Este artigo expõe um campo de atuação do pedagogo pouco explorado nas pesquisas atuais: o quartel. Enfatizando a área militar, busca-se conhecer a proposta pedagógica da ForçaAéreaBrasileira (FAB) para formar militares, esclarecer a atuação do pedagogo no quartel e compreender as relações existentes entre formação e atividades realizadas como orientador educacional, pois o pedagogo precisa entender como ocorre a organização do sistema de ensino militar. Para atingir esses objetivos realizamos entrevistas, observação e análise documental de regulamentos e programas de cursos de formação. Concluímos que esses profissionais são fundamentais para a formação dos civis que ingressam na vida militar e dos militares que nela permanecem e que há, portanto, necessidade de a FAB admitir pedagogos. Palavras-chave: Aeronáutica. Pedagogo. Orientação educacional.
A ForçaAéreaBrasileira (FAB), neste início de século, abriu suas portas para o ingresso de mulheres na carreira da aviação. Essa abertura teve como estímulo a experiência positiva obtida quando da entrada de mulheres nos quadros femininos, inicialmente criados em 1982, para o exercício de funções burocráticas ou daquelas funções que se enquadrariam no que se poderia considerar “profissões de mulher” 2 , e, posteriormente, no quadro de intendentes 3 , criado no final da década de 1990. Ao mesmo tempo em que esta iniciativa pode ser considerada um avanço − já que, até o momento em que esta pesquisa foi realizada, o Exército e a Marinha não haviam aberto espaço para as mulheres em suas escolas correspondentes −, continua a ser vista com restrições por muitos militares, que questionam a compatibilidade das mulheres, e de suas funções sociais tradicionais, com essa carreira, que tem como uma de suas características a constante ausência do lar por longos períodos de tempo.
Este trabalho teve como objetivo o desenvolvimento das técnicas fundição de semicubos do trem de pouso principal do cargueiro C-115 “Buffalo”, da ForçaAéreaBrasileira, pelo processo de fundição de liga de magnésio em moldes de areia a verde para atender às necessidades emergenciais nas atividades de apoio logístico, tático e transporte. Por ser um item estrutural cujas exigências em relação às propriedades de engenharia e segurança são rigorosas, foi necessário o desenvolvimento de técnicas de fundição diferenciadas para a obtenção do modelo com suas respectivas superespessuras de contração e usinagem; ângulos de saída; sistemas especiais de canais de alimentação; molde preparado com areia sintética, bentonita, enxofre, ácido bórico e água; magnésio, alumínio, zinco e alumínio-manganês de grau metalúrgico para a obtenção da liga; tratamento e refino do banho metálico, técnica de vazamento com frentes de alimentação simétricas; controle de qualidade por meio de inspeção visual, análise da composição química e metalográfica das fases e constituintes da liga, ensaios mecânicos e radiográficos para qualificação do fundido, conforme padrões aeronáuticos.
RESUMO: O estudo das características físicas do homem e suas variações tem interessado ao homem desde a antiguidade. No Brasil ainda não existem estudos que definam o perfil antropométrico da cabeça dos brasileiros, dificultando o desenvolvimento de projetos ergonômicos. Um dos problemas que ocorre nas Forças Armadas brasileiras é o uso de capacetes de proteção confeccionados com medidas de outros países, os quais acarretam grande desconforto. Desta forma, este trabalho tem como objetivo realizar um estudo para apurar as medidas antropométricas da cabeça de militares da ForçaAéreaBrasileira, auxiliando na produção de capacetes mais adequados. Para tanto, é apresentado um levantamento antropométrico em 576 alunos da Escola de Especialistas de Aeronáutica, 286 do gênero feminino e 290 do gênero masculino, com idade entre 17 e 36 anos. O estudo demonstrou que as diferenças encontradas entre os gêneros são inferiores a 5%. Somando-se ao fato de o capacete ter regulagens, não há a necessidade da produção de capacetes diferentes em relação ao gênero, porém são sugeridas algumas alterações nas medidas de circunferência e formato do capacete.
A falta de recursos enfrentada pela ForçaAéreaBrasileira impõe desafios à manutenção de suas aeronaves e equipamentos. A nacionalização de peças de reposição consiste em desenvolver projetos de itens críticos às linhas de revisões para substituir os adquiridos dos fabricantes originais. Baseada no processo de Engenharia Reversa, a nacionalização tem por objetivo contribuir na manutenção da disponibilidade operacional das aeronaves e equipamentos da Aeronáutica, juntamente com a redução de custos na aquisição das peças., de modo a aplicar os recursos públicos de maneira eficiente. Este trabalho tem por objetivo descrever o processo de nacionalização de material da ForçaAéreaBrasileira na contabilidade gerencial, bem como compreender os fatores relevantes para a tomada de decisão envolvida na atividade. Para atingir o objetivo foi realizada uma pesquisa exploratória e descritiva, analisando o problema de maneira qualitativa. Com relação aos procedimentos, o trabalho foi realizado por meio de uma pesquisa documental, bibliográfica e estudo de caso. A fundamentação teórica contempla: a evolução e os tipos de contabilidade, a contabilidade gerencial com enfoque na tomada de decisão e as decisões do tipo fazer ou comprar, Logística, custeio-meta e Engenharia Reversa. Em seguida, foi descrito o Sistema de Material da Aeronáutica e detalhado todo processo seguido pela atividade de nacionalização. Foi verificado que os motivos principais para os gestores iniciarem a atividade de nacionalização são: a possibilidade de economizar recursos com compra de materiais, diminuição do prazo de entrega pelos fornecedores e estabelecimento de novos fabricantes de peças que tiveram sua produção descontinuada. Por meio da coleta de dados de itens nacionalizados, observou-se que em torno de 66% dos gastos que seria incorrido com a compra dos itens originais é economizado. Outro ponto destacado é que a atividade impacta na independência exterior para aquisição de materiais aeronáuticos e, conseqüente, fortalecimento tecnológico da indústria nacional.
Objetivo: Identificar se a atividade de treino de voo pode desencadear alterações posturais em cadetes e pilotos da Academia da ForçaAéreaBrasileira (AFA). Métodos: Os sujeitos foram avaliados por meio de registro fotográfico em vista anterior e lateral direita, tendo como casuística 80 cadetes da AFA, divididos em quatro grupos, 20 em cada, e 15 pilotos do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA), formando o quinto grupo. As fotos foram transferidas para o Software de Avaliação Postural (SAPO), sendo traçados ângulos relacionados ao alinhamento vertical da cabeça (AVC), alinhamento horizontal da cabeça (AHC), alinhamento horizontal dos acrômios (AHA) e alinhamento horizontal das espinhas ilíacas ântero-superiores (AHE). Resultados: Os resultados mostraram que, após comparação das médias das assimetrias posturais entre os grupos, não houve diferença estatisticamente significante em relação aos ângulos AVC, AHC e AHA. No entanto, na variável AHE, observou-se que o grupo de pilotos apresentou valores significativamente menores que os dos cadetes, sugerindo maior estabilidade postural em relação a essa variável. Conclusão: O AHE foi a única medida que apresentou diferença estatisticamente significate na comparação entre os pilotos e cadetes dos diferentes anos. Quanto aos demais alinhamentos, não houve diferença, podendo atribuir esse fato aos critérios exigentes de ingresso dos cadetes na AFA e a eficiência do treinamento físico realizado periodicamente.
O Centro de Distribuição e Controle de Publicações (CDCP) do Parque de Material Aeronáutico dos Afonsos (PAMAAF), sediado no Rio de Janeiro, é o responsável pela logística da distribuição das Publicações Técnicas para os operadores das aeronaves da ForçaAéreaBrasileira, garantindo o Apoio Logístico que é o conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão dos recursos de toda a natureza. (DCA 2-1, 2003, p.5). Essa distribuição física ocorre utilizando o sistema de transporte de carga da FAB (ICA-4-2, 2010), e seu registro é feito através do Sistema Integrado de Logística de Material e Serviços (SILOMS). Segundo Tapajós (2007), o transporte e o armazenamento são os principais processos que compõem a distribuição física.
O papel do Estado no desenvolvimento e consolidação de uma sociedade, apesar de tradicional, é tema atual e relevante que a Administração Pública, enquanto área do conhecimento científico, busca explicar. Ao longo do tempo, as crescentes restrições orçamentárias levaram instituições públicas, dentre elas a ForçaAéreaBrasileira, a reduzir seu tamanho e buscar novas formas de gestão e captação de recursos e de negociar com o Setor Privado, sendo uma delas a Private Finance Initiative (PFI). No âmbito das parcerias, onde estão situadas as PFI, nem sempre os resultados planejados são atingidos, principalmente nos projetos que envolvem a Defesa Nacional. Dessa forma, a partir do conceito de soberania e da finalidade de existência das Forças Armadas brasileiras, o presente trabalho de investigação teve por escopo as PFI oriundas do ramo aeronáutico de defesa. De caráter qualitativo, as ações de investigação procuraram identificar as PFI e seus fatores críticos, entender como os fatores críticos as afetam e identificar estruturas para sua avaliação, com o objetivo de desenvolver um quadro estruturado para avaliação das PFI da ForçaAéreaBrasileira (FAB), de forma a contribuir para elas atingirem os resultados planejados. Esse objetivo, somado ao contexto interdisciplinar que envolve o tema da investigação e à necessidade de um adequado arcabouço teórico de referência ensejaram a adoção da Economia dos Custos de Transação como pressuposto teórico da pesquisa. Para além disso, a interdisciplinaridade ensejou o estabelecimento de uma conexão entre as diferentes áreas epistemológicas de influência, realizada por intermédio da tradicional dicotomia público/privado. O contexto em que se situam, a influência política exercida no seu desenvolvimento e as experiências exitosas apontaram a necessidade de se ter processos consistentes e quadros institucionais de governança das PFI. Assim sendo, foram identificados parâmetros de avaliação de Políticas Públicas que podem contribuir para as PFI da ForçaAéreaBrasileira (FAB) atingirem os resultados planejados e, a partir deles, adaptou-se um quadro de avaliação de Políticas Públicas à realidade dessa instituição, vislumbrando-se seu contributo como ferramenta de governança das PFI e de análise de políticas desenvolvidas no ramo aeronáutico da Defesa Nacional; de análise afeta à terceirização de atividades; de auxílio à identificação dos custos de transação dos processos aquisitivos; de agregação de conhecimento e de apoio à tomada de decisão, contribuindo também com a investigação acadêmica na área das contratações públicas, em especial as aquisições afetas ao ramo aeronáutico de Defesa Nacional, com ênfase na abordagem interdisciplinar aplicada à investigação das PFI e à análise de Políticas Públicas.
O artigo aborda questões doutrinárias relativas à pertinência da inserção de teorias do poder militar à Doutrina Básica da ForçaAéreaBrasileira. O texto começa com a identificação de conceitos clausewitzianos e de teóricos do poder aéreo presentes na vigente Doutrina Básica. Fez-se, em seguida, uma análise histórica da evolução do poder aéreo, desde o primeiro emprego de aeronaves na guerra aérea. Realizou-se uma pesquisa exploratória, documental e bibliográfica. Os resultados obtidos referem-se à relevância da aplicação de conceitos advindos das teorias de guerra de Clausewitz, Douhet, Warden III e Boyd na Doutrina Básica. A principal conclusão retida nesta pesquisa diz respeito à aderência a conceitos originários de advogados do poder aéreo e de teóricos da guerra na confecção e no desenvolvimento de doutrina militar formal.
O Brasil utiliza o T-25, já ultrapassou o limite da vida útil. Em outras forças aéreas da região, também está surgindo a necessidade de substituição deste tipo de aeronave. A ForçaAéreaBrasileira, no primeiro momento, abraçou a ideia do UNASUL-1, mas na sequência, anunciou que apoiaria o programa, mas não compraria a aeronave regional, já que o modelo não convém com a filosofia dela. Numa comparação rápida, para aeronaves de instrução básica, a FAB vem utilizando a pelo menos duas gerações, modelos com assento lado a lado, diferente do UNASUL-1, que é em Tandem. O substituto do T-25, a aeronave T-X, desenvolvida pela Novaer, segue a filosofia da FAB, com assentos lado a lado. Já o caso chileno remete a própria interação entre suas forças. Tendo desenvolvido localmente o T-35, a sua forçaaérea o incorporou, mas a aviação naval preferiu adquirir de outra fonte, no caso o suíço PC-7.
Resumo O objetivo deste artigo é investigar a prevalência de fatores de risco cardiovascular e inadequações de consumo alimentar em cadetes da Academia da ForçaAéreaBrasileira e a asso- ciação com sexo e ano de formação. Estudo trans- versal com 166 cadetes da Academia da Força Aé- rea Brasileira, em Pirassununga – SP, entre junho e dezembro de 2013. Foram avaliadas medidas antropométricas, parâmetros bioquímicos e clíni- cos, nível de atividade física, tabagismo e consumo alimentar. Testes de Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher foram utilizados. A prevalência de excesso de peso (IMC >25,0 kg/m²) foi de 29,7% nos homens e de 16,7% nas mulheres. Hipertensão arterial foi prevalente em 15,2% dos homens. Veri- ficou-se hipercolesterolemia em 50,7% dos cadetes; 24,3% apresentaram valores elevados de lipopro- teína de baixa densidade e, 11,2%, lipoproteína de alta densidade baixa. Houve associação entre tempo de permanência na Academia e lipoproteí- na de alta densidade baixa. Observou-se consumo elevado de gorduras saturadas (87,2%) e de co- lesterol (42,7%). A ingestão inadequada de fibras foi verificada em 92,7% da amostra. Observou-se considerável prevalência de fatores de risco cardio- vascular entre os cadetes, principalmente hiperco- lesterolemia e consumo alimentar inadequado. Palavras-chave Adulto, Doenças cardiovasculares, Dislipidemias, Consumo de alimentos, Militares Abstract This article aims to investigate the
Acredita-se que, no decorrer dos qua- tro anos do curso na Academia, possa ocorrer uma evolução da força dos membros superiores devido ao treina- mento em vôo. Mas a comparação en- tre os sexos é muito difícil, visto que após rigorosa seleção e a recente chegada das mulheres como cadetes, seu número é muito reduzido. Apenas uma cadete chegou ao último ano como aviadora, pois as exigências de treinamento são iguais para ambos os sexos, sobrecarre- gando muito o sexo feminino.
catástrofes naturais ou provocadas pelo homem. Nas eleições, são os aviões da FAB que levam e trazem as urnas e cédulas para votação, fazendo-se cumprir um direito de qualquer cidadão brasileiro. Nas missões de combate ao tráfico de drogas, pela nossa extensa fronteira, são os aviões e radares da FAB que permitem maior controle do nosso espaço aéreo e de nossa soberania. Enfim, o que buscamos mostrar com esses exemplos do trabalho diário de nossos combatentes, é que esse não pode ser encarado como mero assistencialismo de uma ForçaAérea que não tem um papel definido, mas pelo contrário, é também função desta Força permitir que nossa gente se enxergue como cidadão e se reconheça como brasileiro, porque o país mantém sua soberania por meio de seu povo e não apenas pela manutenção de suas fronteiras e da política diplomática. Cabe salientar, ainda, que essa não é apenas uma especulação ufanista, mas uma constatação inevitável de que as pessoas só se sentem cidadãs quando são atendidas em suas necessidades diárias pelo país no qual vivem.
Assim, inicia-se o presente artigo fazendo uma breve apresentação da evolução normati- va aplicável para, depois, discutir a opção nacional de uso do tiro de destruição para o combate ao tráfico de drogas. Adiante, apresenta-se como a noção de soberania resta alterada pela valoração internacional dos direitos humanos e como essa tendência constrangeu o exercício da segurança pública a limites estritos em garantia da dignidade da pessoa humana. Finalmente, indicam-se quais as consequências dessa tendência para o exercício do tiro de destruição de aeronaves suspeitas de trá- fico de drogas quando cotejado o Decreto n. 5.144/04 com as regras que regulam o uso da força pelas autoridades públicas federais, mormente o Plano Nacional de Direitos Humanos e as normativas que o regulam, esclarecem e aplicam nesse ponto. Como resultado, parece clara a inconstitucionalidade do referido Decreto e a necessidade urgente de revisão do seu conteúdo.
movimentos com grande solicitação da musculatura da mão que comanda o manche, o que pode modificar a força muscular. Este estudo teve por objetivo analisar as forças musculares isométricas de preensão palmar e pinças polpa-a- polpa, trípode e lateral de três grupos de pilotos da AFA. Foram avaliados 15 pilotos da Esquadrilha da Fumaça (EDA), 16 instrutores de vôo (PI) e 6 pilotos em treinamento (PT), todos do sexo masculino. Para a avaliação, o posicionamento corporal dos pilotos seguiu a padronização da Sociedade Americana de Terapeutas da Mão e a ordem dos movimentos analisados foi predefinida, evitando fadiga muscular. A força muscular isométrica máxima foi coletada em uma contração sustentada por 6 segundos. Os resultados mostram diferenças significativas na preensão, com superioridade das mãos dominantes em relação às não-dominantes em todos os grupos, tendo ainda o grupo EDA obtido valores significativamente superiores em relação aos demais. Nas medidas da pinça trípode, o grupo EDA apresentou significativos valores superiores aos do grupo PT, sendo encontrados valores das mãos dominantes superiores aos das não-dominantes nos grupos EDA e PI. Conclui-se que o treino específico da musculatura da mão durante o vôo, a especificidade e o período de treinamento interferem na força muscular isométrica da mão.
A aviação, portanto, além de arma incipiente, estava dividida entre Exército e Marinha, e não possuía nenhuma autonomia administrativa, operacional ou técnica. Seus quadros eram reduzidos e seus componentes considerados indisciplinados e individualistas. Sua autonomia começou a ser conquistada depois da Revolução de 1930, quando o major-aviador Plí- nio Raulino de Oliveira assumiu o comando da Escola de Aviação Militar. A partir de então, só foram nomeados comandantes aviadores. Mas o passo decisivo seria dado um pouco mais tarde, com a criação do Ministério da Aeronáutica e da ForçaAéreaBrasileira, nos anos de 1940, sob a influência do novo contexto geopolítico, estratégico e tecnológico da Segunda Guerra Mundial.
O que se convenciona apresentar neste trabalho, entre outros aspectos importantes, é o Serviço Social na Força Aérea Brasileira, evidenciando o acúmulo das atribuições do assistente soci[r]
RESUMO: Estudo histórico-social, cujos objetivos foram: descrever as circunstâncias que ensejaram o estabelecimento de relações entre a Escola Anna Nery e a ForçaAéreaBrasileira, durante a Segunda Guerra Mundial, e analisar o processo de organização do Quadro de Enfermeiras da Reserva da Aeronáutica, que foi formado com alunas egressas desta Escola para atuar junto ao 1º Grupo de Caça da ForçaAéreaBrasileira, no Teatro de Operações Italiano. As fontes históricas constaram de documentos escritos e fotográicos. Para a análise e interpretação dos dados, foram considerados os conceitos da Teoria do Mundo Social de Pierre Bourdieu. Os resultados evidenciaram a participação ativa desta Escola no processo de incorporação oicial de enfermeiras na ForçaAérea durante a guerra, o que viabilizou a conquista de um espaço inédito para a prática proissional em um momento histórico de extrema dramaticidade, quando se evidenciou a atuação honrosa e requerida de enfermeiras em cenários militarizados.
E os dados nos conduziram para o esboço do seguinte desenho: no primeiro capítulo destacamos a escola – Academia da ForçaAérea – como o local onde se preservam, cultivam e transmitem os valores e tradições militares inerentes à ForçaAéreaBrasileira. A AFA é considerada pela FAB como o berço dos futuros líderes da aviação, daqueles que ajudarão a escrever os capítulos dessa arma e definirão o seu papel perante a sociedade. Não é à toa que é conhecida como o “Ninho das Águias”. Obviamente que não se trata de uma escola no sentido que a conhecemos, com a algazarra dos alunos, a flexibilidade dos projetos pedagógicos, as mesmas contradições engendradas pela relação professor-aluno, enfim, com uma vida acadêmica pautada num sistema de regras não tão rígidas. A AFA é a escola onde os gritos dos alunos repetem-se na mesma cadência dos hinos, canções e gritos de guerra; onde a sala de aula mantém o respeito aos “mestres”, mesmo que sob o olhar inquisidor de oficiais nas janelinhas das portas; é o local onde se ensina, e também se aprende, a respeitar a hierarquia e a disciplina, preciosas no ambiente da caserna, mas que é também eivado de contradições e angústias, conseqüências do tipo de ensino praticado. Sendo esta uma instituição burocrática que não apenas prepara um jovem para o mercado de trabalho, mas que na realidade forma sua própria mão-de-obra, num constante processo de retro-alimentação, destacaremos as abordagens de ensino que permeiam a sua prática pedagógica e definem a sua filosofia de ensino.