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FLG 0355 Climatologia II

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Academic year: 2021

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FLG 0355 – Climatologia II

Disciplina Ministrada pelo Prof. Dr. Ricardo

– Códigos Meteorológicos –

1 – Introdução

A informação meteorológica e os bancos de dados gerados ao longo do tempo tem se mostrado de suma importância para as atividades do cotidiano da humanidade. Desta maneira, o presente texto pretende apresentar-se como uma tentativa de difundir a idéia do aprendizado da codificação e decodificação de códigos meteorológicos. Estes, tem o importante papel de difundir as informações de maneira clara e precisa, com formatação universal.

Neste esforço, escolheu-se um dos códigos mais simples e que fosse útil para os trabalhos dos futuros geógrafos. A escolha partiu da premissa de facilitar a busca por dados meteorológicos que estivessem, inclusive, disponibilizados na Internet, facilitando a aquisição e reduzindo burocracias enfadonhas. No empenho, como quase todos os aeródromos significativos do mundo coletam dados meteorológicos, escolheu-se o código METAR para se difundir neste curso. Portanto, as informações por ele fornecidas podem ser de relativa importância para o geógrafo, na obtenção de dados de certos locais. Com este propósito, faz-se necessário entender a codificação dos dados mais simples e úteis.

2 – Código METAR

O código METAR (Aviation Routine Weather Reports) e sua variação, SPECI (Aviation Selected Special Weather Report) são códigos meteorológicos que se destinam a relatar as condições meteorológicas normais e as situações de tempo presente sobre os aeródromos e suas vizinhanças até um pouco além de 10km de raio.

São confeccionados com as observações realizadas pela Estações Meteorológicas de Superfície – EMSs que se baseiam nestes aeródromos. Tem a característica de ser reportado dentro das horas cheias, mas existem locais onde há confecção na hora meia (XX:00Z ou XX:30Z). Algumas estações automáticas, espalhadas pelo mundo têm ainda reportes de minuto em minuto, sendo estes, fora do padrão normal da OACI.

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A sua formatação básica permite relatar diversas configurações (Fig.1) contudo, para as finalidades da climatologia geográfica, escolheu-se apenas os dados de maior importância como:

• Localidade e data/hora Zulu;

• Ventos (sentido e velocidade / presença de rajadas); • Tempo presente no horário da observação;

• Apresentação do céu (apenas as situações sem nuvens);

• Temperaturas do ar (seco e ponto de orvalho, o que permite estimar a umidade relativa);

• Pressão atmosférica QNH, ou seja, reduzida ao Nível Médio do Mar – NMM, mas pela atmosfera padrão – ISA (esta é uma abstração humana, não representando fielmente a realidade, portanto, necessita de correção para a pressão QFF, cujos efeitos de temperatura e densidade do ar são computados).

Fig.1: Formato básico do METAR/SPECI com todos os campos, sub-campos, condições e

alternativas (Fonte: FELICIO, 2004).

3 – Codificações Gerais de Importância

A primeira palavra do código é conhecida como “Identificador do Código”. Com esta, sabe-se que se trata de reporte de aviação. Contudo, a palavra reservada METAR tem o intuito de informar que se trata de um reporte de rotina (dentro da hora cheia ou meia). Se algum fenômeno de relativa importância ocorrer no intervalo intermediário, haverá a necessidade de se realizar um reporte especial. Para tanto, emprega-se a palavra SPECI. O reporte especial relata sempre uma variação de tempo significativo. Note que tempos e fenômenos significativos também podem ocorrer nas horas cheias e lá serão relatados como METAR. O SPECI foi criado para relatar justamente quando estes ocorrem fora das horas de rotina (Fig.2).

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Fig.2: METAR para reportes de rotina e SPECI para reportes fora das horas normais.

Localidade: A localidade da estação: 4 letras, é tabelada internacionalmente pela Organização da Aviação Civil Internacional – OACI (Fig.3). Normalmente:

• 1ª letra, um local do globo;

• 2ª letra, se for possível, a inicial do país; e • 3 e 4ª letras, indicam o aeródromo do país.

* Há exceções (menos letras ou descrições diferentes).

Fig.3: Grupo LLLL. O código da localidade da estação (aeródromo) é determinado pela OACI.

Data e Hora Zulu do reporte: Informa a data e a hora em relação ao meridiano de Greenwich (Fig.4) desta maneira:

DD → recebe 2 algarismos para o dia do mês;

HH → recebe 2 algarismos para a hora Zulu; e

MM → recebe dois zeros (00) em METAR* ou 2 algarismos em qualquer valor se for SPECI.

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Fig.4: Grupo DDHHMMZ – Data/Hora, onde DD é a data, HH a hora e MM os minutos da

observação. Z informa que se trata de hora Zulu.

Descritor de Ventos (sentido): Descreve os graus de onde sopra o vento ou informa condições de grande variabilidade da bandeira de vento (Fig.5):

sss ou VRB → recebe 3 algarismos para o valor do sentido do vento em relação ao Norte verdadeiro. (passos de 10º).

VRB: expresso em 3 letras, é utilizado para ventos menores que 3 Nós; ou ventos maiores que 3 Nós, porém com variação de sentido maior que um envelope de 180º. Descritor de Ventos (velocidade): Descreve a velocidade do vento médio em 2 algarismos. Há exceções que representam em três (Fig.5):

[P]vv → recebe 2 algarismos para o valor da velocidade do vento médio na unidade descrita por uu(u) (em passos de 5u).

P: é utilizado para ventos maiores que 100 uu(u) (plus). Neste caso, informa-se P99. *Há exceções que informam vvv.

uu(u): unidade de velocidades do ventos. (Nós – KT; Mi/h – MPH; km/h – KMH). Descritor de Ventos (rajada): Quando presentes na hora da observação, as rajadas são relatadas dentro do grupo de ventos (Fig.5):

[Gvgvg] → recebe 2 algarismos para o valor da velocidade da rajada na mesma

unidade descrita pelo vento médio (passos de 5u).

G: a rajada deve ser 10KT ou 18KMH maior que o vento médio nos 10min antecedentes à hora da observação (gust).

*Rajadas maiores que 99, usa-se Pvgvg ou vgvgvg.

OBS: Calmarias serão reportadas como 00000uu, onde uu é a unidade de velocidade. Ex.: 00000KT → vento calmo na hora da observação.

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Fig.5: Grupo sssvv – Ventos, onde expressam-se as condições de sentido, velocidade, variabilidade,

calmaria, presença de rajadas e as unidades de velocidade. O vento representado sempre é o médio. Descritor de Tempo Presente: Utilizado para relatar diversas condições e fenômenos meteorológicos, incluindo intensidade ou proximidade, sua descrição e os tipos (Fig.6):

• O grupo tsts é obrigatório quando a visibilidade horizontal (Grupo VVVV)

reduz-se a valores inferiores à 5.000m;

• Deve-se relatar sempre os fenômenos que impossibilitem o uso de SKC ou CAVOK;

• O relato segue o padrão dado pela Tabela 4678 (Fig.7).

Fig.6: Grupo tsts – Tempo Presente (ou grupo ww) relata diversas combinações de tempo e outras situações de interesse. A linguagem é expressa por mneumônicos.

Condição de Céu Claro (Sky Clear): Utilizado para situações especiais onde não há nuvens presentes, mas por algum motivo, a visibilidade não é maior que 10.000m, mas está muito próxima disto, por exemplo, um pouco de névoa seca na atmosfera (Fig.8):

SKC → 0/8 do céu está encoberto, ou seja, não há nuvens.

Dica: o grupo VVVV obrigatoriamente aparece com SKC. *...9000 SKC...

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Fig.7: Tabela 4678 de fenômenos de tempo presente no padrão internacional e combinações

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Fig.8: Condição SKC – Céu Claro (Sem Nuvens).

Condição CAVOK (Ceiling and Visibility OK): Na linguagem coloquial é considerado o “Céu de Brigadeiro” (Fig.9):

CAVOK → 0/8 do céu, utilizado para situações onde: • A visibilidade é maior que 10.000m;

• Nenhuma nuvens abaixo de 1.500m; e • Ausência de tempo significativo.

* Com CAVOK, não se declara mais nada!

Fig.9: Condição CAVOK – Teto e Visibilidade OK!

Condição NSC (No Significant Clouds): Utilizado para situações especiais onde alguns Cumulus humilis podem aparecer no céu, talvez indicando que, com o passar das horas, diversos processos convectivos possam se intensificar, daí a sua importância para um bom observador (Fig.10). As prerrogativas de uso são:

• A visibilidade apresenta-se próxima ou maior que 10.000m; • Nuvens sem importância cobrem menos de 1/8;

• Ausência de tempo significativo.

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Fig.10: Condição NSC – Nuvens Insignificantes, contudo, deixam claro que se deve ficar atento

com o passar das horas, pois processos convectivos podem se intensificar.

Descritor de Temperaturas: Apresenta as temperaturas do ar (Fig.11):

TaTa/ → recebe 2 algarismos para o valor da temperatura do ar em ºC em inteiros. ToTo → recebe 2 algarismos para o valor da temperatura do ponto de orvalho em ºC

em inteiros.

M: antecede os valores de temperatura, se estas forem negativas (minus).

Fig.11: Grupo TaTa/ToTo – Temperaturas do Ar. Uma breve observação permite estimar a umidade relativa do ar, lembrando que quanto mais próximos os valores, mais próximo da saturação o ar estará.

Descritor de Pressão Atmosférica (QNH): Pressão atmosférica reduzida ao NMM pela atmosfera ISA (Fig.12):

pppp → recebe 4 algarismos para o valor da pressão atmosférica em inteiros (Q). Q ou A: unidade de pressão atmosférica adotada na codificação, sendo Q em hPa ou mb e A para pol.Hg (in.Hg) onde, nesta última, utiliza-se 4 algarismos, sendo 2 inteiros e 2 decimais.

*1.004,2hPa = Q1004; 996,7mb = Q0996; 29,92inHg = A2992

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Fig.12: Grupo {Q/A}pppp - Pressão Atmosférica QNH. Deve-se atentar que a informação pode ser

codificada em hPa (mb) ou pol.Hg (in.Hg).

4 – Exemplos de METARs

Para um melhor entendimento, apresentam-se alguns exemplos já decodificados em associação de cores:

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5 – O Uso do SPECI

O SPECI deve ser lançado na ocorrência de tempos significativos ou suas mudanças. Nesta hora, o observador deve proceder a tomada de dados normalmente e confeccionar o SPECI, relatando o que ocorrer. Abaixo, apresenta-se uma lista de exemplos de tempos significativos ou mudanças que valem um SPECI:

• Sem chuva Î chuva forte; • Chuva forte Î Chuva fraca; • Chuva fraca Î Chuva forte; • Chuva moderada Î Chuva forte; • Chuva forte Î Chuva moderada;

• Queda de Visibilidade (com motivo, se for menor que 5.000 metros); • Aumento de Visibilidade;

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• Aumento ou redução de teto;

• Precipitação de neve/granizo ou saraiva; • Presença de nuvem funil;

• Presença de litometeoros;

• Precipitação de cinzas vulcânicas;

• Atenção à incêndios próximos à pista gerando fumaça; e • Outros fenômenos que achar importante.

6 – Considerações Finais

O uso de códigos meteorológicos se destina a diversas finalidades de emprego. Saber utilizar os principais, possibilita acesso mais fácil às informações e em elaborar interpretações das relações da atmosfera com a superfície da Terra. Coube aqui semear o gosto por uma das áreas da Meteorologia e Climatologia um tanto esquecidas e divulgá-las aos alunos.

Anexo : Regras no Emprego da Tabela 4678

Existem regras no emprego dos elemento da Tabela 4678 para a codificação dos fenômenos observados. Embora o trabalho apresentado neste curso seja apenas de decodificação, convém deixar estas informações disponíveis, com intuito de informação suplementar, ou para uso em validação de pesquisas que possam surgir no futuro profissional dos estudantes de Geografia. As regras são as seguintes:

• Mais de uma forma de precipitação poderá ser combinada; o tipo dominante de precipitação será informado primeiro, por exemplo: +SNRA;

• Outros fenômenos, além das combinações de precipitação registradas, poderão ser informados, na ordem das colunas, por exemplo: -DZ FG;

• A intensidade será indicada somente para precipitação, precipitação associada com pancadas e/ou trovoadas, poeira, areia ou neve soprada, tempestade de poeira ou tempestade de areia. Redemoinhos de poeira/areia ou nuvem funil (tornados ou trombas d'água) deverão ser informados usando-se o indicador +, por exemplo: +FC;

• Não será incluído mais que um descritor, por exemplo: -FZDZ;

• Os descritores MI, BC e PR serão usados somente em combinações com a abreviatura FG, por exemplo: MIFG;

• O descritor DR (flutuante baixo) será usado para poeira, areia ou neve levantadas pelo vento, estendendo-se a menos de 2 (dois) metros do solo. O descritor BL (soprado) será usado para indicar poeira, areia ou neve levantadas pelo vento,

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DR e BL deverão ser usados somente em combinações com as abreviaturas DU, SA e SN, por exemplo: BLSN;

• Quando neve soprada for observada com queda de neve das nuvens, ambos os fenômenos deverão ser informados, isto é, SN BLSN. Quando devido à neve soprada forte, o observador não puder determinar se a neve também está caindo das nuvens, então somente +BLSN deverá ser informado;

• O descritor SH deverá ser usado somente em combinação com uma ou mais das abreviaturas RA, SN, PL, GS e GR, para indicar precipitação do tipo pancada na hora da observação, por exemplo: SHSN;

• O descritor TS deverá ser usado somente em combinação com uma ou mais das abreviaturas RA, SN, PL, GS e GR, para indicar trovoadas com precipitação no aeródromo, por exemplo: TSSNGS. Quando usado isoladamente, o descritor TS indicará a ocorrência de trovoada no aeródromo, sem que se observe algum tipo de precipitação;

• O descritor FZ deverá ser usado somente em combinação com as abreviaturas FG, DZ e RA, por exemplo: FZRA;

• O qualificador de proximidade VC deverá ser usado somente em combinação com as abreviaturas TS, DS, SS, FG, FC, SH, PO, BLDU, BLSA e BLSN.

Ricardo Augusto Felicio Prof. Dr. Climatologia

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