Com base nas vulnerabilidades que acometem a vida das profissionais do sexo, o presente estudo objetivou compreender os fatores biopsicossociais no contexto de vida de seis mulheres profissionais do sexo que atuam em uma cidade de médio e uma de pequeno porte. Por considerar esta população envolta de preconceito e discriminação, justifica-se a realização deste estudo para ampliar a discussão da desmistificação de alguns conceitos construídos ao longo do tempo e que podem acarretar representações negativas sobre esta população. Assim, aprofundar sobre a história de vida dessas mulheres facilita a compreensão do estabelecimento de suas relações nos diferentes âmbitos da vida, tais como trabalho, família, saúde, vida social, entre outros.
Vistas ao mesmo tempo como uma inspiração pedagógica e como paradigma de pesquisa, as abordagens biográfica e de história de vida são altamente ideológicas no sentido próprio do termo: compreende reais tendências, ao mesmo tempo em que se oculta sob ares místicos – a tomada de consciência é formada de uma maneira que corresponde à prática social que a forma, caso em que um campo social não claramente definido, característica contemporânea, é interpretado como individualista e a expressão subjetiva é majoritariamente interpretada como uma construção identitária individual, o que eles também são, entre outras coisas. Trata-se, naturalmente, de uma tendência muito complexa e ambígua. É por isso que desejo tentar apresentar mais precisamente uma compreensão da história de vida como algo diferente e maior que a biografia, além de uma respectiva abordagem de pesquisa, podendo ser construída sobre um material biográfico, mas que não precisa sê-lo obrigatoriamente. O potencial e a missão de uma abordagem de história de vida são de esclarecer o sujeito aprendente historicamente específico, isto é, compreendê-lo inserido no quadro social em que ele age e se exprime.
Assim, os três módulos têm se configurado como importante espaço de formação, no qual cada estudante exercita cartografar sua subjetividade, a das pessoas que estão ao seu redor e a dos usuários do Naps. Este trabalho produzido como memorial, inventário ou narrativa de história de vida funciona, assim, como estratégia de ensino-aprendizagem na formação que, no momento da escrita de si e do outro, pode disparar e produzir reflexões sobre o processo de formação cultural e autorreflexões que problematizam sua singularidade e questionam alguns aspectos da cultura contemporânea que corroboram o individualismo e a concepção de que o sujeito se faz sozinho, em detrimento das condições oferecidas por uma sociedade marcada pela desigualdade. O encontro com situações de sofrimento, enquanto modos diversos de adoecer, faz pensar em sua própria trajetória e em seu compromisso profissional. O reencontro com as memórias de brincadeiras da infância, com sua história de vida e com o pensamento desconexo de usuários de saúde mental, desperta este escritor criativo 10 ,
Por meio da história de vida de duas professoras ribeirinhas, reflete-se sobre a docência que acontece no contexto do arquipélago de Guajará, em Belém do Pará, Brasil. Traços comuns entre as histórias, como violência sexual na infância, pobreza e escolarização são destacados para demonstrar que a docência não pode ser pensada fora do contexto mais amplo de constituição da mulher. Argumenta-se que a condição da mulher na região historicamente conformou possibilidades singulares que explicam como e porque meninas que foram por muito tempo alijadas do mundo da escola se transformam em professoras. Demonstra-se como ser professora se articula aos processos so- cietais do espaço ribeirinho, assegurando todo um processo de inter-relação. Palavras-chave: história das mulheres; história de professores; docência.
Considerando que a institucionalização muitas vezes representa a única possibilidade de sobrevivência ao idoso, sendo revestida de sofrimentos e limitações que interferem nas condições de vida, o presente estudo propõe-se a compreender a história de vida de um grupo de idosos institucionalizados. Trata- se de estudo qualitativo realizado a partir das narrativas de oito idosos residentes em uma instituição de longa permanência (ILP). A interpretação dos dados teve como referência o método de análise de conteúdo modalidade temática. Os resultados apontam para semelhanças nas trajetórias marcadas pelo desfavorecimento do contexto sócio-histórico. Depreende-se que a atenção ao processo de envelhecimento deve se iniciar na infância, por meio de condições propícias ao crescimento e desenvolvimento nos aspectos biopsicossociais.
Tanto quanto Rios Preto, Cabeleira é um herói primitivo, entregue ao instinto de crueldade. Igualmente àquele, sua opção pela vida de desordem é motivada por fatores externos, que o faz a um tempo algoz e vítima, condição necessária para a redenção final com o arrependimento. Em ambos os casos, só a morte redime, não podendo haver meio termo, de modo que o presidente resiste a todas as tentativas de suborno por parte da mãe do criminoso. De certa forma, esses heróis trágicos são mitos confirmadores do ethos, tomado aqui no sentido etimológico daquilo que designa os costumes do lugar onde se vive, o modo de cada grupo social, comunidade ou povo ser no mundo, estabelecendo as normas de relação com o outro e com o transcendente. Nesse sentido, ao mesmo tempo em que é necessário que o herói execute os atos tabus, matando homens, velhos e meninos, sequestrando e violentando mulheres, ele deve igualmente passar pela morte para ratificar os valores éticos do povo que o criou. Não fosse pelo destino trágico, talvez esses valentes não passassem de facínoras, dignos apenas do réprobo popular; o que os torna heróis é justamente seu sacrifício final, como também o seu arrependimento. Como os heróis arcaicos, os bravos sertanejos enfrentam monstros e demônios, todavia o Minotauro ou a Medusa são antes eles mesmos. O herói deve vencer a si mesmo para fundar os princípios sociais sobre que repousam o seu povo. Sua morte simbolicamente realiza e elimina o desejo obscuro e selvagem que atormenta a cultura.
FW: Logo depois da guerra, começamos a viajar, porque nós tínhamos boas relações nos Estados Unidos, principalmente, e algumas na Inglaterra e na França. Egon era da opinião de que, comprando pessoalmente, nós teríamos melhores preços e poderíamos, conseqüentemente, vender mais barato aqui e novamente vencer a concorrência. Ele detestava o comércio, nunca gostou, mas era um gênio. Só previa o que era bom para o negócio. Nós já estávamos, logo depois da guerra, trabalhando com o Brasil inteiro. Logo quando nós voltamos da primeira viagem, uma ausência de três meses só nos Estados Unidos, chegando aqui em São Paulo no início de 1947, Egon pensou que talvez a vida no Rio de Janeiro pudesse ser melhor. Nós tínhamos uma filial no Rio de Janeiro e, em 1948, resolvemos nos mudar para cá, depois da segunda viagem ao exterior. A filial virou matriz e São Paulo ficou com uma filial -‐‑ e nós nos mudamos com três cachorros. A única condição que eu impus foi de que fôssemos morar numa casa -‐‑ e não num apartamento -‐‑ e nós tivemos que procurar uma casa aqui. Em São Paulo, nós estávamos acostumados a viver em casa, pois eu tinha três cachorros e eles precisavam de uma casa com jardim, senão o que eu iria fazer com eles?
Em nos sa equi pe de Ge ne bra, o pro je to de tese de Je an-Michel Ba u do in nos in tro duz nas ar ti cu la ções en tre “his tórias de vida, abor - da gens dis cur sivas e te o rias da ação” (a ser publicado). Jac que li ne Mom ba ron tra ba lha sobre uma tese que bus ca uma com pre en são bi o grá fi ca de nos sas re la ções com ins ti tu i ções e seu lu gar em nos sa for ma ção, de po is de ter nos apre sen ta do os ele men tos des sa pro ble má ti ca num ar ti go a ser pu bli ca do, in ti tu la do “Le vécu ins ti tu ti on nel du for ma te ur”. La u ren ce Tur kal (1998) ten ta com pre en der a cons tru ção bi o grá - fi ca da com pe tên cia de apren der, en quan to Ronald Mul ler sen si bi li za nos sa equi pe para a abor da gem ale mã da le bens welt (“mun do da vida”), ali men tan do a di men são “sen sí vel” da for ma ção; e Cat he ri ne Schmutz-Brun tra ba lha so bre as ar ti cu la ções en tre a es cri ta do re la to e for ma ção (am bos a se rem pu bli ca dos).
Também foram realizadas observações sobre a biologia floral dessas plantas e seus visitantes florais, sendo averiguado que Struthanthus polyanthus é uma planta com indivíduos de f[r]
Finalmente, pensamos e elaboramos a avaliação do curso de forma coerente com a filosofia, a visão de saúde-doença até aqui exposta. Cada relatório escrito pelos alunos é lido e avaliado pelo professor a fim de ampliar a capacidade de ob- servação e articulação com a teoria. Seguindo o modelo de uma supervisão clínica, o professor deve apontar os conteú- dos que foram bem coletados da história de vida e do proces- so saúde-doença do paciente, assim como os conteúdos que faltaram e que amplificariam a compreensão do caso. O pro- fessor deve ainda orientar sobre as dúvidas, que devem fazer parte dos relatórios, com relação à técnica de entrevista, com relação a sensações contratransferenciais, etc. Outra função da avaliação é promover maior articulação com a teoria, sa- lientando aspectos, por exemplo, sobre o desenvolvimento. Enfim, a avaliação serve para auxiliar o aluno a realizar o difícil percurso entre teoria e prática, sendo importante veri- ficar, mais do que o desempenho num relatório isoladamen- te, a evolução do aluno ao longo do semestre, a capacitação que adquire entre um relatório e outro. Desta forma, passa- mos de uma avaliação puramente somativa/punitiva no fi- nal das unidades para uma avaliação formativa, com cons- tantes feedbacks 6 .
principais restrições ao uso do método de entrevista de história de vida. Objeto caro aos psicólogos, a memória, com suas falhas, distorções e inversões, oferece sérios embaraços ao pesquisador que pretende usar o relato biográfico como uma fonte de conhecimento empírico, ou seja, para ter acesso ao fato tal como ele ocorreu. Desta perspectiva, o entrevistado seria um simples repositório – mais ou menos coerente, mais ou menos disponível – de dados históricos. O desencanto com essa espécie de realismo ingênuo tem levado ao alargamento da análise histórica, que não se limita mais a fazer a história "objetiva" do fato, mas se volta também para a história da memória do fato.
Apresentamos uma investigação sobre Roberto Antonio Moreira, maranhense, professor e autor de livros de matemática, que viveu na cidade de São Luís, no século XIX. Através de sua história de vida, objetivamos construir um texto biográfico, até onde os dados permitiram resgatar, além de tecer considerações sobre sua vida profissional envolvida pela publicação de suas obras. O presente texto, de metodologia qualitativa, constitui uma pesquisa de abordagem documental, que utiliza fontes primárias dos arquivos da Biblioteca Pública Benedito Leite, do Arquivo Público do Estado do Maranhão e do Liceu Maranhense. Estamos pautados teoricamente, em Bittencourt (2004), Ferrarotti (2010), Morais (2017), Paulilo (1999) e Valente (2008). Acreditamos que descortinar histórias de vida de autores de livros de matemática aproxima-nos do entendimento de como se construiu o ensino de matemática no local e tempo investigados – contribuindo, portanto, para compor um quadro do Brasil.
O presente trabalho busca apresentar contribuições para as pesquisas interdisciplinares a partir de estudos e reflexões sobre histórias de vida e suas relações com a interdisciplinaridade, objetivando compreender o grau de importância das suas inserções nos processos de pesquisas. Utilizando como metáfora a metamorfose da borboleta, o percurso se utilizará da própria metodologia para desvelar a história de vida literária e docente da autora desta tese, demonstrando que por detrás de cada pesquisa, há o mundo do pesquisador, que muitas vezes fica fechado em seu casulo de estudos externos não se permitindo tempos para investigar-se internamente e nem para se dar a conhecer. O estudo refletirá ainda, sobre a utilização do tempo nos movimentos da humanidade realizando um voo sobre os conceitos do tempo no mundo ocidental, desde a mitologia grega até os dias atuais, compreendendo que é fundamental analisarmos os contextos temporais os quais estamos inseridos para encontrarmos as oportunidades e as brechas de luz que nos permitem vislumbrar novos tempos para a formação pessoal e profissional. A pesquisa percorrerá, principalmente, o panorama histórico das histórias de vida nas academias, por meio de uma revisão teórica que dialogará com as possibilidades de ações interdisciplinares em conjunto com FAZENDA, PIENAU, JOSSO, FREIRE, DE LA TORRE, ESPIRITO SANTO, principais teóricos apresentados e com as obras de CASADEI (autora desta tese). Ao discutir e propor a articulação entre a interdisciplinaridade, história pessoal, história de vida nas academias e o redimensionamento do uso do tempo, o estudo conclui que é de fundamental importância a entrada da histórias de vida, não só nas universidades, mas em todos os níveis da escolaridade, o que permitirá aproximações mais verdadeiras, inteiras e humanizadas, porque o ser que viu a si, vê com mais clareza o outro e, ao se encontrarem, poderão olhar o mundo de modo interdisciplinar para atuarem com melhores propostas destinadas ao bem coletivo. A tese conclui que é preciso reconfigurar as escolas e universidades como espaços de formação não só intelectual, mas também existencial, tornando-se assim pequenas ilhas de paz, centros de polinização da vida.
embaixo, mas eles não interagem. O objetivo da história do currículo e da história de vida é tornar essa conexão essencial. A própria metodologia insiste que o pesquisador converse com os professores, pense neles e entre em contato com eles, respeitando-os, porque não é possível trabalhar de outra forma. Afinal, eles são as fontes. Então, uma vez que você faz deles a sua fonte, precisa respeitá-los imediatamente como seus iguais. Isso é algo que os pesquisadores nem sempre fazem, como todos sabemos. Às vezes eles simplesmente usam o professor como um fantoche para as suas próprias teorias. “Os professores disseram isto, os professores disseram aquilo”, mas eles não ouvem de fato o professor. Este método exige que você ouça de perto os professores, e esta é a grande conquista dele.
Outros campos nos quais a História oral pode ser útil são a História do cotidiano (a entrevista de história de vida pode conter descrições bastante fidedignas das ações cotidianas); a [r]
O prefácio, denominado “Pensar ‘o tolo projeto de retratar-se’: da hermenêutica à ética”, escrito por Michel Fabre 5 , dá início à produção, que segue com uma introdução e divide-se em duas partes principais, a primeira intitulada Práticas e invenção de si, subdividida em sete capítulos; e a segunda, A história de vida na encruzilhada das ciências humanas, com quatro capítulos, seguidos da conclusão e das referências bibliográficas.
perfis, as histórias de vida ou as biografias (sendo apenas o primeiro um gênero estrita- mente jornalístico, segundo Edvaldo Pereira Lima, para quem os perfis “são uma espécie de história de vida cuja proposta é desenhar o retrato de um momento selecionado, atual do(s) protagonista(s)” (Lima, 2002, negritos no original). Com esse preâmbulo, podemos introduzir o conceito de “Voz” como a “capacidade humana de criar narrativas de si e do mundo”, proposto pelo professor Nick Couldry (2010; para uma resenha, veja LIMA, 2012). Percebemos que, no senso comum, podemos distinguir dois sentidos para o termo ‘voz’: primeiro, o utilizamos no sentido do som de uma pessoa falando; entretanto, mes- mo que o aspecto sonoro da voz possa instigar questões importantes (CAVARERO, 2005), esse uso não captura a variedade de formas, não necessariamente envolvendo som, em que as pessoas podem criar uma narrativa de vida. Segundo, quando nos referimos ao aspecto político do uso do termo, costumamos equacionar a voz como a expressão da opinião ou, mais genericamente, a expressão de pontos de vista distintivos sobre o mun- do que precisam ser reconhecidos. Esse uso político do termo “voz” continua a ser útil em situações onde o termo tem sido mais frequentemente explorado, por exemplo, na expressão “dar a voz” que, a nosso ver, começa a se tornar banal – afinal, todos têm o direito a “ter voz”, todos nós celebramos o “direito à voz”, a mídia engloba a “diversida- de de vozes” etc. -, mas, corremos o risco de deixarmos essa banalidade corromper nossa própria voz. Entretanto, o termo “voz” não deriva de uma visão em particular dos pro- cessos econômicos (a voz do consumidor, por exemplo) nem mesmo de mecanismo polí- ticos de representação (a voz política), mas de um conjunto mais amplo que leva em con- ta como os seres humanos são.
As reflexões trazidas são frutos de primeiras aproximações metodológicas sobre a necessidade do uso de relatos orais em estudos históricos. Relatos orais ou depoimentos orais não podem ser analisados fora da problemática teórica que incide sobre a história de vida no campo da história. Uma apreciação sobre isso foi realizada no item dois deste trabalho onde procuramos situar essa discussão por meio dos limites e possibilidades do uso desse recurso metodológico, destacando nossa opção pelos depoimentos orais, justamente por não estarmos preocupados em proceder a uma construção autobiográfica detalhada, mas trazer do depoente elementos de sua vida, ou de um período de sua vida do qual nos interessa um assunto em particular, neste caso, sua formação para ser professor ou professora.
Revista de Ciências Sociais. Fortaleza, v.49, n. 1, p.461-497, mar./jun., 2018 Num trecho desse percurso – como já foi assinalado aqui –, sabendo que não tinha a mínima condição de permanecer em Macapá, Benony, pensa em voltar para Belém ou ir para o Rio de Janeiro, pois seu sonho era se tornar advogado, porém, um convite interromperia de vez seu desejo de formar-se em um curso superior. O jovem Benony é convidado para trabalhar na contabilidade da empresa de manganês ICOMI – indústria de capital estrangeiro implantada no seio da floresta, em Serra do Navio, à época pertencente ao município de Macapá. Ficou satisfeito pela conquista social que alcançou, especialmente em relação à qualidade do trabalho, visto que deixava a labuta de fazer e polir assoalho de madeira para exercer o ofício de escriturário, menos penoso, como assim relata: “A minha vida mudou para melhor, substituí o martelo e o serrote pela caneta, deixava de ser um operário para ser um escriturário. [...] Na ICOMI, possuía bom salário, veja que em quatro anos fiz quatro casas de madeira e uma de alvenaria inacabada”.
temporal do evento. No tempo fenomenal, um evento ocorrido há muitos anos atrás, como no caso da Partição, faz-se presente na vida das pessoas através de relatos como um passado inteiramente dispo- nível. O passado indizível ressurge no presente sob a forma de rumor. O rumor e o trauma atualizam o evento e fixam-no na experiência subjetiva. Essa linguagem do rumor é capaz de perfazer um elo de continuidade entre eventos distanciados no tempo físico. Assim, eventos como a Partição de 1947 e o assassinato da mi- nistra Indira Gandhi são envolvidos por um mesmo rumor de violência, ao mesmo tempo em que relatam a história traumáti- ca e brutal da fundação e da consolidação da nação indiana.