Resumo: O artigo investiga o processo de criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, por parte do governo Federal, através da lei nº 11.892 de 29 de dezembro de 2008, demonstrando o interesse recente pela educação profissionalizante como um segmento fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. Para tanto, são utilizados conceitos criados e empregados por Michel Foucault em suas obras da segunda metade dos anos de 1970, como biopolítica e governamentalidade neoliberal. A análise deve mostrar que a reformulação das instituições destinadas ao ensinoprofissionalizante em nosso país requer novas maneiras de pensar a educação técnica no que concerne aos diversos níveis de ensino destinados atualmente a essa instituição. O que se pretende é analisar criticamente a formação do profissional técnico, atualmente imerso nas regras da economia de mercado neoliberal, por meio dos conceitos de empreendedorismo e empregabilidade.
Neste artigo pretendemos discutir sobre a nova proposta do Ensino Médio articulado ao Ensinoprofissionalizante, nas instituições SESI e SENAI na cidade de Mossoró/RN. Essa proposta tem por finalidade proporcionar a formação integral, alicerçada nas dimensões do trabalho, ciência e cultura e ampliar as possibilidades de inserção do cidadão na vida produtiva e social, bem como dar continuidade ao seu itinerário formativo, contribuindo para a formação continuada e permanente do aluno. Dessa maneira, objetivamos com esse estudo analisar as contribuições dessa articulação para ensino - aprendizagem do aluno e as possibilidades de construção de novos conhecimentos. O estudo fundamenta-se em documentos como referenciais normativos, pedagógico, operacionais e financeiros
Com a finalidade de atender ao objetivo principal desta pesquisa,que é verificar a existência e a magnitude do retorno social do ensinoprofissionalizante, diferentes modelos foram estimados para distintos grupos de escolaridade. O primeiro a ser analisado utiliza a proporção de homens empregados nos vinte e seis estados brasileiros e no Distrito Federal, sem distinção entre seus anos de estudo. Entretanto, tal consideração em relação à estimação dos retornos sociais, segundo Falcão e Silveira Neto (2007), pode simplesmente refletir a substituição imperfeita entre trabalhadores qualificados e não qualificados. Dessa forma, serão expostas posteriormente as estimações para os demais grupos educacionais para ser possível distinguir tais efeitos - efeito substituição imperfeita e efeito spillover - do ensinoprofissionalizante sobre os retornos salariais
Análise sobre o ensino profissionalizante no Brasil, tendo em vista a implantação das habilitações básicas, na Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro.. Rio de[r]
Faz parte da análise deste estudo a indústria automobilística alemã (Mercedes-Benz), os fornecedores desta por serem os propulsores da nova etapa de crescimento que se instala na cidad[r]
No início da organização da Escola, há cerca de 4500 anos, os percursos educativos orientaram-se também segundo testemunhos disponíveis, para a formação de secretárias, de escribas, de contabilistas, de arquivistas e de guarda-livros, por serem esses os desempenhos que então exigiam mais elevada qualificação. Em Portugal os primeiros sinais, neste domínio, surgiram a partir da revolução de 1385 e estão relacionados com o desenvolvimento da construção naval, no início do período da nossa expansão marítima. Três séculos mais tarde e já no declínio da expansão, surgiram as chamadas reformas pombalinas, com grande incidência no campo da educação e do ensino.
RESUMO: o objetivo desse trabalho foi investigar, a partir do olhar da equipe educacional, as práticas pedagógicas no Ensino Médio e Ensino Proissionalizante quando tem em sala de aula alunos surdos. Foi realizada uma pesquisa de campo qualitativa e a coleta de informações ocorreu a partir de uma entrevista não estruturada com dois professores, dois pedagogos e um intérprete de Libras que atuam na educação de três alunos surdos do ensino regular. A pesquisa foi realizada em uma escola estadual, considerada referência para educação de surdos, de uma cidade de médio porte do interior do Paraná. O conjunto de dados foi dividido em eixos temáticos e analisados a partir do conteúdo. Os eixos temáticos norteadores da discussão são: aspectos positivos e negativos - inclusão do aluno surdo no ensino regular; metodologias de ensino usadas em sala de aula com o aluno surdo; o intérprete de Libras na escola regular. Conclui-se que a inclusão do aluno surdo está sendo realizada, mas que essa inclusão não está garantindo o acesso às aprendizagens, pois há diiculdades de comunicação entre professor e aluno surdo, falta de conhecimento sobre a surdez e adaptações metodológicas isoladas na sala de aula. Espera-se que esse estudo movimente discussões acerca da inclusão do aluno surdo no ensino regular, possibilitando a essa população um ensino que respeite a peculiaridade da surdez e dê condições para que esses sujeitos se desenvolvam e participem efetivamente do meio social em que vivem.
Ao longo da história da enfermagem no Brasil, tentou-se de várias maneiras qualificar a formação dos técnicos e auxiliares, mas pouco foi investido nos enfermeiros professores desta área. Este estudo teve como objetivo Conhecer o perfil e a identidade profissional dos docentes dos cursos de educação profissional técnica de nível médio em enfermagem de um município do interior do estado de São Paulo e traçar o perfil desses docentes, com a intenção de conhecer os profissionais que atuam no processo formativo dos trabalhadores de saúde/ enfermagem. Trata-se de estudo descritivo exploratório de natureza quantiqualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio da aplicação de um questionário sócioeconômico e de entrevista com questões norteadoras abordando a profissão docente. O estudo contou com 32 participantes. Constatou-se que, desse total, 68,8% são do sexo feminino; a média de idade entre eles é de 36,53 anos; a média de tempo de formação é de 11,28 anos; 21,9% possuem licenciatura; 53,1% possuem especialização em formação docente. Apesar de a maioria (75%) dos entrevistados possuir formação docente, é importante lembrar que a maioria (63%) só procurou pelo curso depois de se inserir na docência. 68,8% dos entrevistados são contratados por hora/ aula e 65,6% têm outro emprego concomitante à docência. Além disso, pudemos analisar, por meio das entrevistas, a relação que o docente do ensinoprofissionalizante de enfermagem mantém com essa profissão. Da análise de conteúdo, emergiram categorias que dizem respeito aos sentimentos prazerosos e aos frustrantes em relação à docência; as oportunidades e desafios enfrentados no início da carreira, a relação docente com a formação pedagógica e com a construção do conhecimento e as potencialidades e dificuldades do papel docente. Esses resultados revelam um perfil de profissional satisfeito com a profissão docente, mas ao mesmo tempo frustrado com as condições inadequadas de trabalho e desejoso de ter melhores condições para se dedicar mais à docência.
Hainmueller (2012), com o pareamento por escore de propensão – PEP, para a variável de tratamento binária, e a metodologia do pareamento por escore de propensão com múltiplos tratamentos, a qual é abordada por Rosenbaum e Rubin (1983a), Imbens (2000), Lechener (2001), para a variável de tratamento categórica. Dos resultados, observou-se que o efeito do ensinoprofissionalizante não foi significativo sobre a remuneração e sobre a categoria socioeconômica 1 dos alunos concludentes do ensino médio, porém, na ocupação do tipo 2, o efeito foi positivo e significativo, com diferencial de mais de 100% comparado ao grupo das escolas regulares e a partir da ocupação nível 3, os efeitos foram significativos e negativos. Considerando os tipos de cursos, verificou-se que os efeitos sobre as remunerações se mostraram positivas e significativas somente para os cursos nas áreas de saúde e gestão, cujo efeito foi 12% e 8%, respectivamente, indicando que os alunos que fizeram estes cursos durando o ensino médio apresentam rendimentos superiores no mercado de trabalho aos demais alunos. Sobre os níveis de ocupações, destacaram-se as áreas de saúde, gestão e informação, os quais possuem maiores proporções de alunos presentes nas ocupações que exigem mais escolaridade e proporcionam maiores retornos financeiros, 1 e 2, enquanto que apresentam menores proporções nas categorias 3, 4 e 5.
Uma das questões de impacto para a enfermagem, neste período, era que frente a esta legislação (Decreto n.º 2.208/ 97) não exista mais a habilitação profissional de auxiliar téc- nico, subsistindo a do auxiliar de enfermagem. O curso de qualificação profissional de auxiliar de enfermagem integra- ria itinerário de profissionalização do técnico de enferma- gem, sendo oferecido como um módulo do curso técnico. Esta nova condição traz obstáculos para um projeto que vinha ocorrendo em todo o território nacional, promovendo a profissionalização dos atendentes de enfermagem: o PROFAE (Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem). A fim de viabilizar os cursos de auxiliar de enfermagem foi necessário outro parecer da Câ- mara de Educação Nacional de Educação – Parecer CEB n.º 10/2000 que pudesse resolver a problemática, pois, o curso de auxiliar de enfermagem seria enquadrado como modalida- de de educação não formal e não sujeito a regulamentação curricular porque estes cursos encontram-se na faixa de qualificação profissional de nível básico que não estavam sendo autorizados pelos referidos Conselhos. Este Parecer definiu com clareza a situação dos cursos de qualificação profissional que integram itinerários de profissionalização do nível técnico. O PROFAE foi considerado um projeto a ser desenvolvido em um período de transição por se tratar O ENSINOPROFISSIONALIZANTE
inversa de Mills, utilizando como variáveis explicativas sexo, idade no período de conclusão do ensino médio, tipo de ensino utilizado na escola, zona de residência, variável indicativa referente ao bolsa família, escolaridade do pai e da mãe, das quais, apenas idade não foi significativa para determinação da decisão do jovem de ingressar no mercado de trabalho. Ademais, visando obter uma maior homogeneidade da amostra, antes de estimar o efeito do ensinoprofissionalizante sobre a renda e sobre o tipo de ocupação no mercado de trabalho, este trabalho optou por aplicar o método do balanceamento por entropia desenvolvido por Hainmueller (2012), o qual permite ponderar um conjunto de dados, tais que, as distribuições das variáveis nas observações reponderadas satisfaçam um conjunto de condições especiais de momentos, de forma que exista equilíbrio exato sobre o primeiro (média), segundo (variância) e terceiro (assimetria). Para tanto, utilizou-se como covariáveis, as proficiências de matemática e português no SPAECE e a idade dos alunos, partindo do pressuposto que existe uma relação direta destas variáveis com o processo seletivo das escolas.
Uma das principais preocupações dos tomadores de políticas educacionais é a redução dos índices de evasão e reprovação dos discentes. Investigar sobre as causas dessa evasão, bem como elaborar políticas educacionais para o controle deste problema estão entre as principais agendas de pesquisa dos estudos relacionados ao assunto. Para controlar a evasão escolar, o IFCE oferece uma série de auxílios aos seus alunos como forma de motivá-los a frequentarem as aulas e aumentarem seu desempenho acadêmico. O principal objetivo deste trabalho é verificar se esses auxílios têm atuado de forma significativa na redução da evasão escolar e no aumento da aprovação dos alunos no período 2013-2014. Com uma amostra de alunos beneficiados (grupo de tratamento) e não beneficiados (grupo de controle) do ensino técnico profissionalizante de nível médio do IFCE nos campi de Fortaleza, Caucaia e Maracanaú, procurou-se quantificar o impacto da política de concessão dos auxílios sobre a evasão e aprovação através da metodologia dos modelos de diferenças em diferenças para os anos analisados. Os resultados obtidos apontam para uma diminuição da evasão nesse nível de ensino, ou seja, a concessão dos auxílios aos alunos do IFCE teve efeito negativo e estatisticamente significante sobre a evasão escolar. Em relação à aprovação, os resultados indicam um impacto positivo da política de auxílios sobre a aprovação dos alunos do ensinoprofissionalizante de nível médio do IFCE.
Atualmente os cursos técnicos em Agropecuária continuam existindo nas diversas instituições de ensino, porém não com os mesmos propósitos de atuação em seu campo profissional devido à ascensão dos cursos superiores e a mudança de visão na sua formação técnica para o trabalho, o que Antunes (2000) define como reestruturação produtiva do capital. O ensinoprofissionalizante esta cada vez mais criando características próprias às demandas atuais. De acordo com Manfredi (2002), a Educação Profissional é um processo condicionado e determinado de qualificação social, o que não levará diretamente ao trabalho ou emprego. Assim trata-se do ensino/aprendizagem de forma empírica, garantindo que a construção do saber científico se faça a partir da observação e aproximação com o fato existente, abandonando a visão produtivista de mercado que, como demonstrado, foi estabelecida no inicio da implementação do curso técnico agrícola no Brasil (MANFREDI, 2002).
Segundo Borilli et al. (2013), ressaltam que a transformação da propriedade, em um empreendimento rural familiar, acontece por meio da junção do ensinoprofissionalizante do produtor rural com o uso das inovações tecnológicas. Os cursos técnicos voltados para o ensino rural são essenciais para a evolução do agronegócio, principalmente para a agricultura familiar, melhorando a mão de obra, repassando conhecimentos, ajudando o trabalhador nos desafios da atualidade, além de viabilizar condições para que as propriedades rurais deem continuidade, das suas produções, entre as gerações.
A presente pesquisa foi realizada com o objetivo de evidenciar estudos realizados sobre as às percepções e/ou necessidades dos jovens do Ensino Médio sobre a vida, o estudo e o trabalho Ensino Médio profissionalizante. Para busca de referências sobre a temática, foram utilizados os seguintes descritores relacionados ao tema: Ensinoprofissionalizante, Ensino Médio profissionalizante, Representações sociais do Ensino Médio, Jovem e trabalho e Representações sociais do jovem. Realizaram-se pesquisas, na base de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO); na base Google Acadêmico; e na base da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). Os trabalhos apresentados trouxeram diferentes perspectivas em relação a esse formato de Ensino Médio. Dentre elas destacaram-se: relação com o ingresso no mercado de trabalho; abordagem da questão do curso técnico ofertado aos alunos de baixa renda como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), que visava ao ingresso do jovem no mercado de trabalho complementando a renda do bolsa família; atribuição de resultados positivos no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) às escolas técnicas como ETECs (Escolas Técnicas e Profissionais) e sua boa gestão; a dificuldade em integrar o Ensino Médio regular e o ensinoprofissionalizante; por fim, as perspectivas de jovens do campo em relação ao futuro. Concluiu-se que os estudos abordados, dadas as suas singularidades, ainda que pertinentes à mesma temática, são importantes para uma reflexão em relação a essa etapa de ensino, contribuindo para mudanças que ocorrerão a partir da proposta do novo Ensino Médio.
De toda sorte, ao lado da afirmação de que ainda não existe ensino universitário no Brasil, apenas ensinoprofissionalizante, registre-se também que “embora elitizado em suas características socioeconômicas, tendo o setor privado sido capaz de receber proporção maior de elite, o ensino supe- rior brasileiro mais se parece, educacionalmente, por conta de seus objetivos e características essenciais, com os community colleges americanos, que são faculdades essencialmente não-elitistas, de dois anos, destinadas ao adestra- mento ocupacional dos estudantes, caracterizados por muitos cursos notur- nos, de dedicação parcial, ensino essencialmente profissionalizante. No nos- so caso, community colleges perdulários, de quatro anos. 14
E estar frequentando o ensino médio regular ou profissionalizante com todos os problemas de compreensão, estruturação e aplicabilidade ainda continua sendo uma alternativa e serve d[r]
Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar a potencialidade da politecnia nos cursos de ensino médio profissionalizante. A partir de uma análise dos índices de evasão desses cursos no Instituto Federal Catarinense- Câmpus Videira, são tecidas considerações a respeito da potencialidade referida. Para chegar à análise, apresenta-se inicialmente revisão bibliográfica da trajetória da legislação do ensino médio profissionalizante desde a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, a qual foi sendo remodelada diante de decretos, pareceres, resoluções e demais documentos emitidos pelo MEC. Em seguida, é descrita e discutida a concepção de politecnia como proposta para a formação humana integral e como uma diretriz para a organização dos cursos de ensino médio profissionalizante do Instituto focalizado. Problematiza o índice de evasão nos cursos, bem como a sua relação com a menor ou maior aproximação de uma visão politécnica de formação. A partir da análise realizada é feita uma reflexão a respeito da oferta dos cursos deste IFC frente a uma concepção politécnica de formação. Pondera-se sobre uma nova visão para a escola média profissional, na qual a organização curricular visa à formação de um cidadão-trabalhador que possa ser agente transformador da sociedade pelo pensar e pelo agir.
Pensado desse ponto de vista, seria contraditório afirmarmos que qualquer modalidade ou organização do nosso sistema de ensino, sobretudo o ensino politécnico, promoveria uma relação entre a teoria e a prática; a concepção e a execução; a cultura e a técnica; a atividade intelectual e a manual, enfim, o livre pensar em favor de opções conscientes, sem a influência de qualquer processo de reprodução, ao menos que fossem desocultados os aspectos, as regras capitalistas que também dão margem à contradição das relações de reprodução que se estabelece mediante a educação.
Relatava-se que com o crescimento da oferta dos cursos de Turismo a mão de obra no setor turístico seria mais bem capacitada. Entretanto, o exercício da profissão nos mostra baixos salários havendo, assim, um desestímulo do próprio profissional. Outro ponto importante é a atuação isolada de três fatores importantes para o turismo, empresas privadas, poder público e academia. A falta de diálogo desses setores trazem danos para o turismo e ate para própria formação dos discentes que busca no decorrer do curso estágios nesses setores sendo que, muitas vezes, não há oportunidades qualificadas para o estudante de turismo. Desse modo, as instituições de ensino e seu professorado devem pensar como se articular com tal dificuldade.