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ÍNDICE

1-INTRODUÇÃO ... 2

2-OBJETIVO... 3

3- MÉTODOS PARA ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM... 3

3.1-MÉTODO DIRETO DE AVALIAÇÃO DE FORRAGEM ... 4

3.2-MÉTODOS INDIRETOS DE AVALIAÇÃO DE FORRAGEM... 5

4- A UTILIZAÇÃO DO DISCO MEDIDOR NA ESTIMATIVA DA MASSA DE FORRAGEM... 6

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 15

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UTILIZAÇÃO DO DISCO MEDIDOR PARA ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM

1-INTRODUÇÃO

A pecuária nacional que até pouco tempo se desenvolvia apenas como atividade extrativista, está atualmente passando por grande reestruturação, visando competitividade e sustentabilidade do setor produtivo. Entretanto essa atividade deverá continuar fundamentada em pastagem (BARBOSA & EUCLIDES, 1997), uma vez que o pasto constitui a forma de alimentação de menor custo, o que garante a manutenção da competitividade dos produtos bovinos nos mercados interno e externo.

A necessidade de um melhor entendimento dos processos de produção animal, passa obrigatoriamente pelo conhecimento de todos os componentes que envolvem o sistema. Produzir produto animal a pasto torna-se, portanto uma atividade altamente especializada, onde é necessário entender não apenas o processo de transformação de pasto em carne ou leite, mas também entender e controlar o processo de produção da forragem e sua oferta ao animal na quantidade e qualidade necessária para atingir determinado objetivo de produção (NABINGER, 1995).

A maioria das propriedades que utilizam o sistema de produção exclusivamente a pasto têm índices baixos de produção e são caracterizadas por deficiências de manejo, dentre as quais ausência de monitoramento e controle das condições do pasto e produção de forragem nas áreas de pastagem. A estimativa e o acompanhamento da variação da massa de forragem é uma das formas mais efetivas de gerar subsídios para os diversos processos de gerenciamento e tomada de decisão sobre o manejo do pastejo (CUNHA, 2002).

Existem uma série de técnicas que nos permitem estimar a produção da massa forrageira de um pasto, desde métodos diretos de mediação, que passam por cortes da amostra a ser avaliada, até métodos indiretos de medição que correlacionam outra mediadas de maior facilidade de mensuração com a massa de forragem. De acordo com CUNHA (2002) nos países de pecuária desenvolvida

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(onde predominam as forrageiras de metabolismo C3) as técnicas de mensuração

indireta de massa de forragem são bastante utilizadas pelos produtores e pesquisadores. Entretanto no Brasil (onde predominam as forrageiras de metabolismo C4), devido ao grande número de espécies de plantas forrageiras

utilizadas nas pastagens e a deficiência de conhecimentos sobre a fisiologia dessa plantas, a disponibilidade de técnicas de campo para esse tipo de estimativa é ainda incipiente.

2-OBJETIVO

Abordar a utilização da técnica do disco medidor na estimativa da massa forrageira.

3- MÉTODOS PARA ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO DE FORRAGEM

A melhor forma para se saber a produção de forragem em uma pastagem é a colheita total de todo o material pertencente à área a ser avaliada. Entretanto é compreensível que este método seja totalmente inviável, devido a demanda de tempo, mão de obra e equipamentos, devendo-se também considerar a perda de material potencialmente consumível pelo animal (no caso de experimentos avaliados sob pastejo). Assim a alternativa passa a ser a amostragem, e a partir de amostras coletadas de pequenas área pode-se quantificar a massa de forragem da pastagem em estudo. De acordo com SHAW et al (1987) uma das dificuldades em se utilizar a amostragem para essa estimativa, está em determinar o número certo de amostras que incorpore toda a variabilidade existente na pastagem, e que ao mesmos tempo, não remova quantidade excessiva de forragem, já que isso também acarretaria em problemas no processamento dessas amostras. Quando se pretende fazer estimativas em pastagens naturais, as dificuldades são ainda maiores, já que essas possuem uma maior variação na composição botânica. Tomando-se amostras pequenas, tem-se uma grande variabilidade, que poderá ser compensada por um maior número de amostragem.

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Em contra partida, amostras tomadas de áreas maiores permitem uma queda na variabilide, mas devido aos problemas de processamento, haveria necessidade de um menor número de amostras.

MANNETJE (2000) recomenda que antes do início de qualquer procedimento de amostragem deva ser realizada uma análise de custo-benefício, na qual se considere o tempo gasto para realização do trabalho, o nível de precisão das avaliações e a demanda por mão de obra e recursos. Deve-se procurar um balanço ótimo entre essas variáveis para que o procedimento seja o mais efetivo possível. Segundo o autor há necessidade de um grande cuidado na escolha das variáveis a serem avaliadas e na escolha do método a ser usado, já que se a escolha não for correta a interpretação dos resultados pode se comprometer.

Existem uma série de opções no que tange a metodologia de amostragem em pastagens para se tentar estabelecer a estimativa de massa de forragem. As mais comuns são àquelas tidas com destrutivas (ou métodos diretos de avaliação) e as não destrutivas (metodologia indireta).

3.1-MÉTODO DIRETO DE AVALIAÇÃO DE FORRAGEM

Os métodos diretos de avaliação de massa de forragem baseiam-se no corte da forragem de uma certa área delimitada, por isso são denominados destrutivo, já que não permite uma nova avaliação naquela área que já foi colhida. Para FRAME (1997) essa técnica é altamente confiável desde que os locais de amostragem sejam definidos segundo casualização. Já PEDREIRA (2002) considera que cada área cortada representa uma fração muito pequena da vegetação e isso pode induzir a erro no momento de se estimar a massa de forragem total da área. Para o autor esses erros são decorrentes tanto do acaso (originado da dispersão dos valores pontuais de massa de forragem na superfície da vegetação) como pode estar associado ao observador, ao instrumento de medição, à circunstância da medição.

Vários são os instrumentos que podem ser utilizados para o corte da amostras, desde de facas, tesouras e foices, até os equipamentos mecanizáveis

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que aumentam o rendimento da operação. Após o corte o material é recolhido e seco em estufa de 65ºC por 72 horas, ou até atingir massa constante (HAYDOCK & SHAW, 1975).

3.2-MÉTODOS INDIRETOS DE AVALIAÇÃO DE FORRAGEM

Devido ao fato da estimativa direta de massa de forragem ser um processo dispendioso no que diz respeito a mão de obra e equipamentos desenvolveu-se métodos que visam tornar operacional o número de amostras, sem no entanto, prejudicar, ou inviabilizar os métodos de avaliação de massa forragem. São os métodos indiretos de amostragem, que têm o caráter de não destruir a pastagem. Esses métodos diminuem a retirada da forragem e se desenvolveram mediante necessidade de uma metodologia mais rápida de estimativa que pudessem ser utilizados em grandes áreas de pastagens (CUNHA, 2002). Assim algumas características desejáveis foram usadas como referências: a) redução na quantidade de trabalho e equipamentos, tempo e/ou recursos; b) possibilidade de utilização em áreas com animais em pastejo; c) possibilidade de realização de amostragem em pequenas áreas onde os procedimentos destrutivos poderiam afetar uma proporção relativamente grande da área da parcela e interferir em outras avaliações (FRAME, 1981).

Embora os métodos não destrutivos sejam menos precisos quando comparados aos destrutivos, requerem menos tempo por observação e menor esforço físico por parte dos operadores. Assim pode-se realizar um maior número de amostras por menor unidade de tempo relativamente ao método direto (MANNETJE, 2000).

De acordo com PEDREIRA (2002) é de extrema importância que se identifique características da vegetação que estejam altamente correlacionadas com a massa de forragem e que possam ser medidas rápida e facilmente. A quantificação da massa de forragem passa a ser, então, baseada em amostragens indiretas usando técnicas que devem ser calibradas contra valores reais de massa de forragem medidas por amostragem direta. O autor, ainda coloca que é

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importante que a calibração seja feita abrangendo a maior amplitude possível de valores de massa de forragem para que, através de análise de regressão possa se estabelecer a relação funcional entre a leitura fornecida pelo método indireto e a massa de forragem. Assim, os métodos indiretos são utilizados através da técnica da dupla amostragem, isto é, dois métodos de avaliação, um direto e outro indireto são utilizados ao mesmo tempo de modo a promover uma calibração do referencial indireto a partir do método indireto. Normalmente a a calibração em um número pequeno de locais, onde primeiro se faz a leitura do método indireto e depois o corte da forragem pelo método direto (PEDREIRA, 2002).

Segundo CUNHA (2000) os métodos requerem o corte de algumas amostras, porém em menor número, e não necessariamente na área onde as avaliações serão feitas. Todavia, o grande número de informações existentes sobre a utilização desses métodos é para pastagem de clima temperado. Como conseqüência, poucos são os técnicos e produtores que fazem uso dessa técnica no Brasil.

Um dos métodos indiretos para estimativa de massa forrageira é a denominada altura comprimida do dossel utilizando o disco medidor (“disk meter”) ou prato ascendente (“rising plate meter”).

4- A UTILIZAÇÃO DO DISCO MEDIDOR NA ESTIMATIVA DA

MASSA DE FORRAGEM

O acúmulo de biomassa tem uma relação direta com a altura e a densidade da forragem. A utilização do disco medidor é uma técnica bastante atraente, pois baseia-se no princípio segundo os quais as leituras do instrumento são influenciadas por combinações de altura e densidade da cobertura vegetal, tendo portanto, segundo MANNETJE (2000) a vantagem de combinar duas características do dossel (altura e densidade) que, em conjunto estão mais fortemente associadas com massa forrageira do que a altura sozinha. PEDREIRA (2002) ainda afirma que o uso da altura do dossel como medida indireta é melhor relacionado com a massa de forragem se a densidade do dossel

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for uniforme e constante ao longo de todo o perfil. Como isso é improvável, mesmo nos dosséis mais homogêneos, a massa de forragem será superestimada quanto mais alto for o dossel, pois as maiores densidades são freqüentemente encontradas nos estratos inferiores, próximo à base da vegetação. Assim a combinação de altura e densidade para a estimativa da massa forrageira passa a ser um método interessante e seus resultados são mais próximos do que seria a real massa de forragem em detrimento ao uso exclusivo da altura.

O disco medidor consiste de uma haste (geralmente metálica) graduada, na qual corre um disco ou prato, geralmente de alumínio ou galvanizado que, colocado ou solto de uma determinada altura sobre a vegetação, registra uma altura de repouso (Figura 1).

Figura 1: Disco medidor (Esquema). Fonte: BRANSBY et al (1977)

A avaliação da massa de forragem com o disco é feita introduzindo-se a ponta da haste no dossel de forma perpendicular, do topo para a base até o nível do solo. O disco é mantido suspenso, e somente após a haste ter atingido o solo é solto de forma a acomodar-se no topo do dossel. Nesse ponto onde o disco estaciona é tomada a leitura da atura. A transformação da leitura de altura em

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massa é feita através de equação de calibração apropriada e específica (FRAME, 1981). A equação de calibração é desenvolvida a partir de uma amostragem da população com medidas diretas e indiretas sendo tomadas em cada uma das amostras (DOBASHI et al, 2001).

Vário autores ressaltam a importância da calibração para que o método possa apresentar confiabilidade. CUNHA (2002) afirma sobre a necessidade de se gerar tantas calibrações quantas forem necessária a fim de que efeitos de épocas do ano, estádio de desenvolvimento das plantas e alterações morfológicas sejam contemplados pelas equações de calibração utilizadas. Para PEDREIRA (2002) o procedimento ideal é fazer a calibração do disco em locais selecionados para abranger a amplitude de massa de forragem e, de preferência, várias vezes ao longo do experimento. Esse autor afirma que a calibração é específica para cada técnica, ou seja, uma amplitude de alturas para calibração da régua certamente não será a melhor amplitude para calibração do disco, uma vez que o disco deve ser calibrado com amplitudes de massa de forragem. Em resumo, pontos de alturas diferentes medidos na régua podem fornecer a mesma leitura do prato, se as densidades forem diferentes.

Uma das grandes vantagens desse tipo de método indireto é a rapidez com que as amostragens são realizadas, permitindo que o operador faça cerca de 50 leituras em 15 minutos, incluindo anotações dos valores do indicador numérico da haste no equipamento. Em função do alto rendimento operacional desse método mais “pontos” podem ser amostrados permitindo uma maior abrangência e representatividade da variabilidade da pastagem (FRAME, 1981).

GRIGGS & STRINGER (1988) utilizando disco e régua para estimativa de massa de forragem em alfafa concluíram que o tempo requerido para que uma pessoa coletar 40 observações era de 2,1 h para dupla amostragem com disco e corte da forragem e 2,5 h para a dupla amostragem com o método da régua. Assim, os autores concluíram que para estimativa de forragem em alfafa o método do disco medidor é o mais rápido é um instrumento recomendado para esse tipo de avaliação.

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AIKEN & BRANSBY (1992) afirmam que apesar do disco medidor ser a técnica indireta que menos sofre efeito do observador, é sempre melhor que o mesmo observador faça a leitura do experimento todo, ou pelo menos na mesma repetição. Em estudo comparando a medição de quatro diferentes observadores em três taxas de lotação os autores encontraram diferenças entre observadores, mostrando a necessidade de manter o mesmo observador ao longo do experimento (TABELA 1).

Tabela 1: Estimativa da massa de forragem utilizando o disco medidor em pastagem de tall fescue com diferentes taxas de lotação e mensuradas por diferentes medidores

Taxa de lotação (an/ha)

Observador 2.0 4.5 6.0 cm cv cm cv cm cv 1 13,8 a 13,1 8,5 b 10,0 2,6 ab 19,9 2 10,9 b 20,5 6,8 c 11,6 2,7 ab 17,7 3 14,4 a 17,6 11,1a 12,3 2,5 b 34,4 4 14,6 a 8,6 9,0 b 12,8 3,4 a 28,4 FONTE: AIKEN & BRANSBY (1992)

O disco ou prato medidor é provavelmente a técnica indireta mais eficiente para medir a massa de forragem em dosséis de porte médio e baixo, de espécies folhosas e de colmos macios (PEDREIRA, 2002). De acordo com FRAME (1981) em algumas estações do ano e em algumas espécies a presença de colmos grossos e a alta proporção de inflorescências prejudica a precisão de calibração do disco. Assim, CUNHA (2002) admite que essa técnica de avaliação de massa de forragem é recomendada para espécies que têm hábito de crescimento prostrado ou rasteiro, como por exemplo, a maioria do Cynodons. Ainda assim,

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OLIVEIRA et al (2001) trabalhando com espécie do gênero Cynodon (Cynodon nlenfuensis) encontraram um coeficiente de determinação muito maior para medida de altura do relvado em detrimento ao disco medidor (respectivamente 0,88 e 0,51). Esses autores sugeriram que a menor precisão obtida por meio do método do disco se deveu à pequena estrutura dos colmos e do reduzido tamanho das folhas que apresentaram pouco resistência a compressão exercida pelo disco. Também CARNEVALLI & da SILVA (2000) monitorando as alturas de pasto de Cyndon sp. com o uso de prato ascendente observaram que os colmos mantinham o prato numa posição mais elevada, acima do estrato de folhas, prejudicando a precisão das estimativa de massa de forragem.

Pastagens de crescimento cespitoso, podem apresentar grande quantidade de colmos rígidos, os quais podem interferir com as leituras do disco de forma que essas tenham uma baixa correlação com a massa de forragem (folhas) no dossel forrageiro (GOMES et al, 2000), pois o disco responderia muito mais a altura do que a densidade.

È lamentável que a técnica não tenha sido calibrada para as condições de pastagem tropical. Para pastagens da Nova Zelândia existem equações de calibração de acordo com a estação do ano. Na Tabela 2 se observa a variação nos valores das equações de calibração ao longo das estações e uma estimativa da massa de forragem acumulada em uma pastagem cuja Media de Leitura (ML) foi de 10 cm.

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Tabela 2- Equações de calibração estacional para o disco medidor Massa de forragem estimada

Estação Equação (kg MS/ha com ML = 10 cm) Inverno/ Inicio primavera 125ML + 640 1.890

Final primavera/ Inicio verão 130ML + 990 2.290 Meio do verão 165ML + 1480 3.130 Inicio do outono 159ML + 1180 2.770 Final do outono 157ML + 970 2.540 FONTE: HODGSON et al., (2000)

O tamanho dos discos variam de 0,2 a 1m² (FRAME, 1981). Segundo BRANSBY et al (1977) não há grande efeito do peso (em discos de mesma área) nem de área (em discos de mesmo peso por unidade de área) na qualidade da calibração e das estimativas de massa forragem. Porém PEDREIRA (2002) salienta que valores extremos podem ser prejudiciais, uma vez que discos excessivamente leves irão responder apenas à altura enquanto que discos muito pesados, irão responder muito pouco à densidade e à altura, promovendo o esmagamento do pasto. Discos excessivamente grandes são de difícil transporte e os muito pequenos não serão capazes de integrar a massa de forragem de uma área grande gerando erros elevados por leitura.

DOBASHI et al (2001) trabalhando com três métodos indiretos de estimativa de forragem, trena; prato ascende de alumínio e prato ascendente de madeira em pastagem de capim-tanzânia, observaram que o método do prato ascendente de alumínio foi o mais preciso obtendo os maiores coeficientes de determinação (0,82) e os menores erros padrão de regressão (1549 kg MS/ha) em comparação com trena (0,70 e 2009 kg MS/ha) e prato ascende de madeira (0,71 e 1982 kg MS/ha). Porém não se pode afirmar que este método de estimativa de massa de forragem seria o mais indicado para ser utilizado em pastagem de

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capim-tanzânia, pois seriam necessários estudos que abrangessem diferentes estações do ano.

BRANSBY et al (1977) trabalhando com estimativa de massa de forragem através do disco medidor em pastagem de Festuca arundinacea, constataram que uma mudança do estádio vegetativo para o reprodutivo em uma pastagem homogênea ou uma mudança na composição botânica de um dossel misto, podem interferir nas curvas de calibração. Neste trabalho, os autores avaliaram o efeito do tamanho e do peso do disco, utilizando quatro discos de tamanhos diferentes (0,2 m² e 0,50 m para área e diâmetro do disco respectivamente; 0,4 m² e 0,71 m; 0,6 m² e 0,87 m e 0,8 m² e 1,0 m) mas com mesmo peso (5 kg) e discos de diferentes tamanhos (0,2; 0,4; 0,6 e 0,8 m²) e pesos ( 1; 2; 3 e 4 kg). Os autores observaram coeficientes de determinação variando entre 0,79 (para o tratamento com disco de 0,2 m² e 1 kg) e 0,94 (para o tratamento com disco de 0,2 m² e 2 kg) entre as leituras do disco e a massa de forragem. Entretanto, não houve efeito significativo do peso nem do tamanho dos discos na precisão de calibração. Assim, os autores concluíram que o uso do disco medidor em pastagem de tall fescue é um método relativamente acurado para estimativa de massa forrageira, com um mínimo de trabalho e tempo despendidos e que a calibração baseada em 50 “pontos” mostrou-se ótima no que diz respeito ao balanço entre a precisão e o tempo requerido para a calibração.

GONZALEZ et al (1990) estudando três métodos inditretos de estimativa de massa forrageira (disco medidor, altura da planta e capacitância) em capim-bermuda concluíram que os três métodos têm potencial para ser usado como estimadores de massa de forragem tanto em parcela quanto em pastagem, mas que precisam ser aprimorados para serem utilizados na mensuração dessa forrageira. Os autores encontraram coeficientes de relação 0,91 e 0,89 respectivamente para mensurações com disco e com capacitância (Tabela 3).

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Tabela 3- Relação entre a altura da planta, disco medidor e capacitância e acúmulo de massa forrageira em pastagem ou parcela de capim-bermuda.

Equipamento CD DPR (kg.há-1) CV Altura/parcela 0,86 832 27,3 Altura/pasto 0,86 759 21,7 Disco/parcela 0,80 1026 25,8 Disco/pasto 0,91 631 22,7 Capact./parcela 0,77 1097 27,6 Capact./pasto 0,89 556 26,0 CD = Coeficiente de determinação

DPR = Desvio padrão residual CV = Coeficiente de variação

FONTE: Adaptado de GONZALEZ et al (1990)

SANTILLAN et al (1979) trabalhando com disco medidor em quatro gramínea (duas de clima temperado e duas de clima tropical) , verificaram que a idade das espécies C4 estudas (D. decumbens e P. notatum) foi mais

determinante na precisão do método do que o estádio reprodutivo e a estação do ano. Os autores observaram difereção morfológicas menos acentuadas do que seria esperado considerando algumas gramíneas temperadas e as correspondentes mudanças de estação. Na tabela 4 observa-se os coeficientes de determinação e regressão e o desvio padrão nas quatro esécies estudadas.

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Tabela 4: Coeficientes de determinação e regressão e desvio padrão da estimativa de massa de forragem utilizando o disco medidor em quantro espécies forrageiras. Forrageira CD DP (kg.há-1/cm) CV L. multiflorum 0,89 184,4 12,13 P. notatum 0,92 203,2 14,43 D. decumbens 0,95 161,8 9,94 H. altissima 0,95 185,9 10,78 CD = Coeficiente de determinação DP = Desvio padrão residual CV = Coeficiente de variação

FONTE: Adaptado de SANTILLAN et al (1979)

CUNHA (2002) em estudo com três gramíneas do gênero Cynodon (Florarkik, Tifton-85 e coastcross) e três métodos de estimativa de forragem propôs que a análise realizada sobre os métodos de estimativa indiretos objetiva saber se (i) uma equação única poderia ser utilizada para as três cultivares estudadas, dadas as similaridades morfológicas e estruturais das mesmas, e (ii) se uma equação única poderia ser utilizada para o ano todo, ou haveria necessidade de equações específicas para diferentes épocas do ano. Se este fosse o caso, quais seriam as épocas do ano que poderiam utilizar as mesmas equações e, portanto orientar o agrupamento dos dados coletados de forma mensal para gerar as equações de calibração desejadas. A autora conclui que a geração de uma curva de calibração comum para as três cultivares não seria recomendável devido a falta de similaridade nos valores do intercepto e do coeficiente angular das equações de regressão. Assim, conclui-se que a metodologia usada à campo de se adotar o mesmo manejo para as três cultivares é equivocada. A autora também observou variações nos valores do intercepto e do coeficiente angular durante o ano. Na tabela 5 observa-se observa-se os coeficientes de determinação e regressão e o desvio padrão nas três espécies estudadas em diferentes epócas do ano.

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Tabela 5: Coeficientes de determinação e regressão e desvio padrão da estimativa de massa de forragem utilizando o disco medidor em três espécies forrageiras do gênero Cynodon.

Forrageira CD CV Verão Florakirk 0,80 28 Tifton-85 0,77 23 Coastcross 0,86 33 Inverno Florakirk 0,68 24 Tifton-85 0,73 23 Coastcross 0,68 27 CD = Coeficiente de determinação CV = Coeficiente de variação

FONTE: Adaptado de CUNHA (2002).

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

As curvas de calibração geradas para utilização do disco medidor como método indireto de estimativa de forragem possuem ainda, uma alto erro padrão, principalmente em forrageiras tropicais. Certamente a mediada mais eficaz para se reduzir para se reduzir o erro padrão dessas curvas seria o aumento do número de pontos por unidade experimental, de forma a permitir que o banco de dados gerado incorpore uma maior proporção da variabilidade existente nas unidades experimentais e permitisse um melhor ajuste dos modelos matemáticos, o que resultaria em curvas de calibração mais robustas e precisas (CUNHA, 2002).

O método do disco medidor, desde que devidamente calibrado, permite uma maior velocidade de trabalho e economia de tempo e mão de obra em

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detrimento a outros métodos de estimativa de massa forrageira, permitindo assim, que uma maior proporção da área total de cada unidade experimental seja amostrada, reduzindo, consequentemente, o erro de amostragem para uma quantidade semelhante, ou menor de esforço e tempo (SANTILLAN et al, 1979).

Assim, devido sua simplicidade de uso e dos resultados que gera, o disco medidor é um aparato interessante para ser usado como estimador da massa forrageira em uma pastagem, devendo portanto receber maior atenção dos pesquisadores no que diz respeito a calibração para pastagens de clima tropical.

6- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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