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ATA DE DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

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MINISTÉRIO DA EDUCÃO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS SANTA TERESA

ATA DE DEFESA DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Nº ______________

Ata de Defesa do Trabalho de Conclusão Final como requisito parcial para avaliação no componente curricular Trabalho de Conclusão de Final (TCF) do curso de Pós-graduação em EDUCAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL do Ifes, Campus Santa Teresa.

Data da Defesa: 09 de dezembro de 2020. Candidata: Everton Bregonci de Oliveira Prof. Orientador: Ednaldo Miranda de Oliveira Banca Examinadora:

Professor D.r Vinícius Santos Lima

Professora Ma. Marta Leite Oliver Batalha

Título do Trabalho: “SIG aplicado ao mapeamento da suscetibilidade à inundação no município de Serra/ES”.

Em sessão pública, após exposição de cerca de 25 minutos, a candidata foi arguida oralmente pelos membros da banca, tendo como resultado:

( x ) Aprovação unânime do Trabalho de Conclusão Final.

( ) Aprovação somente após satisfazer as exigências pré-determinadas pela Banca Examinadora no prazo fixado pelo Regulamento do Curso.

( ) Reprovação o Trabalho de Conclusão de Curso

Na forma regulamentar foi lavrada a presente Ata que é abaixo assinada pelos membros da banca, e pela candidata.

Santa Teresa/ES, 09 de dezembro de 2020. _______________________________

Prof. Ednaldo Miranda de Oliveira Presidente – Orientador

_____________________________ Vinícius Santos Lima

Examinador I (externo)

_____________________________ Marta Leite Oliver Batalha

Examinador II (externo)

______________________________ Everton Bregonci de Oliveira

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Geografia e Ordenamento do Território, Revista Eletrónica

Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território http://cegot.org ISSN: 2182-1267

BREGONCI DE OLIVEIRA,EVERTON

Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Santa Teresa, 29.660-000, Santa Teresa, Brasil

evertonbregonci@gmail.com

SIG aplicado ao mapeamento da suscetibilidade à inundação no município de Serra/ES

GIS applied in flood susceptibility mapping in the city of Serra/ES

RESUMO

O presente trabalho teve como principal objetivo a realização de um mapeamento de áreas suscetíveis à inundação no município de Serra-ES (Brasil) a partir do uso da Análise Hierárquica Processual (AHP) e modelagem em SIG, validado com levantamento de imagens do Google Earth de dezembro de 2013, no qual foi possível registrar eventos de inundação no município por meio de imagens de satélite. Como resultado foram obtidas as áreas inundáveis em graus de suscetibilidade, bem como foi possível comprovar a eficácia do método AHP associado à modelagem em SIG. Com essa metodologia determinadas as áreas suscetíveis à inundação bem como a aplicação em outras áreas de interesse de gestão territorial, como planos de redução de riscos, planos de drenagens, gerência de recursos naturais, Planos Diretores Urbanos, dentre outras aplicações.

Palavras-chave: SIG, AHP, Inundação, Suscetibilidade. ABSTRACT

The main objective of this work was the mapping of areas susceptible to flooding in the city of Serra-ES (Brazil) using the analytic hierarchy process (AHP) and GIS modeling, validating with Google Earth imaging of December of 2013, where it was possible to record flood events without municipality through satellite images. As a result obtained as floodable areas in degrees of susceptibility, as well as it was possible to prove the effectiveness of the AHP method associated with GIS modeling. With this methodology determined as areas susceptible to flooding as well as the application in other areas of territorial management interest, such as risk reduction plans, drainage plans, cleaning natural resources, Urban Master Plans, among other applications.

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1. INTRODUÇÃO

Os fenômenos naturais extremos estão relacionados à geodinâmica da Terra, estando de modo direto e indireto presentes na transformação do relevo, renovação dos abastecimentos hídricos, manutenção de ecossistemas, entre outros. A intensificação da dispersão humana pelo globo, proporcionada pela Revolução Industrial, contribuiu significativamente para que novas áreas fossem ocupadas, na maioria das vezes de forma desordenada, culminando em cidades e aglomeramentos urbanos não planejados.

As paisagens tropicais e subtropicais apresentam chuvas torrenciais e altos índices pluviométricos, principalmente no verão, com grande concentração e intensidade em um curto espaço de tempo. Essa condição intensificada e associada a agrupamentos urbanos desordenados com intervenções antrópicas aumenta o risco de tragédias ou pode agravar um desastre natural (MARCELINO, 2008). Segundo o Manual de Desastres Naturais (2003), as inundações são definidas como um transbordamento de água proveniente de rios, lagos e açudes, e sua classificação decorre dos fatores magnitude e evolução. (BRASIL, 2003; CASTRO, 2003). Enomoto (2004) ressalta que os eventos de inundação são ocorrências naturais de extravasamento das águas do leito dos rios, que não remete exclusivamente, em ocorrências de catástrofes. Segundo o autor, a problematização das inundações surge a partir da quebra da dinâmica natural dos rios ocasionada por instalações antrópicas nas margens dos rios. A urbanização desordenada é um fator resultante do aumento da densidade populacional, e que, geralmente, está associada a infraestruturas precárias com poucos equipamentos urbanos. Nesta perspectiva, as inundações urbanas se apresentam com grande potencial ao evento de chuvas associadas a fatores como a topografia local, a forma com que o uso da terra está sendo realizado, a impermeabilidade da superfície, a intensidade e duração das precipitações pluviométricas (TUCCI, 2009; COELHO, 2016). Neste contexto, os dados de sensoriamento remoto são aliados às ações de monitoramento e prevenção de desastres naturais, existindo uma necessidade de exploração maior para este fim pelos pesquisadores e profissionais, uma vez que tais tecnologias são mais utilizadas nas fases finais dos desastres. Há uma necessidade de gestão do fenômeno com recorrência a estas informações para que seja aproveitado em todas as etapas da análise de tais eventos (SAUSEN; LACRUZ, 2015).

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O objetivo do presente artigo consiste em determinar e analisar as áreas suscetíveis a inundação no município de Serra, a partir da utilização de dados e de técnicas de geoprocessamento relacionando as variáveis que compõem os processos de inundação, adaptando a metodologia às condições da realidade da cidade, bem como quantificar e qualificar em classes (maior ou menor) as áreas suscetíveis a inundação.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O município de Serra, objeto desse estudo, está localizado na Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), mesorregião Central Espírito-Santense, nas coordenadas geográficas de latitude: 20º 07' 43” S (N 7.774.364,46 m) e longitude 40º 18' 28” W (E 363.297,10 m), com extensão territorial de aproximadamente 553,5 km². O município é composto por cinco distritos, Serra (Sede); Calogi; Carapina; Nova Almeida e Queimado, que somam 127 bairros, conforme previsto na Lei Estadual nº 9.972/2012 (ESPÍRITO SANTO, 2012).

Figura 1 – Localização da área de estudo.

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Quanto à caracterização da hidrografia, são identificadas três bacias hidrográficas, Santa Maria da Vitória, Jacaraípe e Reis Magos, que contribuem para o abastecimento hídrico nas regiões. O município ainda é composto por uma zona costeira com 23 km de praias próximas a riachos e lagoas, junto à cobertura florestal. Sua estrutura hídrica conta ainda com as lagoas de Barcelona, Carapebus, Castelândia, Jacuném, Maringá, Pedrolino, Represa de Carapebus e Serra Dourada, mais de 447 mil hectares (4472824 m²) de recursos hídricos (PMS, 2011).

Na elaboração da metodologia do Mapeamento de Áreas Suscetíveis à Inundações foram seguidos os processos sinteticamente organizados em duas etapas principais. A primeira etapa contou com a organização do material através de dados e levantamentos de domínio público feitos por órgãos do Estado do Espírito Santo e referencial bibliográfico acerca de diversos temas relacionados aos processos de inundação, ao uso do geoprocessamento para análises ambientais, modelagem e métodos de manipulação de dados matriciais e vetoriais para fins de gestão espacial. A compilação da bibliografia contou com a leitura de monografias, dissertações, teses, livros, periódicos, entre outros. Houve também o levantamento do histórico de inundações no município de Serra, relatado pela imprensa, que proporcionou uma ideia inicial de ocorrências das inundações no município, seguido da pontuação dos casos nas imagens históricas de satélite, captadas no Google Earth no ano de 2013, nas quais são identificados os locais alagados decorrentes das fortes chuvas que ocorreram no mesmo ano.

Na segunda etapa, foi elaborada a base cartográfica com a escolha dos dados matriciais e vetoriais de Uso e Cobertura da Terra (vetorial), Altimetria e Declividade decorrente do Modelo Digital de Elevação (MDE) (Tabela 1) que consistiu em uma análise criteriosa sobre as informações necessárias para compor o mapeamento, fundamentado na bibliografia, bem como, um estudo acerca das referências que fariam parte dos processos.

Dado Tema Fonte Escala / Resolução

Limites Estaduais Unidades Federativas IBGE 1:100.000

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Limite de Bairros Bairros IJSN 1:1.000

Uso e Cobertura da Terra Massa D'água, Área Urbanizada,

Brejo (Alagado) IEMA 1:15.000

SRTM - Shuttle Radar

Topography Mission Modelo Digital de Elevação USGS

1 arco de segundo (~30 metros)

Tabela 1 – Dados vetoriais e matriciais Fonte: Elaborado pelo autor.

No desenvolvimento deste trabalho foi utilizado o software ArcGIS™ 10.5 Student durante as etapas de processamento dos dados, processos de cálculos das matrizes e criação dos mapas apresentados, com a adição dos Planos de Informações no sistema de projeção UTM, Datum SIRGAS2000, 24S.

No processo de criação do modelo para o mapeamento de áreas de inundação foi feita a definição de coeficientes/peso/notas de importância entre 1 e 10, onde 1 é a feição menos influenciadora e 10 é o máximo de influência para o processo em questão (SAATY, 1974). Para a altimetria, o mapeamento foi realizado a partir da reclassificação do MDE da missão SRMT, no qual as classes altimétricas foram interpretadas para a área de estudo, visando representar as classes que são pertinentes aos estudos de inundação. Para tal, foram determinadas cinco classes de cotas altimétricas e os pesos atribuídos, conforme relacionado a seguir:

Classe Altimétrica (Metros) Peso (Nota)

-12m a 0m 10

0m a 2m 8

2m a 5m 6

5m a 7m 5

Maior que 7m 1

Tabela 2 – Pesos para Altimetria. Fonte: SRTM. Elaborado pelo autor.

O mapa de declividade foi confeccionado a partir das imagens da missão SRTM em um produto do MDE do terreno que, por meio da função Slope do ArcGIS 10.5, gerou as classes

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de declividade que foram classificadas posteriormente conforme as recomendações da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 1979). As diferentes classes de declividade que foram representadas tiveram como atribuições os seguintes pesos (Tabela 3):

Declividade (%) Discriminação Peso (Nota)

0 a 3 Relevo Plano 10

3 a 8 Relevo suavemente ondulado 9

8 a 20 Relevo ondulado 5

20 a 45 Relevo fortemente ondulado 3

45 a 75 Relevo montanhoso 1

Maior que 75 Relevo fortemente

montanhoso 1

Tabela 3 – Declividade determinada e a relação dos pesos atribuídos Fonte: EMBRAPA (1979). Elaborado pelo autor.

O mapeamento de Uso e Cobertura da Terra foi adquirido em escala 1:15.000 pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA), e as classes de uso e cobertura foram refinadas e para o município de Serra. Em seguida, foram selecionadas as classes refinadas inerentes ao estudo de inundação, tendo como base os inferimentos propostos por Santos (2010) e Coelho (2017) acerca do uso da terra como atributo relevante às inundações e à representatividade de parâmetros na impermeabilização. Desse modo, as classes foram agrupadas nas seguintes categorias: massa d’água, alagado, área urbanizada, outros, município (Tabela 4).

Classe Peso (Nota)

Massa d’água 10

Alagado 9

Área Urbanizada 7

Outros 5

Município 1

Tabela 4 – Pesos para Uso e Cobertura da Terra Fonte: IEMA. Elaborado pelo autor.

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O mapeamento das áreas suscetíveis à inundação consiste na interpolação espacial das variáveis dos três mapas temáticos a serem elaborados. Tal processo ocorre por meio dos cruzamentos dos produtos utilizando a ferramenta de álgebra para dados matriciais do ArcGIS 10.5 Student. Fundamentamentado no Processo de Análise Hierárquico ou Analytic

Hierarchy Process – AHP, porposto por Saaty (1974), este cálculo consiste em um método de

análise no qual se considera estruturar vários critérios para auxiliar nas tomadas de decisões, contando com a identificação de melhor escolha em meio das possíveis alternativas, auxiliando na indicação de prioridades.

Após a fase de decomposição e hierarquização do problema, foi realizado o processo de cálculo de matriz de comparação par a par com uma variavel de acordo com o questionamento de qual critério é mais importante que o outro, utilizando para isso a escala fundamental de Saaty (1990), como mostra a Tabela 5.

Critério Declividade Altimetria Uso e Cobertura

da Terra

Declividade (Dec) 1 2 2

Altimetria (Alt) 0,5 1 1

Uso e Cobertura da Terra

(UTC) 0,5 1 1

Tabela 5 – Matriz de Comparação par a par. Fonte: Elaborado pelo autor.

Para o cálculo, foi utilizada a ferramenta AHP do ArcGIS 10.5 Student que realiza a operação de comparação pareada para determinar o peso de cada critério para o processo AHP e que verifica se a matriz dos cálculos é consistente, como mostra a Tabela 6:

Nome do

Layer Dec Alt UCT Peso CI RI CR Observação

Dec 1 2 2 0,5 0 0,5 0 A matriz é considerada consistente o

suficiente

Alt 0,5 1 1 0,25 0 0,5 0 A matriz é considerada consistente o

suficiente

UCT 0,5 1 1 0,25 0 0,5 0 A matriz é considerada consistente o

suficiente

Tabela 6 – Resultado da matriz calculada na ferramenta AHP do ArcGIS Fonte: Adaptado pelo autor.

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Deste modo, foi possível definir os pesos para cada critério, sendo: Declividade 0,5; Altimetria 0,25; Uso e Cobertura da Terra 0,25. Após a definição dos pesos, iniciou-se a etapa de álgebra dos mapas para a geração da interpolação dos dados que resultou no mapeamento das áreas suscetíveis à inundação. Para isso, utilizou-se a ferramenta Raster Calculator do ArcGIS 10.5 Student a fim de capturar os valores das células e processar um novo valor que é armazenado nas células do produto final, conforme metodologia utilizada por Santos (2007), através de uma função matemática:

𝑆𝐼 = 𝑥1(𝐷𝑒𝑐) + 𝑥2(𝐴𝑙𝑡) + 𝑥³(𝑈𝐶𝑇) Em que:

SI é a Suscetibilidade a Inundação; x¹, x² e x³ são os pesos obtidos previamente; Dec, Alt e UTC são os valores do pixel do dado matricial, objeto do calculo.

O valor resultante de cada célula (pixel) é armazenado em um novo arquivo raster resultante, onde é dada a Suscetibilidade à Inundação. Essas células contêm valores entre 0 e 10 e apresentam uma escala de menor a maior suscetibilidade à inundações, sendo 0 a menor e 10 a maior escala de suscetibilidade. Por fim, os dados foram reclassificados em cinco categorias decorrentes de seu valor final escalonado, conforme relacionados abaixo (Tabela 7): Escala Classe 0 a 2 Nula Suscetibilidade 2 a 4 Baixíssima Suscetibilidade 4 a 6 Baixa Suscetibilidade 6 a 8 Média Suscetibilidade 8 a 10 Alta Suscetibilidade

Tabela 7 – Categorias suscetibilidade inundação Fonte: Elaborado pelo autor.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Após a aplicação dos procedimentos metodológicos e do cruzamento dos mapas de hipsometria, declividade e uso e ocupação da terra, foi possível obter como produto final, o

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o mapa de Suscetibilidade à Inundação com a indicação das áreas mais suscetíveis à ocorrência de inundações no município de Serra (Figura 6).

Figura 6 – Mapa de Suscetibilidade a Inundação no município de Serra. Fonte: Elaborado pelo autor.

Este mapa corresponde à visualização das classes de suscetibilidade referentes ao seu grau de coeficiente de probabilidade à exposição de um evento de inundação. Foram adicionados no mapa sete pontos referentes às inundação registradas no ano de 2013, por meio das imagens temporais do Google Earth, que mostram tais áreas inundadas no município de Serra, buscando assim, validar os resultados plotados no mapa com as ocorrências locais. Com o mapeamento das áreas suscetíveis à inundação foi possível verificar que as classes Nula e Baixíssimas abrangem, juntas, 47,5% do território municipal, seguidas de 31,1% da classe Baixa, 18,9% da classe Média, e, por fim, da classe Alta com uma representatividade de 9,1%, conforme dados relacionados abaixo (Tabela 8):

Classe Área (ha) Porcentagem

Nula 8.969,65 16,4 %

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Baixa 13.419,94 24,5 %

Média 10.363,54 18,9 %

Alta 5.014,70 9,1 %

Total 54.837,90 100 %

Tabela 7 – Classes de inundação, áreas de ocorrência e percentuais de inundações no município de Serra, ES. Fonte: Elaborado pelo autor.

O Ponto 1, coordenada UTM E 357.368,760m e N 7.763.610,483m, está localizado sobre a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM-Vale S.A.), local de pouca densidade populacional e de extrema importância para a logística da Grande Vitória, na divisa entre os municípios de Serra e Cariacica, e apresentou alto nível de suscetibilidade à inundação no mapeamento. Na imagem histórica do Google Earth, o alagamento no local praticamente cobriu a linha férrea e apresentou vários pontos de encharcamento do solo, validando as áreas de alta suscetibilidade a inundação mapeadas, conforme evidenciado no comparativo abaixo (Figura 8):

Figura 8 – Ponto 1 Inundado. Fonte: Elaborado pelo autor.

O Ponto 2, coordenada E 361.821,072m; N 7.764.800,941m, e o Ponto 3, coordenada E 362.821,056m; N 7.765.991,398m, foram levantados a fim de verificar como os resultados do mapeamento se aplicavam às áreas com suporte industrial (Figura 9). Os pontos se encontram no Terminal Intermodal da Serra (TIMS), que abarca instalações de empresas industriais e de logistica, cujo local está situado aos pés do maciço do Mestre Álvaro, local

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naturalmente alagável. No mapeamento, os pontos estão localizados nas áreas de alta suscetibilidade à inundação.

Figura 9 – Pontos 2 e 3 Inundados. Fonte: Google Earth. Elaborado pelo autor.

Os pontos 4 e 5, coordenada UTM E 366.249,574m; N 7.766.324,726m, E 366.487,665m; N 7.765.848,543m, foram levantados com o intuito de verificar como os resultados do mapeamento se comportam em locais de urbanização às margens de áreas naturalmente alagáveis. As imagens do Google Earth exibem, em ambos os pontos, que estes estão inseridos em locais de alta suscetibilidade à inundação, legitimando o mapeamento (Figura 10).

Figura 10 – Ponto 4 e 5 Inundados. Fonte: Google Earth. Elaborado pelo autor.

O ponto 6, coordenada UTM E 374.314,798m; N7.771.482,511m, mostra a margem do Rio Jacaraípe e o bairro São Patrício, que vem se expandindo ao longo da margem do rio,

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promovendo a degradação do recurso hídrico e sua cobertura vegetal. O Ponto 7, coordenada UTM E 375.400,014m; N 7.771.297,230m, está situado no bairro Parque de Jacaraípe, em uma área loteada que carece de políticas de urbanização voltadas ao escamento superficial. A Figura 11 mostra a cheia do Rio Jacaraípe, Ponto 6, e as inundações no bairro Parque de Jacaraípe, Ponto 7, após as chuvas de dezembro de 2013.

Figura 11 – Ponto 6 e 7 Inundados Fonte: Google Earth. Elaborado pelo autor.

A partir do mapeamento das áreas suscetíveis à inundação foi possível identificar os bairros mais sujeitos à inundação, considerando os fatores: área inundada, classe de risco e a abrangência dentro dos bairros. Assim, foram constatados 11 bairros do município de Serra que apresentam em seu perímetro resultados acima de 50% de risco de inundação, inseridos na classe alta suscetibilidade (Tabela 9).

Bairro Percentual de área de Alto Risco (%) Área de Alta Suscetibilidade (ha) Praiamar 97,40 35,08 Parque Santa Fé 95,83 22,06 Serramar 90,65 65,57

Nova Almeida Centro 77,43 16,10

Reis Magos 77,17 22,72

Lagoa de Jacaraípe 76,32 55,40

Parque Das Gaivotas 70,72 101,26

Bairro Novo 70,04 14,24

Santa Rita de Cássia 63,20 16,91

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Jardim Carapina 59,77 84,45 Tabela 9 – Relação das áreas alagáveis por bairro.

Fonte: Elaborado pelo autor.

O mapa abaixo (Figura 12) expõe os dados supracitados rearranjados de forma espacial, no qual os bairros são evidenciados por áreas de maior suscetibilidade à inundação. Observa-se que os bairros mais suscetíveis estão localizados próximos a foz do Rio Fundão, ao norte do município e são caracterizados por novos loteamentos em expansão e casas de veraneio, que demandam maior infraestrutrura por estarem afastados do núcleo urbano principal.

Figura 12 – Mapa de áreas de alta e média suscetibilidade à inundação por bairros. Fonte: Elaborado pelo autor.

Objetivando uma associação visual dos resultados, foram elaboras compilações dos produtos obtidos neste trabalho com imagens provenientes das ocorrências de alagamento nos bairros Nova Almeida, Reis Magos, Parque Jacaraípe e Jardim Carapina registrados pelas mídias jornalísticas (Figuras 13 e 14).

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Figura 13 – Locais Inundados no bairro Parque de Jacaraípe, Reis Magos e Nova Almeida. Fonte: Fotos G1. Elaborado pelo autor.

Figura 14 – Locais Inundados no bairro Jardim Carapina. Fonte: Fotos G1. Elaborado pelo autor.

Com o resultado do mapeamento de suscetibilidade à inundação do município por bairros, também foi possível verificar quais eram os bairros com mais de 20 hectares de sua área com classe alta de suscetibilidade à inundação, correlacionando a extensão total dos bairros às áreas de alta suscetibilidade à inundação, como mostra a Tabela 10.

Bairro

Áreas de Alta Suscetibilidade a

Inundação (ha)

Área Total dos Bairros (ha)

Bairro Das Laranjeiras 134,62 329,26

Parque Das Gaivotas 101,26 143,18

Jardim Carapina 84,45 141,29

TIMS 60,41 266,61

Serramar 59,45 65,57

Lagoa De Jacaraípe 55,40 72,59

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Bicanga 50,34 288,28

Residencial Jacaraípe 48,95 185,60

Parque De Jacaraípe 48,52 78,04

Tabela 10 – Bairros com mais de 20 hectares de alta suscetibilidade à inundação Fonte: Elaborado pelo autor.

Com esses dados foi possível gerar um mapa com os bairros de maior extensão de área de alta suscetibilidade à inundação e assim espacializar os dados provenientes da Tabela 9, como mostra a figura 15.

Figura 15 – Mapa de bairros com maiores extensões de área em alta suscetibilidade à inundação Fonte: Elaborado pelo autor.

O mapeamento de Bairros com Maiores Áreas Inundaveis nos mostra que essas localidades com mais de 20ha de área inundavel, apresentam-se de forma concentrada as margens dos rios Jacaraípe, Jacuí e Fundão (ao norte), bem como na na dinâmica hidrica de acumulação da planicie aos pés do Maciço Mestre Álvaro.

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4. CONCLUSÃO

A partir dos processos desenvolvidos no presente trabalho, é possível afirmar, previamente, que a aplicação do SIG na elaboração do Mapeamento de Áreas Suscetíveis a Inundação, bem como, se apresentou satisfatório quanto ao suprimento das demandas no estudo da gestão territorial.

O uso da AHP se mostra potencialmente aplicável a outros tipos de estudos, pois, o mesmo não está restrito aos estudos de inundação. O método se destina a diversos campos, como a delimitação de corredores ecológicos, estudos de mobilidade urbana, geomarketing (estudo de localização de empreendimentos), dentre outros.

Deste modo, é possível concluir que foram determinadas as áreas suscetíveis à inundação do município de Serra utilizando as técnicas de geoprocessamento e SIG e que a Análise Hierárquica Processual pode funcionar como subsídio para pesquisas, análises e planejamentos.

5. REFERÊNCIAS

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Veja a situação das cidades atingidas pelas chuvas no Espírito Santo. PORTAL G1, Vitória 26 de dez. de 2013. Disponível em: <http://g1.globo.com/espirito-santo/noticia/2013/12/veja-situacao-das-cidades-atingidas-pelas-chuvas-no-espirito-santo.html>. Acesso em: 05 set. 2019.

Referências

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