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MBA EAD FINANÇAS Turma 1 RELATÓRIO TCC 2020

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1  UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto FUNDACE

Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia

MBA EAD FINANÇAS

Turma 1 RELATÓRIO TCC

2020

Nome do Aluno: Tiago Francioli Souza

Título do Trabalho: Análise Financeira Vale SA 2T 2020 Área: Finanças Corporativas e Valor, Análise Financeira Professor Orientador: Carlos Alberto Grespan Bonacim

Resumo

O objetivo do presente estudo é analisar os resultados financeiros da Vale SA referentes às demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2020, considerando a particularidade do período em função da pandemia mundial do COVID 19. Para tanto, foram analisados o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultados (DRE) e a Demonstração dos Fluxos de Caixa, divulgados pela companhia, utilizando técnicas de análise horizontal, vertical e de índices econômico-financeiros relacionados à liquidez, endividamento e estrutura e rentabilidade. Os resultados indicaram que a companhia mantém sua capacidade de geração de valor a partir das operações, apesar da pandemia do COVID 19, porém foi fortemente impactada pelas despesas relacionadas ao acidente com a barragem de Brumadinho em 2019. Além disso, observou-se um aumento do endividamento no período com foco em garantir as obrigações diante da incerteza relacionada à pandemia a partir do aumento do caixa.

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1. Introdução

As demonstrações financeiras analisadas neste trabalho são referentes às publicações da empresa autorizadas em 29 de julho de 2020, referentes aos resultados de 2020 até 30 de junho, período em que o mundo foi fortemente atingido pela pandemia da COVID 19. Segundo a Companhia, estas demonstrações intermediárias foram preparadas para atualizar os usuários sobre os eventos e transações relevantes ocorridas no período e foram analisadas em conjunto com as demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2019. A empresa afirma também que as políticas contábeis, estimativas e julgamentos contábeis, gestão de risco e métodos de mensuração são os mesmos que aqueles adotados na elaboração das últimas demonstrações financeiras anuais.

Os relatórios da companhia analisados neste trabalho foram o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). O diagnóstico utilizado neste trabalho consistiu em análises horizontal e vertical e análises de índices econômico financeiros relacionados à liquidez e atividade, endividamento e estrutura e rentabilidade.

2. Referencial da pesquisa

Segundo Malaga (2017), a análise das demonstrações financeiras representa uma técnica fundamental para estudos e trabalhos focados na alocação de recursos, concessão de crédito dentre outras decisões de avaliação de risco e gestão de investimentos no ambiente de finanças corporativas.

Lima (2020) cita que na análise das demonstrações contábeis pode-se notar as variações quantitativas e qualitativas no patrimônio da empresa, assim a partir da comparação do desempenho econômico e financeiro em períodos selecionados para análise é provável diagnosticar a situação atual e prever tendências futuras. Os relatórios contábeis e financeiros são elaborados periodicamente a fim de produzir informações tempestivas, este é um dos motivos que oferece credibilidade para estes serem utilizados como fontes de dados no processo de análise.

Segundo Assaf (2014), as sociedades por ações são obrigadas a elaborar e publicar, de acordo com a Lei no 11.638/07, as seguintes demonstrações:

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3   Demonstração das Mutações Patrimoniais ou Demonstração dos Lucros ou Prejuízos

Acumulados;

 Demonstração dos Resultados do Exercício;  Demonstração dos Fluxos de Caixa;

 Demonstração do Valor Adicionado.

Assaf (2015), resume ainda que as principais técnicas de análise das demonstrações financeiras são:

1. Análise Horizontal: Identifica a evolução dos diversos elementos patrimoniais e de resultados ao longo de determinado período.

2. Análise Vertical: Complementando os estudos horizontais, o estudo vertical das demonstrações contábeis permite conhecer a estrutura financeira e econômica da empresa, ou seja, a participação relativa de cada elemento patrimonial e de resultados. 3. Indicadores econômico-financeiro: procuram relacionar elementos afins das

demonstrações contábeis de forma a melhor extrair conclusões sobre a situação da empresa. Existem diversos índices úteis para o processo de análise, sendo metodologicamente classificados nos seguintes grupos: liquidez, operacional, rentabilidade, endividamento e estrutura, análise de ações e geração de valor.

4. Diagrama de índices: desenvolvido pela decomposição dos elementos que exercem influências nos índices. A elaboração de um diagrama de índices é mais adotada quando se estuda a rentabilidade da empresa.

Segundo Alves (2018), as análises verticais e horizontais auxiliam na coleta de informações iniciais das demonstrações contábeis, podendo estas ser complementadas através das análises de índices, envolvendo o procedimento de cálculo e interpretação dos indicadores sintéticos ou resumidos, buscando mensurar o desempenho e posição empresarial.

Conforme Silva e Souza (2011), os índices econômico-financeiros são de grande relevância para as organizações que objetivam adquirir recursos financeiros através de seus acionistas e investidores.

Silva e Souza (2011) afirma ainda que os indicadores econômico-financeiros representam instrumentos essenciais para obter êxito na captação de recursos. Essas ferramentas servem como base para que os acionistas e investidores verifiquem a posição, tanto econômica, quanto financeira da organização, assim como é possível avaliar possíveis riscos que possam vir a sofrer. Desse modo, os indicadores auxiliam para que os investidores tomem a melhor decisão com relação à aplicação do capital.

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4  Lima (2020) escreve ainda que para a análise das demonstrações contábeis são utilizados índices, estes que podem ser classificados como índices de liquidez, índices de rentabilidade e índices de endividamento.

3. Metodologia da Pesquisa

Com o objetivo de alcançar a proposta dessa pesquisa, que foi a análise das demonstrações contábeis da Vale SA, referentes aos resultados do segundo trimestre de 2020, utilizou-se de técnicas de análise vertical e horizontal, além de cálculo e análises de indicadores econômico financeiros.

Segundo Silva e Menezes (2000), pesquisar significa, de forma bem simples, buscar respostas para indagações propostas, podendo a pesquisa ser classificada segundo sua natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos.

De acordo com as características dessa pesquisa, pode-se classifica-la em:

a) Quanto a natureza considera-se uma pesquisa aplicada, pois objetiva a solução de problemas específicos,

b) Quanto à abordagem, trata-se de uma pesquisa qualitativa e quantitativa, pois além de cálculo dos indicadores, existe uma análise com base em correlação de informações. c) No que tange ao ponto de vista de seus objetivos, essa pesquisa é classificada como

descritiva, pois registra e descreve os fatos observados sem interferir neles.

d) Em relação aos procedimentos técnicos utilizou-se a pesquisa documental como para obtenção dos dados, tendo como fonte a central de investidores da Vale. Sequencialmente, os dados do Balanço Patrimonial, da Demonstração de Resultados e da Demonstração de Fluxo de Caixa foram analisados utilizando as técnicas de análise horizontal e vertical, além de calculados os indicadores econômico financeiros para avaliação da liquidez, estrutura de capital e rentabilidade da companhia.

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4. Resultados da Pesquisa

Antes do início das análises dos relatórios da Vale SA publicados nas demonstrações financeiras relacionadas ao segundo trimestre de 2020, é importante avaliar o contexto ao qual a companhia está submetida neste período.

Um acontecimento importante foi a Pandemia do COVID 19 que se desenvolveu rapidamente em 2020 e impactou diretamente a economia global. A empresa reportou que ainda não teve impactos operacional e financeiro, além das doações de 469 milhões de reais que realizou para as comunidades que atua.

Outro fator importante foi o rompimento da barragem de brumadinho que aconteceu em 25 de janeiro de 2019 em Minas Gerais e gerou obrigações de reparação para a companhia, além da decisão de acelerar o plano de descaracterização de todas as barragens de rejeito da empresa, construídas sob o método a montante (o mesmo método da barragem de Brumadinho). Estas despesas vêm impactando diretamente os resultados financeiros da Vale.

Além dos acontecimentos acima, observou-se uma desvalorização cambial do real frente ao dólar que foi positiva para a empresa, que exporta a maior parte da sua produção, além de possuir ativos no exterior.

Uma variável que não pode ser descartada na análise é que 52% da receita da companhia é originada da China, onde a produção de aço, segundo informações do relatório de desempenho do segundo trimestre de 2020 da Vale, totalizou 499 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2020, 1,4% superior ao primeiro semestre de 2019.

Após a retomada da atividade industrial, depois do lockdown no primeiro trimestre de 2020, o consumo de minério de ferro na China alcançou níveis recordes, impulsionado pelo suporte do governo em gastos de infraestrutura, que, em maio, incluiu 3,75 trilhões de yuans (US$ 535 bilhões) em títulos especiais do governo. Adicionalmente, no lado da oferta, os embarques dos grandes produtores não aumentaram no mesmo ritmo da demanda, resultando em uma contínua desestocagem de minério de ferro nos portos ao longo do trimestre.

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6  Neste contexto, a partir de uma análise vertical e horizontal do balanço da empresa, a partir da Tabela 1, é possível observar:

Tabela 1 - Análise vertical e horizontal da Vale

Fonte: elaborado pelo autor.

dez/17 dez/18 dez/19 jun/20 17‐18 18‐19 19‐20

Ativo 328.097 341.713 369.671 455.304 100% 4% 8% 23% Ativo Circulante 50.836 59.256 68.698 111.195 24% 17% 16% 62% Caixa e equivalente de caixa 14.318 22.413 29.627 66.333 60% 57% 32% 124% Aplicações financeiras de curto prazo 3.329 507 0% ‐85% Contas a receber 8.602 10.261 10.195 14.219 13% 19% ‐1% 39% Outros ativos financeiros 6.689 1.683 3.062 3.031 3% ‐75% 82% ‐1% Estoques 12.987 17.216 17.228 22.221 20% 33% 0% 29% Tributos antecipados sobre o lucro 2.584 2.104 1.492 794 1% ‐19% ‐29% ‐47% tributos a recuperar 3.876 3.422 2.227 2.165 2% ‐12% ‐35% ‐3% Outros 1.780 2.157 1.538 1.925 2% 21% ‐29% 25% Ativo não circulante 55.830 51.631 67.705 86.794 19% ‐8% 31% 28% Depóstios judiciais 6.571 6.649 12.629 11.333 13% 1% 90% ‐10% Outros ativos financeiros 10.690 12.180 11.074 12.590 15% 14% ‐9% 14% Tributos antecipados sobre o lucro 1.754 2.107 2.407 3.191 4% 20% 14% 33% Tributos a recuperar 2.109 2.913 2.446 2.827 3% 38% ‐16% 16% Tributos diferidos sobre o lucro 21.959 26.767 37.151 53.689 62% 22% 39% 45% Outros 12.747 1.015 1.998 3.164 4% ‐92% 97% 58% Investimentos 11.802 12.495 11.278 11.343 2% 6% ‐10% 1% Intangíveis 28.094 30.850 34.257 36.724 8% 10% 11% 7% Imobilizado 181.535 187.481 187.733 209.248 46% 3% 0% 11% Passivo 179.991 168.030 212.522 274.929 ‐7% 26% 29% Passivo circulante 43.357 35.285 55.806 61.072 22% ‐19% 58% 9% Fornecedores e empreiteiros 13.367 13.610 16.556 16.068 26% 2% 22% ‐3% Empréstimos e financiamentos 5.633 3.889 4.895 5.407 9% ‐31% 26% 10% Arrendamentos 910 1.206 2% 33% Outros passivos financeiros 3.260 6.213 4.328 6.955 11% 91% ‐30% 61% Tributos a receber 3.482 3.332 2.065 2.165 4% ‐4% ‐38% 5% Programa de refinanciamento 1.737 1.758 3% 1% Passivos relacionados a coligadas e joint ventures 1.080 1.120 2.079 3.880 6% 4% 86% 87% Provisões 4.610 5.278 4.956 4.656 8% 14% ‐6% ‐6% Passivos relacionados a Brumadinho 6.319 5.547 9% ‐12% Descaracterização das barragens 1.247 1.709 3% 37% Juros sobre o capital próprio 4.742 6.333 6.348 10% ‐100% 0% Outros 7.183 1.843 4.381 5.373 9% ‐74% 138% 23% Passivo não circulante 136.634 132.745 156.716 213.857 78% ‐3% 18% 36% Empréstimos e financiamentos 68.759 56.039 47.730 87.151 41% ‐18% ‐15% 83% Arrendamentos 6.308 7.843 4% 24% Outros passivos financeiros 9.575 10.511 17.622 24.230 11% 10% 68% 37% Programa de refinanciamento 14.012 13.295 6% ‐5% Tributos diferidos sobre o lucro 21.863 21.115 7.585 8.933 4% ‐3% ‐64% 18% Provisões 23.243 27.491 34.233 42.755 20% 18% 25% 25% Passivos relacionados a Brumadinho 5.703 3.887 2% ‐32% Descaracterização das barragens 8.787 7.522 4% ‐14% Passivos relacionados a coligadas e joint ventures 2.216 3.226 4.774 5.258 2% 46% 48% 10% Transações de streaming 8.313 11.122 5% 34% Outros 10.978 14.363 1.649 1.861 1% 31% ‐89% 13% Patrimônio Líquido 148.758 173.683 161.480 180.375 17% ‐7% 12% Horizontal Vertical

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7  Ao analisar o Balanço Patrimonial (BP), pode -se observar um aumento de capital investido na Vale de 85 bilhões de reais no período analisado, representado pelo ativo, sendo 62 bilhões de reais referentes a capital de terceiros, passivo, e 23 bilhões de reais referente a capital dos acionistas, patrimônio líquido. A variação de 85 bilhões é explicada por:

a) Aumento no caixa e equivalente de caixa da companhia, que apresentou aumento de 36 bilhões de reais, sendo 15 bilhões referentes às atividades operacionais, de investimento e variação cambial, e 21 bilhões de reais provenientes principalmente de empréstimos e financiamentos, relacionados ao saque de todos os créditos rotativos para garantir caixa em função da pandemia da COVID 19.

b) Aumentos do estoque de produtos acabados em 5 bilhões de reais em função de volume e variação cambial.

c) Aumento de 4 bilhões de reais em contas a receber, sendo 84% referentes ao setor siderúrgico e considerando que nenhum cliente isoladamente representa mais de 10% do contas a receber ou das receitas da Companhia.

d) Aumento de 16 bilhões de reais referentes a tributos diferidos sobre o lucro, sendo 5 bilhões referentes a efeitos no resultado, 3 bilhões referentes a ajuste de conversão e 8 bilhões referentes a outros resultados abrangentes.

e) Aumento de 22 bilhões de reais em imobilizado, referente principalmente a ajuste de conversão relacionados a ativos minerários, equipamentos, imóveis e instalações. Não houve mudanças materiais em relação aos valores líquidos dos ativos imobilizados dados em garantias de processos judiciais e empréstimos e financiamentos em comparação com os divulgados nas demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2019.

Por sua vez, ao analisar a Demonstração do Resultado (DRE) da empresa, referente aos seis primeiros meses de 2020, e comprando ao histórico, Tabela 2, é possível concluir que:

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Tabela 2 - Síntese da Demonstração do Resultado da Vale

Fonte: elaborado pelo autor.

Pode-se destacar a partir da análise da Demonstração do Resultado da Vale que:

 Lucro Bruto: A empresa apresentou aumento significativo de Lucro Bruto de 2017 para 2019. Em relação ao resultado do primeiro semestre de 2020, a tendência é manter o ritmo de 2019, apesar da pandemia da COVID 19 e dos impactos no volume de produção relacionados ao acidente de Brumadinho e barragens com mesmo método contrutivo.

 Lucro Operacional: Apesar do aumento do lucro bruto, em 2019 o lucro operacional sofreu forte impacto referentes à provisão de despesas, baixas de ativos e paralização de operações relacionada ao acidente de Brumadinho. Em 2020, o lucro operacional se recupera, porém em relação a 2019, ainda é possível observar impacto de despesas do acidente e de doações realizadas em função da pandemia da COVID 19 (469 milhões de reais).

 EBITDA: O lucro operacional, que ainda não recuperou o nível do período pré acidente de Brumadinho, somado ao aumento das despesas financeiras e prejuízo em coligadas e join veinture, o Ebitda tende a queda significativa em 2020, se comparado ao nível pré acidente de Brumadinho.

 Lucro Líquido (Prejuízo): A companhia volta a apresentar lucro líquido positivo, porém abaixo do nível pré acidente de Brumadinho, em função das variações apresentadas no Ebtida. 2.017 2.018 2.019 2020 (1S) Receita de vendas líquida 108.532 134.483 148.640 43.648 Custos dos produtos vendidos e serviços prestados ‐67.257 ‐81.201 ‐83.836 ‐18.559 Lucro Bruto 41.275 53.282 64.804 25.089 Despesas Operacionais  ‐5.438 ‐5.890 ‐39.118 ‐6.390 Baixa de ativos não circulantes ‐1.025 ‐3.523 ‐20.762 ‐138 Lucro Operacional 34.812 43.869 4.924 18.561 Resultados Financeiros e outras participações ‐9.927 ‐18.751 ‐16.130 ‐15.227 Lucro antes dos tributos sobre o lucro 24.885 25.118 ‐11.206 3.334 Tributos ‐4.607 966 2.509 2.939 Lucro Líquido das operações continuadas 20.278 26.084 ‐8.697 6.273 Outros ‐2.608 ‐310 Lucro Líquido  17.670 25.774 ‐8.697 6.273

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9  Analisando a Demonstração de Fluxos de Caixa publicada pela companhia, referente aos resultados do segundo trimestre de 2020, conclui-se que:

 Aumento no caixa e equivalente de caixa da companhia, que apresentou aumento de 36 bilhões de reais, sendo:

a) 15 bilhões referentes às atividades operacionais,

b) -8 bilhões de reais referentes às atividades de investimento, c) 8 bilhões de reais referentes à variação cambial,

d) 21 bilhões de reais provenientes principalmente de empréstimos e financiamentos relacionados ao saque de todos os créditos rotativos para garantir caixa em função da pandemia da COVID 19.

Diante das análises dos relatórios citados acima, publicados pela companhia, foram selecionados 05 índices econômico financeiros e comparados com o setor de atuação da companhia:

Tabela 3 - Síntese dos indicadores de Liquidez e Rentabilidade da Vale

Fonte: elaborado pelo autor.

 Liquidez Corrente: Ativo Circulante / Passivo Circulante: A vale apresenta uma liquidez corrente de 1,82 em 30 de junho de 2020, que significa que a curto prazo a empresa está apta a arcar com suas obrigações. Sua principal concorrente, a BHP apresenta liquidez corrente de 1,45 no período.

 Liquidez imediata: Disponível / Passivo Circulante. A vale apresenta uma liquidez imediata de 1,09, o que indica que em 30 de junho de 2020, a empresa poderia arcar com todas as suas dívidas de curto prazo. BHP apresenta 0,9 para o mesmo índice.  Dívida: Passivo Total / Passivo Total + Patrimônio Líquido: Vale apresenta 0,60, que

revela o nível de dependência da empresa em relação ao capital de terceiros. BHP: 0,50. 2017 2018 2019 2020 Liquidez Correntes 1,17 1,68 1,23 1,82 Liquidez Imediata 0,33 0,64 0,53 1,09 Endividamento 0,55 0,49 0,57 0,60 ROE 11,9% 14,8% ‐5,4% 7,0% ROA 6,2% 7,6% ‐2,4% 2,8%

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10   ROE: Lucro Líquido / Patrimônio Líquido médio: Índice vale é de 7,0%, previsto, que representa o retorno dos recursos aplicados na empresa por seus proprietários. BHP: 16%. Observa-se que em 2018, o ROE da Vale foi de 14,8%, logo a empresa vem sofrendo com as despesas extras relacionadas a Brumadinho.

 ROA (Retorno sobre o ativo): Lucro Operacional (Após imposto de renda) / Ativo total médio: Vale apresenta índice de 2,8%, que revela o retorno produzido pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos. BHP: 16,6%. Vale em 2018: 7,6%.

5. Considerações Finais

Diante das análises acima, é possível concluir que:

 A Vale SA mantém sua capacidade de geração de lucro bruto em suas operações, em função de aumento de preços dos produtos vendidos e variação cambial. Porém está sendo impactada desde 2019 por gastos relacionados ao acidente de Brumadinho e paralizações de operações.

 A Companhia decidiu aumentar o seu caixa em 2020 com objetivo de garantir o cumprimento das suas obrigações diante da incerteza da Pandemia da COVID 2019. O aumento de caixa foi principalmente em função de empréstimos e financiamentos o que aumentou o endividamento da empresa.

 Em função dos impactos nas despesas operacionais relacionados a Brumadinho, a empresa reduziu significativamente seu ROE e seu ROA, ficando muito abaixo de sua principal concorrente, a australiana BHP.

 A pandemia da COVID 19 impactou a empresa de forma leve e há expectativa de recuperação no segundo semestre de 2020, em função da rápida recuperação da economia Chinesa.

Após a análise dos demonstrativos financeiros, pode-se concluire que os resultados da Vale SA ainda estão sendo impactos pelo acidente com a barragem de Brumadinho e que o impacto da pandemia da COVID 19 foi muito pequeno no período. Outro fator importante, é que a empresa aumentou seu endividamento com foco em ter um caixa robusto para enfrentar as

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Referências

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. 7. ed. SP: Atlas, 2014.

_____________. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico financeiro. 11 ed. SP: Atlas, 2015.

GOOGLE Acadêmico. Página inicial Disponível em: https://scholar.google.com. Acesso em 25 de janeiro de 2020.

LIMA, Herberty Cerqueira. Da barragem de fundão à contabilidade: uma análise das demonstrações contábeis da samarco mineração sa. Revista Contabilidade e Controladoria, v. 11, n. 2, 2020.

MÁLAGA, Flávio Kezam. Análise de demonstrativos financeiros e da performance empresarial: para empresas não financeiras. 3.ed. – São Paulo: Saint Paul Editora, 2017. PADOVEZE, Clóvis Luís. Análise das demonstrações financeiras / Clóvis Luís Padoveze, Gideon Carvalho de Benedicto. -- 3. ed. rev. e ampl. -- São Paulo : Cengage Learning, 2010. PEREZ JUNIOR, José Hernandez. Elaboração e análise das demonstrações financeiras / José Hernandez Perez Junior, Glaucos Antonio Begalli. – 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2015. SILVA, Kleiton Ribeiro; DE SOUZA, Paulo Cesar. Análise das demonstrações financeiras como instrumento para tomada de decisões. INGEPRO-Inovação, Gestão e Produção, v. 3, n. 1, p. 067-078, 2011.

Referências

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