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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE COMUNICAÇÃO

FABIANA GUIMARÃES MOREIRA

TATUAGEM: DO PORTO AO CORPO

Salvador

2013

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FABIANA GUIMARÃES MOREIRA

TATUAGEM: DO PORTO AO CORPO

Trabalho de conclusão de curso desenvolvido sob a orientação do Prof. Dr. Umbelino Brasil, exigido como pré-requisito parcial para a conclusão do curso de Comunicação com habilitação em Produção em Comunicação e Cultura, da Universidade Federal da Bahia.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais pelo amor, dedicação e suporte de toda uma vida.

A Cristiana Watanabe, Emilly Dias e Vanessa Caldeira por todos os puxões de orelha, “pulos”, por não terem desistido de mim e, principalmente, por serem amigas maravilhosas e fazerem parte da minha vida.

A Ana Beatriz que, pacientemente, me incentivou no decorrer desse último ano, pelo apoio, amizade e, sobretudo, por me entender.

Ao Professor Umbelino Brasil pela orientação e paciência.

Aos entrevistados que, com toda simpatia e colaboração, contribuíram de forma fundamental para a composição desse trabalho.

E, finalmente, a Cangaço Filmes, Karina Tomé e Og Cerqueira pela amizade, horas perdidas de sono, almoços, cumplicidade, parceria e incentivo incondicional para realização desse projeto, sem o apoio de vocês isso não seria possível. O meu mais sincero obrigada.

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RESUMO

Esta memória tem como objetivo apresentar os processos práticos, teóricos e criativos utilizados para o desenvolvimento do vídeo documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, um filme sobre a tatuagem, sua história e popularização na cidade de Salvador.

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“Quero ficar no teu corpo feito tatuagem

Que é pra te dar coragem Pra seguir viagem Quando a noite vem E também pra me perpetuar em tua escrava Que você pega, esfrega, nega Mas não lava.

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SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ... 7

2. OBJETIVO ... 9

3. JUSTIFICATIVA ... 10

4. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 11

5. TATUAGEM: DO PORTO AO CORPO ... 18

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 27

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1. APRESENTAÇÃO

“A tatuagem é o procedimento pelo qual um pigmento é inserido abaixo da camada

superficial da pele. Este pigmento toma um caráter permanente. A forma como o pigmento é inserido e a sua constituição química varia de cultura para cultura. De forma geral, pode-se dizer que o pigmento deve ser mais escuro do que a pele marcada, para que seja visível, e deve ser inserido com algum tipo de objeto pontiagudo, assemelhado a uma agulha. Pode-se esfregar o pigmento na pele e depois perfurá-la, de modo a introduzi-lo no corpo, mas pode-se também picar a pele com agulha e depois esfregar o pigmento, ou ainda molhar a agulha em pigmento e inseri-la na pele. Os pigmentos podem ter origem vegetal, animal ou mineral. A quantidade de agulhas utilizadas e sua espessura também variam de cultura para cultura.”

Andréa Barbosa Osório °°°

Ao longo da história a tatuagem foi cumprindo distintas funções sociais, inverteu seu signo e atualmente se encontra em seu auge de popularização e naturalização. A mudança de comportamento da sociedade brasileira, principalmente entre as novas gerações, acerca da tatuagem e do tatuado mudou a ponto de, hoje em dia, ser difícil encontrar alguém que não tenha ao menos pensado em fazer uma tatuagem. Uma boa tatuagem é inversão em tempo, dinheiro, paciência e talento. Não é só um desenho que se transfere a pele, delineia e colore. Cada desenho é eleito pela pessoa que demonstra seu gosto pessoal, tendências artísticas e por isso a existência de muitos estilos como: tribal, oriental, maori, old school, entre outros. Considera-se uma forma de expressão como o meio ao alcance das pessoas para manifestar suas inquietudes, desejos e esperanças. A arte de pintar a pele atrai cada vez mais e as motivações são as mais diversas. Para isso não existem barreiras de sexo, classe social e cultura, por isso não apenas uma determinada classe de pessoas se inclina a portar uma tatuagem. Aliada ao fato de ser uma marca corporal definitiva vem sendo interpretada como contrapartida à efemeridade e uma possível fuga do corpo, sujeito ao envelhecimento e a morte.

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Nesse contexto, de extensão mundial, de popularização e naturalização da tatuagem, foi realizado o vídeo documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, estruturado a partir da história da tatuagem, sua crescente popularização e prática na sociedade contemporânea. Uma prática que saiu da marginalidade e se introduziu num contexto mais amplo.

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2. OBJETIVO

Objetivo Principal

Um vídeo documentário sobre a tatuagem, sua história e popularização, porém restringindo sua prática e fenômeno a um contexto local, à cidade de Salvador.

Objetivo Específico

• Introduzir de maneira breve a história da tatuagem no mundo, sua chegada ao Brasil e em Salvador;

• Expor essa forma de expressão que estava atribuída a marginalidade;

• Mostrar como a tatuagem tornou-se emblema usado para a sedução, representação gráfica e imagética de crenças ou aspirações pessoais;

• Conhecer os seus procedimentos e os diferentes estilos;

• Apresentar os estúdios e como é feito o trabalho dos tatuadores profissionais; • Mostrar a naturalização, relativo às tatuagens, das classes e grupos da sociedade; • Compreender quais são as causas do seu fenômeno de popularização.

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3. JUSTIFICATIVA

Existem documentos de gêneros e formatos diversos acerca da tatuagem, sua origem e como é vista na sociedade contemporânea. A partir de teses e livros, é possível observar o quanto esse tema é vasto e a possibilidade infinita de assuntos que podem ser abordados e explorados; relacionados ao corpo, ao indivíduo, a sociedade contemporânea, ao status e, inclusive, a sua crescente popularização.

A motivação principal para a realização do documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, é poder mostrar os novos rumos que o estigma de ser tatuado vem tomando. Essa condição específica (ou prática cultural) de modificar e alterar o corpo através da tatuagem é um fenômeno que vem tomando força nas últimas décadas entre um grande número de jovens nas principais cidades do país, inclusive na cidade de Salvador. Também a possibilidade de apresentar como se deu o processo histórico, social e cultural, da prática da tatuagem e mostrar ao espectador que há uma popularização e que esta está inserida nos grupos e classes da sociedade; como as pessoas enxergam o tatuado de forma natural, livre de preconceitos e julgamentos e como a profissão do tatuador é respeitada. Com a tatuagem, o que antes era oculto, hoje se exibe, além de, cada vez mais ser considerada uma arte. É reconhecida como um adorno corporal que expressa uma mensagem pessoal, são variadas em estilo e evoluíram de maneira impressionante. Hoje, aceitamos com mais freqüência e facilidade que o corpo seja modificado, o que nos propõe atenção e nos convoca a pensar.

Visto que, em Salvador, a produção audiovisual de produtos ligados a “arte da tatuagem” ainda é bastante amadora, registrar o que as pessoas pensam sobre a tatuagem e discutir sua popularização é uma tentativa de apresentar esse fenômeno pouco debatido com mais seriedade. Com um documentário posso explorar e unir os mais diversos tipos de depoimentos e imagens, além de me permitir articulá-los com elementos da linguagem cinematográfica; tudo em um só material.

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4. FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA

É difícil definir ao certo a origem da tatuagem, alguns pesquisadores sugerem que seu surgimento, desde a pré-história aos nossos dias, está ligado a outras formas de expressões artísticas, como desenho e pinturas em objetos. Um costume milenar associado a diversas situações tais como: rituais de caráter mágico-religioso entre os egípcios, provas de amor na tradição japonesa, marcas condenatórias entres os escravos romanos ou práticas hereges a partir do advento do cristianismo. Uma das versões sobre a origem da palavra é de que procede do inglês tattoo e que por sua vez deriva do vocábulo

tatau, voz – onomatopéia – que usavam os indígenas do Taiti, na Polinésia, e que

significa “conforme as regras da arte”. Outra versão indica que procede do vocábulo tata que significa cortar ou ferir. Ambas remetem a uma prática cultural perdurável, relacionadas com a estética.

Na fase expansiva da conquista européia, a tatuagem era um dos costumes que se pretendia extinguir nas Américas, sendo que, quase todas as tribos americanas e as civilizações Maias e Astecas praticaram alguma forma de tatuagem. Para erradicar esse costume um frade mexicano submeteu a tortura a 4500 maias por suas tatuagens, os obrigando a confessar suas relações diabólicas. Também os nativos da bacia do Amazonas, Madeira e Xingu possuíam tatuagens e os ocupantes do Chaco, no extremo sul do continente, na Argentina, marcavam seus corpos com cicatrizes. Contudo, ao mesmo tempo em que havia uma tentativa de extinção, esses mesmo exploradores levavam os nativos do Novo Mundo para exibirem seus exóticos corpos tatuados na Europa.

Atualmente, a tatuagem já não é vista como um ato sagrado que exige o consentimento de divindades, nem um rito de passagem ou a garantia de permanência em uma tribo. No Ocidente, esteve vinculada historicamente à marginalidade econômica e social, nos corpos dos marinheiros, prostitutas e criminosos. A partir da década de 50 e 60 há uma transformação do público consumidor e a tatuagem passa a ser atributo de movimentos contraculturais, como o movimento hippie e o movimento punk. Em junho

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de 1959 a tatuagem moderna chega ao Brasil através do dinamarquês Knud Harld Likke Gregersen, popurlamente conhecido como Lucky Tattoo. Porém, sua grande popularização nas Américas começa na Califórnia dos anos 70, quando desenhos que reproduziam imagens de Marilyn Monroe, James Dean e Jimmy Hendrix tornam-se popular. Também, nesta mesma época, surfistas laçam a moda de braços tatuados.

No Brasil, como em outros países da America Latina e Europa, dependeram do contato com tatuadores estrangeiros que, chegando ao país, converteram-se em intermediários dessa nova dinâmica de tatuagem. Lucky se transformou num ponto de referencia para as novas gerações de tatuadores, pois trouxe ao Brasil o acesso a esse saber, suas técnicas modernas e a maquina elétrica. Foi notícia em vários jornais, e em 1975 o jornal O Globo o considerou o único tatuador profissional da America do Sul. Por um bom tempo Lucky continuou sendo o único, até que começaram a aparecer aos poucos os seus seguidores, que herdaram dele as técnicas e a arte de fazer tatuagem.

No Brasil a produção antropológica sobre a tatuagem é recente e, entre os pesquisadores, se sabe que vários grupos culturais, como os japoneses, os polinésios e diversas nações indígenas da América Central, são excelentes tatuadores e pintores faciais e corporais.

Como então entender o porquê do fascínio desta forma de manifestação sobre os corpos?

Durante o processo investigativo percebi que para alguns pesquisadores e/ou estudiosos, antes de entrarem de fato no tema da tatuagem, a principio é abordado a questão do corpo (e o que ele representa na natureza e na cultura), da identidade do sujeito moderno e das culturas contemporâneas (contracultura).

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O corpo é visto como uma experiência que circula além das fronteiras do anatômico, pois configura uma categoria cultural através da qual podemos identificar uma determinada visão de mundo em uma determinada sociedade histórica. Beatriz Ferreira Pires diz que o corpo humano, durante o processo civilizatório do Ocidente, nunca foi tão pesquisado e analisado. Ela faz um panorama de corpos modificados intencionalmente, independente do estimulo, por meio de tatuagens e/ou outras formas de expressão, e conclui que ao mesmo tempo em que há uma banalização do corpo, em guerras e massacres, há uma supervalorização, pois o que se trata é combater a degradação corporal e manter o corpo tonificado e bonito através de atividade física, dieta, cirurgia, implantes, entre outras possibilidades existentes. O homem sempre manifestou, por distintos motivos, a necessidade de mudar seu corpo e a pele humana é muito receptiva a diversas modificações que se queira introduzir nela. Em conseqüência disto, a prática da tatuagem, neste marco sócio-cultural de culto ao corpo, se abastece também, além das construções sociais que as diferentes épocas realizam sobre os corpos, de memórias que re-modelam o imaginário do corpo em diferentes grupos, culturas e sociedade.

Os cosméticos e tratamentos de beleza há muito contribuem para transformar o dado natural, corpo, tornando-o ‘mais conveniente’ socializado, agradável ao olhar, segundo critérios culturais particulares (Rivière, 1997), desde os remédios corretores capazes de ‘curar a feiúra’ do início do século XIX aos tratamentos naturais que vendem a beleza de ‘ser você mesmo’. Atualmente, a cirurgia plástica estética e o body building também aparecem como forma de adaptação do corpo às normas e padrões culturais. (LEITÃO, 2004, p. 03)

Débora Krischke Leitão, em seu trabalho acadêmico, faz uma reflexão baseada em uma pesquisa antropológica, realizada em Porto Alegre, sobre a tatuagem contemporânea e sua mudança de significado nas últimas décadas. Para ela, a tatuagem não é apenas um fenômeno natural e sim um fenômeno histórico e social, que toma a cultura como importância fundamental na determinação de gestos e posturas corporais, que uma vez incorporadas já não podem ser percebidas pela sociedade. Partindo desse pressuposto, ela analisa a tatuagem contemporânea como objeto de estudo da

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antropologia. Débora faz referência ao corpo da sociedade contemporânea como um corpo “individualizado”, percebido como uma superfície maleável, possível a modificações e transformações de acordo com as vontades individuais. Além de abordar a configuração de corpo como objeto de culto, de adaptação a normas e padrões culturais.

Seguindo essa linha de culto ao corpo, César Sabino e Madel T. Luz desenvolveram um artigo cuja análise destaca o aspecto identitário e sua relação com as hierarquias sociais das tatuagens dos fisiculturistas e freqüentadores assíduos das academias de musculação do Rio de Janeiro. O que foi percebido é que a maioria dos tatuados, das academias pesquisadas por ambos, escolhe seus desenhos após uma decisão pessoal que expressa uma vontade de distinção. Tatuando-se, desejam particularizar seus corpos, sempre buscando uma característica diferencial, um detalhe específico. Essa atitude é originada na busca de uma individualidade, de um corpo “individualizado”, que tem a tarefa de demarcar a diferença em relação ao outro.

Em diversas culturas de distintas complexidades, a tatuagem mobiliza olhares, reflete sentimentos, classifica e ordena subjetivamente o fluxo intermitente de indivíduos que lhe servem de tela e que nela buscam distinções simbólicas. Formando uma espécie de linguagem, os desenhos da epiderme apresentam uma ‘gramática’ que possibilita organizar nas academias de musculação o regime da visibilidade institucional. Portanto, a tatuagem, do ponto de vista sociológico, é uma linguagem que está intimamente ligada à organização social: apresentando motivos e temas que servem para exprimir diferenças de posição, privilégios de nobreza e graus de prestígio. (SABINO e T. LUZ, 2007, p. 252)

César Sabino e Madel T. Luz nomeiam o ato de tatuar-se como uma “gramática do corpo”, o ato de pintar a pele (epiderme) seria o resultado de uma soma de fragmentos que remetem a própria história do individuo, assim, com a tatuagem, o indivíduo enfrenta uma linguagem que não quer passar despercebida. A descriminalização da tatuagem no Brasil ocorre então paralelamente ao processo de culto ao corpo, como um meio de

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grafia da pele permite reivindicar o pertencimento a um grupo social, simbolizando uma filiação privilegiada, que busca demarcar sua identidade coletiva em um processo de emblematismo.

Como os costumes de um povo, grupo social ou classe se organizam em sistema que apresenta um estilo, ocorre, por vezes, uma transposição cultural, uma reinterpretação de significados que fazem parte da própria dinâmica coletiva. Tal movimento é possível porque, dentre outros aspectos, os sistemas não se organizam em número ilimitado, sugerindo, de acordo com um clássico, que ‘as sociedades humanas, assim como os indivíduos - em seus jogos, sonhos e delírios -, jamais criam de modo absoluto, mas se limitam a escolher certas combinações num repertório ideal. (SABINO e T. LUZ, 2007, p. 253)

Ainda que haja um caminho para a disseminação da tatuagem, entre os séculos XVIII e XX, alguns pesquisadores tratam a contracultura como o marco de um segundo momento da tatuagem no Ocidente. A contracultura americana e os hippies eram movimentos formados por pessoas de camadas baixas da população, que mantinham a prática da tatuagem entre estas camadas. Somente na década de 1980 que a classe média americana, com curso superior, passa a fazer uso da tatuagem como adorno corporal, não está mais necessariamente vinculada à exclusão econômica. Mantêm-se ligada a propostas estéticas, éticas e políticas, contrárias à norma social, porém, ainda próximas de um estilo de vida relacionado ao desvio.

Dos pobres aos ricos e dos ricos aos jovens: no século XX, a tatuagem européia atingiu a cultura jovem, seguindo o percurso americano da contracultura e do movimento hippie. Só atingiu a classe média urbana e profissionais liberais algumas décadas depois. Este percurso demonstra que as camadas baixas possuem algum poder de influência sobre as práticas corporais das elites, embora estas sejam automaticamente ressignificadas quando atingem outros estratos sócio-culturais. Nos ricos, a tatuagem era sinal de uma excentricidade de bom gosto. Nos jovens, ela flertava com o imaginário da marginalidade. (OSÓRIO, 2006, p. 30)

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Com a crescente popularização da prática da tatuagem entre as camadas médias brasileira, Toni Marques, jornalista ligado ao universo da cultura de massas, publicou em 1997, uma obra que traz informações importantes para entender o desenvolvimento da prática contemporânea da tatuagem no Brasil, com perspectiva histórica desde marcas de escarificação dos negros até a abertura dos primeiros estúdios profissionais no Rio de Janeiro, já nas últimas décadas do século XX.

Tatuar não é somente pintar-se, é também escarificar: furar a derme introduzindo pigmentos, compondo uma marca definitiva. Essa marca tem uma função: tanto de coletivizar tanto de singularizar. (COSTA, 2003, p. 13)

Já na década de 1990, no Brasil, tatuadores amadores, que tatuavam na rua ou em suas casas, tornam-se profissionais, levando adiante empreendimentos comerciais sob a forma de estúdios. A mudança no status do tatuador, agora um profissional, leva a constituição de uma preocupação em diferenciar amadores e profissionais, envolvendo noções de arte e biosegurança. Os profissionais passam a se ver como artistas e a sua profissão como uma arte, ao mesmo tempo em que são levados a executá-la seguindo os padrões médicos de profilaxia e higiene e as exigências da ANVISA.

Acompanha-se, seguido a isso, uma mudança no público da tatuagem: as faixas etárias não jovens sofrem um incremento e os homens deixam de ser o público majoritário em função do crescimento na clientela feminina. Débora Leitão aponta a mudança no público segundo o gênero, ela observa as diferentes motivações para a tatuagem e seus usos e costumes em mulheres. O recorte de gênero permitiu a autora efetuar uma relação entre gênero, corpo e identidade feminina, demonstrando o papel do embelezamento e da estética no processo, muitas vezes relacionado a outras intervenções de embelezamento.

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ampliação contemporânea do uso da marca a um público maior e mais diversificado. [...] O uso da tatuagem surgia, na fala das entrevistadas, junto a um elenco de outras práticas embelezadoras (como cirurgias plásticas, implantes de próteses de silicone nos seios e lipoaspirações) que, além de transformar o corpo nos moldes de um padrão estético socialmente esperado, tornavam esse corpo visivelmente objeto de preocupação e esforço pessoal. (LEITÃO, 2004, p. 05)

O novo contexto da prática da tatuagem vem acompanhado de um novo perfil de usuários: a classe média urbana brasileira, que dispõe dos recursos para consumir e se apropriar dessa nova linguagem corporal – o processo de institucionalização, com a abertura de um estúdio de tatuagem e a passagem por uma serie de requerimentos jurídicos exigidos para obtenção da licença de funcionamento, o mundo da publicidade e do mercado que desenvolve uma série de estratégias para atrair esse novo público, a Internet que possibilita a difusão dessa prática entre tatuadores e tatuados de maneira ágil e veloz. Uma das mais eficazes são os meios de comunicação de massa, em especial a televisão, onde a tatuagem aparece como um ornamento a mais da pessoa, hoje em dia é comum se vê na televisão brasileira apresentadores, modelos, músicos e atores exibindo as suas tatuagens para os telespectadores.

Em síntese, está se investindo na subversão dos valores, do status e do lugar social e cultural que tem acompanhado essa prática no Ocidente em seus três componentes básicos: o tipo de usuário - de uma população marginal a todas as classes sociais -, o perfil do tatuador - de amador a profissional - e o caráter da tatuagem - de marca de estigma à obra artística. (FONSECA, 2003, p. 36)

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5. TATUAGEM: DO PORTO AO CORPO

O ponto de partida para a realização desse projeto, como trabalho de conclusão de curso, escolha do tema e formato utilizado, nasce de um gosto particular sobre a tatuagem, seus mistérios, curiosidades, técnica e, sobretudo, por enxergá-la como uma arte que faz parte e ajuda a contar a história da humanidade, uma das formas mais marcantes de manifestação cultural do homem. O mesmo acontece com a escolha do formato, por ser uma espectadora fiel de cinema e passar horas diárias assistindo a todo tipo de produção audiovisual, decidi unir os dois gostos em um único trabalho.

Para a realização do projeto “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, foi feita uma pesquisa sobre o tema da tatuagem, que teve como objetivo coletar dados e identificar os fatores que poderiam contribuir no desenvolvimento do argumento teórico e no resultado do produto final, o vídeo documentário. O caminho utilizado se deu através de pesquisa bibliográfica, bem como livros, trabalhos acadêmicos, artigos, também reportagens e alguns documentários. Assisti a alguns desses produtos similares, com o intuito de, além de diferenciá-los do meu, ter conhecimento do que já foi feito e registrado no formato de audiovisual sobre a tatuagem no Brasil e no mundo. Tudo analisado com o propósito de ajudar com idéias para o vídeo, que foi realizado sem um roteiro pré-definido.

Finalizada esta fase, o projeto do documentário sobre a tatuagem foi dividido em três etapas de produção: pré-produção, produção e pós-produção. Tudo que foi realizado até aqui precedeu a essas etapas.

5.1 Pré-produção:

No primeiro momento, como não havia roteiro e sim uma idéia de registrar depoimentos, foi feita uma sondagem dos estúdios de tatuagem e os possíveis

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uma lista das pessoas que acreditava ser interessante e fiz um primeiro contato virtual, através de perfil do facebook, blog e site pessoal dos escolhidos.

Num segundo momento pensei quais eram as respostas que eu ansiava e como se poderia extrair dos entrevistados todas as questões sobre a tatuagem e sua popularização. Argumentos que mostrassem o fenômeno da tatuagem na cidade de Salvador e como se deu o processo de popularização da mesma. A partir daí elaborei dois pilares diferentes (porém semelhantes) de perguntas:

Perguntas aos tatuadores: • O que é uma tatuagem? • Qual o seu procedimento? • Os diferentes estilos?

• Como e quando a tatuagem chegou a Salvador? • Qual a sua opinião em relação a sua popularização? • A que se deve isso?

• Quantas pessoas você tatua por dia/semana/mês? • Qual o perfil?

• Média de preço de uma tatuagem? • Por que as pessoas fazem tatuagem? • O que é a tatuagem pra você?

Perguntas aos tatuados:

• Por que você tem/fez uma tatuagem? • Quando você fez a sua primeira tatuagem? • Quantas tatuagens você tem?

• Qual o significado da tatuagem pra você? • O que as suas tatuagens representam?

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Após decidir os questionamentos e finalizada a lista de perguntas, levando em consideração o tema proposto, foi feito também nessa etapa o convite a equipe de trabalho. Como não havia um grande espaço de tempo e, tão pouco, recurso financeiro para a realização do documentário, optei por não arriscar depender dos equipamentos disponibilizados pela Faculdade de Comunicação da UFBA. Em meados de março de 2013 entrei em contato, por telefone, com a produtora Cangaço Filmes e pedi apoio para a realização do projeto, para minha satisfação, e como já os conhecia de longa data, obtive uma resposta positiva. A Cangaço Filmes apoiou o projeto “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, disponibilizando equipamento de câmera Canon Mark II 5D, lentes Canon 50mm e Tamrom 28-75mm, luz Kino Flo com difusor 30-10, tripé e microfone lapela Sony para a rodagem documentário. Permitindo também a utilização da sua ilha de edição para as etapas de finalização do mesmo. Para compor a equipe participaram Og Cerqueira (câmera e montagem) e Karina Tomé (assistente de produção).

Em minha primeira reunião com a Cangaço Filmes, no dia 14 de maio de 2013, esclareci o argumento da proposta do documentário e, juntos, desenvolvemos o plano de produção que consistiu em: seleção de entrevistados e locação, roteiro (baseado na lista de perguntas) e plano de rodagem. Fizemos o primeiro contato por mensagem de

facebook e por telefone com a lista, previamente elaborada, dos possíveis entrevistados.

A meta aqui foi escolher o que e quem melhor atende ao objetivo do produto final, quais argumentações teóricas e quais entrevistados a serem encaixados e a melhor metodologia a ser utilizada (inclusive na etapa de produção).

No dia 20 de maio de 2013 tivemos a nossa segunda e última reunião antes de começar as filmagens; de posse de um embasamento teórico, lista de perguntas e entrevistados, pessoal e equipamentos necessários para a rodagem, foi feita uma triagem dos entrevistados que aceitaram participar do documentário. Os tatuadores escolhidos foram Bingha, Diego Rangel, Claudio Barata, Nelly e Álvaro Medrado. Os tatuados foram as teraupetas ocupacionais Adriana Balaguer e Duda Lima e a psicóloga Ana

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Após a escolha dos entrevistados marcamos para o mês de junho as datas definitivas de rodagem, de acordo com a disponibilidade de equipamentos da Cangaços Filmes, a agenda dos entrevistados e, por último, a minha. Foi estabelecido que cada encontro teria no mínimo a duração de uma hora e 30 minutos e no máximo duas horas, tempo suficiente para montar o equipamento, fazer a entrevista, filmar o estúdio – e, no caso dos tatuadores, também filmá-los tatuando – e desmontar o equipamento.

Assim ficou o primeiro plano de rodagem:

PLANO DE RODAGEM

ENTREVISTADO TIPO DIA E DATA HORÁRIO

Diego Rangel Tatuador Terça- feira, 04.06.2013 9:30 as 11:30 Bingha Tatuador Terça- feira, 11.06.2013 9:30 as 11:30 Claudio Barata Tatuador Terça-feira, 18.06.2013 9:30 as 11:30 Nelly Tatuadora Quinta-feira 20.06.2013 9:30 as 11:30 Alvaro Medrado Tatuador Terça-feira, 25.06.2013 9:30 as 11:30 Adriana, Duda e Ana Tatuadas Sexta-feira 28.06.2013 14:00 as 16:00

Também foi decidido previamente que todas as entrevistas seriam no lugar que fosse mais confortável para os entrevistados. As entrevistas com os tatuadores aconteceriam em seus próprios estúdios, assim não era necessário alterar a rotina de nenhum deles e também se poderia fazer imagens para insert; do estúdio, dos entrevistados, dos clientes e dos tatuadores em ação. Para entrevistar as tatuadas Adriana, Duda e Ana, iríamos até as suas casas.

5.2 Produção:

A etapa de produção de “Tatuagem: Do Porto ao Corpo” começou a partir do momento que se iniciou as gravações. Tudo que está relacionado a gravação está dentro dessa etapa.

A equipe de gravação foi composta basicamente, durante toda a rodagem, por mim e Og Cerqueira; eu no comando das entrevistas, decisão dos ambientes a serem

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filmados e orientação aos entrevistados, Og Cerqueira na escolha dos melhores ângulos e enquadramentos para filmagem, e ambos montávamos e desmontávamos o equipamento.

Começamos as filmagens no dia 4 de junho, às 10 horas da manhã, trinta minutos após o previsto. O primeiro entrevistado foi o tatuador Diego Rangel, que atualmente vive em Londres, onde trabalha em um estúdio de tatuagem desde o final do ano de 2012. Rangel estava de passagem por Salvador durante 15 dias e devido a sua rápida estadia foi escolhido o primeiro a ser filmado e entrevistado (essa era a nossa única oportunidade).

As filmagens de Rangel ocorreram como estava programado, sem nenhum contra tempo (exceto pelo atraso) que pudesse atrapalhar o nosso plano de rodagem. Ao chegar ao seu estúdio, localizado no bairro da Pituba, fiz um breve reconhecimento do local e, logo em seguida, escolhi a sala onde são realizadas as tatuagens para compor a cena da entrevista. Seu estúdio fica no último andar de um prédio de cinco andares, o ambiente é fechado e climatizado, portanto, não tivemos problemas com ruídos externos. A entrevista durou cerca de 40 minutos: sendo 31 minutos de fala e 7 minutos de insert, com imagens do estúdio e de Rangel tatuando o braço de um cliente. O Encontro durou até as 11 horas e 30 minutos, quando enfim terminamos de desmontar o equipamento.

No dia 11 de junho, pontualmente às 9 horas e 30 minutos, demos inicio ao nosso segundo dia de rodagem, no estúdio Bingha Tattoo, na sala de tatuagem do próprio Bingha. No decorrer da entrevista, para a nossa surpresa, tivemos a notícia de que Bingha tem uma filha também tatuadora, ela acompanhou toda a gravação e ao terminar a entrevista com seu pai também a entrevistamos. Filmamos bastante imagem para insert, de todo o estúdio, do material utilizado para se fazer uma tatuagem e de Bingha fazendo uma nova tatuagem em sua filha, Luana Dórea.

A entrevista com Claudio Barata, agendada inicialmente para o dia 18 de junho, foi remarcada para o dia seguinte às 10 horas da manhã. Em alguns momentos, enquanto

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dia 25 de junho, no estúdio de Álvaro Medrado, já estávamos condicionados ao esquema montado e ao ritmo de gravação. A entrevista foi objetiva e direta, porém não foi possível fazer imagens para insert uma vez que Álvaro não tinha clientes agendados para essa manhã.

Durante o período de gravações tivemos alguns contra tempos que nos impossibilitaram de entrevistar a tatuadora Nelly, nossa disponibilidade de horário não coincidia com a sua agenda, resultando na queda da pauta. Nelly foi naturalmente substituída por Luana Dórea, tatuadora e filha de Bingha.

A entrevista com as tatuadas Adriana, Duda e Ana também teve a sua data alterada, devido a um compromisso pessoal de uma das entrevistadas. Concordamos em filmar no dia seguinte, em um sábado às 15 horas da tarde. Elas foram entrevistadas individualmente, com uma média de 15 minutos de fala cada, mais imagens para insert de suas tatuagens.

Plano final de rodagem:

PLANO DE RODAGEM FINAL

ENTREVISTADO TIPO DIA E DATA HORÁRIO Diego Rangel Tatuador Terça- feira, 04.06.2013 10:00 as 11:40 Bingha e Luana Tatuadores Terça- feira, 11.06.2013 9:30 as 11:30 Claudio Barata Tatuador Quarta-feira, 19.06.2013 10:00 as 11:30 Alvaro Medrado Tatuador Terça-feira 25.06.2013 9:50 as 11:40 Adriana, Duda e Ana Tatuadas Sábado, 29.06.2013 15:00 as 16:30 Bingha e Luana* Tatuadores Terça-feira, 08.07.2013 9:30 as 11:40

*Refilmagem

Por conta de um problema com o cartão de memória que se encontrava o material de Bingha e Luana, foi preciso refazer a as filmagens. Ao passar o material para o HD o cartão falhou e não foi possível recuperá-lo. Fizemos uma nova entrevista com ambos no dia 08 de julho pela manhã, capturamos novas imagens para insert, mas dessa vez Bingha, tão pouco Luana, tinham sessões de tatuagem marcadas.

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Totalizamos as gravações com um total de três horas e 31 minutos de material, incluindo fala e insert. Ao final de cada entrevista, passávamos na ilha de edição da Cangaço Filmes para descarregar o material do cartão de memória da câmera para o HD. Também era assistido todo o material para identificar possíveis falhas técnicas ou algum tipo de ausência de conteúdo nas respostas ou questionamentos com o intuito de tentar corrigir ou suprir esses erros na entrevista seguinte.

Finalmente, com o término das gravações se conclui a etapa de produção. O próximo passo é editar e finalizar o vídeo documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”.

5.3 Pós-produção:

Aqui é a etapa final de tudo o que foi realizado, a soma de todo o processo prático, teórico, técnico e criativo. É a fase de edição do vídeo e conclusão do memorial.

Com o material em mãos e revisado, a decupagem se iniciou no dia 19 de julho na ilha de edição da produtora Cangaço Filmes. Tanto para a decupagem quanto para a construção do filme foi utilizado o programa de edição Final Cut Pro 7, foram gastos seis dias para edição de “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, desde a decupagem até a finalização do mesmo no dia 26 de julho de 2013.

As etapas de edição serão apresentadas, a seguir, de acordo com os dias de trabalho, de modo a facilitar o entendimento do processo geral de criação.

Sexta-feira, 19 de julho de 2013

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perguntas. Foi um processo longo e que durou desde o início da tarde até a noite. As falas que seriam utilizadas para a montagem do filme foram separadas em novas pastas.

Sábado, 20 de julho de 2013

Conclusão do processo de decupagem, com o material da entrevista de Álvaro que estava em falta. Logo em seguida o material começou a ser montado com base na lista de perguntas, o que resultou em uma ordem para os assuntos abordados de acordo com as respostas dos entrevistados. Finalmente havia um roteiro final:

1. Breve histórico sobre o surgimento da tatuagem 2. A vinda da tatuagem para o Brasil

3. Sua chegada em Salvador e a relevância de Bingha 4. O que é uma tatuagem e qual o seu procedimento 5. Os diferentes estilos

6. Importância estética e qualidade dos profissionais 7. O público e sua popularização

8. O que a tatuagem representa na vida de cada um

Domingo, 21 de julho de 2013

Com um roteiro definido no dia anterior, seguiu-se com a montagem durante a tarde de domingo. As falas foram sendo colocadas e ajustadas seguindo uma sequência clara e objetiva para o entendimento do conteúdo.

Segunda-feira, 22 de julho de 2013

Encerrada a montagem somente de fala, com um total de 26 minutos, descartando a entrevista das tatuadas nessa etapa, pois as suas falas excediam dentro do roteiro que havia sido definido. Entretanto, para começar a finalização era imprescindível a coleta de fotografias e imagens para compor o filme. Como não havia imagem suficiente para

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recorrer a sites de busca da Internet. Reuni um número razoável de fotografias que pudesse ilustrar as falas e argumentos que se tinha disponível, incluindo vídeos de

youtube e vimeo.

Quinta-feira, 25 de julho de 2013

Nessa etapa, se estava a um passo de concluir o filme. Já havia um roteiro bem argumentado, um número confortável de fotografias e vídeos para as ilustrações e uma linguagem estabelecida. Criei um total de cinco mini vídeoclips que abre, encerra e sugere descanso entre um tema e outro durante o filme. Foram incluídas as fotografias de Internet e as imagens de inserts (tanto nas falas e como nos vídeosclips) e, por fim, a trilha sonora. Já havia o primeiro corte.

Sexta-feira, 26 de julho de 2013

Último dia de edição e finalização. Asse foi o momento dos ajustes finais, aqui foi feita a escolha as fontes e cores, criado o tema de abertura e créditos, realizado um último cortes nas falas excedentes e, por fim, a mixagem. Estava pronto, com 21 minutos e 31 segundos, o vídeo documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Meu objetivo com a pesquisa e realização do vídeo documentário “Tatuagem: Do Porto ao Corpo”, era falar de forma natural sobre uma manifestação corporal de prática milenar que a cada dia atrai e agrega todo o tipo de pessoas, independente de classe, sexo, idade ou grupo. Hoje é difícil encontrar alguém que não possua uma tatuagem, ou que ao menos não tenha pensado em fazer uma.

De modo geral não houve grandes dificuldades para concluir o documentário, com o suporte da produtora Cangaço Filmes, durante a rodagem e finalização, foi possível criar um esquema de produção organizado e eficaz, que facilitou o processo de realização do filme. O mesmo se deu no contato com os entrevistados, grande parte mostrou interesse e concordou participar do projeto por achar sua temática interessante e atual. As maiores dificuldades foram definir um roteiro e criar uma linguagem coerente ao assunto proposto.

A pesquisa teórica anterior ao filme foi importante para que se pudesse falar com propriedade sobre o tema e desenvolve-lo mais facilmente. Foram levadas em consideração suas características atuais de crescente popularização e gosto pessoal pelo formato audiovisual. Durante todo o percurso de desenvolvimento do projeto e rodagem do filme, foi fundamental cumprir o cronograma estabelecido, o que se tornou também um desafio, uma vez que não se tinha tempo suficiente e nenhum recurso financeiro para a realização do projeto.

Apesar da identificação com o formato, este é o meu primeiro projeto desenvolvido no formato audiovisual. Sua realização foi importante, pois proporcionou aprendizado em todas as etapas de realização (pesquisa, pré-produção, produção e pós-produção) de um vídeo documentário. Um trabalho extremamente prazeroso e enriquecedor, dedicado a todos os profissionais da tatuagem na cidade de Salvador.

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7. REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Maria Isabel Mendes de. Nada além da epiderme: a performance romântica da tatuagem. In: Psicologia Clínica, 12(2). Rio de Janeiro: PUC, 2001. COSTA, Ana. Tatuagem e Marcas Corporais. Casa do Psicólogo, 2003.

FONSECA, Andrea Lisset Perez. Tatuar e Ser Tatuado: etnografia da prática contemporânea da tatuagem. Florianópolis: Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.

KRISCHKE LEITÃO, Débora. Mudança de Significado da Tatuagem Contemporânea. Cadernos IHU Idéias (UNISINOS), São Leopoldo, 2004.

OSÓRIO, Ana Barbosa O Gênero da Tatuagem: Continuidades e usos relativos à prática no Rio de Janeiro, Tese de doutorado, Rio de Janeiro, UFRJ, 2006

PIRES, Beatriz Ferreira. O Corpo como Suporte da Arte. SENAC, 2005.

SABINO, Cesar. ; LUZ, M. T. Tatuagem, Gênero e Lógica da Diferença. Physis. Revista de Saúde Coletiva, 2007.

Referências

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