O objetivo dessa dissertação foi investigar o processo de formação do Arranjo Produtivo Local (APL) de estanho em São João del-Rei - A7 Estanho, particularizando [r]
A adoção de estratégias eficientes de desenvolvimento local que apoiem a aglomeração de micro, pequenas e médias empresas ou produtores poderá contribuir para a oferta de emprego, a obtenção de renda e a diminuição de entraves que dificultam a expansão destas empresas. Nessa perspectiva, enquadrou-se a proposta de analisar o arranjoprodutivo local de fruticultura irrigada localizado nos Municípios de Limoeiro do Norte e Russas, no Estado do Ceará. Constatou-se a existência de uma aglomeração de produtores situados numa mesma região, em que há grande diversidade de ações e agentes envolvidos em torno da atividade, desenvolvendo processos inovadores e aprendizados coletivos transmitidos por conhecimento tácito e experiências de cooperação compartilhadas entre produtores e instituições, o que favorece o crescimento e o desenvolvimento da fruticultura irrigada da microrregião.
Durante o desenvolvimento do polo calçadista, destaca-se a atuação da Associação Comercial e Industrial (ACIB) na participação em decisões de infraestrutura operacional para o crescimento do arranjoprodutivo, como o auxílio à implantação do Corpo de Bombeiros, do Posto Residência do INSS, do Posto do Ministério do Trabalho e, em uma parceria da ACIB, Prefeitura, SINBI, Sindicato Rural, Unisalesiano e Unimed, foi criado e instalado o Posto do SEBRAE de Birigui. Ao observar o histórico das direções da ACIB, nota-se a presença de vários dos pioneiros da indústria de calçados, conforme descrito no item anterior, como Mário Fiorotto, Halin Rahal, Chanky Rahal, Hélio Galera, entre outros, conforme tabela 2.5. Esta interação direta entre a indústria, hoje representada pelo sindicato patronal, e a Associação Comercial e Industrial, é uma presença marcante no município, auxiliando a tomada de decisões conjuntas e nas negociações com outras entidades importantes como o Sindicato Rural e a própria Prefeitura.
Conclui-se que o arranjo produtivo de fruticultura irrigada é caracterizado por processos de treinamento e capacitação de empregados, aprendizado interativo, mediante a troca de infor[r]
Em Franca, encontra-se toda a cadeia produtiva do couro, desde o curtume (preparação do couro) até as indústrias de calçado, sendo, portanto, considerado um ArranjoProdutivo consolidado. Para a fabricação desse produto, a indústria calçadista relaciona-se com outras indústrias (as correlatas), que produzem insumos e matérias primas necessários à produção de calçado, como a indústria química (fornece cola, tintas, solventes), a indústria curtumeira, que prepara o couro, a indústria de produção de componentes para o calçado (saltos, solado e outros acessórios), as indústrias que fornecem máquinas e equipamentos e ainda as oficinas que prestam serviço de manutenção de máquinas. Tal Arranjo relaciona-se ainda com setores de criação, publicidade; com o de transporte, de comercialização dos produtos (agentes internos e externos, estabelecimentos comerciais), também com as instituições que visam o desenvolvimento de inovações tecnológicas e a capacitação de mão de obra, quais sejam: Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), SEBRAE e Universidades.
Resumo: Enquadrou-se a proposta de identificar e analisar grupos homogêneos de produtores com diferentes níveis produtivos e inovativos, possibilitando seu melhor desenvolvimento no arranjoprodutivo local de fruticultura irrigada localizado nos municípios de Limoeiro do Norte e Russas, no estado do Ceará. Utilizou-se a técnica de análise fatorial para a definição dos fatores e a análise de agrupamentos para a formação dos grupos homogêneos. Constatou-se que o desenvolvimento do arranjoprodutivo local de fruticultura irrigada da microrregião do Baixo Jaguaribe no estado do Ceará é sustentado por um grupo de produtores mais integrados e intensivos nos processos de produção, inovação, cooperação e aprendizado interativo e pelas relações desenvolvidas em termos locais.
Resumo: Enquadrou-se a proposta de identificar e analisar grupos homogêneos de produtores com diferentes níveis produtivos e inovativos, possibilitando seu melhor desenvolvimento no arranjoprodutivo local de fruticultura irrigada localizado nos Municípios de Limoeiro do Norte e Russas, no Estado do Ceará. Utilizou-se a técnica de análise fatorial para a definição dos fatores e a análise de agrupamentos para a formação dos grupos homogêneos. Constatou-se que, o desenvolvimento do arranjoprodutivo local de fruticultura irrigada da microrregião do Baixo Jaguaribe no estado do Ceará é sustentado por um grupo de produtores mais integrados e intensivos nos processos de produção, inovação, cooperação e aprendizado interativo, e pelas relações desenvolvidas em nível local.
No arranjoprodutivo Pingo d’Água, com base na agricultura irrigada, localizado no vale do Forquilha em Quixeramobim, Ceará, constatamos o envolvimento de vários agentes de diversos segmentos com maior ou menor grau de participação. Estas parcerias estabele- cem instrumentos importantes para a geração de fluxos de informações no processo inovativo, verificadas pela possibilidade de conhecimento de novos métodos de pro- dução, bem como na disseminação da tecnologia de per- furação de poços. As conexões entre estes agentes ocor- rem sob diversas formas de cooperação, manifestadas pela consciência coletiva dos produtores, representando uma importante opção para vencer os problemas da seca, bem como o baixo grau de capitalização e promover a competitividade destes produtores.
A riqueza cultural expressa-se em muitas e diferentes manifestações, algumas delas de caráter inovador, seja porque são singulares, não aparecendo em nenhuma outra região do país, seja porque assumem na região aspectos peculiares, em consonância com as especificidades da tradição e dos hábitos locais. O artesanato é um típico exemplo nessa direção. Além disso, o artesanato, pelas suas características, por ser um conjunto de unidades produtivas, pode ser interpretado como um arranjoprodutivo local (APL), uma vez que congrega em uma mesma territorialidade agentes econômicos que mantêm vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem (CASSIOLATO; LASTRES, 2003a; LASTRES; CASSIOLATO; ARROIO, 2005). De fato, embora a expressão ”arranjoprodutivo local“ tenha assumido diferentes conotações, adotou-se a definição proposta pela Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais (Redesist) 1 , que acentua os seguintes pontos:
A interação dos recursos em redes de relacionamentos interorganizacionais está atrelada ao processo de combinação, recombinação e codesenvolvimento de recursos que ocorre por meio das relações entre empresas, com tal interação revelando-se fundamental para o desenvolvimento de vantagens competitivas. Nesse sentido, este artigo tem como principal objetivo identificar e analisar os recursos interorganizacionais existentes em razão do relacionamento entre as empresas que atuam em um Ar- ranjo Produtivo Local (APL). A pesquisa foi desenvolvida por meio de múltiplos estudos de casos com abordagem predominantemente qualitativa. O principal instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada, a qual foi aplicada aos gestores das empresas. A análise dos dados foi desenvolvida dentro e entre os casos, utilizando-se do Atlas.ti para auxiliar na organização e arquivamento das informações, permitindo apoio para a análise dos dados. Por meio da pesquisa constatou-se que as empresas apresentam forte relação de confiança, parceria, interdependência, aprendizagem, interação e cooperação. Há também significativa interação com instituições públicas e/ou privadas. A interação e o compartilhamento de recursos do tipo informação/conhecimento – recursos particulares do relaciona- mento – permitem ganhos em termos de melhorias para todas as empresas. Há também recursos que estão associados à relação, havendo interdependência, confiança e um melhor fluxo de informações. Palavras-chave: ArranjoProdutivo Local. Relacionamentos interorganizacionais. Recursos inte- rorganizacionais.
Resumo: O Objetivo deste trabalho é fazer uma breve analise do setor de confecção da cidade de Jaraguá-Go, no âmbito de arranjoprodutivo local (APL) e alguns efeitos deste na cadeia econômica e social no desenvolvimento do município. Metodologicamente este trabalho inicia-se com uma breve revisão da literatura sobre APL´s, depois, a caracterização do município e finalizando, os dados sobre esse setor na cidade. Foram feitas pesquisas de internet, Sindicatos Patronal das indústrias de Confecção e Sindicato dos(as) Costureiros(as), ambos de Goiás, bem como na Associação Comercial Local e Sebrae do município.
www.interscienceplace.org - Páginas 61 de 193 causas principais para a aglomeração de empresas, e conseqüentemente pode ser um dos propulsores do processo de cooperação no APL. Entretanto, quando o conceito de marketing é aplicado no APL, as empresas podem desenvolver um marketing coletivo, envolvendo ações mais estruturadas com vários atos de cooperação, tais como: fortalecimento da imagem do arranjoprodutivo; realização de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D); redução dos custos de marketing; obtenção de uma melhor imagem do produto e uma maior cobertura de mercado interno; inserção ou crescimento no mercado externo; prospecção de novos parceiros.
A pesquisa teve como propósito conhecer as necessidades de informação dos gestores das micro e pequenas empresas do Arranjo Produtivo Local (APL) de confecção de vestuário [r]
Conclui-se que o arranjo produtivo de fruticultura irrigada é caracterizado por processos de treinamento e capacitação de empregados, aprendizado interativo, mediante a troca de infor[r]
Este trabalho levanta as interfaces entre o planejamento municipal e as estratégias de desenvolvimento do aglomerado produtivo local (APL); tendo como estudo de caso o município de Tambaú em São Paulo e o seu APL de cerâmica vermelha, no período de 2003 a 2008. Nesta dissertação apresenta-se: o estudo das diferentes abordagens de aglomerações industriais produtivas, suas contribuições e pontos em comum; o conceito de ArranjoProdutivo Local, suas características essenciais, bem como suas diferenças com outros conceitos que tratam do tema; as diretrizes para a atuação em APLs do Governo Federal brasileiro e do Governo do Estado de São Paulo, como também do Sebrae e da Fiesp; análise do município de Tambaú; as delimitações físico-territorial, político administrativa e por bacias hidrográficas; processo de ocupação e desenvolvimento e a infra-estrutura tambauense; o setor de cerâmica vermelha no Brasil e a sua inserção na cadeia produtiva da construção civil; a caracterização do pólo ceramista tambauense; o processo de implementação da metodologia Fiesp no APL de cerâmica vermelha de Tambaú; os resultados averiguados; questões fundamentais na política urbana brasileira na atualidade; as diretrizes de desenvolvimento do Plano Diretor Municipal de Tambaú; os elementos estruturantes do planejamento do APL de cerâmica vermelha de Tambaú; e por fim, as interfaces entre o Plano Diretor Municipal e o Planejamento do APL de cerâmica vermelha de Tambaú.
Guedes (2005) registrou que o território do nordeste paraense apresenta o maior potencial apícola do estado, com cerca de 80% da produ- ção. Conforme a Fapic (FEDERAÇÃO DAS AS- SOCIAÇÕES DOS APICULTORES DO ESTADO DO PARÁ, 2006), a região é atrativa por muitos motivos: vantagens locacionais e demanda de mel superior à oferta local e regional; potencial para ocupar mão de obra e redistribuir renda; di- versificação da produção; plena sustentabilidade ambiental; e existência de um arranjoprodutivo local (APL) especializado na produção de mel orgânico (DIAGNÓSTICO…, 2006).
É nesse contexto que se insere o problema deste artigo, que pode ser assim apresentado: até que ponto essas disputas, notadamente entre fabricantes e fornecedores, colocam em risco o APL de Ubá? O objetivo neste trabalho é apresentar um entendimento de como se dão as relações de poder entre fabricantes e fornecedores da indústria de móveis no APL de Ubá e discutir suas implicações e riscos para o desenvolvimento desse arranjo. Em vista de características peculiares existentes no campo estudado, optou-se por adotar como referencial teó- rico a teoria de campo de Bourdieu (1996; 2004b; 2004c). No trabalho de fomento de arranjos cooperativos ocorrem relações de poder difíceis de serem identiicadas e estudadas e, nesse contexto, as ideias do poder simbólico e da teoria de campo (Bourdieu, 2004c) apresentam-se como referenciais úteis para o estudo do funcionamento de arranjos produtivos locais. É oportuno esclarecer que, apesar de a pesquisa abranger um APL, as investigações priorizaram as relações entre fabricantes de móveis e fornecedores locais, ou seja, apenas a dimensão vertical do arranjoprodutivo, conforme deine Maskell (apud Zen, 2010). O poder simbólico é entendido como uma forma modiicada, irreconhecível e legitimada de outras formas de poder, dissimulado nas relações sociais na forma de relações de força, como foi possível observar no campo pesquisado, onde acontecem transmutações de diferentes espécies de capital em capital simbólico, como teorizado por Bourdieu (2004c).
51 associada a trajetórias históricas de construção de identidades e de formação de vínculos territoriais (regionais e locais), a partir de uma base social, cultural, política e econômica comum. Estes arranjos são mais propícios a desenvolverem-se em ambientes favoráveis à interação, à cooperação e à confiança entre os atores. Sendo assim, quando perguntados o que seria um arranjoprodutivo local, 100% dos entrevistados não souberam responder. A partir desse resultado, foi explicado para os agricultores familiares o que seria o APL. Após esse entendimento por parte dos agricultores, eles foram questionados se eles faziam parte desse arranjo e 56,4% dos cafeicultores, responderam que não faziam parte, uma vez que o nível de organização dos produtores era baixo, segundo os entrevistados. No entanto, 43,6% afirmaram fazer parte desse arranjo, pois existe uma confiança e uma relação de ajuda mútua entre eles, bem como a interação com as instituições locais, principalmente no que diz respeito à assistência técnica e acesso ao crédito rural. Desse grupo, 54,7% eram produtores de café conilon, enquanto que 45,3% eram produtores de arábica o que demonstra que os produtores de conilon estão mais engajados e articulados dentro do arranjoprodutivo cafeeiro comparados aos cafeicultores de arábica.
Dada sua importância para o desenvolvimento regional, no final da década de 1990, o programa RedeSist, coordenada pelo Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IE/UFRJ), iniciou uma série de estudos sobre aglomerações produtivas que culminou na elaboração de um conceito de ArranjoProdutivo Local (APL). Através de estudos, o programa definiu arranjos produtivos locais como “aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto específico de atividades econômicas e que apresentam vínculos e interdependência”. Segundo Lastres et. al (2002), tais aglomerações geralmente envolvem a participação e a interação de empresas 13 e suas variadas formas de representação e associação. Incluem, também, diversas outras instituições públicas e privadas voltadas para a formação e a capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento.
53 intermediários até os finais, sua distribuição e comercialização. Resulta de e implica em crescente divisão e de trabalho, na qual cada agente ou conjunto de agentes especializa-se em etapas distintas do processo produtivo. Uma cadeia produtiva pode ser de âmbito local, regional, nacional ou mundial. Cadeias produtivas podem ser identificadas a partir da análise de relações interindustriais expressas em matrizes insumo-produto (por exemplo, a partir da análise das transações de compra venda entre fornecedores e compradores em um determinado ramo industrial). Um arranjoprodutivo pode conter uma cadeia produtiva estruturada localmente ou fazer parte de uma cadeia produtiva de maior abrangência espacial (por exemplo, de âmbito nacional ou mundial) (LASTRES e CASSIOLATO, 2003, p.8). O grupo chama atenção também para a formação dos arranjos que são geralmente associadas a trajetórias históricas de construção de identidades e de formação de vínculos territoriais, a partir de uma base social, cultural, política e econômica comum. Outro aspecto importante em relação aos APLs é a necessidade da existência de ambientes favoráveis à interação, à cooperação e à confiança entre os atores que compõem os arranjos. Com isso, ainda de acordo com a REDESIST os APLs, assim como os sistemas produtivos e inovativos locais, possuem seis características básicas e que nos permitem compreender de uma forma mais profunda a relação dos arranjos com o contexto social, econômico e, portanto, histórico, existente ali. As características podem ser observadas no quadro 8.