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Regulamentação e Implementação do Artigo 6 do Acordo de Paris

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Academic year: 2021

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Regulamentação e Implementação do Artigo 6 do

Acordo de Paris

Ronaldo Seroa da Motta (UERJ)

(seroadamotta.ronaldo@gmail.com)

(2)

Instrumentos de mercado do Artigo 6

Artigos 6.2 e 6.3 – ITMO (internationally transferred mitigation

outcomes)

• Transações entre partes (países) registradas na UNFCC

Artigos 6.4 e 6.6 – Mecanismo

• Transações entre entes privados e públicos de reduções de créditos

de projetos

(3)

Artigos 6.2 e 6.4 criam um Mercado?

▪ Não há um meta global de redução das emissões totais (cap) e sim caps nacionais voluntários, as NDCs

▪ Como cada país tem uma NDC (Artigos 3 e 4) que somados seria um cap global: o Artigo 6 regula o trade das trocas de reduções de emissões dentro desse cap (overall mitigation of global emissions)

▪ O MDL do Protocolo de Quioto era diferente porque o país hospedeiro não tinha metas e as trocas não obedeciam um cap global

▪ Mas, o mecanismo de Implementação Conjunta (JI), entre países com metas, exigia ajustes de metas das trocas

▪ Instrumentos de mercado do Artigo 6 alteram geograficamente os investimentos em mitigação para cumprimento das NDCS, logo mobilizam o setor privado

▪ Mas, o volume desses investimentos vai depender da transparência das regras dos Artigos 3 e 4 (NDC/cap) e da integridade ambiental e comercial das regras do Artigo 6 (trade)

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Artigo 6 - Principais Controvérsias na Regulamentação

➢Ajustes correspondentes das NDCs (CA) ➢Carregamento do MDL e JI

➢Princípio da mitigação geral das emissões globais (OMGE) ➢Repartição das receitas (share of proceedings, SoP)

➢Regras de transparência ➢Temporalidade das trocas

(5)

Seroa da Motta, R. As vantagens competitivas do Brasil nos instrumentos de mercado do Acordo de Paris, Instituto Clima e Sociedade, Rio de Janeiro, março 2021

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Seroa da Motta, R. As vantagens competitivas do Brasil nos instrumentos de mercado do Acordo de Paris, Instituto Clima e Sociedade, Rio de Janeiro, março 2021

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Seroa da Motta, R. As vantagens competitivas do Brasil nos instrumentos de mercado do Acordo de Paris, Instituto Clima e Sociedade, Rio de Janeiro, março 2021

(9)

Qual o Tamanho do Mercado do Artigo 6?

IETA (2019) estimam negócios de US$ 58 bilhões a US$167 bilhões no

período até 2030, se houver integridade climática e de mercado para

incentivar o comércio

Deutz et al. (2020) estimaram que o mercado de créditos de carbono

em soluções climáticas naturais aumentará de US$ 0,9-1,4 bilhões em

2019 para US$ 24,9-39,9 bilhões em 2030

(10)

CA está previsto no Artigo 6.5

5. Reduções de emissões resultantes do mecanismo a que se refere o

parágrafo 4º deste Artigo não deverão ser utilizadas para demonstrar

o cumprimento da contribuição nacionalmente determinada da Parte

anfitriã, se utilizadas por outra Parte para demonstrar o cumprimento

de sua contribuição nacionalmente determinada.

(11)

Créditos 6.4 são adicionais, mas sem CA não são ambientalmente íntegros

▪ Adicionalidade de projetos no 6.4

▪ linha de base da atividade: projeto na NDC ou trajetória 2 graus ▪ teste de causalidade: econômico e/ou inovação

▪ verificação e monitoramento: ajuste estático ou dinâmico

▪ Adicionalidade no ITMO:

▪ Não há, quantidade de remoção ou redução do ITMO é agregada e não de um projeto

▪ Integridade climática no Acordo de Paris depende de ajustes correspondentes

▪ CA não se refere a adicionalidade de projetos, mas a linha de base da NDC

▪ CA são necessários mesmo que os créditos sejam adicionais a uma linha de base do projeto ▪ Sem CA a inclusão de MDL resultaria também em dupla contagem

(12)

Governança de CA por projetos junto aos inventários nacionais é possível

▪ Dificuldades de alguns países em desenvolvimento com inventários nacionais está

concentrada na base de dados de consumo de energia e de evolução do

desmatamento e não na informação das transações de créditos

▪ UNFCCC sempre ofereceu assistência técnica para inventários nacionais para

esses países

▪ Registro pelo órgão gestor do Acordo de Paris das transações tanto no ITMO

como no mecanismo 6.4 podem ser ajustadas nos inventários nacionais

(13)

Governança dos ajustes correspondentes

Critérios

• Preço de Reserva: adotar um preço-sombra para cada atividade acima do qual

CA seria concedido com base em estimativas de trajetória de carbono e cenários

de metas para o país

• Restrição de Oferta: estabelecer para cada atividade um limite do volume de

vendas com CA a um percentual de volume e de período temporal de em relação

ao potencial da fonte de redução/remoção que seja suficiente para garantir o

desenvolvimento tecnológico e/ou efeito demonstrativo da atividade

• Preços e limites de oferta revisados periodicamente à luz do desempenho da

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Benefícios privados e sociais das vendas de créditos com CA

Aumentar a NDC do país vendedor com o ajuste correspondente da venda de

créditos ou resultados de mitigação:

• cria oportunidades de negócios para a entidade vendedora

• financia o desenvolvimento tecnológico de baixo carbono:

• ampliando possibilidades futuras de mitigação; e

• atraindo investimentos e criando oportunidade de emprego ao país hospedeiro

• aumenta a mitigação além da meta da NDC com recursos internacionais, sem

custos para a sociedade

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Período de transição 6.4: sem CA nas atividades fora da NDC

O uso de indicadores de política na definição de atividades fora e dentro da NDC é pouco criterioso

e anula os esforços de convergência de metas economywide, como a brasileira, que são cruciais

para uma trajetória de 1,5graus (Artigo 4.4)

• Afeta a integridade climática do Acordo de Paris na contramão dos esforços de aumento de ambição do AP (“Quiotização” do Acordo e Paris)

• Cria incentivo perverso para futuras NDCs mais restritivas e baseadas em políticas e não em escopo de setores e gases.

• Fecha mercados porque demanda da maioria dos países europeus e a grande parte da oferta dos países em desenvolvimento já são signatários dos Princípios de San Jose que não aceitam dupla contagem (criação de clubes)

Mesmo se essa opção fosse ser implementada:

• o período teria que ser muito curto para reduzir o impacto da dupla contagem para incentivar a melhoria de governança; e

• sem cláusula de revisão porque o período é de transição e o efeito será o aumento das emissões globais

(16)

Vácuo da não Regulamentação do Artigo 6

❑Princípios de San Jose para Alta Ambição e Integridade nos

Mercados Internacionais de Carbono (SJPs) (32 países, 12 não

OECD, incluindo Colômbia, Paraguai e Peru)

❑Contratos ITMO Suíça com Peru e Gana

❑CORSIA já adota princípio de não dupla contagem

❑Mercado voluntário/dupla reivindicação/ exigência de ajustes

correspondentes

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Proatividade (e não Reatividade) na Atuação no Mercado do Artigo 6

➢ Créditos sem CA facilitam uma oferta sem demanda e, portanto, desperdiçam

vantagens competitivas

➢Mesmo que sejam permitidos temporariamente, os créditos sem CA:

✓ terão uma demanda restrita dos principais compradores, tais como o MDL tem hoje ✓ prejudicará a reputação do país no combate a mudança do clima, no protagonismo na

UNFCCC e nos acordos comercias privados e multilaterais

➢ Como preparar o país para participar nos instrumentos do Artigo 6 com CA?

➢Força Tarefa de Implementação do Artigo 6 coordenada pela Iniciativa da Autoridade

Nacional Designada com a participação efetiva do setor privado e da sociedade civil para: (i) definição critérios para concessão de CA no 6.2 e 6.4 e (ii) prioridades de projetos e

programas de ITMO

➢Sistema Nacional de Offsets com manual de padrões e protocolos, normas de registro, linhas de assistência técnica com instituições científicas e instrumentos de fomento com

instituições financeiras (p.ex.: expandindo o PL 528 para incluir Artigo 6 e Corsia)

➢Sistema Nacional de Relato Organizacional obrigatório para entidades postulantes ao comércio do Artigo 6 (aproveitando as recomendações do SIRENE)

➢Sistema Nacional de REDD+ Jurisdicional para reduzir risco de integridade e custos de administração/monitoramento (aperfeiçoando linhas de base e regras da ENREDD+)

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Referências

Deutz, A., et la. Financing Nature: Closing the global biodiversity financing gap. The Paulson

Institute, The Nature Conservancy, and the Cornell Atkinson Center for Sustainability, 2020

IETA. The Economic Potential of Article 6 of the Paris Agreement and Implementation Challenges, IETA, University of Maryland and CPLC. Washington, D.C. License: Creative Commons Attribution CC BY 3.0 IGO, September 2019

Seroa da Motta, R. As Vantagens Competitivas do Brasil nos Instrumentos de Mercado do Acordo de

Paris, Instituto Clima e Sociedade, Rio de Janeiro, março 2021

Seroa da Motta, R. Oportunidades e Barreiras no Financiamento de Soluções Baseadas na Natureza, ICS/CEBDS, Rio de Janeiro, 2020

Referências

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