TRABALHO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
1. necessidade da tutela especial do estado
2. espécies de trabalhadores adolescentes protegidos
2.1. adolescente empregado
A aprendizagem pode ser definida como o “sistema em
virtude do qual o empregador se obriga, por contrato, a
empregar um jovem trabalhador e a lhe ensinar ou a fazer
que se lhe ensine metodicamente um ofício, durante
período previamente fixado, no transcurso do qual o
aprendiz se obriga a trabalhar a serviço do dito
empregador”.81 De acordo com o art. 62 da Lei n. 8.069/90
(Estatuto da Criança e do Adolescente), “considera-se
aprendizagem a formação técnicoprofissional ministrada
segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em
• O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por MAIS DE 2 ANOS, exceto quando se tratar de aprendiz portador de deficiência (art. 428, § 3º). Nos termos do mesmo dispositivo legal, são sujeitos do contrato de aprendizagem:
■ EMPREGADOR — empresas de qualquer natureza (o empregador deve necessariamente ser pessoa jurídica);
■ APRENDIZ — maior de 14 e menor de 24 anos inscrito em programa de aprendizagem.
a Constituição (redação dada pela EC 20/98, art.
7 º, XXXIII) proíbe o trabalho noturno, perigoso
ou insalubre aos menores de 18 anos e de
qualquer trabalho a menores de 16 anos, salvo
(com relação a estes) na condição de aprendiz, a
partir dos 14 anos.
ESPÉCIES DE TRABALHADORES ADOLESCENTES
PROTEGIDOS
• proteção do trabalho do adolescente tem como fontes, além da Constituição (arts. 7º, XXXIII, e 227, § 3º, I, II e III), os arts. 402 a 441 da CLT e os arts. 60 a 69 da Lei 8.069, de 13.07.1990.
• Contra o empregado menor de 18 anos NÃO CORRE PRAZO PRESCRICIONAL (CLT, art. 440).
• É lícito ao menor firmar recibo pelo pagamento dos salários.
• Tratando-se, porém, de RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO, é vedado ao menor de 18 (dezoito) anos dar, sem assistência dos seus responsáveis legais, quitação ao empregador pelo recebimento da indenização que lhe for devida (CLT, art. 439).
ADOLESCENTE APRENDIZ
O art. 62 da Lei 8.069/90 considera “aprendizagem a
formação técnico-profissional ministrada segundo as
diretrizes e bases da legislação de educação em vigor”.
O adolescente aprendiz é um dos sujeitos do contrato
de aprendizagem, cuja definição encontra residência
• Vê-se, assim, que podem ser sujeitos de um contrato de
aprendizagem o adolescente aprendiz (entre 14 e 18 anos) e o jovem/adulto aprendiz (entre 19 e 24 anos).
• Ao aprendiz com deficiência não se aplica o limite de 24 anos de idade.
• Carteira de Trabalho e Previdência Social,
• Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a frequência à escola, desde que ele já tenha concluído o ensino fundamental.
• A ausência de qualquer um desses requisitos espaciais para a celebração de um contrato de aprendizagem implica a sua nulidade absoluta, atraindo a ira do art. 9º da CLT;
• O adolescente aprendiz, salvo condição mais favorável prevista em qualquer fonte normativa autônoma ou heterônoma, tem direito de perceber remuneração mínima equivalente ao salário mínimo hora (CLT, art. 428, § 2º).
• Nos termos do art. 429 da CLT, que consagra uma medida de ação afirmativa de inclusão social, Os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente a CINCO POR CENTO, NO MÍNIMO, E QUINZE POR CENTO, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento,
• O LIMITE FIXADO NO CAPUT DO ART. 429 DA CLT NÃO SE APLICA QUANDO O EMPREGADOR FOR ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS, QUE TENHA POR OBJETIVO A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, SENDO CERTO QUE AS FRAÇÕES DE UNIDADE, NO CÁLCULO DA PERCENTAGEM PREVISTA NO PRECEPTIVO EM CAUSA, DARÃO LUGAR À ADMISSÃO DE UM APRENDIZ.
• A extinção do contrato de aprendizagem, nos termos do art. 433 da CLT, ocorrerá em qualquer das seguintes situações:
a) no termo final expressamente previsto no contrato; ou b) quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos*
O contrato de aprendizagem poderá ser extinto antecipadamente nas seguintes hipóteses:
I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas atividades.
II – falta disciplinar grave;
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; V – a pedido do aprendiz.
SENTENÇA
[...] Diante disso, tendo parte autora comprovado nos autos o pagamento corresponde ao auto de infração hostilizado, cumprindo assim os requisitos dispostos em legislação especial (artigos 38 da Lei nº 6.830/1980 e 7º, inciso I, da Lei nº 10.522/2002), e estando presentes o "fumus boni iuris" e o "periculum in mora", não havendo qualquer prejuízo à parte requerida, notadamente se se vislumbrar eventual reversibilidade da medida, defiro a tutela de requerida, com fulcro no art. 300 do CPC. Oficie-se ao Ministério do Trabalho e Emprego comunicando-se o deferimento da presente liminar, para que se abstenha de exigir o pagamento e suspenda a inscrição do débito junto à Dívida Ativa / Cadastro de Inacimplentes (CADIn) em relação ao auto de infração nºs 211248720, Processo 46260.001513/2017-24. Deverá, ainda, a autoridade competente, não havendo outras pendências, viabilizar a expedição de Certidão Negativa de Débito em favor da requerente, no prazo de 5 dias, sob pena de multa diária de R$ 200,00, limitada a R$ 5.000,00 a ser revertida à parte prejudicada.