova foi adequada para a seleção dos candidatos mais bem preparados.

A única ressalva refere-se ao limitado espaço destinado às respostas das questões relativamente abran-gentes.

História

Prova curta, abordando temas relevantes, de forma clara. Chama a atenção da junção, na mesma ques-tão, de assuntos muitas vezes tratados de forma separada em História Geral e História do Brasil. Tal procedi-mento colocou o candidato diante de situações novas, exigindo uma resposta mais complexa.

Biologia

Com apenas três questões não é possível abranger assuntos relevantes da Biologia e, portanto, fazer uma avaliação mais completa. No entanto, as questões foram bem elaboradas e abordam temas importantes.

Física

Não se pode esperar uma prova com grande abrangência com apenas três questões.

As formulações foram feitas de maneira sucinta e correta, conduzindo rapidamente o candidato à situa-ção problematizada.

Uma vez que a prova não apresentou um grau elevado de difi culdade, espera-se que o candidato bem preparado tenha um bom desempenho.

Química

Uma prova de Química com apenas três questões não pode ser abrangente. Porém, as questões que foram cobradas abordaram importantes tópicos da matéria. Foi uma boa prova.

Matemática

Mesmo com apenas três questões, a prova poderia ter sido mais abrangente. Além disso, a prova abordou somente tópicos de geometria.

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Referências

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