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ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS

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VIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 05 a 07 novembro de 2013 - ISSN 2175-960X

ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS PRÁTICAS EDUCACIONAIS

Aline Cruz de SOUZA, Acadêmica de Pedagogia, UNINTER.1 André Luis Ribas dos SANTOS, Especialista, SEEDPR2 Ângela Maria dos SANTOS, Acadêmica de Pedagogia, UNINTER.3 Daniella de Melo EVANGELISTA, Acadêmica de Pedagogia, UNINTER.4 Janaína da Silva de CASTRO, Acadêmica de Pedagogia, UNINTER.5 Karina Inês PALUDO, Mestre, SENAC.6 Lilian Kely RODRIGUES, Pedagogia, UNINTER.7 Margarete Terezinha de Andrade COSTA, Mestre, UNINTER.8 Paula Mitsuyo Yamasaki SAKAGUTI, Mestre, UNINTER.9 Renata Iurk de SOUZA, Acadêmica de Pedagogia, UNINTER.10

Resumo: O presente trabalho investiga o atendimento educacional especializado destinadas aos alunos

com Altas Habilidades/Superdotação realizado nas salas de recursos, no que diz respeito aos procedimentos de identificação, a realização do atendimento educacional especializado, as contribuições das instituições de ensino superior e os sentimentos dos professores em relação à docência. Foram entrevistados onze profissionais (9 professores das salas de recursos e 2 professores responsáveis pela coordenação da área no município e no estado) que atuam no Atendimento Educacional Especializado, área de Altas Habilidades/Superdotação, nas redes estadual e municipal de ensino, na cidade de Curitiba, Paraná. Após análise qualitativa dos dados observa-se que: a) os alunos são identificados por avaliação psicoeducacional e por avaliação no contexto escolar; b) no processo de identificação são utilizados questionários e listas de identificação de indicadores (Freitas e Pérez, 2012), entrevista com a família ou cuidador, testes de inteligência (QI), WISC, material e produção do aluno; c) a maioria dos professores realizam o enriquecimento curricular; d) as universidades são contactadas para assessorias eventuais, busca de profissionais que auxiliem no projeto de estudos dos alunos, palestras e oficinas, há uma preocupação dos participantes em estabelecer laços com as Instituições de Ensino Superior, visando ainda mais o enriquecimento curricular dos alunos; e) a universidade poderia contribuir para melhor atender as demandas dos alunos a partir da abertura de portas às salas de recursos inseri-los no ambiente de pesquisa, laboratórios e demais espaços; f)

1 Acadêmica de Pedagogia. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. alininha_evi@hotmail.com 2

Especialista. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. andreribas36@gmail.com

3 Acadêmica de Pedagogia. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. angela1807@gmail.com 4

Acadêmica de Pedagogia. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. daniellademelo@hotmail.com 5

Acadêmica de Pedagogia. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. jana92_jsc@yahoo.com.br 6

Mestre em Educação/UFPR. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. karina_paludo@hotmail.com 7

Pedagogia. Rua do Rosário, 147, Curitiba, PR. kelylil@hotmail.com 8

Mestre em Educação/UFPR. Professora Orientadora. Rua Bruno Lobo, 358, Curitiba,PR.

margarete.a.meg@bol.com.br 9

Mestre em Educação/UFPR. Professora Orientadora. Rua Rogério de Aguilar Minetto, 41. Curitiba, PR.

paulasakaguti@uol.com.br 10

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sentimentos como paixão, desafio, realização, gratificação, felicidade, prazer, fascinação são os sentimentos dos professores na atuação com alunos superdotados. Conclui apresentando, entre outras sugestões e recomendações, a necessidade de: mobilização das universidades no estabelecimento de parcerias com as salas de recursos, utilizando os recursos tecnológicos que dispõem; organização de atividades com abordagens, modalidades e níveis de complexidade nas diversas áreas do saber aos alunos que frequentam salas de recursos; ampla discussão e implantação de Salas de Recursos para Altas Habilidades/Superdotaçao também na iniciativa privada.

Palavras chaves: Altas Habilidades/Superdotação, Enriquecimento Curricular, Instituições de Ensino

Superior.

1 INTRODUÇÃO

Embora se reconheça que o estudante com Altas Habilidades/Superdotação faça parte do público-alvo da Educação Especial e necessite de atendimento educacional especializado que poderá acontecer, dentre outros espaços, nas salas de recursos (BRASIL, 2008), no cotidiano escolar apresenta-se como uma tarefa difícil, mas não impossível. O desafio da educação escolar está na promoção de práticas educacionais inclusivas que atendam os diferentes ritmos, estilos e capacidades, inclusive daqueles que apresentam habilidade acima da média, grande nível de criatividade e envolvimento com a tarefa

A área de Altas Habilidades/Superdotação tem fomentado questionamentos que afligem muitos professores, pais e profissionais da Educação Básica. As indagações vão desde a imagem mítica que se formou em torno do superdotado, o reconhecimento deste alunado no transcurso de todo o processo de escolarização, os instrumentos e procedimentos de identificação e as estratégias educacionais. Ressalta-se a necessidade de estudos e discussão sobre o processo inclusivo dos alunos com Altas Habilidades/Superdotação. A escola e a universidade devem assumir este lugar particular como espaço potencializador da reflexão, do debate e da criação de propostas nas diferentes áreas do saber e do fazer.

Nesta perspectiva, constituiu-se um Grupo de Pesquisa com projeto intitulado “Enriquecimento Curricular aos Alunos com Altas Habilidades/Superdotação”, no Centro Universitário Internacional UNINTER. A partir dos estudos bibliográficos e documentais, consultas em sites especializados e pesquisa de campo, pretendeu-se investigar o atendimento educacional especializado destinadas aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação realizadas nas salas de recursos da rede pública de ensino no município de Curitiba. E, concordando com Freitas e Pérez (2012, p.11) ao referirem que “o processo inclusivo depende de uma rede de fatores, estando interligados e relacionados na efetivação de práticas diferenciadas”, enfatiza-se a participação ativa da universidade na melhoria da educação inclusiva, por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, bem como de parcerias entre a universidade e as salas de recursos na promoção de tais “práticas diferenciadas”.

Assim sendo, no presente momento este trabalho pretende investigar a organização do atendimento educacional especializados aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação a partir das seguintes categorias: procedimentos de identificação dos alunos, atendimento educacional especializado nas salas de recursos, contribuições das instituições de ensino

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superior e sentimento em relação à docência. A seguir, será apresentada a metodologia do presente trabalho.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa está inserida numa abordagem qualitativa. De acordo com Sampieri et.

al.(2006), o método qualitativo é individual, os fenômenos não são medidos numericamente e

nem tem como finalidade a generalização dos resultados da pesquisa; não faz estatística e seu método de análise é interpretativo, contextual e etnográfico. Desta forma, interessa-se por captar experiências na linguagem dos participantes da pesquisa e investiga ambientes naturais. 2.1 Participantes

Os participantes onze profissionais (9 professores das salas de recursos e 2 professores responsáveis pela coordenação da área no município e no estado)que atuam no Atendimento Educacional Especializado, área de Altas Habilidades/Superdotação, nas rede pública de ensino (estadual e municipal), na cidade de Curitiba, Paraná.

Realizou-se a caracterização do perfil dos professores entrevistados quanto à idade, sexo, formação acadêmica e tempo de atuação no magistério.

A fim de se preservar a identidade dos participantes, optou-se para cada entrevistado uma letra que o identifica na presente pesquisa: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, L. No Quadro 1, destaca-se o perfil dos participantes no que se refere à idade, sexo, formação e tempo de atuação no magistério.:

QUADRO 1: Caracterização dos Participantes NOME IDADE

(anos)

SEXO FORMAÇÃO TEMPO DE

ATUAÇÃO NO MAGISTÉRIO A 45 Masc. Especialista em Educação Especial. 21 anos.

B 59 Fem. Pós-Graduação em Educação/Educação Especial.

17 anos.

C 40 Fem. Pós-Graduação em Educação Especial. 20 anos.

D 28 Fem. Pedagogia e Filosofia. 13 anos.

E 47 Fem. Pedagogia 16 anos.

F 52 Fem. Mestre em Educação

G 55 Fem. Especialização em Educação Especial, Psicopedagogia e Altas Habilidades.

27 anos.

H -- Fem. Psicopedagogia 19 anos.

I 40 Fem. Pedagogia 19 anos.

J 45 Fem. Doutoranda 25 anos.

L 47 Fem. Pós-Gradução em Educação Especial. 28 anos.

Os dados revelaram que a faixa etária dos onze participantes varia entre 28 e 59 anos, sendo apenas um do sexo masculino. Quanto à formação, oito participantes cursaram a

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graduação: A, B, C e L são especialistas em Educação Especial; G é especialista em Educação Especial, Altas Habilidades e Psicopedagogia; H é especialista em Psicopedagogia;

F é Mestre em Educação e J é Doutoranda. Três participantes concluíram o Ensino Superior: E e I fizeram Pedagogia; D, além de Pedagogia fez Filosofia.

Observou-se elevado grau de formação acadêmica dos participantes, o que permite ampla atuação com alunos da Educação Especial.

Quanto ao tempo de atuação no magistério, há uma variação entre 13 e 28 anos. 2.2 Procedimentos de coleta e análse de dados

Para a coleta de dados optou-se pela aplicação de entrevista semiestruturada (TRIVIÑOS, 1987), fazendo uso de um roteiro previamente elaborado, com perguntas abertas e dando liberdade de resposta por parte dos entrevistados. Efetivou-se o Plano de Recrutamento que consistiu no contato com as Secretarias de Educação (Estadual e Municipal) e Direção das escolas estaduais solicitando efetivação da pesquisa junto aos professores responsáveis pela área de Altas Habilidades/Superdotação e, por meio de contato telefônico ou por email, foi realizado o agendamento com os participantes. Na sequência foi apresentado o projeto de pesquisa e concordância voluntária aos participantes, assim como a leitura e explicação sobre o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

As entrevistas, em datas previamente agendadas pelos participantes, aconteceram em espaço privativo e reservado. As entrevistas foram aplicadas individualmente com duração média de 20 minutos e gravada em gravador com o prévio consentimento dos participantes.

Os dados coletados foram transcritos em sua íntegra. Após esta fase de coleta de dados, foi feita a análise dos dados por meio da Análise de Conteúdo e teve como principal referencial teórico o estudo de Bardin (1979).

2.3 Aspectos éticos da pesquisa

A presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Internacional UNINTER e obteve parecer favorável à sua realização.

Explicitados os procedimentos metodológicos, passa-se agora à apresentação, discussão dos dados coletados.

3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com o intuito de investigar as práticas educacionais destinadas aos alunos que frequentam atendimento educacional especializado em Salas de Recursos para Altas Habilidades/Superdotação no município de Curitiba, foram estabelecidas 4 categorias a saber:

CATEGORIAS PARA ANÁLISE Procedimentos de identificação dos alunos

Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos Contribuições das Instituições de Ensino Superior

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3.1 Procedimentos de identificação dos alunos

Ao serem questionados sobre como é realizada a identificação dos alunos para o ingresso na Sala de Recursos para as Altas Habilidade/Superdotação obtiveram-se respostas que podem ser classificadas em dois grandes grupos: alunos que já vêm avaliados (n=5) e/ou pela identificação no contexto escolar (n=10). Houve também o relato de indicação de famílias (n=2) e de colegas de sala (n=1).

Os órgãos públicos para acompanhamento e avaliação citados foram: CMAEs – (Centros Municipais de Atendimento Especializado) (n=3), CMAE-ADP (Avaliação Diagnóstica Psicoeducacional) (n=1), CEAOP (Centro de Avaliação e Orientação Pedagógica) (1) e o NRE (Núcleo Regional de Educação de Curitiba ) (n=1). Dentre as instituições privadas, incluem-se o INODAP (3) e PUC (1).

De acordo com Virgolim (2013), a questão da identificação e seleção de alunos para ingresso nos serviços especializados para Altas Habilidades/Superdotação é um dos pontos mais desafiadores, apresentando questões cruciais em relação ao como identificar, para quê está identificando, para quais tipos de programas está indicando e quem entra e quem fica fora do atendimento com este procedimento de identificação?

Nas indicações dos professores, foram citados os seguintes motivos ou queixas de

encaminhamento dos alunos à avaliação: problemas de indisciplina, respeito com normas e

regras (n=2); problemas de aprendizagem (n=1); não realiza atividades que são propostas (n=3); causa estranheza ao professor regente(n=1); demonstrou habilidade em arte (n=1); demonstrou habilidade na informática (n=1); habilidade na leitura, escrita, análise síntese (n=3); raciocínio lógico (n=1); criatividade (n=1); memorização (n=1); nível de coeficiente intelectual (n=1).

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Chamou atenção o motivo pelo qual os alunos foram indicados para a avaliação de suas altas habilidades/superdotação: o fato de não realizarem atividades propostas em sala de aula. Virgolim (2012) apresenta os “altos e baixos da superdotação” nominados por Strip e Hirsch sobre os aspectos fortes, como por exemplo, o grande poder de concentração que estes estudantes apresentam. Em certos momentos pode gastar mais tempo em determinado projeto; pode ficar perdido nos detalhes e perde os prazos de entrega; como consequência, tem baixo rendimento, uma vez que as tarefas são incompletas, causando frustração ao próprio alunos, aos pais e professores.

Outro aspecto a se considerar é que as qualidades, peculiaridades e as habilidades específicas dos alunos foram reconhecidas pelo professor, sobretudo na leitura, escrita, análise e síntese. Quanto ao gosto pela leitura, Freitas e Pérez (2012, p.19-20 salientam que esta característica das pessoas com Altas Habilidades/Superdotação tem sua lógica, “visto que a leitura é um instrumento essencial para obter informações e construir conhecimentos”.

Em relação aos instrumentos considerados importantes, a relação das respostas agrupadas em metodologias empiristas tais como “olhar diferenciado”, “comparação com os demais colegas” ou “alunos que acham tudo muito chato, muito monótono” e metodologias científicas como análise no contexto escolar por meio de fichas de avaliação “os boletins também são analisados, mas, somente para a composição do aluno, não como algo decisório”, entrevistas com as famílias, testes psicológicos e de coeficiente de inteligência (QI) com algumas ressaltas “instrumentos formais que levantam o QI, que há um questionamento há uma corrente contra e outra a favor”. Foram indicados alguns procedimentos como “os da Susana [Pérez], adaptados de Renzulli,” assim como “considero o WISC importante apenas para reconhecimento social, em virtude da cultura O WISC bem aplicado pode ser benéfico, se levar em conta os processos mentais”

Os participantes I e J sinalizam a importância de se analisar as produções dos alunos fora da escola. Para I, “todas as informações que puderem ser colocadas nesse processo de identificação melhor, materiais produzidos pelo estudante, as suas habilidades fora do contexto escolar, e as avaliações que já são pertinentes a essa identificação, testes psicológicos”. Dentre os instrumentos, J cita que há o material de produção do aluno dentro e fora da escola, tais como: desenhos, desempenho nos esportes e artes, caderno utilizado em casa. Alguns alunos podem assustar os professores pois estão com as atividades e o caderno em branco; mas no caderno utilizado em casa, encontram produções maravilhosas de poesia, desenho, dentre outras.

Virgolim (2013) discute os propósitos da identificação, dente os quais destacam-se: localização de potenciais que não estão sendo desenvolvidos satisfatoriamente no ensino regular, se estes estudantes não são identificados, provavelmente não desenvolverão seus interesses e habilidades. Outro aspecto a ser considerado é a concepção de superdotação que está atrelado aos indicadores e instrumentos utilizados, os tipos de habilidades a serem identificados, e os conteúdos e objetivos propostos pela sala de recursos. Importante também considerar a supervisão de especialistas no processo de identificação e a avaliação periódica dos estudantes no processo de aprendizagem.

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3.2 Atendimento Educacional Especializado nas Salas de Recursos

O panorama dos serviços realizados pelas Salas de Recursos para alunos com Altas Habilidades/Superdotação (SRAH/SD) na cidade de Curitiba apresentam características distintas em sua natureza e área de atuação dos poderes públicos constituídos.

QUADRO 2: Alunos Atendidos pelos Programas da Sala de Recursos

Participante Número de alunos Gênero

A 35 10(f) 25(m) B 11 Não declarado C 20 1(f) 19(m) D 7 Todos meninos E 4 Todos meninos F 20 Não declarado G 16 2(f) 14(m) H 15 3(f) 13(m) I 17 J 594 L 132 30(f) 102(m)

Como resultado do processo de municipalização do ensino, tem raízes históricas. Pelas medidas definidas pela Constituição Federal e a promulgação da LDB 9394/96, alunos das séries iniciais serão atendidos pelo poder público municipal. É desta forma que foi interpretada o número de alunos (102) apresentados por L (responsável pela coordenação da área no município). Enquanto que, no relato de J (responsável pela coordenação da área junto a SEED-PR), o número de alunos atendidos pelas SRAH/SD estaduais esta próximo aos 594 de alunos. A partir dos dados coletados até aqui, pode-se tecer alguns comentários pertinentes a este tipo de atendimento realizado na capital paranaense. Aquilo que a princípio pode servir como um alento, uma vez que o total de alunos chega aos 700 alunos atendidos (escolas estaduais e municipais), demonstra o quanto ainda é necessário trabalhar, para chegar perto do total estimado de 3,5% a 5% de alunos com Altas Habilidades/Superdotação, percentual estimado pela Organização Mundial da Saúde.

Um fator que se destaca nos dados é a disparidade entre o número de meninas e meninos que frequentam os serviços educacionais. Enquanto há 46 meninas, os meninos chegam a 173. Pode-se atribuir a diferença entre o número de alunos e alunas atendidos as questões culturais, que colocam a mulher em posição desfavorável em todos os indicativos quando comparada aos homens.

Assim sendo, ao transpor esta afirmação para as análises dos índices de alunos das Salas de Recursos pode-se notar que a regra também pode ser observada com o percentual feminino não chegando a 40% dos atendimentos. Sakaguti (2010, p.53) indica que a predominânica do gênero masculino é também encontrado “nos resultados dos estudos de Maia-Pinto (2002), Maia-Pinto e Fleith (2004), Aspesi (2003), Chagas (2003), Chagas e Fleith (2009), Costa (2000)”.

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Ao serem indagados se há critérios para a permanência de um aluno na sala de recursos, de acordo com os participantes, há basicamente quatro critérios: ter altas habilidades, estar matriculado em instituição de ensino, apresentar interesse e disposição da família. O critério ter altas habilidades/superdotação (n=4) pode ser exemplificado por L ao relatar que “[...] o estudante precisa ter a indicação no relatório da avaliação psicoeducacional (...)” e B: “[...] primeiro ele precisa ter a alta habilidade (...)”.

Em relação ao estar matriculado em instituição de ensino (municipal ou estadual) todos participantes relatam que os alunos da rede municipal de ensino, devem estar matriculados na própria rede e igualmente com os alunos da rede pública estadual. Os interesse foi relatado por cinco participantes, assim como a disposição da família em trazer ao atendimento (n=2): “comprometimento com a família de muitas vezes trazer e de buscar” relatado por C.

Quanto indagados sobre como realizam o atendimento aos alunos superdotados na sala de recursos, a maioria relatou que realiza o enriquecimento curricular proposto por Renzulli (n=8), sendo também citados o interesse do aluno (n=1) e cronograma de atendimento (n=2). Os cinco participantes que atuam na Rede Municipal de Ensino relataram uma orientação no atendimento aos alunos; para exemplificar, a resposta dada por L:

“Indicamos, o acolhimento, a oferta de atividades exploratórias oportunizando a descoberta da área de interesse, o trabalho por projetos, partindo sempre de uma problematização, a pesquisa, a construção do portfólio e a apresentação do trabalho de pesquisa realizado durante o ano” (L).

O participante B relatou que realiza o enriquecimento curricular do Tipo I por meio de é realizado por meio de jogos, visitas a museus, parque de ciências, espaços da universidade. Enfatiza-se a importância destas atividades de enriquecimento curricular concentrando “mais esforços na formulação de programas específicos para atender as necessidades dos jovens com maior potencial entre os diferentes extratos socioeconômicos e culturais, o que se coaduna com a perspectiva inclusiva” (VIRGOLIM, 2012, p. 103).

Já, dois participantes relataram que o atendimento dos alunos é realizado uma ou duas vezes por semana, “reunindo os alunos nos momentos em que percebo a necessidade e nas atividades extra-classe” (D) e com “um cronograma de atendimento específico para cada realidade ou necessidade. São duas horas em dois encontros. Trabalho com jogos, textos, diferentes gêneros textuais, poemas, tiras e itens que são complicadas para eles [alunos] em sala de aula” (E).

Diante da pergunta sobre a teoria que embasa o atendimento realizado na sala de recursos, para a grande maioria dos participantes a Teoria de Renzulli é a mais utilizada, para H: “Sim, Joseph Renzulli através do enriquecimentocurricular tipo I, II e III”. Foram também citadas outras teorias, tais como: Gagné, Fernando Hérnandez, Gardner e Sternberg, Paulo Freire,

Vygotsky, Wallon, Celso Antunes, Piaget, Freud e Dabrowski. Um participante não citou o embasamento teórico: “Eu estou sempre pesquisando, sempre estudando, porque a minha formação de pós não me deu subsídios para trabalhar aqui. E eu trabalho dez anos no estado, nove anos com sala de recursos com alunos com dificuldade e esse ano que eu peguei alunos de Altas . Pra mim está sendo um desafio, [...] estou entrando em contato com os professores da rede municipal ou aqui do estado que já trabalham, pra eles me orientarem. Autores? Agora não me lembro nenhum assim que eu possa citar”(C).

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Em relação à indagação “você realiza algum tipo de parceria com instituição de ensino

superior para o atendimento dos alunos da sala de recursos”, dois participantes não

realizam, no momento, nenhum tipo de parceria ou eventuais assessorias com Instituições de Ensino Superior: “Não, com tristeza”(E). E um participante, relata que no segundo semestre estará buscando apoio.

Foi possível verificar que seis salas de recursos buscaram apoio e/ou assessorias com a UTFPR e/ou UFPR. Dentre outras instituições citadas destacam-se: TUIUTI, IFPR, UNINTER, FACEL, BAGOZZI, PUC. O contato com estas universidades foi para assessorias eventuais; convite informal aos profissionais; busca de profissionais que auxiliem no projeto de estudos, palestras e oficinas; desenvolvimento de estágios. Os relatos mostram que há uma preocupação dos participantes em estabelecer laços com as Instituições de Ensino Superior, visando ainda mais o enriquecimento curricular do aluno.

3.3 Contribuições das Instituições de Ensino Superior

Nesta categoria buscou-se identificar, de que forma a Instituição de Ensino Superior

poderia contribuir para melhor atender as necessidades dos alunos. Foram relatados pelos

participantes: contato com o ambiente de pesquisa, laboratórios e espaços da universidade (n=7), como ilustram C e D:

“Trazendo estagiários pra que ajudem na prática, ajudem na prática deles [alunos da Sala de Recursos] ou levando eles até os laboratórios dessas faculdades pra que eles possam explorar mais porque aqui fica um pouco limitado, abrir um pouco mais” (C). “Abrindo espaço para inserir nossos alunos e oportunizar a experimentação de outras realidades de acordo com a inclinação do potencial de cada um”(D).

Dentre as contribuições também destacam-se: capacitação de alunos do curso de Pedagogia para trabalhar com oficinas de jogos (E); inclusão de discussões ou disciplinas que abordem o tema da superdotação, projetos e propostas de atendimento a estes estudantes (L). Um dos participantes acredita que as universidades possam abrir as portas para estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, investir na formação do acadêmicos sobre a temática e elaboração de projetos para atender as demandas deste alunado:

“Creio que a abertura ao receber esses estudantes para que possam compartilhar os interesses e mostrar que esse conteúdo pode fazer toda a diferença na vida desses pequenos já é um grande passo. Outra questão seria desmistificar o assunto e dar maiores informações aos acadêmicos das áreas que de alguma forma se envolvam com a educação. E por fim que as instituições de ensino superiores possam elaborar projetos que oportunizem o acesso desses estudantes e coloquem as cadeiras da Universidade dentro das instituições educacionais para que a teoria seja unida a prática” (I).

Desta forma, concorda-se com Sakaguti e Bolsanello (2013), ao sugerirem a necessidade de mobilização da Universidade para que esta participe ativamente da melhoria da Educação Especial e em particular da área de Altas Habilidades/Superdotação, por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, as quais são representadas, dentre outros, por Cursos de Formação Continuada e/ou Cursos de Especialização nesta área.

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3.4 Sentimentos dos professores em relação à docência

A cada participante foi perguntado como se sente sendo professor (a) de um aluno

superdotado (a). Nesta questão, os professores relataram paixão, desafio, realização,

gratificação, feliz, prazer, fascinação. Como exemplo, os relatos de G, H e B: “Desafio diário constante, eu tenho verdadeira paixão” (G).

“Trabalhar com estudantes de altas habilidades/superdotação é um presente, no qual não se sabe o que será revelado, no entanto te surpreenderá” (H).

“Eu fico fascinada, encantada, porque eu sou evolucionista” (B).

Observou-se nas falas dos participantes que a dedicação e o compromisso se fazem presentes, o dia a dia com o aluno superdotado é um desafio a ser vencido. E que a realização pessoal e profissional também é composta de prazer e muita gratificação.

3.5 Comentários finais

Ao final da entrevista, quando perguntado se gostaria de fazer comentários ou complementar algo sobre o tema desta pesquisa, a maioria dos participantes deixou sua contribuição.

“Espero que este nosso breve contato possa despertar em você as mesmas dúvidas que me levaram a aceitar o desafio do trabalho com as Atlas Habilidades/Superdotação” (A).

“Fico contente [...] vocês da Uninter, já estão fazendo grupo de trabalho” (B).

“É um tema novo, ainda precisa muito tempo de pesquisa [...] pra ajudar a nós que trabalhamos nessa área. Porque está sendo complicado. Alunos que tem dificuldades, você consegue ter informação, tem cursos, tem muita gente trabalhando na área. Agora, na área de Altas Habilidades, é muito pouco, são poucas escolas que ofertam, poucos profissionais que trabalham. Todo mundo que você conversa ainda está muito novo, estão na tentativa”(C).

“Continuidade, conseguir parceria, capacitação continuada com professores” (E). “Esta área instiga muito estudo e aprofundamento, pois tenho visto muitos mitos pelas escolas. Este aluno ainda não é totalmente visualizado por alguns professores. [...] São professores que exigem capacitação, formação, assessoramento, estudos profundos por parte dos núcleos, tanto do Estado quanto da Prefeitura. [...] As políticas públicas tem que estar voltadas à capacitação desse professor para atender bem esses alunos” (G). “Trabalhar com estudantes de Altas Habilidades/Superdotação é um presente no qual não se sabe o que será revelado. No entanto, te surpreenderá” (H).

“Acho de extrema importância que os olhos acadêmicos estejam se voltando para esse público que em muitos casos são deixados de lado pelo enorme equívoco de pensar que eles podem seguir sozinhos. E quando conseguimos trabalhar juntos, podemos ver o quanto juntos somos bem melhor” (I).

“Toda pesquisa na área, que seja realizada para ampliar as possibilidades de atendimento, ou seja, que venha a contribuir é muito bem vinda [...] desde que, realizada com seriedade. Esta, eu sei que está em boas mãos” (J).

“Sim, gostaria de registrar o crescente número de crianças identificadas nas instituições municipais. Essa demanda é resultado de um trabalho que se constrói dia a dia, num movimento de ação, reflexão, ação. Portanto, um trabalho de qualidade. Tudo

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o que fazemos, surge de uma necessidade apontada nessa avaliação. Sabendo a necessidade, propomos alternativas de intervenção e melhoria” (L).

Os participantes apresentam a importância de estudos nesta área e a necessidade de capacitação aos professores, parcerias, assessoramento, estudos aprofundados para melhor atender os alunos com Altas Habilidades/Superdotação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente trabalho permitiu que se observasse e analisasse os diferentes contextos das salas de recursos na busca de ampliação da leitura e visão sobre oatendimento das necessidades de aprendizagem dos alunos com Altas Habilidade/Superdotação. Ficou perceptível que o processo de identificação das Altas Habilidades/Superdotação e seus desdobramentos ao atendimento educacional deste alunado da Educação Básica é tarefa difícil mas não impossível. Fortalece o presente grupo de pesquisa a propor estratégias, isto é, instiga a necessidade de um projeto ou modelo de atendimento que respalde as demandas dos estudantes superdotados que frequentam as salas de recursos da educação básica na rede pública de ensino. Assim, perspectivas de continuidade do trabalho motivam a próxima etapa desta pesquisa.

A investigação, realizou em sua etapa inicial, a aproximação dos pesquisadores com a comunidade de interesse e a seleção dos problemas mais citados na coleta de dados. A partir daí iniciar-se-á a elaboração de proposta de atendimento aos alunos com Altas Habilidade/Superdotação a ser viabilizada no Centro Universitário Internacional Uninter. Outro aspecto a ser considerado diz respeito aos órgãos que prestam atendimento especializado, ocorrem exclusivamente em escolas da rede pública estadual e municipal. Sugere-se ampla discussão e implantação de salas de recursos para altas habilidades/superdotaçao também à iniciativa privada utilizando os recursos tecnológicos, humanos e materiais disponíveis na própria instituição de ensino.

Os comentários feitos pelos participantes mostram o quanto há que se pesquisar e buscar alternativas para melhoria do atendimento educacional especializado nesta área da Educação Especial e a necessidade de investimento na formação inicial e continuada de professores. É uma caminhada instigante a ser trilhada para que os desafios das práticas educacionais destinadas aos alunos com Altas Habilidades/Superdotação tragam muitas perspectivas na identificação de talentos e, nas palavras de Maria Helena Novaes, urge encontrar caminhos e alternativas que promovam a expansão do conhecimento e do saber com vistas à construção de um mundo mais justo, humano e criativo para todos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1979.

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