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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS APLICADAS CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

TIAGO DE OLIVEIRA LOIOLA Matrícula n 200302008

A PRODUÇÃO DE LAVOURA BRANCA NO PROJETO E ASSENTAMENTO HUMAITÁ NOS PERÍODOS DE 1996/1997E2005/2006

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TIAGO DE OLIVEIRA LOIOLA

A PRODUÇAO DE LAVOURA BRANCA NO PROJETO E ASSENTAMENTO HUMAITÁ NOS PERÍODOS DE 1996/1997 E 2005/2006

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal do Acre como requisito parcial para obtenção do Grau em Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Dr. Raimundo Cláudio Gomes Maciel

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TERMO DE APROVAÇÃO

TIAGO DE OLIVEIRA LOIOLA

A PRODUÇAO DE LAVOURA BRANCA NO PROJETO E ASSENTAMENTO HUMAITÁ NOS PERÍODOS DE 1996/1997 E 2005/2006

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Econômicas da Universidade Federal do Acre como requisito parcial para obtenção do Grau em Bacharel em Ciências Econômicas.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. RAIMUNDO CLÁUDIO GOMES MACIEL Orientador – Universidade Federal do Acre

Prof. Esp. ROBINSON ANTÔNIO DA ROCHA BRAGA Universidade Federal do Acre

MSc. ELYSON FERREIRA DE SOUZA

Pesquisador do Projeto ASPF - Universidade Federal do Acre

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À minha esposa Elainy Loiola Aos meus pais, Osvaldo e Maria de Fátima

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AGRADECIMENTOS

Escrevo aqui alguns agradecimentos a pessoas que se fazem importantes na minha trajetória.

Ao MEU DEUS, pelas grandiosas bênçãos concedidas ao longo de minha vida e pela permissão de mais uma vitória.

À minha esposa, pelo o amor dedicado e o incondicional apoio, por sempre está ao meu lado nos momentos em que preciso.

Aos Meus pais, pelo carinho e dedicação, sem os quais não seria possível chegar até aqui. Conselheiros em toda a minha caminhada.

Aos docentes que compõem o quadro do curso de Economia, profissionais do ensino, os quais foram importantes para a minha formação.

Ao Professor e (coordenador do Projeto ASPF) Raimundo Cláudio, meu orientador, agradeço pela sua orientação a este trabalho, pelo apoio, incentivos, a ele meu muito obrigado.

Ao amigo, Elyson, que tem sido um irmão para mim, agradeço pelo carinho e incentivo. Obrigado amigo pelo apoio em todos os momentos.

A todos os colegas do Aspf, que colaboraram com a realização deste trabalho.

Aos meus companheiros do curso de Economia, pela amizade nos períodos de curso, pela ajuda nos momentos necessários, pelo respeito e bom convívio ao longo do curso: Ronivon, Rogério, Francisco Saldanha, Jeísa, Wayne.

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RESUMO

Sabe-se que os processos de colonização a partir de 1976, deram origem aos Projetos de Assentamentos Dirigidos (PAD’s) por meio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), tendo em vista um desenvolvimento na atividade agrícola, nas formas da agricultura familiar. Dentre esses projetos de assentamento, inclui-se o PAD Humaitá, que fica localizado no município de Porto Acre. Porém, a produção familiar rural desse projeto de assentamento, passa diversos e difíceis obstáculos ao tentar se adequar a um modelo de agricultura moderna. A falta de incentivo através de políticas públicas, por exemplo, contribui bastante para um desenvolvimento mais eficaz. O método da pesquisa foi desenvolvido pelo Projeto de Análise Econômica da Produção Familiar (ASPF) que faz parte do Departamento de Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC), que propõe analisar e comparar o desenvolvimento sócio-econômico de três sistemas de produção: o agrícola, o extrativista e o agroflorestal. Neste contexto, estaremos fazendo a análise do desempenho econômico ocorrido no sistema agrícola no qual se insere o PAD Humaitá. A pesquisa procurou conhecer as mudanças ocorridas neste assentamento, usando como referência os ciclos de 1996/1997 e 2005/2006, a partir das transformações ocorridas nas áreas produtivas, econômicas e sociais do projeto.

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ABSTRACT

It is known that the processes of colonization from 1976 came the Settlement Projects Directed (PAD's) through the Institute of Colonization and Agrarian Reform (INCRA) with a view to development in farming, in the forms of family farming. Among these settlement projects, the PAD Humaitá was included and is located in the municipality of Porto Acre. However, the production of rural family settlement project, is different and difficult obstacles when trying to fit a model of modern agriculture. The lack of incentives through public policies, for example, greatly contributes to a more effective development. The research method was developed by the Project Economic Analysis of Family Production (ASPF) that is part of the Department of Economics, Federal University of Acre (UFAC), which aims to analyze and compare the socio-economic development of PAD Humaitá. The research aimed to know the changes this settlement, with reference to the cycles of 1996/1997 and 2005/2006, from the changes occurring in the productive areas, economic and social project.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Lavoura branca produzida no período de 1996/1997 e 2005/2006 (Toneladas)...41 Tabela 2 – Evolução da participação dos produtos na Renda Bruta Total do PAD Humaitá. ...42 Tabela 3 – Lavouras Brancas comercializados pelas famílias do PAD Humaitá. ...43 Tabela 4 Analise dos preços dos produtos no PAD Humaitá. ...44 Tabela 5 - Analise dos custos totais dos produtos no PAD Humaitá. ...45 Tabela 6 - Análise Econômica por Unidade de Produção Familiar (UPF) - PAD Humaitá,

1996/1997 – 2005/2006.

...45 Tabela 7 – Analise dos índices de eficiência econômica dos produtos no PAD Humaitá no período de 1996/1997 e 2005/2006...47 Tabela 8 - Analise do autoconsumo dos produtos no PAD Humaitá...48 Tabela 9 – Analise da produtividade dos produtos no PAD Humaitá...49

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Utilização de tecnologia mais utilizadas: Máquinas, equipamentos e ferramentas utilizado no PAD Humaitá.

.

...50

Gráfico 2 - Utilização de tecnologia menos utilizadas: Máquinas, equipamentos e ferramentas utilizado no PAD Humaitá.: Máquinas, equipamentos e ferramentas utilizado no PAD Humaitá...50

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LISTA DE SIGLAS

ASPF - Análise Econômica de Sistemas Básicos da Produção Familiar Rural no Vale do Acre.

BASA - Banco da Amazônia.

CNPT – Centro Nacional de Populações Tradicionais EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FUNTAC – Fundação de Tecnologia do Acre.

IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IAPs - Ilhas de Alta Produtividade

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IDF-R - Índice de Desenvolvimento Familiar Rural

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. PAD - Projeto de Assentamento Dirigido

PESACRE - Grupo de Pesquisa e Extensão em. Sistemas Agroflorestais do Acre. PIB – Produto Interno Bruto

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio SAFs – Sistemas Agroflorestais

SEPROF - Secretaria de Extrativismo e Produção Familiar SEATER - Secretaria da Assistência Técnica e Extensão Rural SIPRA - Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária UPF - Unidades de Produção Familiar.

EGF - Empréstimo do Governo Federal

PGPM - Política de Garantia de Preços Mínimos

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ...vii

SIGLA ...viii

INTRODUÇÃO ...10

1.0 - Produção de Lavouras Brancas no Brasil ...12

1.1 - Agricultura Familiar Na Amazônia ...14

1.2 - Agricultura Familiar no Acre ...16

1.2.1 - Borracha... ...16

1.2.2 - Agropecuária ...18

2.0 - METODOLOGIA ...21

2.1 - Histórico do PAD Humaitá ...21

2.2 - Localização ...22

2.3 - Metodologia de avaliação socioeconômica do Projeto Humaitá ...23

2.4 - Determinação dos Custos de Produção das UPF’s ...24

3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES ...41

4 – CONCLUSÃO ...52

(11)

INTRODUÇÃO

Supõe-se que o setor agrícola é um dos setores que mais poderia se desenvolver no Estado do Acre, pois possui vários pólos agrícolas. Mas por falta de investimento no setor não se desenvolve, com isso muitas famílias não tem condições de produzir e buscarem a melhoria da qualidade de vida.

Existem muitas dificuldades em fazer com que a maioria das atividades agrícolas tenha um andamento mais rápido. Presume-se que, em certos casos, há necessidade de uma melhor organização da cadeia produtiva, com uma definição de papéis nos vários processos, sob a coordenação do Governo do Estado. Acredita-se que pode haver muitas instituições públicas, privadas e ONG’s atuando no Estado em prol da agricultura, mas em muitos casos, de forma dispersa, em que o produto final, apesar de todos os esforços despendidos, não aparece de forma concreta, gerando o impacto esperado.

A situação da produção agrícola, no Estado do Acre, constitui-se de um grande desafio para se promover o desenvolvimento do setor dentro dos níveis de eficiência econômica exigida pelo mercado, que possibilite a geração de emprego, a ampliação e distribuição de renda. É preciso pontuar fatores convergentes para a prática de uma agricultura com dimensão abrangente que, de um lado, possa combater a pobreza e a exclusão social e, de outro lado, possa diminuir a dependência externa quanto aos gêneros alimentícios básicos, no que se refere à produção de lavoura branca.

Nesse sentido, o sistema agrícola é produto direto dos projetos de colonização e de assentamento rurais implementados a partir da década de 1970. E, o sistema agroflorestal emergiu do interior do sistema agrícola, à medida que as dificuldades desse brotou a idéia daquele, quando se pensou uma alternativa que assegurasse a sobrevivência das famílias , com plantio de lavoura branca diversificados, gerando emprego e renda.

Com o presente estudo se propõe a traçar um mapa da produção agrícola, do projeto Humaitá, focalizando as safras produzidas entre os anos de 1996/1997 e 2005/2006.

O objetivo desta pesquisa é avaliar a produção de lavoura branca do sistema de produção agrícola do PAD Humaitá no período de 1996/1997 e 2005/2006, detectar as condições operacionais cotidianas do produtor agrícola; e também conhecer as formas de incentivo e investimento das instâncias públicas municipais, estaduais e federais no setor agrícola.

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O problema a ser pesquisado é: quais as condicionantes que impedem ao desenvolvimento da produção de grãos da produção familiar rural nos projetos de assentamentos acreanos?

Trabalha-se com a hipótese de que a falta de incentivo e a falta de acesso às técnicas de produção e aos instrumentos tecnológicos e carência de investimentos no setor agrícola podem estagnar a produção e/ou obrigar a migração dos produtores para outras fontes de recursos econômicos, rural ou urbano.

Portanto, é importante analisar os dados relevantes que marcam o desempenho e, ou o decréscimo no setor agrícola, para se compreender a política empregada, a função social e as relações decorrentes durante o processo produtivo.

O presente trabalho está organizado da seguinte forma: no capítulo 1 – Lavoura branca e a produção familiar rural, no capítulo 2 – metodologia, no capítulo 3 – resultados e discussões e a conclusões na parte final.

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CAPÍTULO 1 – LAVOURA BRANCA E A PRODUÇÃO FAMILIAR RURAL

1.0 Produção de Lavouras Brancas no Brasil

Ate a década de 50 (cinqüenta), o Brasil produzia somente açúcar e café em grande escala. Os grãos no caso do arroz, feijão e o milho eram somente produzidos para a subsistência das famílias rurais, os governantes ignoravam o potencial do Brasil na produção de grãos.

Mas a partir da década de 70 (setenta) começou se expandir a produção de grãos, em virtude de o governo criar os financiamentos rurais, tais como: o Empréstimo do Governo Federal (EGF) e também a política de Garantia de Preços Mínimos. Sobre a criação de EGF, Coelho (2001, p. 25) destaca o seguinte:

“O EGF foi criado com dois objetivos. Um de natureza microeconômica, que era de aumentar o poder de barganha dos produtores na época da colheita por meio da estocagem do produto no período safra/entressafra e outro de natureza macroeconômica, que era reduzir as flutuações sazonais nos preços e, portanto, melhorar a alocação de recursos na agricultura.”

Conforme o autor o EGF foi um importante financiamento de comercialização, no qual ele financiava quase 90% dos financiamentos totais.

Segundo Coelho (2001), no período 1966/1975, calcula-se que perto de US$ 48 bilhões tinha sido aplicado em EGF, ocorrendo o maior volume em 1975, quando foram aplicados US$ 4,5 bilhões (24% do total de crédito).

Já a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) foi criada com intenção de ajudar o produtor rural, a produzir e ter uma garantia de venda.

A PGPM, como uma política de suporte de preços, foi criada para eliminar o risco de preços na agricultura através da fixação anual, antes do plantio, de preços mínimos de garantias, para vigorarem após colheita. A fixação desses preços antecipados serviria como parâmetro de orientação para os produtores nas alocações dos recursos, principalmente no tocante ao tipo de produto e às quantidades a serem produzidos (COELHO, 2001, p. 25).

Os incentivos de empréstimos e as políticas agrícolas estimularam o mercado para produzir e, tendo garantia que os seus produtos seriam vendidos, os empresários começaram a pegar empréstimo no EGF entre 1966 à 1985. Foram financiados 113,6 milhões de toneladas de grãos.

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Com os financiamentos não demoraram os resultados positivos, ocorrendo uma mudança na política agrícola, fundamentada na produção de grãos. Que entre 1965 e 1985 aumentou muito o número de exportações.

De acordo com Coelho (2001), nesse período, a produção de grãos passou de 25,10 milhões de toneladas para 56,19 milhões de toneladas, um crescimento de 123,8%. O melhor desempenho ficou por conta da soja, cuja a produção, em 1965 era praticamente inexistente. Em 1970 atingiu mais de 1,5 milhões de toneladas e em 1985 passou para 18,30 milhões de toneladas. O aumento da produção de grãos foi obtido pela combinação da expansão da área plantada e da produtividade. Verifica-se também que no mesmo período, o produto que mais se destaca em relação ao consumo interno, o milho, em 1965 foram produzidos 12.11 milhões de toneladas, e em 1970, 14,21 milhões de toneladas. Já em 1980, 20,40 milhões de toneladas e 1985 foram produzidos 22,01 milhões de toneladas. Assim, sempre ouve um crescimento considerável no decorrer dos anos.1

Já na produção de grãos, no período de 1995 à 2001, houve uma elevação na produção de grãos no Brasil. No período 1995/1996 foram produzidos 73.564,7 milhões de toneladas; em 2000/2001 foram produzidas 100.266,9 milhões de toneladas, ou seja, um aumento de 36,29%. Entre safra de 2001/2002 à 2007/2008 houve um aumento de 48,87% na produção de grãos, sendo que em 2001/2002 foram produzidos 96.799 milhões de tonelada e em 2007/2008 foram produzidos 144.113,6 milhões de toneladas, tendo como novidade um produto que era de pouca expressão no mercado, que é o sorgo. Este foi o produto que teve maior produção nesse período, sendo que em 2001/2002 foram produzidos 798,2 milhões de toneladas; no período de 2007/2008 foram produzidas 1.985,9 milhões de toneladas, totalizando um aumento de 148,79%.

Nota-se que a produção de grãos no Brasil no decorrer dos anos sempre esteve em taxas crescente desde as décadas de 70 (setenta), com os incentivos do governo federal que estimulou a produção, que outrora quase não se produzia em que a produção era praticamente para auto consumo.

Conforme Gasques (2009), no período de 1995 a 2008 o Governo vem reduzindo os créditos rurais, através deste fato a agricultura sofreu uma queda no que diz respeito a custos por parte do Governo Federal, no curto intervalo entre 2007 a 2008 os gastos na agricultura foram reduzidos 23,44%. Apesar destes acontecimentos que gerou uma redução no custo com a agricultura, o autor afirma que houve um aumento na produção agrícola.

1

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Com o passar dos tempos, o Brasil passou a exportar em grande escala e hoje tem os resultados significativos com a produção de grãos que vem evoluindo e, com os avanços da tecnologia, que vem facilitando os meios de produção e com isso, o produtor tem a oportunidade de produzir cada vez mais em menos tempos, e com qualidade.

1.1 Agricultura Familiar na Amazônia

Segundo Barros (2006) a agricultura familiar ao longo do tempo tem-se distinguido da agricultura de subsistência, ou a pequena agricultura, ou agricultura de baixa renda da agricultura comercial ou empresarial. Conforme Saldanha (2003), diferentemente da propriedade patronal, nela não há diferença entre gestão e realização das atividades, além de ser seu dever de suprir boa parte do consumo da família.

De acordo com Guanziroli (2001) A agricultura familiar é a principal fonte de trabalho no meio rural e a esse respeito assevera:

Entretanto uma parte das pessoas ocupadas na agricultura familiar não consegue obter uma renda mínima unicamente por meio de seus estabelecimentos. Para sobreviverem, muitos agricultores familiares dependem de rendas externas ao estabelecimento agrícola, como aposentadorias, venda de serviços em outros estabelecimentos (familiares e patronais) ou atuando em atividades não-agrícolas (GUANZIROLI, 2001, p. 91).

Segundo Saldanha (2003) um novo processo agrícola se fortaleceu na década de 70, com a modernização da produção agrícola que faz uso vasto de equipamentos e técnicas, tais como máquinas e insumos modernos, que lhe permite maior rendimento no processo produtivo.

De acordo com Teixeira (2005) o sistema de modernização é centralizador, pois monopolizado apenas para algumas regiões, Centro-Sul, sendo que nas outras regiões a modernização é introduzida mais lentamente. Em função disso destaca:

A modernização da agricultura segue os moldes capitalistas e tende a beneficiar apenas determinados produtos e produtores, tendendo a fortalecer a monocultura. (TEIXEIRA, 2005, p. 2)

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O pequeno produtor por não haver recursos financeiros para melhoramento de sua produção, por ser uma agricultura de subsistência não possui quase nenhum meio tecnológico para o melhoramento de suas mercadorias. Faz-se necessário ter uma política que possa ajudar a desenvolver o sistema de produção e que motive o produtor a fazer financiamentos para que possibilite um aumento e uma qualidade maior na sua mercadoria.

De acordo com Guanziroli (2001) tem que existir uma política de assistência técnica adequada para região, para que ajude o desempenho dos agricultores em sua produção, pois geralmente a assistência técnica disponível não é a mais apropriada para a realidade dos agricultores familiares, não contribuindo para os métodos de produção da unidade de produção de modo global.

Para Guanziroli:

É necessário que as políticas de assistência técnicas estejam associadas às políticas de financiamento e a estratégia de desenvolvimento regional e confiram mais margem de manobra e mais adaptabilidade aos sistemas familiares de produção (GUANZIROLI, 2001, p. 183).

Segundo Altafin (2007), a agricultura familiar na região Amazônica data desde o século XVII, aproximadamente. As famílias viviam da pesca, da coleta de frutos e da agricultura. Havia uma razoável variedade de produtos cultivados: mandioca, milho, banana, abóbora, amendoim, tabaco, algodão, cana de açúcar, algodão.

Segundo a prática tradicional na cultura indígena, cabia ao homem o trabalho no roçado, a fabricação de instrumentos de trabalho, armas, a caça e a pesca. As mulheres cuidavam da colheita, da preparação dos alimentos e bebidas, a confecção de cestos, esteiras, etc. Possuíam um bom domínio da técnica de cerâmica e usavam a madeira na fabricação de bancos, canoas, teares. Suas armas, usadas na caça e na guerra, eram o arco e flecha, a lança, o tacape ou borduna, uma espécie de porrete.

Com o decorrer do tempo novas técnicas foram implantadas para a produção de produtos agrícolas, sendo comercializado com mais velocidade e melhores qualidades.

As normas técnicas de acesso ao mercado são geralmente elaboradas visando a empresa de maior porte. (CNPq, 2002)

De acordo com a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), nos Estados que fazem parte da Amazônia Ocidental, nas safras de 1976/1977, registrou-se uma produção de 428,4 mil toneladas; Os Estados que tiveram mais destaque foi o Pará com 209,8 mil tonelada

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e em seguida Rondônia com 151,2 mil toneladas. O Estado do Acre vem em terceiro lugar com 42,1 mil toneladas. Em relação à produção do Brasil, a Conab (2009) aponta que a região Norte foi que apresentou menor índice de produção no decorrer dos anos. Apesar disso, o Estado do Acre apresentou aumento de 55,11% na safra de grãos no período de 1976/1977 e 2007/2008 (ver Anexo I).

A lavoura branca no PAD Humaitá apresentou um crescimento na sua produção, principalmente no cultivo da macaxeira e do milho. Através da comercialização destas, os produtores daquela localidade obtiveram uma renda mais elevada, possibilitando um poder monetário maior, com isso aumentando seu autoconsumo na compra de mercadorias fora da localidade.

Agora, para se entender melhor a agricultura familiar no Acre, se tem que olhar a história econômica da região.

Segundo Souza (1999), o território acriano, que em 1877 era um seringal, foi ocupado por imigrantes, em sua maioria nordestina, que vinha atrás de uma vida melhor, influenciados pelo governo federal, que fazia farta propaganda de riqueza na Amazônia. Eles vinham com intuito de uma mudança de vida, de acumular algum dinheiro e retornarem para sua terra natal. E, o sonho virou pesadelo.

1.2 Agricultura Familiar no Acre 1.2.1 BORRACHA

Em meados do século XVI, o descobrimento e conquista de desconhecidas terras estimulou a imigração de grupos de aventureiros e estudiosos que se adentravam na floresta amazônica a procura de uma infinidade de especiarias e tesouros (BATISTA, 2004). No entanto, foi durante o primeiro ciclo da borracha na região que o Acre inicia sua história econômica.

Segundo os apontamentos realizados por Souza (1999), muitas foram as razões que fizeram com que os nordestinos chegassem até o Acre para produzir borracha para as indústrias dos Estados Unidos e Européias.

Nas palavras de Souza (1994):

“Entre 1877 e 1879, o nordeste brasileiro sofre uma das piores secas de sua história. Somente do Ceará, mais de 65.000 pessoas partem para a Amazônia, acossados pelo flagelo natural e pela crise da economia agrária. Esse contingente humano vai servir de mão-de-obra nos seringais, avançando a fronteira do extrativismo. Em pouco tempo, a maioria desses cearenses entra pelo rio Purus, ocupando a zona ricas dos seringais (SOUZA, 1994, p 133).”

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De acordo com Souza (1999) o único meio de transporte na região era fluvial, os nordestinos vinham em “gaiolas”, que eram navios que transportavam nordestinos de Belém ou de Manaus aos seringais. Contudo os mesmo se deparavam com uma situação totalmente diferente, das suas origens, em que a terra era seca e a vegetação era escassa. Na região amazônica, encontraram com uma enorme floresta que abrigava uma numerosa diversidade de vegetação e com água em abundância.

Ainda segundo Souza (1999), o primeiro surto da borracha chegou ao fim com a concorrência dos empresários ingleses, na Ásia, com a produção da goma elástica, que na ocasião produziam com mais facilidade e com os preços mais baixos. Já na produção da Amazônia, os preços eram altos por ter dificuldade na sua produção, tendo em vista as técnicas rudimentares utilizadas no processo produtivo e, claramente, intensivas em mão-de-obra. Na Malásia os ingleses conduziam o látex em automotores, com isso introduzindo novas técnicas em seus seringais, mas por outro lado a borracha não tinha uma qualidade tão boa, como as da Amazônia que ainda tinha um domínio do mercado.

A indústria estrangeira, a partir do inicio do século XX, começou a receber uma borracha muito mais barata do que a da Amazônia. Em 1905 , quando a produção brasileira da borracha era de 35 mil toneladas, a borracha dos ingleses tinha uma produção de apenas 145 toneladas. Mas surpreendentemente, em 1910, a produção inglesa já aparecia nos mercados com um total de 8.200 toneladas de borrachas. Em 1913, a borracha inglesa, produzida na Malásia, alcançou um número de quase 48.000 toneladas, superando a produção brasileira que vinha da Amazônia, que só produziu 39.560 toneladas. Estava definitivamente quebrado o monopólio da borracha da Amazônia e do Acre. Com a crise da borracha amazônica, o Acre teve suas rendas financeiras diminuídas. Muitos seringais foram abandonados e os seringueiros tiveram a chance de voltar para o nordeste. Os que ficaram, foram obrigados a trabalhar nos diversos ramos da agricultura (SOUZA, 1999).

Durante esta fase dos ciclos da borracha, os seringueiros eram impedidos de fazerem plantações, pois não tinham tempo para essa atividade e também porque era necessário apanhar suas mercadorias na casa aviadora, eles tinham um contrato no qual não permitiam cultivo da agricultura nem mesmo para a subsistência.

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(...) A atividade de extração do látex era desenvolvida no período da estiagem, ocorrido entre abril até novembro, dado que o período das chuvas inviabilizava a extração do látex e era inadequado à produção agrícola. No conjunto das determinações que permitiam o emprego exclusivo da força de trabalho na produção gumífera, a propriedade territorial assumia a condição de momento predominante (LIMA, 1994, p. 161).

Os seringueiros não tinham autonomia de realizar suas compras em comércios externos, tornando-se aprisionados com dívidas, já que os donos da casa aviadora forneciam antecipadamente todo o material de consumo e instrumentos de trabalho, com isso a produção dos seringueiros era simplesmente para pagar o que eles adquiriam na casa aviadora.

De Acordo com Souza (1999), Preocupado em aumentar a produção agrícola, Oscar Passos, até então governador do Estado do Acre em 1941, tentou introduzir colônias agrícolas nos Estado, na época existiam apenas algumas colônias de porte pequeno, que trabalhavam em condições precárias e sem ajuda. O projeto do então governador Oscar Passos era organizar as colônias agrícolas para estar em atividade de modo ordenado. O seu projeto tinha como objetivo criar uma colônia em cada município acreano, mas seu plano foi concluído apenas na administração de José Guiomard dos Santos, em 1947.

1.2.2 AGROPECUÁRIA

No período em que o governo estadual ficou nas mãos dos militares, a partir do “golpe militar” pós-1964, as empresas estrangeiras tomaram de conta da economia brasileira, com isso começaram a explorar a riqueza amazônica. Na Amazônia, os militares fizeram um projeto para tornar a região apta a ser explorada pelas grandes empresas internacionais. No Acre, os empresários criaram grandes empresas agropecuárias, no lugar de vários seringais.

Para implantar a pecuária em grande escala na Amazônia, o governo federal bloqueou os incentivos dados aos seringalistas e produtores da borracha. Os militares tiraram a obrigação do Banco de Crédito da Amazônia S.A de financiar a produção de borracha dos seringais acreanos e de toda a Amazônia. Os seringalistas foram pegos de surpresa, restando para muitos apenas dívidas para com o Banco. Para os seringalistas falidos só restou uma saída: venderem os seringais para pagar o que deviam ao Banco. E assim o fizeram. Venderam seus seringais, principalmente no Acre, por preços muito baixos, aos empresários

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do Centro-Sul do Brasil. Muitas das terras compradas pelos empresários foram transformadas em fazendas de gado. (SOUZA, 1999)

Um importante fator a se dizer é a vinda dos grandes empresários frente agropecuária que foram motivados pelo incentivo fiscal, no qual os empresários tinham um abatimento fiscal, que era concedido pelo governo federal (SOUZA, 1999).

Segunda Souza (1999), em 1973, Vanderlei Dantas o governador de 1971 a 1975, fez um convênio com o INCRA para efetivar as terras do Acre, para garantir os direitos dos fazendeiros, compradores dos seringais acreanos. Visto que na época nem tinha um dono autêntico e os seringueiros e índios, moradores dos seringais, tinham a posse da terra, mas não conheciam sobre os seus direitos ou não possuíam meios para fazer valer seus direitos.

Nas palavras de Barbosa (2003):

(...)as terras acreanas foram motivos de grandes divulgações no resto do país, atraindo novos compradores, que além de objetivarem desenvolver a pecuária tinham por trás um outro pensamento, o de especulação da terra, comprando milhares de hectares a preços irrisórios e vendendo a preços altíssimos, nunca se interessando em preservar a atividade inicial do desenvolvimento da economia acreana, e sim em adquirir grandes extensões de terras, fazendo com que, em pouco tempo, a maioria dos seringais dos municípios acreanos lhes pertencessem (BARBOSA, 2003, p 22,23).

Com as compras das terras por fazendeiros, os grupos indígenas não suportaram com a expansão da pecuária e tiveram que se mudar para outros lugares ou ficaram trabalhando de peões para os próprios fazendeiros, para poderem ter uma renda. E os seringueiros expulsos tiveram que ir para a cidade formando vários bairros.

Muitos seringueiros expulsos dos seringais, que logo depois viraram grandes empresas, ficaram trabalhando como “peões” para os grandes proprietários. Os que não desejavam permanecer no campo trabalhando para os proprietários das terras saiam em direção das cidades atrás de algo melhor, e com isso popularizaram a cidade com vários bairros, sem nenhuma estrutura adequada pra essas pessoas morarem. Com o passar do tempo, essas pessoas começaram a ter várias dificuldades por causa de emprego, com isso aconteceram muitos conflitos sociais.

Em 1975, o governador Geraldo Gurgel de Mesquita preparou o segundo plano de desenvolvimento para o Acre. Esse plano tinha como objetivo beneficiar o pequeno e médio agricultor, pois Geraldo Mesquita tinha uma preocupação com a saída do homem do campo para a cidade. Ele também criticou a política adotada pelo o governador anterior, Vanderlei

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Dantas, que com sua política de governo tirava o homem do campo e colocava na cidade sem nenhuma perspectiva de vida. O governo de Geraldo Mesquita também tentou bloquear as tentativas de compras das terras acreanas, pelos grandes fazendeiros do Centro – Sul do país.

Para Mendonça 2002 apud Silva (1982, p. 57):

o novo governo Estadual, Geraldo Mesquita, houve uma inversão na política local, que objetivaram criar obstáculo para desestímulo à corrida às terras acreanas e a adoção de uma política de reorientação da questão fundiária, como exemplo a criação do Núcleo de Apoio Rural Integrado – NARI’s e os Projetos de Assentamentos Dirigidos – PAD’s, políticas voltadas para amenizar os problemas sociais, criando condições para conter o êxodo rural e Garantir a permanência do homem no campo.

Em relação a origem e criação dos primeiros PAD’s no Acre, os estudos de Souza (2002) revelaram que este processo ocorreu da seguinte forma:

Foi no ano de 1975, que o governo local assumiu uma postura política diferente de seu antecessor, pois além da pressão da comunidade em relação à situação dos sem terra, estava preocupado com os possíveis problemas que o fluxo migratório poderia causar, tais como roubos, assassinatos e outras formas de mazelas sociais. Não obstante, o governo do Acre tentou também conter ao êxodo rural implantando um conjunto de políticas que viessem beneficiar ao homem do campo, neste ensejo, foram criados os Projetos de Assentamento Dirigidos (PAD’s) do Estado do Acre, sob a égide de que dessa forma as famílias ali instaladas estariam bem amparadas e longe da marginalização urbana. SOUZA (2002, p. 13-14)

Segundo Souza (2002), os primeiros PAD’s implantados foram: PAD’s Pedro Peixoto (1977), Boa Esperança (1977), Quixadá (1981) e Humaitá (1981), os quais serviram de modelo para Projetos posteriores.

Os colonos enfrentaram muitas dificuldades no início da produção, não havia estradas adequadas para saída dos PAD’s das mercadorias a serem comercializadas até as cidades, dificultando, assim, o escoamento da produção; outra complicação diz respeito aos meios de produção, já que os agricultores não tinham mecanismos para tornar a produção mais adequada.

Com o decorrer do tempo os PAD’s foram se desenvolvendo, o acesso ficou mais adequado em muitos lugares com estradas asfaltadas, facilitando o escoamento da produção e permitindo a comercialização durante todo o ano. O fornecimento de energia elétrica fez com

(22)

que os colonos tivessem mais alternativa de produção, possibilitando o uso de maquinário, deixando de lado a produção artesanal.

A comercialização de grãos nas cidades acreanas não tem origem dos PADs, incidi em percas, pois se fossem produzidos a economia do Estado poderia ter outro rumo. Há grandes prejuízos com o abastecimento de grãos oriundos de outros Estados, uma delas seria a geração de novos empregos que impactaria no setor econômico.

O Estado não possui uma auto-suficiência, fazendo com que, sejam importados mercadorias para serem comercializadas nas cidades locais, se o Governo tivesse uma política agrícola voltada para o mercado interno através de incentivo tais como, através de maquinário, qualificação profissional, facilitando os meios de produção, facilitando o agricultor a usar suas terras de maneira adequada de modo sustentável, por meio de abatimento tributário, pressupõe-se que aumentaria a oferta dos produtos.

CAPÍTULO 2 – METODOLOGIA

O Objeto do presente estudo é analisar a evolução e a comercialização de lavouras brancas do Projeto de Assentamento Dirigido Humaitá no período de 1996/1997 á 2005/2006, localizado no município de Porto Acre – AC, criada em 1980, com uma área aproximadamente de 63.873,000 há (hectares). Com uma população em torno de 951 famílias.

2.1 Histórico do PAD Humaitá

Nas palavras de Souza (2002, p. 17):

A área territorial que forma o PAD Humaitá é de 63.861 hectares, a qual é originária da desapropriação dos seringais Curupaity, Preferência, Boa União e Humaitá. Entretanto, todas estas localidades eram popularmente conhecidas por seringal Humaitá e, ao se instalar o Projeto de Assentamento Dirigido, este nome foi mantido.

A criação do PAD. Humaitá deve ser compreendido como:

a desapropriação desta área ocorreu devido aos fortes desentendimentos existentes entre as 234 famílias que residiam nos seringais acima citados e os seus proprietários, pois segundo estes, as famílias de colonos estavam desligando- se das atividades ligadas ao extrativismo vegetal e passando a praticar a agricultura de subsistência, além de fazerem constantes reivindicações pela posse da terra, o que

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lhes causava enormes prejuízos. Por não ter as devidas possibilidades de reaver suas terras, os proprietários dos seringais formalizaram uma proposta de desapropriação amigável entre as partes envolvidas, a qual foi devidamente acatada pela direção do INCRA e culminou na criação do Projeto de Assentamento Dirigido Humaitá através do Decreto de criação de número 85/178 de 22 de setembro de 1980. Meireles (1998) apud Souza (2002, p. 17)

Conforme Souza (2002), o PAD Humaitá teve a totalidade de sua área dividida em 946 lotes com capacidade de assentar diversas famílias de agricultores. Contudo, graças ao relativo sucesso do PAD no que concerne aos programas de pavimentação, localização geográfica e outros benefícios, a quantidade de famílias assentadas chega a ser maior que sua capacidade, ou seja, algo em torno de 1200 famílias até o ano de 1998, o que o transforma num pequeno vilarejo. Atualmente o projeto Humaitá está emancipado, ou seja, todos os proprietários possuem título definitivo e possuem autonomia sobre sua propriedade.

Segundo Souza (2002) os dados coletados do Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (SIPRA) do INCRA, o PAD Humaitá está atualmente emancipado, ou seja, com integração total à economia do Estado. É administrado pelos proprietários dos lotes, pelo INCRA e outros segmentos, possui boa infra-estrutura, isso no que tange a trafegabilidade de estradas e ramais, postos de saúde e escolas em boas condições de funcionamento, além da existência de várias Associações de produtores rurais.

É importante dizer que do Projeto Humaitá possui pavimentação asfáltica que facilita o acesso dos produtores nas suas áreas, facilitando no processo de escoamento da produção, tornando-se menos cansativo e doloroso o seu trabalho no campo (SOUZA, 2002).

Uma Das preocupações para a criação do Projeto Humaitá foi à tentativa de atender prioritariamente os moradores daquela localidade, bem como os “sem terra” advindos de outras regiões do país e, desta forma, os problemas de pressões sociais sobre o governo e a marginalização urbana em relação aos menos favorecidos estariam sendo resolvidos (SOUZA,1999).

2.2 Localização

Segundo Souza (2002) o PAD Humaitá está situado no município de Porto Acre, dista aproximadamente 30 km de Rio Branco a capital do estado do Acre, com uma área de aproximadamente de 63.873,000 hectares, assim sendo, é tangenciado por uma rodovia federal, a BR 317, que liga o município de Rio Branco ao de Boca do Acre-AM; por uma

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rodovia estadual, a AC 22, que une os municípios de Rio Branco e Porto Acre; além de uma via de acesso natural, isto é, o rio Acre.

2.3 Metodologia de avaliação socioeconômica do Projeto Humaitá

A presente pesquisa tem por objetivo fazer uma análise do desempenho produção de lavoura branca do PAD Humaitá, localizado no município de Porto Acre – AC, fazendo uma comparação entre os períodos de 1996/1997 e 2005/2006. Assim, conforme metodologia e banco de dados do projeto ASPF, estuda-se os valores gastos pelos pequenos produtores depois que os produtos já foram gerados, ou seja, uma análise ex-post. Foram feitas duas análises em dois períodos, o primeiro compreendeu em maio de 1996 à abril de 1997 e o segundo entre maio de 2005 à abril de 2006, havendo um intervalo de 10 anos entre esses períodos.

A metodologia usada, foi feito pelo projeto de pesquisa denominado “Análise Econômica de Sistemas Básicos da Produção Familiar Rural no Estado do Acre” (ASPF)2

, capitaneado pelo Departamento de Economia da UFAC, que foi criado desde 1996, cujo objetivo geral é fazer a avaliação socioeconômica da produção familiar rural no referido estado, por intermédio de metodologia adequada e específica a este tipo de produção – sendo

consolidada na última década, além de planejar sistemas produtivos alternativos

neoextrativistas, como é o caso das Ilhas de Alta Produtividade (IAPs), bem como da Castanha-do-Brasil certificada.

Pode-se afirmar que o projeto ASPF é fruto de uma ampla articulação institucional para o fortalecimento da pesquisa socioeconômica da região e, claro, da produção familiar rural amazônica. As parcerias efetivadas para o desenvolvimento das pesquisas contaram com o apoio de instituições federais (Banco do Amazônia, IBAMA/CNPT, INCRA, Embrapa Acre etc.), estaduais (SEFE – depois SEPROF, SEATER, FUNTAC etc.), municipais (secretarias de agricultura, de meio ambiente etc.), além de associações e cooperativas de produtores extrativistas e ONGs (PESACRE, CTA etc.).

O projeto ASPF realizou um primeiro diagnóstico sobre a produção familiar no período de 1996/1997, no Vale do Acre, e entre 1999/2001, no Vale do Juruá. Atualmente, se está em amplo processo de disseminação e, claro, publicação dos resultados da reaplicação da

2

(25)

pesquisa nas duas regiões pesquisadas, referentes aos períodos de 2005/2006 (Vale do Acre) e 2006/2007 (Vale do Juruá).

No projeto ASPF foram construídos vários indicadores para a avaliação econômica da produção familiar rural no Acre, que vão desde os tradicionais até os que somente se aplicam à produção familiar rural.

Nesse sentido, a análise econômica e a comparação do desempenho econômico de sistemas de produção agrícola, extrativista e agroflorestais diferenciados exigem o emprego das categorias sistema, ecossistema, sistema de produção, processo técnico-material de produção, unidade de produção, patrimônio bruto e patrimônio líquido, custos de produção, medidas de resultado econômico (resultado bruto, resultados líquidos e índices de eficiência ou relação), além de indicadores de avaliação econômica futura (valor presente líquido, pay-back, relação benefício/custo e taxa interna de retorno).

Ademais, para uma análise completa das condições de vida das famílias pesquisadas busca-se analisar as diversas dimensões das condições de vida no meio rural, conformando um Índice de Desenvolvimento Familiar Rural, composto por oito dimensões (vulnerabilidade, acesso ao ensino formal, acesso ao conhecimento tradicional e profissional, acesso ao trabalho, disponibilidade de recursos, desenvolvimento infantil, condições habitacionais e condições ambientais) e 47 indicadores, que serve de parâmetro para se avaliar a evolução das condições de vida ao longo do tempo.

Os principais indicadores econômicos são sucintamente descritos a seguir:

2.4 - Determinação dos Custos de Produção das UPF’s

3.3.1 - Custos Totais de Produção (custos fixos e variáveis)

O presente estudo investigará os custos executados. Custos executados são as apropriação dos valores gastos no processo de produção depois que o produto já foi gerado. É uma determinação ex-post. Ao contrário, os custos projetados ou planejados são os prognósticos de custos de um processo de produção que não gerou ainda o seu produto. Trata-se, portanto, de uma determinação ex-ante.

Custos totais de produção (CT) - são todos os encargos ou sacrifícios econômicos suportados pelo produtor para criar o valor total do produto. Referidos a um sistema de produção, extrativista por exemplo, os custos equivalem ao valor monetário das entradas econômicas do sistema. Os custos totais compreendem a soma dos custos fixos (CF) e dos

(26)

custos variáveis (CV). Os primeiros têm a sua magnitude independente do volume da produção, os segundos variam com o volume da produção.

Os custos fixos podem ser de dois tipos: comuns e específicos. Os custos fixos comuns referem-se a fatores aplicáveis a várias linhas de exploração. Os custos fixos específicos são os relacionados apenas com uma linha de exploração. Os custos variáveis são, por definição, específicos.

De modo geral, os custos de produção podem ser explícitos ou reais e implícitos ou imputados. Os primeiros são os que correspondem a pagamentos realmente efetuados a terceiros (monetários ou não-monetários). Os segundos são os que não exigem uma contrapartida de pagamento monetário ou não-monetário a outrem. (Idem, ibidem, p.51).

Os custos totais de produção (CTs) de um sistema de produção de uma unidade de produção familiar rural serão determinados pela fórmula:

CV CF CT CFc CFe    (3)

Então os custos totais constituem: CV CFc CFe CT   (3.1) Fazendo CFe CV Ce (3.1.1) CFc Ce CTs  (3.1.2) Sendo:

CTs = custos totais do sistema de produção CV = custos variáveis

CFe = custos fixos específicos CFc = custos fixos comuns Ce = custos específicos

Os custos totais serão determinados tanto para uma linha de exploração individual quanto para o conjunto da unidade de produção que pratica um certo sistema de produção. No primeiro caso, um dos objetivos é determinar o custo de produção unitário. O custo de produção unitário é dado pela fórmula:

(CT)i/Qi

(27)

Sendo:

(CPU) i = custo de produção unitário do produto i

(CT) i = custos totais de produção da linha de exploração i Qi = quantidade produzida da linha de exploração i

No cálculo dos custos totais das diferentes linhas de exploração de um sistema de produção, os custos fixos comuns serão rateados entre as linhas de exploração singulares, imputando-se às explorações individuais uma quota proporcional dos custos fixos comuns, igual à que elas participam na composição dos custos específicos totais. Supõe-se que, no conjunto do sistema de produção, a distribuição percentual dos custos fixos comuns por linha de exploração é igual à dos custos específicos totais.

Ocorrendo situações de custos conjuntos, serão adotados os seguintes critérios:

(1) - Se a linha de exploração apresentar subprodutos, os custos totais do produto principal serão determinados pela fórmula:

VMps -CTle

CTpp (5)

Sendo:

CTpp = custos de produção do produto principal CTle = custos totais da linha de exploração

VMps = valor de mercado dos produtos secundários.

(2)- Se a linha de exploração gerar produtos de importância econômica comparável, o custo total será rateado proporcionalmente ao valor de mercado de cada um, de acordo com a fórmula: (qr)k CTle. k (CTp) (6) Sendo:

(CTp)k = custo total de um produto k (qr)k = RBk/(RB1 + RB2 + ... + RBn) (qr)k = quota de rateio para um produto k (RB)k = renda bruta de um produto k

RB(1, 2, ... , n) = renda bruta dos diversos produtos integrantes do consórcio k = diferentes produtos (k = 1, 2, ..., n).

De acordo com os pressupostos acima, os custos totais de produção de uma linha de exploração ( i ) serão calculados pelo modelo abaixo:

(CFcr)i (Ce)i

(CTle)i  (7) Sendo:

(28)

(CTle)i = custo total de uma linha de exploração i (Ce)i = custos específicos de uma linha de exploração i

(CFcr)i = custos fixos comuns rateados para a linha de exploração i i = linha de exploração (i = 1, 2, ..., n) , Sabendo-se que: (CFe)i (CV)i (Ce)i  (7.1) (CFcr)i (CFe)i] [(CV)i (CTle)i   (7.2)

As variáveis da equação acima serão analisadas separadamente, sendo o CV expresso pelo tópico (7.2.1), o CFe pelo (7.2.2) e o CFcr pelo (7.2.3).

Onde: Cjcc (Ctbs)i (Cfta)i (Cftf)i (Cmi)i (Cim)i (CV)i      (7.2.1) Sendo:

(CV)i = Custos variáveis de uma linha de exploração i ps . n 1 S (Qim)s (Cim)i    (7.2.1.a) Sendo:

(Cim)i = custos de insumos e materiais de uma linha de exploração i (Qim)s = quantidade de um insumo ou material s

ps = preço unitário de insumo ou material s s = espécie de insumo ou material (s = 1, 2, ..., n)

μ n 1 μ (Ta).p (Cmi)i    (7.2.1.b) Sendo:

(Cmi)i = custo do aluguel de máquinas e implementos de uma linha de exploração i (Ta) = tempo de aluguel em horas de uma máquina ou implemento 

p = preço/hora de uma máquina ou implemento 

 = espécie de máquina ou implemento ( = 1, 2, ... , n)

(Cftf)i = (Cuftf) . Qh/d (7.2.1.c) Sendo:

(Cftf)i = custo da força de trabalho familiar (temporária) de uma linha de exploração i (Cuftf) = custo unitário da força de trabalho familiar da unidade de produção

(29)

(Cuftf) = Vbcc/FTF (7.2.1.c.1) Sendo,

(Cuftf) = custo unitário da força de trabalho familiar da unidade de produção Vbcc = valor dos bens de consumo comprados no mercado

FTF = força de trabalho disponível na família (h/d)

μ.pμ (Qbcc) Vbcc n 1 μ   (7.2.1.c.2) Sendo:

Vbcc = valor dos bens e serviços de consumo comprados Qbcc = quantidade de bens e serviços de consumo comprados u pu = preço unitário de um bem e/ou serviço de consumo comprado u = itens de bens e serviços de consumo (u = 1, 2, ... , n)

pf . Qfta

(Cfta)i (7.2.1.d) Sendo:

(Cfta)i = custo da força de trabalho temporária assalariada utilizada na linha de exploração i Qfta = quantidade de força de trabalho assalariada utilizada (h/d) em i

pf = preço unitário da força de trabalho (preço/h.d) (Cs)i (Cb)i (Ct)i (Ctbs)i   (7.2.1.e) Sendo: (Ct)i = Fi . Qt (Cb)i = (Qb)i . pb

(Ctbs)i = custo de transporte, beneficiamento e outros serviços da linha de exploração i (Ct)i = custo de transporte da linha de exploração i

Fi = preço do frete por kg do produto i

Qt = quantidade (em Kg) transportada do produto i (Cb)i = custo de beneficiamento do produto i (Qb)i = quantidade beneficiada do produto i pb = preço unitário do beneficiamento

(Cs)i = custo de outros serviços da linha de exploração i

k r. . (Ctbs)i] (Cfta)i (Cftf)i (Cmi)i [(Cim)i (Cjcc)i     (7.2.1.f) Sendo:

(Cjcc)i = custo de juros sobre o capital circulante (próprio ou de empréstimo) da linha de exploração i

(30)

r = taxa mensal de juros (custo de oportunidade do capital dinheiro na região) k = ciclo produtivo da linha de exploração (em meses)

(Crss)i (Cftp)i (Cjfi)i (Cjcf)i (Ccn)i (Cdp)i (CFe)i      (7.2.2) Onde:    n 1 k t)k (Pnv)k/(Vu (Cdp)i (7.2.2.a) Sendo:

(Cdp)i = custo de depreciação dos capitais fixos específicos da linha de exploração i (Pnv) = preço total de um capital fixo específico  novo

(Vut)k = vida útil (em anos) de um capital fixo específico 

 = item de capital fixo específico ( = i, 2, ..., n)

Observação: no caso de benfeitorias rústicas construídas com materiais produzidos pela força de trabalho familiar, pode-se usar nos cálculos de depreciação, conservação e juros, ao invés de Pnv, o custo de construção: VMmat Cuft . Tnt Cc  (7.2.2.b) Sendo: Cc = custo de construção

Tnt = tempo necessário de trabalho (dias) Cuft = custo unitário da força de trabalho/dia

VMmat. = Valor de mercado dos materiais próprios utilizados.

   n 1 k )k] [0,03.(Pnv (Ccn)i Sendo:

(Ccn)i = custo de conservação dos capitais fixos específicos da linha de exploração i

   n 1 k .R [(Pnv)k/2] (Cjcf)i (7.2.2.c) Sendo:

(Cjcf)i = custo de juros sobre os capitais fixos específicos de uma linha de exploração i R = taxa anual de juro (custo de oportunidade do capital dinheiro na região)

Vj

(Cjfi)i (7.2.2.d) Sendo:

(Cjfi)i = custos de juros de financiamento de investimento para uma linha de produção específica i

(31)

Vj = valor anual dos juros pft . Qft (Cftp)i (7.2.2.e) Sendo:

(Cftp)i = custo da força de trabalho assalariada permanente (específica) de uma linha de exploração i

Qft = quantidade (em h/d) da força de trabalho permanente utilizada na linha de exploração i pft = preço unitário da força de trabalho permanente (preço por h/d)

Vp

(Crss)i (7.2.2.f) Sendo:

(Crss)i = custo de riscos segurados de uma linha de exploração i Vj = valor do prêmio    n 1 i (Ce)i CFc.(Ce)i/ (CFcr)i (7.2.3)

Os custos fixos comuns (CFc) são determinados pela fórmula: (7.2.3.1)              n 1 m n 1 m n 1 m Crss(c) Cog Cadm Cjct Cftpc Cjfic (Cjcf)m (Ccn)m (Cdp)m CFc /(Vut)m (Pnv)m (Cdp)m (7.2.3.1.a) Sendo:

(Cdp)m = custo de depreciação de um capital fixo comum m Pnv = preço total de um capital fixo comum m novo

m = item de capital fixo comum (m = 1, 2, ..., n) (Pnv)m]

. [0,03

(Ccn)m (7.2.3.1.b) (Ccn)m = custo de conservação de um capital fixo comum m

R . /2] [(Pnv)m

(Cjcf)m (7.2.3.1.c) (Cjcf)m = custo de juros sobre um capital fixo comum m

R = taxa anual de juro (custo de oportunidade do capital dinheiro na região) Vj

Cjfic (7.2.3.1.d) Cjfic = custo de juros sobre financiamentos para investimentos comuns a toda a unidade de produção

Vj = valor anual dos juros pft . Qft

Cftpc (7.2.3.1.e) Cftpc = custo da força de trabalho assalariada permanente (comum)

(32)

pft = preço unitário da força de trabalho permanente (preço por h/d) R

. Vr

Cjct (7.2.3.1.f) Cjct = custo de juros sobre o capital terra

Vr = valor de revenda da terra

R = taxa anual de juro (custo de oportunidade do capital dinheiro na região) Sa

Cadm (7.2.3.1.g) Cadm = custo de administração (custo de oportunidade do trabalho gerencial do chefe da família e, se houver, outros custos administrativos)

Sa = custo de oportunidade do trabalho de gestão do chefe da família (na unidade de produção rural familiar em geral é igual a zero)

Cc Ct Cip

Cog   (7.2.3.1.h)

Cog = custo relativo a outras despesas gerais Cip = custo de impostos (ITR)

Ct = custo de taxas diversas

Cc = custo de contribuições diversas Vpr

Crss(c) (7.2.3.1.i) Crss(c) = custo de risco segurado para capitais fixos comuns (raramente incide na produção familiar)

Vpr = valor do prêmio

Dessa forma, os custos totais de uma unidade de produção familiar que pratica um sistema de produção extrativista, agroflorestal ou agrícola serão dados pela fórmula:

      n 1 i n 1 i CFc (CFe)i (CV)i CTs (8) Sendo: i = linhas de exploração (i = 1,2, ... , n)

Nas situações de consorciação de culturas, os custos de uma cultura em consórcio serão determinados pela fórmula:

(CFcr)k (Cce)k

(CTc)k  (9) Sendo:

(CTc)k = custos totais da cultura k em consórcio

Os itens da equação acima terão a seguinte representação: (Cce)k = (9.1) e (CFcr)k = (9.2).

(CFce)k k

(CVc)

(33)

Os itens da equação anterior serão desmembrados em (CVc )k = (9.1.2) e (CFce)k = (9.1.3).

Sendo:

(Cce)k = custos totais específicos da cultura k em consórcio (CVc)k = custos variáveis totais da cultura k em consórcio (CFce)k = custos fixos específicos da cultura k em consórcio

(CVcr)k (CVci)k (CVc)k  (9.1.2) (Cjcc)cik (Ctbs)cik (Cfta)cik (Cftf)cik (Cmi)cik (Cim)cik (CVci)k      (9.1.2.a) Sendo:

(CVci)k = custos variáveis individuais da cultura k em consórcio

(Cim)cik = custos individuais de insumos e materiais da cultura k em consórcio

(Cmi)cik = custos individuais do aluguel de máquinas e implementos da cultura k em consórcio

(Cftf)cik = custo individual da força de trabalho familiar da cultura k em consórcio (Cfta)cik = custo individual da força de trabalho assalariada da cultura k em consórcio

(Ctbs)cik = custo individual de transporte, beneficiamento e outros serviços da cultura k em consórcio

(Cjcc)cik = Custos individuais de juros sobre o capital circulante da cultura k em consórcio )k (q . (CVccs) (CVcr)k  r (9.1.2.b) Sendo:

(CVcr)k = custos variáveis comuns do consórcio repartidos para a cultura k

(Cjcc)ccs (Ctbs)ccs (Cfta)ccs (Cftf)ccs (Cmi)ccs (Cim)ccs CVccs      (9.1.2.b.1) Sendo:

CVccs = custos variáveis comuns do consórcio

(C...)ccs = os diferentes itens de custos variáveis comuns do consórcio (qr)k = RBk/(RB1 + RB2 + ... + RBn)

(qr)k = quota de rateio para um produto k (RB)k = renda bruta de um produto k

RB(1, 2, ... , n) = renda bruta dos diversos produtos integrantes do consórcio k = diferentes produtos (k = 1, 2, ..., n).

(34)

(Crss)cek (Cjfi)cek (Ccjf)cek (Ccn)cek (Cdp)cek (CFce)k     (9.1.3) Sendo:

(CFce)k = custos fixos específicos da cultura k em consórcio

[C(dp, ... , rss)]cek = os diferentes itens de custos fixos específicos para cultura k em consórcio    n 1 i (Ce)i ce)k/ (CFco)s.(C (CFcr)k (9.2) Sendo:

(CFcr)k = custos fixos comuns do sistema de produção rateados para a cultura k (CFco)s = custos fixos comuns do sistema de produção/UPF

(Ce)i = custo específico total de uma linha de exploração i do sistema de produção/UPF i = linhas de exploração do sistema de produção (i = 1, 2, ... , n)

As despesas efetivas (DE) são todos os valores efetivamente retirados do patrimônio e consumidos de fato no processo de produção. Compreendem os desembolsos monetários para pagar serviços (inclusive pagamento de salários) e/ou adquirir bens consumíveis de gasto imediato (capital circulante de aprovisionamento), o consumo em natureza de bens de gasto imediato, o valor imputado à mão de obra familiar, o valor imputado ao trabalho de administração exercido pelo próprio produtor e a depreciação dos capitais fixos.

Determinadas as diversas categorias de custos, cabe destacar dentro dos custos totais as despesas efetivas (DE) do conjunto do sistema de produção/unidade de produção como variável fundamental no cálculo e análise dos resultados líquidos.

(10)                                         n 1 m n 1 m n 1 i n 1 i n 1 i n 1 i n 1 i n 1 i n 1 i n 1 i i 1 i 1 Cjfic Cjfc Crss(c) Cog Cadm Cftpc (Ccn)m (Cdp)m (Crss)i (Cjfi)i (Cdp)i (Ccn)i (Cftp)i n n (Cfta)i (Cftf)i (Ctbs)i (Cmi)i (Cim)i DE Onde:

Cjfc = custo de juros de financiamento de custeio.

Na produção familiar o autoconsumo ressalta-se também como um índice de crucial importância na avaliação de desempenho econômico. O autoconsumo pode ser calculado pela fórmula abaixo:

(35)

   n 1 v (Qbcp)v.pv AC (11) Sendo: AC = autoconsumo

(Qbcp)v = quantidade do bem de autoconsumo produzido v pv = preço unitário do bem de autoconsumo produzido v v = itens de bens de autoconsumo produzidos (v = 1, 2, ..., n) 3.4 - Determinação de medidas de resultado econômico

Medidas de resultado econômico são índices que, dados os custos de produção, permitem medir o desempenho econômico do sistema de produção. Desempenho econômico é a diferença entre os valores de saída e os de entrada, as diversas relações entre valores de saída e de entrada e as flutuações dos valores de saída do sistema de produção.

3.4.1 - Resultado bruto

Entende-se por resultado bruto a renda bruta, ou seja, o valor da produção destinada ao mercado, obtido pela fórmula:

Qm.pp

RB (12)

Sendo:

RB = renda bruta Qm = qv + qe

Qm = quantidade do produto destinada ao mercado qv = quantidade do produto vendida

qe = quantidade do produto do exercício em estoque pp = preço unitário ao produtor

A renda bruta pode ser global e parcial. Determina-se para o conjunto da unidade de produção e para as linhas de exploração individuais. É um indicador de escala da unidade de produção.

3.4.2 - Resultado Bruto Total

A Renda Bruta Total da UPF é o resultado do somatório da Renda Bruta (RB) da produção com a renda oriunda das transferências de renda (bolsa escola, família etc.) e do assalariamento fora da UPF. A RBT é calculada para o conjunto da UPF e dos membros da família, sendo obtida pela fórmula:

(36)

RBT = RB + RT + RA (13) Sendo:

RB = renda bruta

RT = renda das transferências monetárias (municipal, estadual e federal) RA = renda de assalariamento fora da UPF

3.4.3 - Os resultados líquidos

a) - Renda líquida - é o valor excedente apropriado pela unidade de produção familiar, ou seja, a parte do valor do produto que fica com a unidade de produção familiar depois de serem repostos os valores dos meios de produção, dos meios de consumo e dos serviços (inclusive salários) prestados à produção. Neste sentido, ela não consiste em todo o acréscimo de valor que o produtor familiar faz aos meios de produção e de consumo, uma vez que a maior parte deste é apropriada por intermediários na comercialização dos produtos e na compra de insumos e bens de consumo. É calculada pela fórmula:

DE RB RL  (14) Sendo: RL = renda líquida RB = renda bruta DE = despesas efetivas

A renda líquida é o primeiro indicador de eficiência econômica e das possibilidades de reprodução da unidade de produção familiar. Se RL  0 a unidade de produção familiar se reproduz sem afetar o seu patrimônio. Se RL < 0 a unidade de produção familiar só se reproduz com perda de patrimônio. Será calculada apenas para o conjunto da unidade de produção familiar.

b) - Lucro da exploração - é o chamado lucro puro. É a fração da renda bruta que fica disponível depois de o produtor ter pago todos os custos reais, de ter atribuído as remunerações julgadas normais (custos de oportunidade) aos fatores utilizados, mas não pagos: o seu próprio trabalho (executivo e gerencial), o trabalho familiar, os seus próprios capitais; e de ter reservado determinada quantia para fazer face a prováveis riscos. É determinado também para o conjunto da unidade de produção familiar mediante a fórmula:

CT RB

LE  (15)

Sendo:

(37)

RB = renda bruta CT = custos totais

O lucro da exploração, embora uma categoria específica da empresa agrícola patronal, quando calculado para unidades de produção rural familiares permite avaliar se a renda líquida (o excedente) obtida pelo pequeno produtor é suficiente para remunerar os capitais próprios, inclusive a terra; e destinar uma parte restante para acumulação. Indica, portanto, as possibilidades de acumulação da unidade de produção familiar. Permite, por outro lado, a comparação da eficiência econômica da produção familiar com empresas patronais do mesmo ramo, agrícola, agroflorestal ou extrativista.

c) - Margem bruta - é o valor monetário que fica disponível para a unidade de produção familiar depois de serem pagos ou imputados todos os custos variáveis. É dada pela seguinte fórmula: CV -RB MB (16) Sendo: RB = renda bruta CV = custos variáveis

Observe-se que os custos variáveis incluem o custo real da força de trabalho, definido como o valor dos bens de consumo comprados, embora não incluam o autoconsumo.

Suposta a não apropriação de “lucro” e da “renda da terra”, a margem bruta é o valor monetário que resta para dar conta, ordinariamente, da elevação do nível de vida da família do pequeno produtor e, eventualmente, suposto um desempenho superlativo, conservar e repor capitais fixos; e cobrir as despesas gerais. Pode vir a constituir o capital de giro do exercício subseqüente, se houver sobra. A margem bruta é determinada para o conjunto da unidade de produção familiar e para as linhas de exploração individuais, permitindo, assim, comparar os seus desempenhos.

d) - Margem bruta familiar é o resultado líquido específico e próprio para indicar o valor monetário disponível para a subsistência da família, inclusive uma eventual elevação do nível de vida, se o montante for suficiente. A sua magnitude incorpora a parcela de valor do produto correspondente ao consumo familiar obtida por via do mercado. Em situações favoráveis, poderá ser suficiente para ressarcir custos fixos, especialmente as exigências mínimas de reposição do patrimônio. Cumpridas estas funções, a disponibilidade restante pode ser usada como capital de giro.

É calculada pela fórmula: Cftf) -(CV -RB MBF (17)

Referências

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