95 Entretanto, o desenvolvimentosustentável ainda não é uma expressão da realidade material coletiva sentida, vivida, ensinada e aprendida em nosso cotidiano imediato, mesmo já fazendo parte da linguagem em textos oficiais, jurídicos, políticas empresariais, projetos pedagógicos, conteúdos curriculares. A realização efetiva do desenvolvimentosustentável ainda é um processo de avanços e retrocessos, acordos e disputas de sentidos, significados e intenções, observando-se planos e projetos por vezes em disputa com práticas dissonantes do ‘sustentável’ ao lado e no entorno dos ambientes de ensino- aprendizagem da educação formal. Ensina-se energia sustentável, mas as lâmpadas e o sistema de fontes de energia que chega à sala e no prédio onde se ensina não consideram nada de tais ensinamentos. Ensina-se sobre mobilidade urbana e apresenta-se a legislação sobre acessibilidade urbana, em sala de aula, nas ementas e referências bibliográficas, mas não observamos políticas, práticas e exemplos em nosso contexto de educação superior, mesmo em cursos que avançam a pauta da sustentabilidade, do desenvolvimentosustentável e incorporam a educaçãoambiental de forma transversal no projeto pedagógico e currículo.
O artigo discute a sustentabilidade com base em dois aspectos fundamentais: o desenvolvimento econômico sustentável e a EducaçãoAmbiental. Questiona os fundamentos teórico/práticos que sustentam o modelo de desenvolvimento econômico discriminador vigente no mundo, especialmente no Brasil, visando a sua transformação em busca de sustentabilidade e discute a constituição de um referencial teórico/prático para a EducaçãoAmbiental, o qual promova a reversão da forma de pensar e agir do ser humano em relação aos problemas ambientais existentes. Para tanto, de um lado, trata do desenvolvimento econômico sustentável, examinando-o pela ótica social, natural e da bio- industrialização. De outro lado, discute a constituição de uma fundamentação teórico/prática para a EducaçãoAmbiental, mostrando que a causa ambiental não pode ser entendida, explicada, justificada e transformada quando vista desvinculada do processo sócio-econômico, do intercâmbio de experiências com os conhecimentos e práticas tradicionais, da interdependência entre o ato de pensar e agir do ser humano e da sua responsabilidade na construção do paradigma de desenvolvimentosustentável. Os argumentos desenvolvidos sustentam-se nos pressupostos de Ignacy Sachs, Edgar Morin, U. Svedin, Nivaldo Nordi, R. P. Guimarães, Mauro Guimarães e M. Santos. O resultado da presente reflexão é a interação com o leitor, levando-o a perceber a carência filosófica/ epistemológica por que passam os estudos sobre sustentabilidade, engajando-o numa cruzada teórico/prática que transforme a consciência econômica e ambiental em busca de sustentabilidade.
Resumo: A EducaçãoAmbiental no Brasil surge em resposta às constatações de que a degradação ambiental é capaz de esgotar os recursos naturais finitos do planeta. Dessa forma, passou a ser considerada responsável em sensibilizar as pessoas, guiando-as para o avanço da consciência ambiental. Ao ser trabalhada na educação formal essa temática objetiva formar cidadãos atuantes para o desenvolvimentosustentável. O presente estudo expõe o resultado de pesquisas bibliográficas e a análise de atividades que foram desenvolvidas em uma escola do campo no município de Marechal Cândido Rondon, buscando relacioná-las com as diferentes perspectivas de desenvolvimentosustentável.
RESUMO: Pensar na crise da modernidade e procurar contribuir com encaminhamentos para a superação desse quadro de instabilidade deve ser tarefa de responsabilidade de todos. Nesse sentido, faz-se necessário repensar e discutir os rumos tomados pela EducaçãoAmbiental (EA), a Educação para o DesenvolvimentoSustentável (EDS) e a Educação em Química Verde (EQV). Para tanto, este artigo tem como objetivo apresentar um ensaio teórico, fundado em pesquisa bibliográfica, procurando situar o leitor, em especial os professores, sobre as discussões, os conflitos, as rupturas, as tensões e os consensos que envolvem os paradigmas da EA e da EDS. Por fim, pretendeu-se contextualizar o cenário do surgimento da química verde, buscando aproximá-la dos pressupostos da EducaçãoAmbiental crítica, como paradigma norteador para a Educação em Química Verde, tencionando orientar uma nova perspectiva de formação dos profissionais da química em todos os níveis de ensino.
Portanto, entendendo que dentre as finalidades do ensino médio estão a formação básica para o trabalho e a cidadania (BRASIL, 1996) e que a educação para a cidadania é parte integrante do projeto de EA (JACOBI, 2003) em torno da “preservação da natureza, da sociocultura, da produção, do trabalho e do consumo” (BRASIL, 2012a), a EPT ao assumir a integração com o desenvolvimento socioeconômico e ambiental dos territórios nos quais os cursos estão inseridos, constitui-se em um dos instrumentos mais importantes de disseminação da EA no país. Em detrimento a isso, reafirma-se que as dimensões da sustentabilidade elencadas por Sachs (2002) e correlatas ao conceito de desenvolvimento exposto por Amaro (2004) são, na essência, partes do conceito de EA (BRASIL, 1999; 2012a), devendo, pois, integrar o currículo pedagógico das instituições que ofertam a formação técnica integrada ao ensino médio (BRASIL, 2012b).
Resumo: A relação homem/natureza vem se alterando ao longo dos tempos. Inicialmente, existia uma relação harmônica, pois o ser humano extraia da natureza somente o necessário para sua sobrevivência, mas com o aumento da população e os avanços tecnológicos, houve cada vez mais o predomínio do homem sobre a natureza e tal decisão gera desequilíbrio nos ecossistemas. Para reverter esse quadro foram realizadas diversas conferências, encontros e ações visando à busca de um novo modelo de desenvolvimento que minimizasse os impactos socioambientais ocasionados pela racionalidade econômica vigente. A EducaçãoAmbiental surge como uma tentativa de se desenvolver uma mentalidade crítica e reflexiva, ligada à integração das diversas ciências, a partir de uma abordagem interdisciplinar. Esse tipo de interação entre os diversos saberes visa tratar os problemas socioambientais em sua totalidade e complexidade. O conceito de sustentabilidade envolve aspectos econômicos e socioambientais. Nesse sentido, é necessário que haja o envolvimento das diversas ciências em uma perspectiva interdisciplinar. Desta maneira, será possível o desenvolvimento que atenda a todos os aspectos da realidade para que se mantenha o ambiente natural com toda sua vitalidade com equidade e justiça social. O estudo se caracteriza como bibliográfico, cujo objetivo é analisar a importância da interdisciplinaridade para a consolidação do desenvolvimentosustentável. Como resultado, pode-se concluir que, conforme analisado na literatura pesquisada, o desenvolvimentosustentável somente se efetiva a partir de uma visão sistêmica do desenvolvimento, alicerçado no tripé econômico, social e ambiental, para tanto necessita de uma abordagem interdisciplinar com a contribuição dos diferentes tipos de saberes.
Com o advento do conceito de DesenvolvimentoSustentável, uma série de discussões se fazem necessárias. Com o objetivo de propor um diálogo entre a Ecologia Social, o Saber Ambiental e a EducaçãoAmbiental, este artigo traz à discussão pesquisadores como Murray Bookchin e Enrique Leff. A Ecologia Social – enquanto um espaço de análise das raízes sociais dos problemas ambientais e de construção de novas possibilidades de superação destes – e o Saber Ambiental – enquanto um espaço para o diálogo entre o saberes e para articulação entre as ciências – apresentaram semelhanças com as vertentes críticas, transformadoras e emancipatórias da EducaçãoAmbiental. No âmbito do desenvolvimentosustentável, o diálogo proposto mostrou semelhanças entre as noções de crise ambiental, bem como, nas propostas e nos resultados esperados.
O objetivo geral deste artigo é a apresentação do surgimento de uma concepção de educaçãoambiental (EA) associada ao movimento do desenvolvimento sustentá- vel e uma proposta de educação para o desenvolvimentosustentável (EDS), tendo em vista sua aplicação em cursos de Administração de Empresas, pois, como será mostrado, na concepção dessa EA, deu-se especial atenção aos profissionais cujas atividades e decisões geram repercussões significativas sobre o meio ambiente, como administradores, economistas, engenheiros, arquitetos, desenvolvedores de produtos, formuladores de políticas públicas, entre outros. Serão apresentados os principais eventos intergovernamentais que deram surgimento a essa concep- ção de EA, as principais diretrizes e recomendações aplicadas a esses profissio- nais e uma proposta de EDS e sua relação com a EA. Depois, será apresentado um debate sobre a EA e a EDS, pois há entendimentos diametralmente opostos sobre essas duas concepções de educação. Serão apresentados diferentes enten- dimentos do conceito de desenvolvimentosustentável e as questões polêmicas que geram dúvidas e objeções sobre ele, na perspectiva de dirimir mitos e con- cepções ingênuas. Também serão abordadas as questões relativas ao crescimento econômico e sua relação com o desenvolvimento, uma das principais questões polêmicas em torno do conceito de desenvolvimentosustentável. O artigo dis- cute conceitos e recomendações constantes nos documentos intergovernamen- tais, sobretudo os produzidos pelas agências da ONU, que criaram marcos para o debate e introduziram elementos para que se desencadeassem ações mundiais de EA. Por fim, apresentam-se algumas das principais iniciativas voluntárias para a inserção das instituições de ensino superior no movimento do desenvolvimentosustentável, tal como a Declaração de Talloires, para implantar a EA e a EDS.
Resumo: O Projeto denominado Sustentabilidade Ambiental na Educação Profissional: Desafios para o DesenvolvimentoSustentável na Baixada Maranhense idealizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Pinheiro, foi realizado no período de 01 de maio a 03 de junho de 2017. Foi constituído por atividades interdisciplinares, palestras, salas temáticas, exposições, oficinas, que teve como culminância a VI Conferência de Meio Ambiente. O projeto mostrou-se adequado para fortalecer positivamente a identidade da população baixadeira, nota-se formas de otimização do uso dos recursos ambientais e melhoria da qualidade de vida, constatação observada por vários instrumentos de coleta de dados, assim como pelo comprometimento dos participantes em mudanças de hábitos e de atitudes.
grupos sociais de uma nação e, também, os diferentes países na busca da equidade e justiça social. Para um DesenvolvimentoSustentável efetivo, ainda segundo Leff (2006), seria necessário construir estilos de desenvolvimento fundados em uma nova “racionalidade produtiva”, para que a política econômica dominante se renda a criação de políticas de redução da pobreza e a programas que fortaleçam a autogestão produtiva, no que se refere à relação de dependência que matem com o Estado. Há um consenso quase que unânime de que as diretrizes apontam em direção a formação e capacitação das comunidades, seja para autogestão, seja para reorganização do arranjo produtivo. Para Sauvé (1997), a EducaçãoAmbiental está intimamente vinculada ao DesenvolvimentoSustentável, e a produção de subsídios para a organização e o desenvolvimento de novas metodologias a serem aplicadas na formação de Profissionais em EducaçãoAmbiental, emergidos em experiências teóricas e práticas verdadeiramente interdisciplinares. Tanto é viável e possível, que a EducaçãoAmbiental contemplada na Conferência de Tbilisi (UNESCO & UNEP, 1978) já incluía os elementos fundamentais para o desenvolvimentosustentável: a necessidade de considerar os aspectos sociais do ambiente e as suas relações entre a economia, o ambiente e o desenvolvimento; a adoção das perspectivas locais e globais; a promoção da solidariedade internacional, o enfoque humanístico, etc.
A EducaçãoAmbiental (EA) surgiu do movimento ambientalista preocupado com os impactos ambientais provocados pelas ações antrópicas no planeta e foi adotada por organismos internacionais, em especial a ONU. A EA para o desenvolvimentosustentável ganhou relevância internacional a partir da Eco-92 e o advento da Agenda 21 e posteriormente da Agenda 2030, na qual os países signatários do acordo se comprometeram a adotar os 17 Objetivos de DesenvolvimentoSustentável (ODS). Para conceber a EA para o desenvolvimentosustentável é imprescindível a elaboração de currículos escolares que estabeleçam aprendizagens que permitam aos estudantes entenderem o seu papel e o dos governos para com o desenvolvimentosustentável. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise crítica do Currículo da Cidade para a área de Ciências Naturais quanto a EA para o desenvolvimentosustentável. Foram analisados criticamente os documentos oficiais nacionais e internacionais que serviram de base para a elaboração do Currículo da Cidade quanto as concepções de EA e desenvolvimentoSustentável. Os conteúdos de aprendizagem disponíveis nesse currículo mostraram forte intenção da prefeitura de São Paulo para com o desenvolvimento crítico e cidadão dos estudantes ao adotar como norte a Educação para o desenvolvimentosustentável.
Tendo em vista o agravamento dos problemas ambientais, foi realizada a Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo em 1972. Nesta, foi ressaltada a necessidade de políticas ambientais, reconhecendo a EducaçãoAmbiental (EA) como essencial para a solução dos problemas ambientais. No Brasil, a EA atingiu primeiro o âmbito administrativo, e só depois o sistema educativo. A oficialização da EA aconteceu por meio da lei federal de no 6.938 de 1981. No entanto, no âmbito educativo, apenas em 1966, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (Lei 9.394/96), que apontou a necessidade da EA ser desenvolvida com o objetivo de auxiliar os alunos a construírem uma consciência global e ambiental (Abreu, D.G.; Campos, M. L.; Aguilar, M.B.R., 2008). De acordo com Dias (2003), a educaçãoambiental objetiva o desenvolvimento do conhecimento, da compreensão e das habilidades humanas para adquirir valores, mentalidades e atitudes necessários para lidar com problemas ambientais e encontrar soluções sustentáveis.
em Paris, França, inclusive como co-autor de livro publicado pela UNESCO sobre Educação Técnica (1986). Foi também fundador e coordenador do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas da UFRPE. A experiência de Jorge Tavares é também riquíssima. Encaixa-se como uma luva nos propósitos dos Cadernos, uma vez que é professor do Departamento de Educação da UFRPE na área de Extensão Rural com ênfase em Cooperativismo e Desenvolvimento de Comunidades. Foi, igualmente, coordenador do Curso de Licenciatura em Ciências Agrícolas na mesma UFRPE. E o que dizer do valor da contribuição de Leonardo Sampaio? Uma fantástica vivência em Cenários Nacionais e Internacionais, Co-fundador dos primeiros Cursos de Ciências Administrativas no Nordeste e Norte do Brasil, integrante da equipe de professores convidados para realizar a reforma administrativa do MEC, liderada pelo Profº Viero, Vice-Reitor da Universidade Federal de Santa Maria, RS. Além de ter sido Professor da UFRPE e UFPE na área de Administração, foi também docente na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos; É Vice-Presidente no exercício da Presidência da Academia Brasileira de Ciência Agronômica e tem intensa participação na liderança de entidades desenvolvimentistas e comunitárias.
O presente artigo tem como objetivo despertar a observação, o desenvolvimento da percepção ambiental, o questionamento e a construção de conhecimento sobre o desenvolvimentosustentável. Portanto, o estudo é uma tentativa de provocar a reflexão sobre a necessidade de mudanças utilizando-se a EducaçãoAmbiental como instrumento de articulação entre ensino e práxis, para tanto se procura demonstrar a importância da conexão da EducaçãoAmbiental com o desenvolvimentosustentável. Buscando auxiliar na construção de uma postura ética a partir do reconhecimento dessa área pelos diversos segmentos da sociedade e de forma especial pelos jovens, preparando-os para uma existência mais reflexiva, e incentivando-os a questionar, propor e agir em prol do seu meio rumo à construção de uma cidadania com responsabilidade socioambiental.
Este artigo focaliza o papel da EducaçãoAmbiental com o processo de desenvolvimento e manutenção da Agricultura Sustentável. O estudo faz uma revisão das conseqüências ambientais da agricultura moderna e o conceito entre Agricultura Sustentável, focando na importante conexão entre EducaçãoAmbiental Emancipatória e nas mudanças apoiadas junto à Agricultura Sustentável. A educação rural no Brasil, ainda hoje, reproduz duas situações indesejáveis: o desligamento da realidade rural, onde o conceito do ambiente rural é transferido para o urbano, e a opção pelo modelo aristocrático de desenvolvimento, que exclui a agricultura familiar e ainda continua comprometido com os princípios da Revolução Verde, que, nas últimas décadas, priorizou a introdução de sementes, agrotóxicos e máquinas na agricultura. A Agricultura Sustentável, juntamente com a EducaçãoAmbiental, vem compreender um instrumento de exercício da cidadania em um contexto de construção de uma nova racionalidade ambiental, tendo como base a participação dos agricultores e agricultoras, a eqüidade, o direito à pluralidade e autodeterminação das comunidades locais, compreendendo a biodiversidade como patrimônio coletivo e instrumento de inclusão social. Palavras-chave: EducaçãoAmbiental; Agricultura Sustentável; Crise Ambiental.
Resumo: Este trabalho verificou se o curso de Ciências Contábeis de uma universidade federal do sertão alagoano propicia a EducaçãoAmbiental com vistas ao desenvolvimentosustentável. Para tanto, adotou-se a pesquisa descritiva, com método quantitativo para a abordagem do problema, tendo sido aplicado um questionário junto aos formandos para a coleta de dados. Os resultados obtidos apontam que o curso pesquisado não propicia a EducaçãoAmbiental de forma transversal e que, em sua maior parte, os discentes que tiveram acesso às temáticas sobre questões ambientais e do desenvolvimentosustentável foram aqueles que cursaram a disciplina Contabilidade Ambiental, intuindo-se que ela contempla a temática socioambiental.
planeta, resultante da pesquisa efetuada pelo Clube de Roma, a partir de 1968: era necessário um modelo sustentável de desenvolvimento (Meadows et. Al, 1973). Tal resultado impactou a Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, 1972: o item nº 19 da Declaração sobre o Meio Ambiente Humano recomendava a prática de uma educação sobre meio ambiente. No Encontro Internacional de EducaçãoAmbiental, em Belgrado, 1975, ressaltou-se a necessidade de uma nova ética global, da redução dos danos ao meio ambiente e da reformulação de processos e sistemas educacionais. No mesmo ano, foi lançado o Programa Mundial de EducaçãoAmbiental. A Primeira Conferência Intergovernamental sobre EducaçãoAmbiental, em Tbilisi, 1977, delineou conteúdos, métodos, destinatários, fi nalidades, princípios e categorias da EducaçãoAmbiental. Eis alguns de seus princípios (Unesco, 1998): considerar o meio ambiente em sua totalidade (os aspectos naturais e os criados pelo Homem); constituir um processo contínuo e permanente; adotar um enfoque interdisciplinar; examinar questões ambientais locais, nacionais, regionais e internacionais; valorizar a perspectiva histórica nas questões ambientais; considerar os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento; incentivar a participação dos estudantes na organização de suas experiências de aprendizagem; estabelecer uma relação, para estudantes de todas as idades, entre a sensibilização pelo meio ambiente, a aquisição de conhecimentos, a aptidão para resolver problemas e o esclarecimento de valores; salientar a complexidade dos problemas ambientais; utilizar variados ambientes e métodos educativos para adquirir conhecimentos sobre o meio ambiente, com destaque para as atividades práticas e as experiências pessoais. O documento Nosso Futuro Comum, produzido pela Comissão Brundtland e apresentado em 1987, preconizava um desenvolvimentosustentável, que atenderia as necessidades do presente sem prejudicar o atendimento daquelas de futuras gerações, ou seja, manteria os padrões de consumo dentro dos limites ecológicos da Terra (Comissão..., 1991).
Introdução: Os impactos ambientais os quais o planeta vem enfrentando, como consequência do descaso humano aos recursos naturais, nos impulsionam em uma nova maneira de educar e conscientizar a sociedade. Através do projeto: EducaçãoAmbiental – Um caminho para o desenvolvimentosustentável, onde visa contribuir para formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente, aptos a decidirem e atuarem em seu meio sócio ambiental, comprometendo-se com o bem-estar de cada um e da sociedade como um todo. Este projeto é voltado ao ensino para as crianças pelo fato dessas possuírem facilidade para transmitir aquilo que aprenderam, bem como interagirem de forma positiva com o meio em que vivem. Este trabalho busca desenvolver uma interação da universidade com o seu meio social, demonstrando os fatores positivos da universidade na comunidade e na educação local, trazendo para o ensino infantil um aprendizado dinâmico para a educaçãoambiental. Objetivos: Este projeto teve como objetivo criar uma consciência ética e crítica para as crianças através de conceitos básicos, como o uso racional da água, reciclagem, coleta seletiva do lixo, redução da poluição, entre outros. Métodos: Sua metodologia consiste em aplicação de aulas expositivas em slides explicativos (contendo vídeos de desenhos infantis, imagens com animações), apostilas, jogos da memória em madeira sobre o meio ambiente e testes de aprendizado, para crianças de até dez anos da rede pública de ensino, os brinquedos foram confeccionados utilizando resíduos da serraria do campus da UNESP em Itapeva. As aulas do projeto foram desenvolvidas nas seguintes escolas públicas infantis do município de Itapeva/SP: E.M. José Lopes Fernandez, E.M. Prof. Hélio de Moraes, E.M. Prof. Genésio Moura Muzel, E.E.P.G. Professora Leonor Cerdeira, incluindo as escolas da zona rural. Ao final foi aplicado aos alunos um questionário abordando os assuntos tratados em aula. Resultados: Foram atendidos durante o projeto em média 900 crianças e o resultado obtido foi de 92,57% de desempenho máximo dos alunos. A situação encontrada nas escolas foi de que as crianças possuem o entendimento do que é certo e errado para com o meio ambiente, porém algumas de suas atitudes cotidianas não condizem com o conhecimento que possuem.
Apresentam-se neste estudo, resultados obtidos com a prática de estágio curricular supervisionado do curso de Pedagogia da Unoesc Videira, que teve como objetivo estimular o aluno da educação básica para o desenvolvimentosustentável. Percebeu-se que são muitos os desafios a enfrentar quando se busca melhoria nos cuidados com o planeta, e um deles é a mudança de atitude na interação com o meio ambiente. As questões ambientais vêm sendo discutidas em virtude da necessidade de mudanças em relação à degradação natural. A educação deve ser ressaltada como elemento fundamental para a transformação da sociedade, viabilizando a disseminação de uma nova ética, distinta daquela norteadora de uma sociedade de consumo, assim como o cuidado deve ser um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito onde as pessoas precisam preservar o planeta e todos os recursos naturais que lhe são oferecidos. Percebe-se que a questão ambiental está cada vez mais presente, sendo urgente a busca de novas formas de pensar e agir, de novos caminhos em compromisso com a manutenção dos recursos naturais. Este é o caminho para que cada indivíduo mude de hábitos e assuma novas atitudes de diminuição da degradação ambiental.
A Assembleia Geral das Nações Unidas com base na resolução n° 57/254 instituiu a “Década das Nações Unidas da Educação para o DesenvolvimentoSustentável” (2005-2014) com o propósito de estimular estratégias articuladas que permitissem à educação respostas às crises ambiental, social e econômica. Criaram-se assim condições que encorajaram os Estados-membros da ONU (entre eles o Brasil) a promoverem a integração dos valores do desenvolvimentosustentável em todas as formas de aprendizagem, abrindo perspectivas de diálogo entre os parceiros empenhados e com responsabilidades na construção de sociedades mais equilibradas ambiental, social e economicamente 6 .