• Nenhum resultado encontrado

Transtornos psiquiátricos na migrânea

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Transtornos psiquiátricos na migrânea"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

Transtornos psiquiátricos na migrânea

Psychiatric disorders in migraine

Esther Angélica Coelho Costa1, Melissa da Costa e Silva2, Luiz Paulo Bastos Vasconcelos3, Felipe Galvão Stancioli3, Antônio Lúcio Teixeira4 1Médica psiquiatra. Mestranda em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da UFMG. Colaboradora doAmbulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFMG 2Neuropsicóloga. Colaboradora do Ambulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFMG. 3Acadêmico de Medicina da UFMG, bolsista de iniciação científica. 4Médico psiquiatra e neurologista. Professor adjunto de Neurologia da Faculdade de Medicina da UFMG. Coordenador do Ambulatório de Cefaléias do Serviço de Neurologia do Hospital das Clínicas da UFMG.

RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO RESUMO

Migrânea é uma forma comum de cefaléia primária, que acarreta significativo impacto na vida do indivíduo. A possí-vel associação entre migrânea e transtornos psiquiátricos é extremamente relevante frente a implicações terapêuticas, assim como conceituais relacionadas à compreensão etiopatogênica desses distúrbios. A associação da migrânea com depressão e transtornos ansiosos parece ser mais fre-qüente, mas outras comorbidades também têm sido relata-das, como o transtorno bipolar e o transtorno somatoforme. Quando presente, a comorbidade psiquiátrica dificulta a abordagem da cefaléia, determinando pior resposta ao tra-tamento e, conseqüentemente, prognóstico.

PPPPPalavrasalavrasalavrasalavrasalavras---chave:chave:chave:chave:chave: Migrânea, depressão, ansiedade ABSTRACT

ABSTRACT ABSTRACT ABSTRACT ABSTRACT

Migraine is a common type of primary headache that leads to a significant negative impact on the quality of life. The possible comorbidity between migraine and psychiatric disorders is extremely relevant as it has therapeutic and conceptual implications. In the later case, it is related to the comprehension of the pathogenesis of both conditions. The association of migraine with depression and anxiety disorders seems to be the most common, but other comorbidities have also been reported, for example, bipolar disorder and somatoform disorders. When the psychiatric comorbidity is present, it complicates headache management, determining worse treatment response and prognosis.

K KK

KKey words:ey words:ey words:ey words:ey words: Migraine, depression, anxiety.

INTRODUÇÃO

Dor de cabeça é um dos principais motivos de pro-cura por auxílio médico em ambulatórios de clínica ge-ral e é a principal queixa em ambulatórios de neurolo-gia, representando cerca de 10% e 30% dos atendimen-tos, respectivamente.1 Ainda, cerca de 90% dos

indivídu-os experimentam dor de cabeça pelo menindivídu-os uma vez na vida.2

A migrânea (CM), também conhecida como enxa-queca, é uma das formas mais comuns de cefaléia pri-mária, com prevalência estimada em torno de 15% da população geral, afetando três vezes mais mulheres do que homens.3 O pico de prevalência em mulheres ocorre

entre os 25 a 34 anos de idade (31%), enquanto a mais baixa prevalência é verificada em homens dos 55 aos 64 anos (9%).4

Alguns pacientes com CM irão apresentar um pa-drão diário ou quase diário de dor (mais de 15 dias ao mês), sendo comumente associado a abuso de medica-ções analgésicas. Esses quadros de CM crônica afetam 4% dos portadores de CM, correspondendo a aproxi-madamente 30% dos pacientes tratados em clínicas de dor de cabeça.5,6

A CM é classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a 19ª causa de incapacidade para

Costa EAC, Costa e Silva M, Vasconcelos LPB, Stancioli FG, Teixeira AL. Transtornos psiquiátricos na migrânea. Migrâneas cefaléias 2007;10(2):52-57

(2)

o trabalho. Atinge mais de 30 milhões de pessoas nos Estados Unidos e tem alto custo socioeconômico, geran-do gastos de mais de 13 bilhões de dólares por ano devido à ausência ou interferência no trabalho.8,9 O

im-pacto na qualidade de vida, bem como a diminuição da capacidade laborativa e de lazer provocados pela CM são fatores bem conhecidos e amplamente descritos na literatura.10 O comprometimento da CM e o desafio

no seu manejo são intensificados por condições psiquiá-tricas comórbidas.

Estudos clínicos e epidemiológicos mostram que transtornos psiquiátricos ocorrem com maior freqüência entre pacientes com dor de cabeça recorrente6,11,12,13. A

maioria das pesquisas tem focado na associação entre CM e depressão,14 embora vários outros transtornos

psi-quiátricos possam estar relacionados.

Neste trabalho, os autores revisam os diferentes as-pectos dos principais transtornos psiquiátricos associa-dos à CM.

PERSONALIDADE MIGRANOSA

Uma das primeiras pesquisas que chamou a aten-ção para uma possível associaaten-ção entre CM e transtor-nos psiquiátricos foi realizada por Wolf, em 1937, quan-do descreveu a “personalidade migranosa”. Nesta, os adultos com migrânea foram caracterizados como ob-sessivos, tímidos, obedientes e tinham traços rígidos e inflexíveis de personalidade.15

O conceito associado a esse traço de personalida-de foi posteriormente abandonado, mas, na época, alertou para a necessidade de investigação da correla-ção entre cefaléias e fatores psicológicos envolvidos em sua gênese e/ou manutenção e, desde então, o assunto vem sendo extensamente pesquisado.16

TRANSTORNOS DEPRESSIVOS E MIGRÂNEA A depressão maior atinge 30% ou mais da popula-ção migranosa e pouco mais de 10% da populapopula-ção geral, isto é, migranosos têm risco cerca de três vezes maior de sofrer de depressão do que pacientes sem cefaléia, sugerindo a existência de possíveis mecanismos patogênicos comuns.14,17

Em um estudo longitudinal, Breslau e colaborado-res investigaram comorbidade depcolaborado-ressiva em três gru-pos populacionais, incluindo 536 pacientes com CM, 162 indivíduos com outro tipo de cefaléia e 586 contro-les sem cefaléia. A amostra foi selecionada aleatoria-mente de uma população de 4.765 indivíduos com

ida-des entre 25 e 55 anos. A prevalência de depressão ao longo da vida no grupo de migranosos foi de 40,7%, de 35,8% entre os pacientes com outro tipo de cefaléia e apenas 16,0% no grupo controle.17 Em outro trabalho,

Merikangas e colaboradores18 observaram elevadas

ta-xas de prevalência ao logo de um ano de vários trans-tornos psiquiátricos em migranosos comparados com controles, obtendo um risco relativo de 3,1 para depres-são maior no grupo com CM.

Existem várias similaridades clínicas e epide-miológicas entre CM e depressão maior. Ambos ocor-rem principalmente em adultos jovens e têm prevalências equivalentes na população geral. Com relação ao gê-nero, as mulheres têm mais chances que os homens de desenvolver, ao longo da vida, tanto CM (24% em mu-lheres x 9% em homens) como depressão maior (24% em mulheres x 13% em homens).19 Do ponto de vista

clínico, a natureza paroxística dos ataques de CM e dos episódios depressivos, os modos similares de evolução e a resposta ao tratamento com agentes antidepressivos de ação serotoninérgica suportariam a hipótese de que elas apresentariam mecanismos patogênicos comuns.20,21

A associação entre CM e depressão está, portanto, bem estabelecida e é demonstrada em estudos epide-miológicos e clínicos.21 Ressalta-se que a comorbidade

parece ser ainda maior nos pacientes que buscam trata-mento, especialmente em serviços especializados.22

TRANSTORNOS ANSIOSOS E MIGRÂNEA Os transtornos ansiosos são mais prevalentes entre indivíduos com CM que entre a população geral. Pelo menos dois estudos prospectivos populacionais confir-maram a relação entre CM e transtornos ansiosos, como ansiedade generalizada, fobia, transtorno de pânico e transtorno obsessivo-compulsivo.23-25

Breslau e colaboradores encontraram prevalência de ansiedade generalizada e fobias duas vezes maior nos pacientes com CM em relação a controles sem dor de cabeça. Ainda, a prevalência de transtorno do pâni-co foi cinpâni-co vezes maior e do transtorno obsessivo-pâni-com- obsessivo-com-pulsivo, quatro vezes maior entre os migranosos.23 Em

outro estudo prospectivo populacional, a associação entre CM e transtorno de ansiedade generalizada foi maior que a observada para transtornos do humor com odds

ratio (OR) de 5,3 (95% CI 1,8-15,8).25

A relação entre CM e transtorno do pânico também foi relatada em outros trabalhos.26,27 Ressalta-se o

(3)

pânico em amostra populacional da área de Detroit, nos Estados Unidos, em que a chance (OR) de CM estar associada ao transtorno de pânico, após ajuste por gê-nero e história de depressão maior, era de 3,7 (95% CI 2,2-6,2). No entanto, o OR para o transtorno de pânico estar associado a outras cefaléias graves foi similar ao encontrado para CM: 3,0 (95% CI 1,5-5,8). Esse dado indica que a comorbidade de transtorno de pânico não seria específica para CM, mas incluiria outros tipos de cefaléia de igual intensidade.28

Sabe-se que a co-ocorrência de depressão e ansie-dade é comum na prática clínica, sendo ambas freqüen-temente encontradas em pacientes migranosos. De nota, Breslau e colaboradores demonstraram que a combina-ção de transtornos ansiosos e CM aumentava as chances de o paciente desenvolver depressão maior.29

SUICÍDIO E MIGRÂNEA

Alguns trabalhos que investigaram a associação de CM e transtornos psiquiátricos também estudaram suas relações com pensamentos suicidas e tentativas de auto-extermínio. Breslau observou que pessoas com CM apresentavam taxas maiores de suicídio do que pesso-as sem CM.29 Mesmo após ajuste para efeitos de

de-pressão maior, abuso de substâncias e outros sintomas psiquiátricos, pacientes com CM com aura exibiam três vezes mais tentativas de auto-extermínio que pacientes sem CM.29

Em outro estudo, indivíduos com CM relataram mais freqüentemente tentativas de suicídio durante a vida, quando comparados com pessoas sem história de CM.26

Além disso, os que apresentavam depressão e CM apre-sentaram taxas maiores de tentativas de auto-extermínio do que os que tinham depressão isolada: 31,8% e 16,5%, respectivamente. A associação tentativa de auto-exter-mínio e depressão pareceu ser mais específica para CM com aura.26

Postula-se que anormalidades no sistema seroto-ninérgico poderiam explicar a co-ocorrência de depres-são, suicídio e CM.30 Vários trabalhos demonstraram

hipofunção serotonérgica na depressão, embora a cau-sa descau-sa disfunção ainda não tenha sido determinada.31,32

Por outro lado, mudanças nos níveis circulatórios de serotonina e de seus metabólitos durante os ataques de CM, a capacidade de agentes liberadores de serotonina desencadearem crises e a eficácia de certas drogas com ação nos receptores de serotonina no tratamento da CM são sinais indiretos do envolvimento deste neurotransmissor

na fisiopatologia da CM.31,33 A ativação de regiões

encefálicas ricas em serotonina, como o núcleo dorsal da rafe e a substância cinzenta periaquedutal, parece ocorrer espontaneamente durante crises de CM, indicando a possível existência de uma área “geradora da migrânea”.33

Finalmente, tanto a CM como os transtornos de hu-mor poderiam ser considerados doenças poligênicas multifatoriais.34-36 Alguns trabalhos mostraram que um

polimorfismo caracterizado pela deleção de 44 pares de bases na região promotora do gene do transporta-dor de serotonina estaria relacionado com menor ativi-dade de transcrição do gene e baixa ativiativi-dade de recaptura da serotonina.37,38 A freqüência desse

poli-morfismo funcional é maior em pacientes com CM,39 em

pacientes com transtornos de humor38 e em indivíduos

com maior freqüência de tentativas de suicídio,40,41

con-ferindo um denominador comum a essas condições. ABUSO DE ANALGÉSICOS E MIGRÂNEA

Pacientes com CM utilizam freqüentemente anal-gésicos simples, antiinflamatórios não-esteróides (AINE’s), derivados de ergotamina, triptanos e até nar-cóticos para interromper as crises de dor. Quando isso ocorre de maneira abusiva e recorrente, pode ocorrer a transformação da CM episódica em cefaléia crônica diária (CCD).42 Acredita-se que o uso excessivo de

anal-gésicos induza a evolução crônica da cefaléia de duas formas: diminuindo o limiar da dor e reduzindo a efi-cácia do tratamento profilático. Assim, a CCD dos pa-cientes que ingerem analgésicos diariamente parece ser sustentada pelo uso crônico dessas drogas, e a inter-rupção das mesmas resulta em melhora da dor.43

Por-tanto, o uso de medicações analgésicas deve ser bas-tante criterioso.

A associação entre transtornos psiquiátricos pare-ce ser mais forte entre migranosos que abusam de me-dicações do que naqueles sem história de abuso. Um estudo realizado por Radat e colaboradores mostrou que pacientes com CM associada a abuso de analgé-sicos apresentam um risco maior de apresentar trans-tornos do humor, ansiedade e uso de substâncias psicoativas (RR= 4,5%, 5,9%, 7,6%, respectivamente) em relação a migranosos sem abuso de analgésicos.13

Por outro lado, alguns autores acreditam que a presen-ça de comorbidades psiquiátricas seja um fator de ris-co para o abuso de medicações analgésicas na CM, considerando-se que transtornos psiquiátricos precedem

(4)

freqüentemente o início do abuso de analgésicos e a cronificação da cefaléia.13 Entretanto, a própria

incer-teza quanto à seqüência temporal da instalação da CCD e do início do abuso de analgésicos interfere na defini-ção se a comorbidade psiquiátrica seria um fator de risco para a piora da freqüência de cefaléia (seguida pelo abuso de analgésicos) ou um fator de risco para o abuso de medicações (seguido pela piora da freqüên-cia de dor).

Discute-se ainda se o uso excessivo de analgésicos estaria associado ao uso de outras substâncias psicoativas, como álcool e drogas ilícitas. Essa associa-ção seria considerada pelo fato de a cefaléia por abuso de medicações ser parte do espectro dos transtornos aditivos.13

SOMATIZAÇÃO E MIGRÂNEA

Os transtornos somatoformes incluem o transtorno de somatização, transtorno conversivo, hipocondria e transtorno doloroso somatoforme.44 No transtorno

dolo-roso somatoforme, fatores psicológicos são julgados como tendo papel relevante na instalação, exacerba-ção ou manutenexacerba-ção de um tipo de dor, que pode ser cefaléia. No transtorno de somatização, vários sintomas somáticos inexplicáveis são freqüentemente relatados, incluindo sintomas dolorosos, gastrointestinais, cardio-vasculares, respiratórios, neurológicos, urinários. No en-tanto, transtornos somatoformes são raramente enfocados em estudos clínicos e epidemiológicos.45

Em dois estudos recentes de comorbidades em cen-tros de dor de cabeça terciários, 6 a 22% dos pacientes com cefaléia preenchiam critérios diagnósticos para o transtorno de somatização.46,47 Curiosamente, os dois

estudos observaram os transtornos igualmente distribuí-dos entre homens e mulheres.

CEFALÉIA ATRIBUÍDA A TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS

Na última revisão da Classificação Internacional de Cefaléias (ICHS-2), consta um item provisório em que a dor de cabeça está relacionada a transtornos psiquiátri-cos.48 As únicas categorias incluídas neste item são raros

casos nos quais uma cefaléia ocorre no contexto de uma doença psiquiátrica que é reconhecida por manifestar-se sintomaticamente por cefaléia. Por exemplo, um esquizofrênico relata uma cefaléia associada a delírio paranóide de que um equipamento eletrônico teria sido

implantado em sua cabeça. Ainda, a dor de cabeça como manifestação de um transtorno de somatização. A classificação apresenta, então, critérios para duas for-mas de cefaléia: cefaléia atribuída a transtornos psicóticos e cefaléia atribuída a transtorno de somatização, ambas classificadas como cefaléias secundárias. Essas cefaléias podem ou não apresentar os comemorativos da CM ou apresentar-se com sintomatologia atípica.

Ressalta-se, no entanto, que a maioria das cefaléias que ocorre em associação com transtornos psiquiátri-cos não está causalmente relacionada com estes, mas são condições comórbidas, talvez refletindo um substrato biológico comum, como discutido anterior-mente. O ICHS-2 reconhece que existem circunstânci-as em que a dor de cabeça pode ocorrer circunstânci-associada a um transtorno psiquiátrico, levando clínicos e pesqui-sadores a questionarem se o sintoma poderia ser me-lhor explicado como atribuído a esses transtornos. Es-tariam incluídos nessas circunstâncias a depressão maior, o transtorno de pânico, o transtorno de ansie-dade generalizada, entre outros.

CONCLUSÕES

CM tem sido consistentemente associada a vários transtornos psiquiátricos, sobretudo depressão e trans-tornos ansiosos. Os fatores que contribuem para essas associações permanecem pouco compreendidos. É im-portante reconhecer os transtornos psiquiátricos presen-tes no paciente com CM para melhor formular o plano terapêutico e, conseqüentemente, atenuar o sofrimento e o impacto dos mesmos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Oliveira MF, Speciali JG. Cefaléia crônica diária: Conceitos e tratamentos. Medicina (Ribeirão Preto). 2002;35:455-63. 2. Lipton RB, Hamelsky SW, Stewart WF. Epidemiology and impact of

headache. In: Silberstein SD, Lipton RB, Dalessio DJ, eds. Wolff´s headache and other head pain 7Th ed. Oxford: Oxford University

Press, 2001. p.85-107

3. Stewart WF, Simon D, Schechter A, Lipton RB. Population variation in migraine prevalence: A meta-analysis. J Clin Epidemiol. 1995; 48:269-80.

4. Rasmussen BK, Jensen R; Schroll M & Olesen J. Epidemiology of headache in a general population – a prevalence study. J Clin Epidemiol. 1991;44:1147-57.

5. Vasconcelos LPB, Stancioli FG, Leal JC, Costa EAC, Silva-Jr AA, Goméz RS, Teixeira AL. Cefaléias em serviço especializado. Migrâneas cefaléias 2006;9:4-7

(5)

6. Radat F, Swendsen J. Psychiatric Comorbidity in migraine: a review. Cephalalgia. 2005;25:165–78.

7. World Health Organization (2001). The World Health Report 2001: mental health: new understanding, new hope. Geneva: WHO.

8. Lipton RB, Stewart WF, Von Korff M. Burden of migraine: societal costs and therapeutic opportunities. Neurology. 1997;48 (suppl 3): S4-S9.

9. Hu HX, Markson LE, Lipton RB, Stewart WF, Berger ML. Burden of migraine in the United States: disability and economic costs. Arch Intern Med. 1999;159:813-8.

10. Lipton RB, Silberstein MD, Stewart WF. An update on the epidemiology of migraine. Headache. 1994;34:319-28. 11. Merikangas KR, Steavens DE. Comorbidity of migraine and

psychiatric disorders. Neurol Clin. 1997;15:115-23. 12. Torelli P, D’Amico D. An updated review of migraine and

co-morbid psychiatric disorders. Neurol Sci. 2004;25: S234-S235. 13. Radat F, Creac’h C, Swendsen JD, Lafittau M, Irachabal S, Dousset V et al. Psychiatric comorbidity in the evolution from migraine to medication overuse headache. Cephalalgia. 2005;25:519-22. 14. Costa EC, Ybarra MI, Correa H, Teixeira AL. Enxaqueca e de-pressão: Comorbidade ou espectro? Rev Bras Méd. 2006;63: 392-5.

15. Wolff HG. Personality features and reactions of subjects with migraine. Arch Neurol Psychiatry. 1937;37:895.

16. Egger HL, Angold A, Costello, J. Headaches and psycho-pathology in children and adolescents. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 1998;37:951-8.

17. Breslau N, Schultz LR, Stewart WF, Lipton RB, Lucia VC, Welch KMA. Headache and major depression. Is the association specific to migraine? Neurology. 2000;54:308–13.

18. Merikangas KR, Whitaker AE, Isler H, Angst J. The Zurich Study: XXIII. Epidemiology of headache syndromes in the Zurich cohort study of young adults. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 1994; 244:145-52.

19. Breslau N, Davis GC, Schultz LR, Peterson EL. Migraine and major depression. Headache. 1994;34:387–93.

20. Post RM, Silberstein SD. Shared mechanisms in affective illness, epilepsy and migraine. Neurology. 1994;44(suppl 7):S37-S47. 21. Lake AE, Rains JC, Penzien DB, Lipchik GL. Headache and psychiatric comorbidity: historical context, clinical implications, and research relevance. Headache. 2005;45:493-506. 22. Guidetti V, Galli F, Abrizi P, Giannantoni AS, Napoli L, Bruni O

et al. Headache and psychiatric comorbidity: clinical aspects

and outcome in a 8-year follow-up study. Cephalalgia. 1998; 18:455–62.

23. Breslau N, Merikangas K, Bowden CL. Comorbidity of migraine and major affective disorders. Neurology. 1994; 44(suppl 7): S17-S22.

24. Breslau N. Psychiatric comorbidity in migraine. Cephalalgia. 1998;18(suppl 22):56-61.

25. Merikangas KR, Angst J, Isler H. Migraine and psychopathology: Results of the Zurich Cohort Study of Young Adults. Arch Gen Psychiatry. 1990;47:849-53.

26. Breslau N, Davis GC. Migraine, physical health, and psychiatric

disorders: A prospective epidemiologic study of young adults. Psychiatry Res. 1993;27:211-21.

27. Marazziti D, Toni C, Pedri S, Bonuccelli U, Pavese N, Lucetti C et

al. Prevalence of headache syndromes in panic disorder. Clin

Psychopharmacol. 1999;14:247-51.

28. Breslau N, Schultz LR, Stewart WF, Lipton RB, Welch KMA. Headache types and panic disorder. Neurology. 2001;56:350-4. 29. Breslau N, Davis GC, Andreski P. Migraine, psychiatric disorders,

and suicide attempts: an epidemiologic study of young adults. Psychiatry Res. 1991;37:11-23.

30. Breslau N. Migraine, suicidal ideation, and suicide attempts. Neurology. 1992;42:392-5.

31. Cahill CM, Murphy K. Migraine: Another headache for psychiatrists? Br J Psychiatry. 2004;185:191-3.

32. Ressler KJ, Nemeroff CB. Role of serotoninergic and noradrenergic systems in the pathophysiology o depression and anxiety disorders. Depression and Anxiety. 2000;12(suppl I): S2-S19.

33. Weiller C, May A, Limmroth V, Juptner M, Kaube H, Schayck RV

et al. Brain stem activation in spontaneous human migraine

attacks. Nature Med. 1995;1:658-60.

34. Dueros A, Tournier- Lasserve E, Bousser MG. The genetic of migraine. Lancet Neurol. 2002;1:285-93.

35. Park JW, Kim JS, Lee HK, Kim YI, Lee KS. Serotonin transporter polymorphism and harm avoidance personality in chronic tension-type headache. Headache. 2004;44:1005-9. 36. Russell MB. Genetics of migraine without aura, migraine with

aura, migrainous disorder, head trauma migraine without aura and tension type headache. Cephalalgia. 2001;21:778-89. 37. David SP, Murthy NV, Rabiner EA, Munafo MR, Johnstone EC,

Jacob R et al. A Functional Genetic Variation of the Serotonin (5-HT) Transporter Affects 5-HT1A Receptor Binding in Humans. J Neurosci. 2005;25:2586–90.

38. Lesch KP, Bengel D, Heils A et al. Association of anxiety-related traits with a polymorphism in the serotonin transporter gene regulatory region. Science. 1996;274:1527-31.

39. Maziniak M, Mossner R, Schmitt A, Lesch KP, Sommer C. A functional serotonin transporter gene is associated with migraine with aura. Neurology. 2005;64:157-9.

40. Heeringen KS. The Neurobiology of suicide and suicidality. Can J Psychiatry. 2003;48:292-300.

41. Cunha AL, Silva GS, Teixeira AL, Nicolato R, Romano-Silva MA, Correa H. Suicídio, genes e serotonina. Neurociências. 2005; 2:1-6.

42. Silberstein SD, Lipton RB. Chronic daily headache including transformed migraine, chronic tension-type headache, and medication overuse. In: Silberstein SD, Lipton RB, Dalessio DJ, eds. Wolff’s Headache and Other Head Pain 7th ed. New York: Oxford University Press, 2001. p.247-82.

43. Pini LA, Relja G. Relevance of analgesic abuse in the maintenance of chronic headaches. J Head Pain. 2000;1: S21- S26. 44. American Psychiatric Association. Diagnostic and Statistical

Manual of Mental Disorders, 4th ed. DSM-IV Washington DC;

American Psychiatric Association 1994.

45. Maizels M, Burchette R. Somatic symptoms in headache patients: the influence of headache diagnosis, frequency, and comorbidity. Headache. 2004;44:983-93.

(6)

46. Puca F, Genco S, Prudenzano MP, Savarese M, Bussone G, D‘Amico D et al. Psychiatric comorbidity and psychosocial stress in patients with tension-type headache from headache centers in Italy. The Italian Collaborative Group for the Study of Psychopathological Factors in Primary Headaches. Cephalalgia. 1999;19:159-64.

47. Verri AP, Proietti Cecchini A, Galli C, Granella F, Sandrini G, Nappi G. Psychiatric comorbidity in chronic daily headache. Cephalalgia. 1998;18(suppl 21):45-9.

48.Headache Classification Committee of the International Headache Society. The International Classification of Headache Disorders, 2nd Edition. Cephalalgia. 2004;24 (Suppl. 1):1–152.

Endereço para correspondência

Antônio Lúcio Teixeira Depto. de Clínica Médica, Faculdade de Medicina, UFMG Av. Prof. Alfredo Balena, 190 30130-100 - Belo Horizonte - MG Tel/Fax: (31) 3499-2651 E-mail:altexr@gmail.com Recebido: 05/03/2007 Aceito: 08/03/2007 Agradecimentos:

Os autores agradecem o suporte financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

O livro "Cefaléias na Infância e Adolescência" vem preencher uma lacuna no mercado editorial nacional. Seus editores, o Dr. Marco Antônio Arruda e o Dr. Vicenzo Guidetti dispensam apresentações, uma vez que sua seriedade e renome são conhecidos de todos. Assim como eles, os demais autores contribuem para o brilho da edição. Por ocasião de seu lançamento, o livro "Cefaléias na Infância e Adolescência" sem dúvida se tornará imediatamente referência obrigatória na cefaliatria brasileira, e obra de consulta indispensável para neuologistas, neuropediatras e pediatras.

Pedro André Kowacs & Paulo Hélio Monzillo, Editores, M&C

CEFALÉIAS NA INFÂNCIA

PREFÁCIO

A cefaléia na infância e adolescência é um tema de grande importância em Medicina, apesar de ainda ser subestimado. O espectro do problema abrange desde condições que causam risco de vida e requerem diagnóstico e tratamento imediato, até as cefaléias crônicas primárias, muitas vezes associadas à comorbidade psiquiátrica.

Historicamente, Sigmund Freud, que era migranoso, foi um dos primeiros a mencionar a ocorrência de migrânea em crianças. As pesquisas no campo das cefaléias na infância foram iniciadas por Bo Vahlquist e Bo Bille nos anos 50, culminando com a magistral monografia "Migraine in school children" publicada em 1962. Nos anos seguintes, o interesse científico nessa área permaneceu limitado, mas sua importância finalmente foi reconhecida por pesquisadores do mundo inteiro. Inicialmente concentradas em aspectos epidemiológicos, características clínicas e critérios diagnósticos, as pesquisas expandiram para as Ciências básicas, genética, neurofisiologia, comorbidades, terapêutica, qualidade de vida e outras tantas áreas.

Lidar com crianças e adolescentes com cefaléias primárias significa ter contato com o quadro clínico "puro", sem a interferência de transtornos somáticos como a hipertensão arterial e o diabetes.

Esse livro sobre cefaléias na infância e adolescência é o primeiro em língua Portuguesa e eu gostaria de agradecer o Dr. Marco Antônio Arruda por sua importante iniciativa. Ele e o Professor Vincenzo Guidetti reuniram um grupo experiente e altamente qualificado de co-autores do Brasil e de outros países. Os capítulos deste livro contemplam todos os aspectos das cefaléias na infância e adolescência tendo como foco as necessidades do clínico em sua prática cotidiana. Este livro representa um passo importante na divulgação dos conhecimentos mais atuais sobre o tratamento de jovens portadores de cefaléia.

Ter sucesso no tratamento das cefaléias na infância significa melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes e suas famílias. Todo o médico honestamente interessado nas cefaléias pediátricas representa uma conquista para a nossa área!

Çiçek Wöber-Bingöl Madam Chair of the Paediatric Subcommittee of the International Headache Society Viena, 17 de Julho de 2007

Referências

Documentos relacionados

Econômico-operacionais: licenciamento; quantidade e qualificação dos técnicos; treinamento e capacitação ambiental; auditoria ambiental; base de dados

Ou seja, tanto aceitar as ofertas de ocupar o espaço institucional, procurando compreender as sutilezas de sua atual estruturação e mobilizando ferramentas de

Foi possível depositar eletroquimicamente, através de voltametria cíclica e potencial constante, um filme de PAN sobre o substrato de aço carbono utilizando como

No tratamento de transtornos psiquiátricos na população soropositiva para o HIV devem ser aplicadas estratégias similares às utilizadas na população geral, incluindo

patula inibe a multiplicação do DENV-3 nas células, (Figura 4), além disso, nas análises microscópicas não foi observado efeito citotóxico do extrato sobre as

1: Pois é… (nome da mulher), e infelizmente tenho que admitir, a culpa é nossa, quero dizer, de nós homens que temos medo de admitir uma simples verdade, de que as

Tratando-se da área de Formação de Professores e parte de uma pesquisa de projeto de doutorado, pretendemos realizar uma pesquisa junto a alguns professores de música dessa

As síndromes depressivas são reconhecidas como problema prioritário de saúde pública, podendo afetar as pessoas em qualquer fase da vida e com variada gravidade, tendo as mulheres