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DIVULGAR PARA LIBERTAR: A PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA NO MOVIMENTO ABOLICIONISTA DE CURITIBA EM

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DIVULGAR PARA LIBERTAR: A PARTICIPAÇÃO DA IMPRENSA

NO MOVIMENTO ABOLICIONISTA DE CURITIBA EM 1888

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ZALUSKI, Jorge Luiz 2 UNICENTRO/Paraná

Resumo: O presente trabalho visa o entendimento da propaganda abolicionista em jornais de Curitiba, do

ano de 1888. Buscando investigar as relações entre a imprensa, política e os abolicionistas, em todas estas posições representadas por pessoas que faziam parte da elite local. É possível perceber que com a caminhar do movimento os periódicos alteravam a ênfase de seus discursos, isso devido o debate estende-se e envolver mais pessoas da região, como também, o surgimento de diferentes locais para o debate especificamente do assunto. A análise concentra-se nas notícias entre janeiro e junho sobre libertações de escravos em dois periódicos que vinham destacando-se na causa, o Dezenove de Dezembro e A República. Entende-se que o período foi marcado por diversos debates sobre a abolição dos cativos, quando ocorriam, logo eram impressos para auxiliar na construção da imagem de uma sociedade libertadora. Envolvidos por integrantes políticos e senhores de escravos, o jornal tornou-se um documento de relevância para o estudo das relações escravas e a participação da imprensa na sociedade.

Palavras-chave: abolição, escravos, imprensa, jornais, republica.

O período escravista no Brasil, proporcionou uma serie de debates referente a extinção ou não dos escravos. Todas estas discussões atingiam o maior veiculo de comunicação da época, os jornais, que passavam a ter papel fundamental em toda a sociedade, não apenas para a informação, mas como instrumento que auxiliava na construção do pensamento da sociedade.3 Diante disso, o jornal caracteriza-se como um documento de grande valia para a produção historiográfica, não como um catálogo de informações sobre os escravos ou algo que narra sua época como verdade, mas conforme é apontado por Marco Morel:

1 Trabalho apresentado no GT de Mídia Impressa, integrante do VIII Encontro Nacional de História da Mídia, 2011.

2 Graduado em História (2008) pela Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. Especialização em Ensino e História da América (2010), UNICENTRO. Especialização em Gestão Escolar, (2010), UAB/UNICENTRO. Realiza pesquisa sobre o período escravista e o movimento abolicionista. Com ênfase na educação, pesquisas sobre o Ensino de História e Cultura Afro-brasileiras. E-mail: jorgezaluski@hotmail.com

3 MENDONÇA, Joseli Nunes. Cenas da abolição: Escravos e senhores no Parlamento e na justiça; São

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Esta passou a ser considerada como fonte documental na perspectiva de um testemunho, à medida que enuncia expressões de protagonistas. E, também, como protagonista ela mesma, peculiar e complexo agente histórico que intervém nos embates e episódios, não mero “reflexo” de uma realidade já definida. O que implica, portanto, verificar como os impressos periódicos interagem na complexidade do contexto.4

Os impressos tornaram-se objeto de grande importância para a construção histórica, trazendo em suas páginas não apenas a notícia criada em um momento da história, mas verdadeiras articulações de um jogo de interesses contra ou a favor do que vem sendo vivenciado em seu período. Desta forma, esta pesquisa tem como objetivo identificar em dois jornais curitibanos, A Republica e o Dezenove de Dezembro, no período de janeiro a junho de 1888, publicações que contêm notícias sobre escravos ou alforrias ocorridas na cidade e região, procurando destacar os motivos que levaram o acontecimento das libertações.

As publicações serão destacadas cronologicamente, mantendo a ordem em que foram publicadas. A análise será compreendida estabelecendo relações com as ideias de Eduard Palmer Thompson, desenvolvida em Senhores e Caçadores: a origem da Lei Negra. Nesta obra, Thompson apresenta uma série de discussões ocorridas na Inglaterra no século XVIII, dentre elas o processo que cercou terras de uso comum, florestas como Windsor, Hampshire e Whigs que serviam toda a comunidade e foi privada para a população, delimitando uso exclusivo para um único senhor, cabendo a ele o que deveria ser feito com o espaço. O cerco destas grandes áreas fez com que modificasse toda a forma de convivência e sobrevivência dos moradores da região.5

Interferindo em toda a sociedade inglesa, a lei não apenas limitou o ambiente, como também gerou a necessidade da busca de novas alternativas aos que utilizavam as terras. Reforçou também o estabelecimento de direito à propriedade, seja de coisas moveis como os animais, ou imóveis como os antigos espaços comunais.6 As leis caracterizam-se como legitimadoras dos aspectos da comunidade, cabendo a ela providenciar a forma de como será organizada a sociedade, para que possa ser cumprido o que foi estabelecido perante a lei. O direito à propriedade como legitimação de uma

4 MOREL, Marco. Prefácio. In: BARBOSA, Marialva. História cultural da imprensa: Brasil, 1800-1900.

Rio de Janeiro: Mauad X, 2010. p. 8.

5 THOMPSON, Edward P. Senhores e caçadores: a origem da Lei Negra. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e

Terra, 1987.

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classe dominante, não foi o único destaque de Thompson, também pode ser percebido que muitas vezes as leis são retóricas. “Podem disfarçar as verdadeiras realidades do poder, mas ao mesmo tempo podem refrear esse poder e conter seus excessos” (THOMPSON, 1987, p, 356).

Diante deste entendimento, podem ser compreendidas as libertações que vinham ocorrendo não apenas em Curitiba, mas em vários locais em que ordens, leis e protestos eram movidos por interesses políticos ou sociais. Os periódicos coletados para esta pesquisa fazem parte de um período de grandes agitações para o governo brasileiro. De um lado a monarquia que tentava manter-se no poder, por outro, a república que vinha fortalecendo-se, com debates que mesclavam-se em temas que envolviam toda a sociedade. O abolicionismo foi um deles, e pode ser percebido através dos registros deixados pela imprensa.

As fontes selecionadas estão microfilmadas e disponíveis na Biblioteca Pública do Estado do Paraná. Algumas edições estão bastante deterioradas pelo tempo e pela má conservação que apresentavam antes do material ser arquivado de maneira correta, o que torna difícil compreender certas palavras, mas não impedem que o texto seja utilizado. As publicações do Dezenove de Dezembro destacadas para o recorte da pesquisa estão, no rolo 48, da gaveta de número 04, com microfilmagem correspondente ao período de 05 de janeiro a 29 de dezembro de 1888.

Este foi o primeiro periódico paranaense. Não traz apenas a marca de iniciar a imprensa no estado, mas, por destacar-se como suporte de incentivo a produção tipográfica e por promover de maneira significativa a busca do conhecimento intelectual das pessoas naquele período. O nome recebido é em homenagem a emancipação do Paraná da Comarca da Província de São Paulo em 1853, partindo da iniciativa do presidente provisório, o Conselheiro Zacarias Góes e Vasconcelos, que trouxe do Rio de Janeiro o tipógrafo Cândido Martins Lopes, iniciando em 1º de abril de 1854 a primeira edição dos impressos.7

O Dezenove de Dezembro não tinha a intenção de apresentar-se como um jornal político, seu objetivo era em informar seu público sobre os procedimentos que o

7 CELSO, Daiane Suelyn & SILVA, Michele Santos da. Análise do jornal O Guayra durante a Revolução

Federalista nos anos de 1893 a 1895. In: ANAIS Intercom – IX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul – Guarapuava – 29 a 31 de maio de 2008. Disponível em:

http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sul2008/resumos/R10-0535-1.pdf. Acesso em 11 de outubro de 2010.

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governo vinha estabelecendo, apresentando os atos realizados. Propunha abrir espaço para que a população pudesse debater o que seria importante para o progresso da província. O periódico iniciou suas publicações, com uma tiragem semanal, porém, houve alguns problemas que resultaram em vários intervalos sem nenhuma edição. Talvez um dos momentos mais relevantes para a sua continuação, tenha acontecido em 1884, quando se torna o primeiro jornal diário da Província do Paraná, declarando-se neutro na política e publicando os atos oficiais do governo. Impedindo, qualquer tipo de redação que expusesse alguma forma de acusação ao poder vigente. Em 1885, deixa esta imparcialidade quando estabelece alianças com o jornal Província do Paraná, que era mantido pelo Partido Liberal. Desde então, com total engajamento político, tornou-se órgão oficial daquele partido.8

Através do Dezenove de Dezembro, percebe-se que a imprensa atingiu seus objetivos de quando fora implantada no Paraná. A iniciativa pela busca do progresso proporcionou a criação de outras empresas tipográficas, não apenas em Curitiba, mas em todo o Estado. Muitas se apresentaram extremamente defensoras de algum partido político, ou até mesmo foram criadas por eles e marcam outro ponto fundamental desta pesquisa: o jornal como instrumento de uso para o poder.

A permanência da monarquia era colocada cada vez mais em situação de risco, dentre muitos debates o republicanismo torna-se mais forte e disposto a defender seus interesses. Surge em Curitiba, em finais do século XIX, o Club Republicano, e criam o jornal A Republica em 1885 (outra fonte selecionada para esta pesquisa, está localizado no rolo 33, gaveta número 38, com microfilmagem referente ao período de 02 de janeiro a 29 de dezembro de 1888), com o intuito de servir à pátria e à democracia. No inicio suas publicações eram quinzenais, tendo como principal objetivo derrubar o império pronunciava as vantagens de o país ser dirigido pela república, junto a este discurso trazia problemas atuais, como a abolição dos escravos, tornando-se um dos maiores defensores da causa.9

A problemática desta pesquisa consiste em, analisar o uso da abolição por republicanos e senhores de escravos. O discurso é compreendido como transferência da posição dos cativos. O negro foi objeto de trabalho, e deveria cumprir o que lhe era

8 GRAF, Márcia Elisa de Campos. Imprensa periódica e escravidão no Paraná. Curitiba, Secretaria de

Estado da Cultura e do Esporte, 1981. p. 23-24.

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estabelecido. Na propaganda contra o cativeiro, ele continua com sua forma, mas configura-se como objeto para uso de um discurso para atingir a sociedade, seja favorecendo os partidários da república para conseguir mais adeptos para mudanças no governo, ou, aos seus proprietários, que teriam resultados positivos em suas relações com a comunidade.

Fazendo relação com as concepções de Thompson, o escravo torna-se a propriedade móvel, os espaços sociais que ele poderá ocupar eram definidos pelo seu senhor, o qual detinha todos os direitos sobre ele. As libertações que muitos vinham realizando não haviam sido debatidas e promulgadas através de uma lei, apenas reforçava o direito à propriedade, e caso uma lei viesse a existir, “ela existia por direito próprio, enquanto ideologia, uma ideologia que sob muitos aspectos, não só servia ao poder de classe, mas como também o legitimava” (THOMPSON, 1987, p. 353).

O avanço ideológico proporcionado pela imprensa, adequou um perfil de “sociedade mais democrática”. Utilizado como espécie de slogan de A Republica, propunha defender a pátria e a democracia, conforme pode ser destacado na sua primeira edição de 1888. Declarava-se radiosa de alegria por entrar no seu terceiro ano de existência, pronunciando também que, “A Republica tem sabido conservar-se no seu posto de espera, tem sabido abrir o seu caminho, recta, justa, como os seus principios” (A Republica, 02 de janeiro de 1888, p. 01). A conquista não seria imediata, mas construída aos poucos, esperando o momento certo para agir.10

Aos poucos surgiam os primeiros resultados favoráveis à causa. A República anunciava que, “constanos tambem que varios cavalheiros da nossa melhor sociedade em uma reunião, determinaram solennemente libertar a nossa capital dentro de dois mezes”. (A Republica 22 de fevereiro de 1888).

Nem sempre a propaganda foi realizada em favor dos cativos. Conforme trabalho realizado por Lilia Moritz Schwarcz, é possível perceber através dos jornais diferentes formas de ver o negro na história, cada uma marcada por um processo de construção da imagem de como era visto o escravo na sociedade. Inicialmente apareciam em pequenos recortes como objeto de venda ou resgate pela fuga, considerada como um sinônimo de rebeldia, ou então uma caracterização de mau

10 CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil. São Paulo,

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elemento que era construída através de anúncios de procura por roubo.11

Schwarcz percebeu que a causa abolicionista promoveu uma intensificação nas publicações relativas ao negro. Comparando diferentes periódicos identificou que: “Nestes pode-se notar que a escolha das notícias não era idêntica, embora todos tivessem como uma das questões centrais de suas páginas o problema negro num momento marcado pela eminente abolição da escravidão e por mudanças no regime político.” (Schwarcz, 1987, p. 15). Foi o que também aconteceu no Paraná. Os republicanos promoveram diversas formas de combate ao escravismo muitos dos encontros nos clubes resultavam em ações de generosidade à pátria, atingindo os jornais como pode ser observado na seguinte notícia:

Liberdade!

Em nome da religião! Em nome da civilização! Em nome da Pátria! O apello feito á população curitybana foi generosamente correspondido. Tendo a commissão libertadora da municipalidade sahido do seu honroso encargo, recebeu um franco acolhimento dos possuidores de escravos, conseguindo já nada menos de 19 cartas de liberdade, sendo algumas sem condição e as outras a pequeno prazo [...].12

Vê-se que em primeira instância, aderir a abolição tornava-se algo de importância para o progresso do país, impurezas e atrasos seriam retirados com a extinção da escravidão. Mesmo, tendo utilizado por muito tempo, a mão de obra escrava, o senhor, após efetuar a libertação, sairia como um herói e defensor da causa, merecendo destaques e motivos para ser honrado por todos, como anunciava a continuação daquela edição:

[...] Libertaram os seus escravos o srs. Tobias de Macedo, escrava Januaria, Sizenando de Sá Ribas, [...] Honra aos distinctos abolicionistas, que tão dignammente corresponderam ao apello em que vão empenhados a honra, o progresso do nosso paiz e a grande causa da humanidade. Fiquem os seus nomes registrados, com a mais eloqüente prova de que a laboriosa população curitibana sabe ennobrecer o seu torrão, collocando-se na vanguarda dos grandes commettimentos da civilização.[...]13

11 SCHWARCZ, Lilia Moritz. Retrato em Branco e Negro: jornais, escravos e cidadãos em São Paulo no final do século XIX; São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 14.

12 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 27 de fevereiro de 1988, p, 02. 13 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 27 de fevereiro de 1988, p, 02.

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Os periódicos destacavam quem promovia seus atos de liberdade. Através destas noticias percebe-se que a abolição paranaense crescia significativamente em todos os aspectos, seja em libertações clandestinas em atos individuais, ou por aquelas que os cativos eram de responsabilidade de integrantes do movimento abolicionista ou republicano.

Os abolicionistas acompanhavam uma intensa manifestação pelo progresso do país, mas naquele momento as inquietações estavam mescladas em ideias e concepções que vinham sendo aplicadas em grande parte do mundo, e que poderiam auxiliar na aceitação da imigração junto a inferioridade da raça negra. Em outro estudo Schwarcz expõe as ideias sobre a raça no Brasil que vinham sendo bastante debatidas na Europa em finais do século XIX. Estas foram criadas por intelectuais e cientistas que procuravam justificar que o negro fazia parte de uma raça inferior. Assim, o Brasil estaria em um grande atraso pela maioria de sua população ser negra ou mestiça, fazendo com que contribuísse para sua condição social.14 Conforme pode ser destacado:

Aqui se fez um uso inusitado da teoria original, na medida em que a interpretação darwinista social se combinou com a perspectiva evolucionista e monogenista. O modelo racial servia para explicar as diferenças e hierarquias, mas, feitos certos arranjos teóricos, não impedia pensar na viabilidade de uma nação mestiça. Este já é, porém, um debate que pressupõe a reflexão sobre a excelência da cópia e a especificidade desta no pensamento nacional.15

Em estudo de Célia Maria Marinho de Azevedo, é possível perceber que os jornais mostravam outras formas de promover a propaganda, dentre eles o que teve maior influência foi a imigração européia. Segundo Azevedo, o país não suportava mais o sistema escravista devido às necessidades econômicas. A inferioridade da raça negra justificaria sua categoria na sociedade, por outro lado colocaria em risco o desenvolvimento do país. Azevedo observou que os jornais procuravam manter uma relação de ordem com a sociedade, procurando apresentar pontos positivos com a vinda de imigrantes, com isso, os cativos ganhavam diferentes posições nos periódicos.16 “A partir do momento em que o jornal assume firmemente a posição de abolição imediata e

14 SCHWARCZ, Lilia. Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil.

São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

15 SCHWARTZ, Ibidem, p. 65.

16 AZEVEDO, Célia Maria Marinho de. Onda Negra Medo Branco: o negro no imaginário das elites

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incondicional, segue-se uma série de artigos dedicados à orientação prática e pedagógica do negro.” (AZEVEDO, 1987, 231).

Em Curitiba os jornais apresentavam as mesmas informações e problemas, como pode ser visto na seguinte notícia:

[...] E´assim que vão apparecendo os fructos da fecunda e abençoada propaganda, vamos ao menos n´esta marcha e amanhã estará completa. Aos humanitários cavalheiros a que se deve a restituição da liberdade a este punhado de escravisados, um aperto de mão perfeitamente cordial. [...]17

Propunha-se uma espécie de acordo: o escravo receberia o aperto de mão cordial, simbolizando um reconhecimento pelos serviços prestados, ou então um simples gesto de que tudo ficaria bem. Assim, a imagem reproduzida para todos é de respeito entre senhor e seu liberto, e de maneira geral, todos poderiam conviver de forma pacífica e amigável após as libertações.18

Conforme publicação do Dezenove de Dezembro em 24 de março de 1888, trazendo estampada na primeira página as libertações ocorridas na província, o impresso anuncia que o Club Militar curitibano passaria, a partir do dia seguinte a “collocar-se á frente do movimento abolicionista”.19 Neste momento o club militar já correspondia como um grande oponente às questões do império. Possuía alianças com os republicanos e juntos defendiam abertamente a abolição em encontros e promoções de liberdade.20 Em Curitiba, a participação dos militares promoveu uma intensa aceleração nas abolições, conforme a notícia, “Libertação do município”, em que se destaca:

A convite da directoria do Club Militar reuniu-se esta associação em assembléa geral no dia 25 de corrente, á qual concorreram muitos cidadãos, representantes de varias associações e da imprensa. Foi ali

17 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 03 de abril de 1988. P,01.

18 FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil. 46.

ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. Propôs um estudo sobre as origens da sociedade brasileira, com enfoque na região nordeste observa a existência de uma sociedade patriarcal, construída através das relações entre brancos, negros e indígenas. O trabalho possibilitou grandes avanços para a historiografia brasileira, uma das questões que ainda se faz muito presente em debates é sobre o “mito da democracia racial”, da convivência harmoniosa entre senhores e escravos, brancos e negros. Sobre o assunto pode ser encontrada uma discussão sobre a produção de Casa-grande e senzala e sua repercussão para a historiografia em: ANHEZINI, Karina e FERREIRA, Ricardo Alexandre. “Diálogos historiográficos: Afonso de Taunay e Gilberto Freyre”. In. Anais da XV Semana de História da UNICENTRO – Oficio de Historiador. Guarapuava: UNICENTRO, 2007.

19 Vale dizer que este documento possui um número significado de palavras ilegíveis.

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mesma organisada a Confederação Abolicionista Paranaense, com fim de promover a abolição total do município, por todos os meios legítimos: [...] A confederação dirigiu um convite á classe commercial da nossa cidade afim de que ella compenetrada dos altos sentimentos de humanidade que dominam o povo paranaense na questão do abolicionismo, por sua vez unisse seus serviços aos da briosa associação. Que a confederação abolicionista consiga realisar o seu nobre desideratum, tals são os nossos votos.21

Organizada pelos militares, a confederação propunha atingir toda a sociedade, começando pelos comerciantes. Estes periódicos permitem verificar que, a imprensa agiu de forma à atingir as pessoas com a propaganda, como forma de conscientização para que todos ficassem livres da inferioridade e do atraso. As questões humanitárias voltaram-se para o aperto de mão cordial, uma espécie de símbolo, que livraria os negros de toda a exploração que estavam sujeitos.

A existência do mesmo assunto nos dois periódicos permite verificar que um atribui mais ênfase à confederação e seus interesses, enquanto o outro faz apenas um enunciado do que havia acontecido. O Dezenove de Dezembro, que naquele momento era órgão oficial do governo, destacou apenas a criação da confederação abolicionista e seus representantes, enquanto A República, procurou expor grande parte do acontecimento, enaltecendo os participantes e as primeiras movimentações em favor da libertação, dentre elas o pronunciamento feito na implantação. “Possuindo do mais alto enthusiamo disse o orador que a abolição era a iniciação de outras reformas necessárias no paiz, as quais hão de vir porque o povo levanta-se começando a compreender os seus direitos” (A República, 03 de abril de 1888, p. 01). O movimento curitibano seguia as suas intenções até surgir uma manifestação da corte. Vinham notícias de que ela elaboraria um projeto para extinguir a abolição. Entre suas especificações constavam que:

[...] 1º O principio da libertação immediata e total dos actuaes captivos, fazendo o governo questão de gabinete desse ponto essencial de seu programma, 2º que os libertos ficarão obrigados á prestação de serviçospelo prazo de 3 meses, vencendo salários q´lhes ficarão ainda obrigatoriamente localisados por 2 annos no município de sua residência, e sujeitos a trabalhos, encorrendo na pena de prisão de 6 mezes, e 30 nas reincidencia, prestudos nas obras publicas, se der-se a infração daquelle preceito legal. Como se vê o gabinete fará questão sómente da libertação immediata, modificando-se as outras

21 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. Dezenove de Dezembro, 29 de março de 1888.

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condições segundo os debates das câmaras, assim póde muito bem a condição de serviços passar de 3 mezes a 3 annos ou talvez mais [...]22

A notícia pode parecer estranha, mas o imediatismo pela libertação dos cativos vinha por decisões da corte, que pretendia que a abolição acontecesse o mais rápido possível. Porém estabeleceu algumas condições para a liberdade do escravo. O segundo e terceiro item estabelece obrigatoriedades àquele que tornar-se liberto, como previsto, ele ainda manteria relações de trabalho com seu senhor e convivência na mesma província, caso contrario seria punido. O projeto estipulou um prazo mínimo para que este ex-cativo continuasse prestando seus serviços, mas deixou a critério das câmaras municipais o cumprimento dos prazos que seriam estipulados em cada localidade.

O discurso coloca em questão a posição do escravo. Debatido fortemente sua abolição, quando possui a oportunidade, ele ainda recebe condições que impedem que abuse totalmente de sua liberdade, reafirmando sua posição de objeto para uso da propaganda. Por muito tempo ele foi colocado nos periódicos como fator principal. Quando recebe a condição de liberto, ele passa a ser uma causa ganha por aqueles que o defendiam, retirando-o do centro do debate e sendo substituindo por quem o libertou.

O projeto de abolição imediata partiu do Império, o que gera muitas dúvidas sobre sua real posição frente ao movimento, pois eram os principais alvos dos republicanos por serem defensores do cativeiro. Eduardo Silva encontrou outra relação imperial com os cativos, foi com a existência do quilombo do Leblon, no Rio de Janeiro, que dentre seus principais integrantes, contava com a participação da princesa Isabel.23 O quilombo do Leblon ganhou destaque por possuir grandes representantes da sociedade carioca e o anonimato deveria ser mantido para que pudessem realizar encontros em defesa da causa. Tal êxito pôde ser alcançado por aderirem uma camélia japônica como código entre os integrantes, e a flor utilizada na lapela pelos freqüentadores tornou-se símbolo do movimento.24

Nos periódicos curitibanos a colocação da corte nos assuntos abolicionistas desenvolveu-se através da elaboração do projeto de abolição. Depois disto, as próximas edições publicavam cada vez mais sobre as relações do império com a abolição,

22 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 17 de abril de 1988. p, 01. 23 SILVA, Eduardo. As camélias do Leblon e a abolição da escravatura: uma investigação de história

cultural.

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ganhando notícias de capa que muitas vezes ultrapassavam mais de uma página. O discurso era o mesmo, os periódicos apontavam que o império também se manifestava em favor do progresso do país. Conforme uma das primeiras publicações:

[...] Não é só a reivindicação dos direitos de uma raça opprimida durante trez séculos de misérias e horrores, que ella exprime, é também o nosso desenvolvimento material e intellectual que se liberta dos entraves da escravidão. Uma ligeira reflexão sobre os males occasionados a este paiz pela funesta instituição, basta para avaliar as grandes consequencias q´hão de vir do desapparecimento do homem escravo em nossa pátria. Vamo-nos em fim reconciliar com o mundo civilizado que não mais terá a oppor-nu ao fornecimento de braços livres á nossa agricultura [...] Muito terá a lucrar também o caracter nacional, uma vez livre do contacto impuro da escravidão, fonte de despotismo e servilismo [...].25

Este é um dos momentos mais significativos para o movimento abolicionista, o governo que detinha o mais elevado poder, que poderia interferir de maneira imediata e com maior precisão passa a fazer parte do debate. A noticia anterior reforça a importância deste “como aliado”, aponta que isso não é apenas o resultado de uma reivindicação dos oprimidos, mas a abertura do progresso, seja material ou intelectual, pois tudo que consistia em progresso era banido pelas impurezas da escravidão, que abolida, apresentaria aos poucos grandes resultados em todos os setores.

O Dezenove de Dezembro destacou a participação da princesa na defesa do projeto, conforme a edição:

A princesa imperial foi objecto hontem de uma manifestação popular, que deve ter sido muito agradável ao seu coração de soberana e de brazileira. A manifestação não se dirigia ao documento ministerial de que o povo não tinha ainda conhecimento, e que havia de ser escripto nesse estylo inchado e vasio do byzantismo parlamentar. A sympathia publica ia directamente á pessoas da augusta princesa, que, por um acto de iniciativa nacional, infelizmente raro na história da nossa monarchia, decretou, antes do parlamento a votar, a abolição da escravidão. [...] 26

Observa-se que a princesa propunha efetivar a abolição antes mesmo do projeto ir para votação no parlamento. O seu envolvimento direto com o assunto alterou

25 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 10 de maio de 1988. p, 01.

26 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. Dezenove de Dezembro, 09 de maio de 1888. p,

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novamente o discurso dos jornais, foram diminuídas as notícias sobre a manifestação em Curitiba e atribuída mais ênfase nas decisões que poderiam atingir todo o território nacional.

A suposta adesão da princesa pelo movimento não ocorreu de forma imprevista. Conforme aponta Robert Daibert Junior, a participação da princesa já havia sido pensada há muito tempo. Quando surge em favor da libertação destaca-se como uma heroína que foi idolatrada pelos escravos. Esta atitude vinha sendo moldada através de pequenos gestos para transmitir uma imagem de pessoa dedicada, amada e respeitada. Contando com o apoio da imprensa imperial, Isabel foi construída como uma batalhadora por todos os problemas que a monarquia enfrentava, como o escravismo, já havia sido aderido, mas precisava envolver alguém da corte para que esta não tivesse seu governo corrompido com decisões estranhas que poderiam afetar a todos.27

A adesão pela libertação foi um dos maiores passos realizados pela princesa para conquistar a população; sua assinatura em favor da Lei Áurea em 13 de maio de 1888 reafirmou sua posição de defensora por melhorias em toda a nação. Diante disso, os próximos periódicos ocupavam várias páginas que apresentavam a alegria não apenas do ex-escravo, mas de toda a sociedade, entre os festejos e abolicionismos, os jornais destacavam que o Brasil estava liberto de todas as mazelas que a abolição proporcionava. Com entusiasmo e “rumo ao progresso” os jornais procuravam manifestar sua opinião, conforme o Dezenove de Dezembro, “[...]sem tergiversação nnem tregoas, a humanitária e civilizadora lei, á Regente e ao governo que tiveram a santa inspiração de propol-a, ao conselheiro Dantas, a quem cabe a gloria de ter desfraldado a bandeira da abolição no parlamento, [...]”. (Dezenove de Dezembro, 16 de maio de 1888. p, 01).

Este impresso propôs uma saudação ao império, em especial à princesa por ter assinado a lei humanitária e civilizadora. Estas duas atribuições estão associadas ao que vinha sendo questionado como problemas nacionais, a primeira pela presença do braço servil e a segunda por promover o desenvolvimento que era bloqueado pela escravidão. Outros textos também fazem pronuncia sobre os festejos e devoções à princesa. A

República jornal de oposição à monarquia demorou mais tempo que as demais vezes

para fazer uma nova publicação. Na edição seguinte possui várias manifestações de

27 JUNIOR, Robert Daibert. Isabel a “Redentora” dos Escravos: uma história da princesa entre olhares

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alegria pela causa, mas as glorias da conquista foram destinadas ao povo brasileiro, como segue:

O povo brasileiro acaba de affirmar com a maior altivez a sua soberania, impondo aos poderes constituídos a lei extinguindo a escravidão no Brazil. Já de longos annos ia-se formando essa opinião invencível que acaba de receber a consagração da mais explendida victoria. A abolição do elemento servil representa o longo e aturado trabalhar de muitos anos, nos movimentos democráticos que agitavam o paíz nos tempos coloniaes e no primeiro reinado [...] as vigorosas proporções que a conduziam á realisação da grande conquista que nos cobre de gloria, a todos nós brasileiros.28

A posição deste periódico é bem contrária ao anterior, pois ele defende que o movimento teve êxito pelo trabalho feito pela população, algo que demorou anos para ser realizado. A mesma edição possui vários textos sobre a libertação dos escravos e festejos que vinham sendo realizados desde a data da assinatura da lei. O heroísmo que Robert D. Junior identificou em Isabel, também vinha sendo questionado pelos redatores, conforme a seguinte notícia:

A cidade esta ennundada de boletins convocando o povo para victoriar a regente, antes e depois da abertura do parlamento. Nada mais natural do que essa solicitada manifestação. Acaso não estamos na torrente bajuladora do poder? Não é muito que estejam mentindo descaradamente á posteridade. Essa gente constroe a historia como quem accumula mentira nas estremeiras. [...] Hoje deve ser um dia destinado ao furor bajulador! [...] A festa de hoje, é uma victoria retardada, quase posthuma. [...] O povo só teria que applaudir a si mesmo, só isto seria verdadeiro e legitimo. [...] Aristides Lobo.29

O jornal curitibano expõe o entusiasmo das pessoas com a abolição, mas questiona o fato de ir agradecer à princesa por efetuar o ato, defendendo que o que aconteceu foi um processo feito pelo povo. Assim, enaltecer a regente seria uma forma bajuladora e mentirosa de agradecer. O interessante desta publicação é que ela possui um autor, diferente das demais, que até o momento não possuía nenhuma assinatura registrada, a não ser pelos telegramas de outras localidades. Feita a abolição, os periódicos vinham registrando as liberdades e as festividades que promovidas na província. O problema parecia estar solucionado e aos jornais ficaria a ausência dos ataques à monarquia, até que uma edição do A Republica, publica um telegrama vindo

28 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 24 de maio de 1988. p, 01. 29 BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO DO PARNÁ. A República, 24 de maio de 1988. p, 01.

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de São Paulo o qual levantava outra questão que parecia já estar esquecida:

[...] O primeiro e o mais gigantesco passo da nossa pátria está dado, agora somente nos falta derrubar o throno da monarchia e substituirmos pelo da tão querido Republica. Finalmente depois de conseguirmos isto ahi então podemos dizer com todo o enthusiasmo: na verdade pertencemos a uma patria feliz. Está pois vencida a luta da extinção da escravidão e agora é necessário que com coragem e abnegação enfrentemos novamente outra luta para podermos implantar o aureo pendão de Republica gravado com lettras de ouro as palavras: Liberdade, Igualdade. 30

Os republicanos haviam adotado o abolicionismo como meio para atingir o poder monárquico e feita a abolição, deveria levantar novas estratégias para a implantação da República. O periódico, por ser um objeto para uso deste movimento, continuaria seu papel em atacar o governo com os problemas que ainda existiam.

Tendo observado a trajetória dos escravos nos periódicos curitibanos, pode-se afirmar que eles foram objetos de uso para uma propaganda. Quando houve a libertação estes foram extintos também das páginas dos impressos, que passaram a dar destaque apenas para os festejos, deixando de lado que eles passariam a ser livres e tornar-se-iam integrantes de uma nova forma de sociedade. No entanto não foi identificada nenhuma edição neste período que apontasse onde estes libertos estavam.

Como um instrumento para a propaganda e informação, os jornais permitem verificar toda a movimentação da sociedade. Sua utilização para o debate antiescravista reafirma que estes possuem diferentes objetivos a serem atingidos, além de que, cada periódico segue um posicionamento político. Como os analisados anteriormente, de um lado, os defensores da abolição, que fundamentavam suas ideias em busca da República, por outro o império, que quando se sentiu enfraquecido passou a defender a libertação, utilizando de tal artifício para manter-se no poder. A data de, 13 de maio de 1888 foi exaltada e festejada. Nos periódicos, apenas A República questionava o interesse da princesa em libertar os escravos. Noticias sobre os ex-cativos vinham sendo publicadas, porém reduzia-se cada vez mais o enfoque dado ao negro. Quando é lançado total interesse pela queda da monarquia as noticias encerram-se de vez, abrindo espaço para outros assuntos que ocupariam aquelas páginas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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