A manipulaçao genética das células estaminais (ou do tronco) é outra forma promissora para desenvolver terapias nas doenças do cérebro. Recentes avan- ços permitem manipular células estami- nais humanas in vitro, procedendo-se a modificações genéticas e à diferenciação em subtipos específicos de neurônios. Assim, estes podem ser transplantados no tecido do cérebro com a doença. Já se tenta tratar a disfunçãocognitiva em DA, através do transplante de neurónios colinérgicos gerados in vitro. Existem ainda melhoramentos a conseguir na técnica, que nem sempre é eficaz, e não é de todo aplicável quando a neurode- generação já está espalhada por várias zonas do cérebro. Na ultima década, tem já havido ensaios clínicos em animais, ou por substituição dos neurônios colinérgi- cos mortos por neurónios diferenciados através de células estaminais, ou pela estimulação da neurogénese no hipo- campo, usando secreções neurotróficas de células estaminais. Os resultados passam por melhoramento da memória e aprendizagem, da densidade sinápti- ca e do numero de neurónios. Pensa-se que em 5-10 anos ter-se-á progressos na eficácia dos tratamentos actuais da DA, com células estaminais (QUIK, 2011; CAO, 2014; ROSS; AKIMOV, 2014; RUSSO; FINI; CESARIO, 2014).
O tempo médio entre o trauma e a aplicação desse exame foi de 74 dias. Utilizou-se como ponto de corte o escore igual ou inferior a 23, obteve-se 35% de pacientes com disfunçãocognitiva. Nos pacientes com MEM < 23 uma relação de 2:1 foi observada quando comparou-se o grupo de pacientes com escolaridade inferior a 4 anos com aquele superior a 4 anos. Os resultados dos testes estatísticos indicam que houve uma forte associação negativa entre a obtenção de pontuação igual ou maior que 24 e a escolaridade maior que 4 anos (Q- -0,9). Ainda nos pacientes com MEM < 23, o único item pouco afetado foi o registro de dados. Os demais itens, orientação, atenção e cálculo, memória de fixação e linguagem foram afetados tanto naqueles com escola- ridade inferior como superior a 4 anos.
objetivo: Investigar a adequação da bateria neuropsicológica proposta pelo International Study of Postoperative Cognitive Dysfunction para a avaliação de disfunçãocognitiva pós-operatória em pacientes idosos brasileiros submetidos à cirurgia sob anestesia geral. Métodos: Foi realizada uma avaliação neuropsicológica em pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas sob anestesia geral, com idade >65 anos, alfabetizados, sem histórico de problemas psiquiátricos ou neurológicos e com pontuação no Miniexame do Estado Mental igual ou superior ao ponto de corte para a população brasileira (>18 ou >23) de acordo com a escolaridade do sujeito. Oitenta pacientes foram avaliados por equipe treinada de neuropsicólogos até 24 horas antes da cirurgia de caráter eletivo. resultados: Dentre os pacientes avaliados, um foi excluído por apresentar pontuação abaixo do ponto de corte no Miniexame do Estado Mental e dois não completaram a bateria de testes, permanecendo 77 pacientes no estudo. A média de idade foi de 69±7,5 anos, com 62,34% dos sujeitos, com ±4 anos de estudo. Os sujeitos apresentaram médias significativamente inferiores ao esperado (p<0,001) para tabelas normativas nos testes neuropsicológicos. Conclusão: O estudo demonstrou a aplicabilidade dos instrumentos na população brasileira idosa e de baixa escolaridade, mas sugeriu a necessidade de determinação de pontos de corte adequados a essa população, garantindo a correta interpretação de resultados. Tal bateria é relevante para avaliações de seguimento pós-cirúrgico, favorecendo o diagnóstico de disfunçãocognitiva pós-operatória em pacientes submetidos a diferentes tipos de cirurgia e técnicas anestésicas.
O péptido β-amiloide pode acumular-se nas membranas dos neurónios ou na vasculatura. Quando se encontra nos vasos pode levar à redução da capacidade de vasodilatação e vasoconstrição, podendo ter por consequência hipoperfusão cerebral (Head & Landsberg, 2009). Existem indícios de que a quantidade e a localização deste péptido, que se acumula principalmente no hipocampo e córtex cerebral, estão relacionadas com o grau de declínio da função cognitiva dos animais geriátricos, bem como com a intensidade dos sinais apresentados pelos animais afetados (Cummings, Head, Afagh, Milgram & Cotman, 1996; ; Head, Callahan, Muggenburg, Cotman & Milgram, 1998; Adams et al., 2000; Colle et al., 2000; Vilanova, 2003). Num estudo onde foram avaliadas várias amostras de regiões corticais, o córtex pré-frontal aparentou desenvolver placas de β-amiloide mais cedo do que as restantes regiões. Este estudo sugere, assim, que as funções pelas quais o córtex pré- frontal é responsável, tais como, aprendizagem reversa, coerência comportamental e preservação de certos comportamentos, podem ver-se alteradas, constituindo estas alterações a primeira manifestação de disfunçãocognitiva (Head, 2002).
A presente investigação é o primeiro estudo brasileiro de base populacional desenvolvido no intuito de verifi - car a existência de associação entre disfunçãocognitiva e uso de medicamentos. É também o primeiro estudo farmacoepidemiológico brasileiro que investigou se a condição socioeconômica infl uenciaria essa associação, no caso dela existir. Foram tomados todos os cuidados metodológicos necessários para garantir a qualidade de informação, como padronização do instrumento de coleta de dados, treinamento dos entrevistadores e iden- tifi cação censitária dos participantes, entre outros. 13
por três categorias: < 60,00, 60-89,99 e ≥ 90. Recolhemos variáveis adicionais do Serviço de Apoio ao Médico e estudamos os dados recorrendo a análises bivariadas e a modelos de regressão logística. Resultados: Os grupos com Taxa de Filtração Glomerular < 60 e ≥ 90 apresentaram maior prevalência de DisfunçãoCognitiva, independentemente de outros fatores. Os odds-ratio foram, respectivamente, de 4,534 (IC95%: 1,257-16,356) e 3,302 (IC95%: 1,434- 7,607). Discussão: Conforme a literatura, verificamos maior prevalência de DisfunçãoCognitiva no grupo com Taxa de Filtração Glomerular < 60. A elevada prevalência de DisfunçãoCognitiva nos utentes com Taxa de Filtração Glomerular ≥ 90 está descrita em alguns estudos e poderá dever-se a situações que induzam a sobrestimação da mesma taxa, como nos estados de caquexia, ou a situações de hiperfiltração glomerular. Conclusão: Constatamos que a relação entre a função renal e a prevalência de DisfunçãoCognitiva não foi linear, mas sim parabólica. Novos estudos são necessários para se explicar o porquê deste achado e para se averiguar a necessidade de vigilância da DisfunçãoCognitiva em pacientes com alterações da função renal.
Disfunçãocognitiva pós-operatória é situação freqüente em cirurgias cardíacas, o que pode levar a conseqüências imensuráveis para os indivíduos acometidos. Os processos fisiopatológicos envolvidos nessa condição ainda não se encontram totalmente elucidados, apresentando um caráter multifatorial. Além de fatores pré-operatórios, como idade e escolaridade, alguns fatores intra-operatórios também são de extrema importância. Entretanto, conforme ampla literatura sobre o tema, esses fatores não são capazes de esclarecer etiologicamente a totalidade dos casos, remetendo a uma base genética para essa seqüela neurológica. Nessa revisão, avaliamos fatores envolvidos na disfunçãocognitiva e a terapia farmacoprotetora empregada em sua prevenção.
A disfunçãocognitiva pós-operatória (DCPO) é uma dete- rioração da função intelectual que se manifesta como perda de memória e de concentração. Os mecanismos de percepção e de processamento de informações, que permi- tem a um indivíduo adquirir conhecimentos e solucionar problemas, estão comprometidos. Estes lapsos subjetivos são geralmente manifestados como falhas na execução de tarefas cognitivas simples. Em casos mais graves, os dis- túrbios cognitivos acompanham-se de confusão, alucina- ções e delírio 1 .
Durante as duas últimas décadas, tem havido um crescente interesse em avaliar as concentrações de ferro no cérebro humano in vivo. As mudanças na compartimentalização de ferro celular e distribuição regional, bem como no estado de oxidação, podem ocorrer durante o período de armazenamento. Através do uso da técnica de imagem por ressonância magnética, muitos estudos recentes relataram que o ferro pode se depositar em várias regiões cerebrais, tais como: hipocampo, globus pallidus, gânglios da base, e córtices parietal e temporal. Estes estudos também confirmaram que o acúmulo de ferro está correlacionado com os déficits cognitivos que incluem: memória, aprendizagem, habilidades motoras e verbais, a partir de testes comportamentais. Assim, é possível que a disfunçãocognitiva possa ser um marcador precoce não invasivo para a avaliação de potenciais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, tais como DA. Embora sejam necessários mais estudos que determinem a utilidade de medidas de ferro periférico como marcadores de deficiências cognitivas ou estado de demência, estudos de imagem cerebral parecem apresentar resultados consistentes e promissores (Schröder et al., 2013).
Pacientes com LESj foram divididos em dois subgrupos, de acordo com a presenc¸a ou não de disfunc¸ão cognitiva. Observou-se que a presenc¸a de disfunc¸ão cognitiva estava associada com menor idade diagnóstica para o LESj (p = 0,038) e encontramos uma associac¸ão entre distúrbio cognitivo e FAN (p = 0,033). Os dados demográficos, clínicos e imunológicos são descritos na tabela 1.
These find- ings suggest that brain iron overload might be related to alterations in chromatin plasticity and that a reduction in H3K9 acetylation might play a role in iron-induced memor[r]
In the present study, using the Plasmodium berghei ANKA (PbA) model of CM, we demonstrated that the enhancement in inflammatory cytokines (IL-6, IFN- γ e TNF- α ) and chemokine [r]
Relativamente há existência de outros animais, as frequências relativas foram constantes nos três grupos, como pode ser observado no gráfico V, sugerindo que poderá não existir associa[r]
rebral ainda não está claro, mas sabe-se que baixas taxas de filtração glomerular (TFGe) podem levar a um desequilíbrio no metabolismo do cálcio, fosfato, paratormônio e outros fatores que contribuem para a aceleração da calcificação vascular. A anemia - condi- ção que pode comprometer o suprimento de oxigênio para o cérebro - e o estresse oxidativo podem contri- buir para a disfunçãocognitiva. 4,17
A variável de interesse neste estudo foi a presença de disfunçãocognitiva, determinada por meio do Mini-exame do Estado Mental (MEM) 23 . Foi utilizada a versão do MEM adaptada para o Brasil. Nela, em lugar da estação do ano, os indivíduos são indagados sobre o período do dia; nas perguntas sobre orientação espacial, bairro, endereço e cômodo da casa substituem respectivamente condado, hospital e andar. Em lugar do 7 seriado, é solicitado somar cinco sequencialmente, a partir de 25 ou alternativamente, soletrar, de trás para frente, o nome “Maria”, bastante comum no Brasil. Para os indivíduos que não sabem ler, duas modificações são introduzidas: é apresentada uma figura “de olhos fechados”, seguida da solicitação de fazer o mesmo que ela mostra, e pedido ao indivíduo para dizer uma frase, em lugar de escrevê-la 24 . Os escores do MEM foram dicotomizados, de maneira que os idosos sem escolaridade e com escore < 19 para o MEM e aqueles com alguma escolaridade e escore < 23 para o MEM foram considerados positivos para presença de distúrbio cognitivo (código 1), e os restantes classificados como negativos (código 0) 25,26 .
A fisiopatologia envolvida no acometimento neuropsiquiátrico no LES não é completamente conhecida. Múltiplos mecanismos etiológicos parecem estar envolvidos, e incluem, principalmente, eventos trombóticos focais, como isquemia cerebral e trombose venosa cerebral, e inflamação local com formação de auto-anticorpos. Alguns estudos mostram que a presença de anticorpos antifosfolípides está associada a disfunçãocognitiva, epilepsia, doença cerebrovascular, cefaleia, neuropatia craniana, mielopatia e coreia 5, 6 . A presença de níveis persistentemente elevados de anticardiolipina foi associada a pior performance cognitiva em pacientes com LES, incluindo deterioração cognitiva discreta detectada em testes neuropsicológicos prospectivamente 7-9 . A presença do anticoagulante lúpico está associada a doença cerebrovascular em pacientes recém-diagnosticados com LES 10 e a trombose venosa cerebral 11 e declínio cognitivo em outras series 12 . O papel do anticorpo anti-P ribossomal no LES neuropsiquiátrico (LES-NP) é mais controverso. Originalmente descrito em associação com psicose 13 , enquanto alguns estudos apoiam esta associação 10, 11 , em outros a relação do mesmo com acometimento neuropsiquiátrico foi questionado 14, 15 . No entanto, Matus et al. demonstraram que o anti-P induz apoptose de neurônios no hipocampo e na amígdala em ratos 16 , o que pode explicar o seu papel etiológico no acometimento de memória e de humor em pacientes com LES. Outros fatores, como vasculopatia e aterosclerose acelerada estão também associados 17, 18 . Infartos multifocais corticais, associada a dano microvascular, foi o achado neuropatológico mais comum em uma série de casos de LES-NP levados à necropsia 19 .
Objetivos: Investigar a frequência de sinais e sintomas de disfunção da coluna cervical (DCC) em indivíduos com e sem disfunção temporomandibular (DTM) e avaliar a influência da postura craniocervical sobre a coe- xistência da DTM e da DCC. Métodos: Participaram 71 mulheres, com idades entre 19 e 35 anos, que foram avaliadas quanto à presença de DTM. Destas, 34 constituíram o grupo com DTM (G1) e 37 participaram compuseram o grupo sem DTM (G2). A DCC foi avaliada pelo Índice de Disfunção Clínica Craniocervical e pelo Índice de Mobilidade Cervical. Questionou-se, ainda, a queixa de dor cervical. A postura craniocervical foi aferida por meio do traçado cefalométrico. Resultados: Não houve diferença na entre os grupos quanto à postura craniocervical. O G2 apresentou maior frequência de DCC leve e menor frequência de DCC moderada ou grave (0,01). O G1 apresentou maiores percentuais de frequência de dor durante a execução do movimento e dor à palpação dos músculos cervicais. No G1, a maioria (88,24%) das participantes relatou dor cervical, com diferença em relação ao G2. Conclusão: Não houve diferença na postura craniocervical entre os grupos, o que sugere que as alterações posturais estejam mais relacionadas à ocorrência de DCC. A presença de DTM resultou em maior frequência de sintomas dolorosos na região cervical. Assim, a coexistência de sinais e sin- tomas de DCC e DTM parece estar mais relacionada à inervação comum do complexo trigêmino-cervical e à hiperalgesia de indivíduos com DTM do que à alteração postural craniocervical.
A DTM é considerada de etiologia multifatorial e pode estar relacionada com a alteração na oclusão, lesões traumáticas ou degenerativas da ATM, doenças sistémicas, lesão interna do disco articular, lesões músculo-esqueléticas, hipomobilidade ou hipermobilidade da ATM e Disfunção da Cervical (DC) para além de fatores psicológicos e maus hábitos orais (Sproesser, 2010). Mello (2014) comenta que as DTM’s acometem músculos das regiões da face, cabeça, pescoço, ATM e estruturas dentais. Outros sintomas apresentados são dor facial, a nível da cervical, da cabeça, dificuldade nos movimentos mandibulares, fadiga muscular, sensibilidade, desgastes dentais e ruídos articulares. Quanto à prevalência, a DTM tem acometido pessoas em diversas idades, entretanto sua incidência maior é entre 20 e 45 anos. A população feminina é a que mais sofre, havendo uma proporção de cinco para cada homem (Malouf et al., 2008). As DTM’s estão comumente associadas a outros sintomas que afetam a região da cabeça e pescoço, como cefaleia, alteração da cabeça e da postura cervical; e muitos são os estudantes a se queixar destes sintomas (Unwin, Goodie, Reamy e Quinlan, 2013).
RESUMO: Trombocitopenia é um grande problema hemostático em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Relataremos dois casos de pacientes com diminuição adquirida das plaquetas: um devido a uremia e outro por disfunção valvar (disfunção de prótese em posição mitral). Estes pacientes tiveram períodos de transoperatório e pós-operatório imediato sem intercorrência. A perda sangüínea não foi maior do que a esperada. A transfusão de plaquetas realizada durante a operação pode prevenir futuras complicações na recuperação do paciente.
Apenas, um indivíduo da nossa amostra queixou- -se de dor na região cervical, limitação de abertura e estalo na mastigação. O exame de imagem revelou posteriorização do côndilo do lado esquerdo. No entanto, este indivíduo não apresentou disfunção tubária, o que nos leva a supor que a causa da disfunção temporomandibular deste estaria possi- velmente associada a outros aspetos.