RESUMO - Neste trabalho, investigou-se a cinética das alterações vasculares e celulares na aerocistite, induzida pela inoculação da Aeromonas hydrophila inativada em Piaractus mesopotamicus e inibição da atividade enzimática da fosfolipase A2 e ciclooxigenase na inflamaçãoaguda. Para tanto, foram utilizadas a indometacina, meloxicam e a dexametasona, aplicados por via parenteral, 30 minutos antes do estímulo lesivo. As alterações de permeabilidade vascular foram avaliadas nos tempos de 30, 90, 120, 180 e 240 minutos pós-estímulo, observando-se que o máximo da exsudação plasmática ocorre com 180 MPE. O pré-tratamento com indometacina ou meloxicam, neste tempo, inibiu significativamente o aumento de permeabilidade vascular e a dexametasona apresentou um bloqueio mais precoce e efetivo do que os outros AINES, inibindo nos tempos de 120 e 180 MPE. O exsudato celular inflamatório foi avaliado seis, 24 e 48 horas após estímulo, verificando-se que a inoculação da bactéria causou aumento progressivo do acúmulo de células, atingindo o máximo após 24 HPE, sendo maior que nos outros grupos estudados. Neste tempo, verificou-se que todas as drogas testadas foram efetivas para a redução significativa do acúmulo celular. A contagem diferencial das células presentes no foco inflamado demonstrou predomínio de linfócitos e trombócitos, seguida de macrófagos e granulócitos, com acúmulo mais tardio destas últimas. O pré-tratamento com indometacina e dexametasona causou bloqueio no acúmulo de todas as células identificadas. Os resultados demonstraram que, entre as diferentes doses de cada droga testada, não foram observadas diferenças significativas. As avaliações sugeriram que os eicosanoides, assim como acontece em mamíferos, participam ativamente dos fenômenos vasculares e têm papel relevante na quimiotaxia de leucócitos.
O Salicilato de Borneol (SB) é um derivado salicílico, obtido pela esterificação do ácido salicílico e do monoterpeno (-)-borneol, e seu uso tópico em doenças inflamatórias foi descrito no início do século XX. Derivados salicílicos possuem excelente atividade anti-inflamatória e sabe-se que o borneol possui atividade neuroprotetora, genoprotetora e analgésica. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade do SB em modelos experimentais de inflamaçãoaguda. A toxicidade do SB foi analisada, mensurando-se o consumo de água e ração, peso, letalidade e peso dos principais órgãos. Para avaliar seu efeito anti-inflamatório, camundongos pré-tratados com SB foram submetidos aos protocolos de edema de pata induzido por carragenina, prostaglandina E2, bradicinina ou histamina, peritonite induzida por zimosan e aumento da permeabilidade vascular induzido por ácido acético. A produção de óxido nítrico (NO) foi analisada em cultura de macrófagos peritoneais. Não foram observados sinais de toxicidade aguda com a administração de 1000 mg/kg de SB em camundongos machos e fêmeas. Além disto, o pré-tratamento com SB foi significativamente (p<0,05) eficaz na redução do edema de pata induzido por carragenina em tempos precoces e tardios, pela modulação de eicosanoides e bradicinina, e independente de histamina. A migração de neutrófilos e a liberação de citocinas pró-inflamatórias (TNF-, IL-1 e IL-6) provocadas pelo zimosan, bem como o extravasamento de fluidos mediado pelo ácido acético também foram reduzidos em animais tratados com SB. In vitro, o SB reduziu a liberação de NO em células estimuladas por lipopolissacarídeo de E. coli (LPS). Estes dados sugerem que SB tem efeitos anti-inflamatórios relacionados com diferentes mecanismos da inflamação, e novos estudos são necessários para explorar seu potencial.
O processo inflamatório é uma resposta benéfica do organismo frente a uma lesão ou infecção, visando a eliminação da injúria inicial, bem como as consequências dessa injúria. Entretanto, a inflamação, em resposta exagerada, pode ser prejudicial. Dessa forma, se faz necessário o desenvolvimento de novos fármacos com propriedades anti-inflamatória e analgésica, sendo utilizado como estratégia terapêutica a busca por moléculas oriundas de produtos naturais que possuam tais propriedades. Nesse contexto, o objetivo desse estudo foi avaliar o potencial anti-inflamatório da milonina, alcaloide de Cissampelos sympodialis Eichl frente à liberação de mediadores inflamatórios utilizando o modelo murino de inflamaçãoaguda e dor. Camundongos Swiss pré-tratados com milonina foram submetidos aos protocolos de: edema de pata induzido por LPS, prostaglandina (PGE 2 ), bradicinina (BK) e serotonina (5-HT) para avaliar a atividade antiedematogênica do alcaloide;
Muitas plantas, cuja indicação popular atua na inflamação, são alvos para o estudo de novas terapêuticas para esta área. O uso popular, como também novas ações terapêuticas são muitas vezes confirmados pelos resultados das pesquisas científicas (PEREIRA et al., 1999; Bezerra-Santos et al., 2006; ZAKARIA et al., 2010). O picão, nome popular da planta Bidens pilosa L. (Asteraceae), é popularmente usado para o tratamento de inflamações, hepatite, icterícia neonatal e diabetes (PEREIRA et al., 1999; HORIUCHI e SEYAMA, 2006; HORIUCHI et al., 2010). Estudos comprovaram suas ações imunossupressora (PEREIRA et al., 1999) e anti-inflamatória por inibir a produção de IgE, liberação de histamina pelos mastócitos, o aumento da permeabilidade vascular, além de prevenir a progressão das lesões da mucosa gástrica induzidas por HCl/EtOH, indometacina e estresse pelo frio. Esta planta é rica em flavonoides e derivados do ácido cafêico, que têm comprovada ação captadora de radicais livres (HORIUCHI e SEYAMA, 2006; HORIUCHI et al., 2010).
A carragenina é um agente flogístico que causa uma reação inflamatória reprodutível e facilmente mensurável, fatos que têm contribuído para mantê-la como uma das principais ferramentas farmacológicas para experimentos que envolvem a análise de processos inflamatórios agudos (LAZZARINI et al., 2003). Neste modelo a carragenina promove um aumento imediato da permeabilidade vascular, induzida por mediadores inflamatórios tais como prostaglandinas (PGs), bradicinina, histamina, moléculas do sistema complemento, e óxido nítrico (NO) (0-6h). A permeabilidade vascular seguida do recrutamento de neutrófilos (6-24 h) para o local da inflamação, sendo este modelo útil para análise de edema de pata em dois momentos, onde no primeiro temos a liberação de mediadores que causam vasodilatação, que causa edema, seguido do aumento da permeabilidade microvascular e no segundo momento um edema formado pela migração de células do processo inflamatório (POSADAS et al., 2004).
MARCELLO PARDI DE CASTRO – Nascido em 23 de julho de 1977 em Ribeirão Preto, SP, graduado em Medicina Veterinária em dezembro de 2005 pelo Centro Universitário Barão de Mauá. Realizou estágio de aperfeiçoamento técnico na área de cirurgia e anestesiologia veterinária no Centro Hípico de San Isidro na cidade de Buenos Aires, Argentina. Durante a graduação, nos anos de 2002 à 2004 foi bolsista do CNPq categoria Iniciação Científica no Laboratório de Patologia de Organismos Aquáticos do Centro de Aqüicultura da UNESP, onde desenvolveu pesquisa de suplementação alimentar com nutracêuticos em peixes teleósteos. Em janeiro de 2005 obteve bolsa para a realização do projeto de iniciação científica intitulado: “Avaliação da toxicidade aguda e anatomopatologia de Piaractus mesopotamicus submetidos a diferentes concentrações de cromo hexavalente na água”, junto a Fundação de Amparo à Pesquisado do estado de São Paulo (Fapesp). Pelo qual em setembro de 2007 recebeu o prêmio de Melhor Trabalho em histopatologia comparada da Sociedade Espanhola de Medicina, no “II Congreso Internacional de Histologia e Ingenieria Tisular”, realizado na cidade de Córdoba, na Espanha. Em
Os peptídeos vasoativos podem ser armazenados de forma ativa nas vesículas de secreção (por exemplo, a substância P) ou gerados por processamento proteolítico de precursores inativos no fluido extracelular. A substância P é liberada pelos neurônios sensoriais e pode promover a degranulação dos mastócitos. Outros peptídeos vasoativos são gerados através da proteólise pela trombina, fator de Hageman, ou plasmina e causam vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular (diretamente ou induzindo a liberação de histamina dos mastócitos). O fator Hageman funciona como um sensor de dano vascular e indutor da inflamação, uma vez que ativa a cascata da calicreína cininas, e o principal produto desta cascata, a bradicinina, afeta o sistema vascular, além de ser importante indutor da dor. A sensação de dor tem um papel fisiológico importante na inflamação por alertar o organismo para o estado anormal do tecido danificado (ROCK; KONO, 2008).
Um dos fenótipos que diferencia amplamente as linhagens é a sensibilidade à infecção por Salmonella Typhimurium. Os animais AIRmax são mais resistentes enquanto os animais AIRmin são mais suscetíveis (ARAÚJO et al., 1998) . Além disso, foi observado neste estudo um desequilíbrio de frequência do alelo que confere suscetibilidade (S) do gene “Natural resistance–associated macrophage protein- 1” (Nramp1), estando presente em 60% nos animais AIRmin e em apenas 9% nos AIRmax, sugerindo que este desvio tenha ocorrido devido ao processo seletivo, e que o gene Nramp1 ou algum outro gene muito próximo a ele no cromossomo 1, seria um dos QTL envolvidos na regulação da intensidade da reação inflamatória aguda (ARAÚJO et al., 1998).
organismo. O MDA possui ação citotóxica e genotóxica, encontrando-se em níveis elevados em algumas patologias associadas ao estresse oxidativo (ANTUNES et al., 2008). Nosso estudo mostrou que nos animais com DPE e tratados com salina ou PVP, houve um aumento na quantidade de MDA em relação ao grupo naive, implicando que o dano oxidativo nos tecidos está aumentado na inflamação periodontal. Tal resultado está de acordo com estudos anteriores que mostram que o conteúdo de MDA no fluido crevicular gengival e na saliva de pacientes com periodontite crônica apresenta-se elevado em relação a pacientes periodontalmente saudáveis (TSAI et al., 2005; CANAKCI et al., 2009). O GSNO na concentração de 2 mmol L -1 reduziu de forma significativa os níveis de MDA, confirmando o dado anterior que apenas esta concentração possui efeito antioxidante. De acordo com nossos dados, Emre et al. (2008) mostraram que em modelo de isquemia-reperfusão intestinal o uso de nitroprussiato de sódio (SNP), um doador de NO, promoveu uma diminuição significante nos níveis de MDA e consequentemente da injúria tecidual. Não foi encontrado estudo que relacione o GSNO com os níveis de MDA, mas seu efeito deve estar relacionado tanto com a liberação de NO como pela elevação de glutationa. Resultados similares foram observados nos modelos de peritonite e edema de pata, corroborando com os dados encontrados na DPE.
Introdução: A cicatrização constitui processo complexo, envolvendo diferentes sistemas biológicos e imunológicos, sendo essencial para manter a integridade do organismo. Três fases bem definidas ocorrem: inflamatória, proliferativa e maturação. Falha ou prolongamento em uma delas pode resultar em retardo ou ausência da cicatrização. Objetivo: Analisar comparativamente as alterações histológicas proporcionadas pelo uso do extrato aquoso da Orbignya phalerata na cicatri- zação de lesões cirúrgicas da bexiga. Métodos: Quarenta ratos da linhagem Wistar, adultos e machos foram utilizados. O procedimento experimental constituiu-se em incisão longitudinal de 2cm na bexiga e síntese em plano único com pontos separados de poliglactina 910 cinco zeros. Após este procedimento comum, os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois subgrupos contendo 20 animais cada. No grupo controle não foi utilizada a substância Orbignya phalerata. No grupo-experimento utilizou-se solução aquosa de Orbignya phalerata na dose de 50mg/kg por via intraperitoneal. Os animais foram acompanhados e mortos em três e sete dias. Foi feita análise histológica comparativa entre os grupos. Resultados: Os resultados mostraram que foi observada diferença estatística significante nas variáveis neoformação (p= 0,001) e proliferação fibroblástica (p= 0,010) nos subgrupos controle e experimento do 3º dia. Ainda no grupo experimento a neoformação capilar foi mais intensa que no grupo controle, apresentando significância estatística. No grupo de sete dias observou-se que as variáveis inflamaçãoaguda (p= 0,001), inflamação crônica (p= 0,002) e proliferação fibroblástica (p=0,023) apresentaram significância estatística, sendo bem evidente a inflamaçãoaguda no grupo controle. Conclusão: Foi observada homogeneidade no fator tempo da cicatrização nos grupos experimento e controle sendo mais rápida no grupo experimento. Houve efeito favorecedor cicatrizante na utilização do extrato aquoso do mesocarpo da Orbignya phalerata na bexiga do ratos.
A inflamaçãoaguda ou crônica é mediada por uma série de substâncias químicas e células imunológicas. Para isso, os macrófagos desempenham papel importante no fenômeno imunopatológico como a produção de citoquinas pró-inflamatórias e mediadores inflamatórios (espécies reativas ao oxigênio, óxido nítrico e prostaglandina E2). Em condições inflamatórias, as células imunes são estimuladas por sinais de ativação de adesão molecular de forma a facilitar a migração de substâncias para tecidos inflamados. Além disso, estímulos inflamatórios, como lipopolissacarídeos e citoquinas pró-inflamatórias, ativam células imunológicas a regular os estágios da inflamacão. Esses marcadores são importantes no desenvolvimento de novas drogas anti- inflamatórias e exploração de mecanismos moleculares anti-inflamatórios de uma droga potencial. Este é o caso de um estudo com Cinnamomum camphora, que é tradicional- mente utilizado na medicina para o tratamento de doenças relacionadas à inflamação, como reumatismo, bronquite, asma, indigestão e dores musculares. Nesse estudo, observou-se o efeito modulador da Cinamomum camphora nos processos celulares inflamatórios examinados, para que se pudesse entender seus mecanismos anti-inflama- tórios potenciais dentro dos limites de concentrações farmacológicas não citotóxicas (LEE et al., 2006).
Estudos de cárie demonstraram aspectos inflamatórios nos tecidos pulpares decorrentes de infecção estabelecida. Citocinas seriam capazes de ativar células ligadas à resposta inflamatória e imune no sentido de neutralizar potenciais agentes invasores e permitir o reparo dos tecidos pulpares. Algumas destas, denominadas quimiocinas, poderiam contribuir no estabelecimento de uma imunoterapia capaz de bloquear aquelas citocinas responsáveis pelo processo inflamatório. Na inflamação crônica estas pesquisas já possuem resultados satisfatórios. Na inflamaçãoaguda, os estudos ainda estão inconclusivos. Este estudo teve como objetivo testar as quimiocinas CCL5/RANTES, CCR5 e RANKL na inflamação pulpar aguda. Métodos: 18 Ratos Wistar foram anestesiados. Foram feitas cavidades até a exposição pulpar nos primeiros molares inferiores. Eles foram divididos em três grupos onde se administrou solução salina estéril, lipopolissacarídeo (LPS) e ácido lipoteicóico (LTA) (n= 6 por grupo). Os segundos molares inferiores hígidos foram utilizados como controle. As cavidades foram seladas com amálgama e a eutanásia foi realizada após 48h. As mandíbulas foram dissecadas para exame histológico e da imunoexpressão das quimiocinas em estudo. Obteve-se como resultados: CCL5/RANTES é expressa em todos os grupos, ao contrário do CCR5, que não foi expressa. RANKL aparece apenas em células inflamatórias. Somente a expressão de RANKL foi capaz de demonstrar atividade celular na inflamação pulpar inicial.
Introdução: O mesocarpo do babaçu (Orbignya phalerata) tem sido utilizado em estudos experimentais para verificar a sua ação antiinflamatória. No Maranhão, é muito utilizado como alimento e como remédio popular para cicatrização de ferimentos. Objetivo - Avaliar macroscópica, histológica e tensiometricamente, a ação do extrato de Orbygnia phalerata no processo de cicatrização de laparotomias medianas em ratos. Métodos: Quarenta ratos da linhagem Wistar, adultos, machos, foram utilizados em procedimento experimental que consistiu em uma incisão na linha alba e síntese em plano único com pontos separados de fio de polipropileno 5-0. Após esse procedimento comum, os animais foram distribuídos em dois grupos de 20. Ao grupo chamado controle, foi utilizado injeção intraperitoneal, em dose única de 1mL de soro fisiológico para cada quilo de peso. Ao grupo experimento, utilizou-se solução aquosa de babaçu na dose de 50 mg por quilo de peso. Os animais foram acompanhados e mortos após três e sete dias, procedendo-se, a seguir, à análise tensio- métrica e histológica. Resultados: O exame macroscópico não mostrou presença de aderências importantes entre a linha alba e os órgãos intra-abdominais nos grupos de estudo. A avaliação histológica mostrou efeito marginalmente significativo (p=0,086) para inflamaçãoaguda nos grupos controle e experimento de três dias e efeito significativo (p=0,003) para a reação gigantocelular (p=0,003). Diferença significativa (p-=0,023) foi observada para inflamaçãoaguda no grupos controle experimento de sete dias. Na análise intra-grupo (controle três e sete), foi observado efeito marginalmente significativo (p=0,094 e p=0,05) respectivamente para as variáveis inflamaçãoaguda e crônica. Na análise somente entre os grupos experimentos, as variáveis reação gigantocelular (0,002) e colagenização (0,016) apresentaram resultado significativo. A avaliação tensiométrica mostrou diferença significativa em relação ao grupo experimento de sete dias, que ofereceu melhor resistência do que os outros grupos. Conclusão: As avaliações histológica e macroscópica não mostraram diferen- ças significativas entre o extrato e a solução salina; quanto à tensiométrica, o grupo experimento de sete dias apresentou diferença significativa em relação ao grupo controle de mesmo período de pós-operatório, sugerindo indícios de que o uso do extrato administrado intraperitonealmente favorece o processo de cicatrização.
Apesar de não ter havido diferença estatisticamente significativa nas quantidades de citocinas determinadas no ensaio da Artrite Reumatóide, houve ainda assim uma visível diminuição do edema nas patas dos animais administrados com o extracto de framboesa tanto por via oral como por via intraperitoneal, o que sugere um efeito anti-inflamatório do extrato quando administrado por via oral, o que difere dos resultados anteriormente obtidos no ensaio de inflamaçãoaguda. Talvez por ser este ser um ensaio com um número maior de administrações do extrato seja possível atingir níveis plasmáticos significativos dos compostos necessários para haver uma diminuição da atividade inflamatória. A inexistência de variações estatisticamente significativas nos níveis de citocinas reflecte apenas que a elevação dos valores das citocinas poderá ocorrer numa fase inicial do modelo e, posteriormente, em fases mais tardias pelo que apenas prolongando o modelo ou então criando um grupo de animais que fosse sacrificado nas fases iniciais de indução da artrite reumatoide poderíamos ter obtido outros resultados.
Baseados nas medidas inflamatórias do EP, nossos achados mostram que um modelo orofacial de inflamaçãoaguda pode ser criado através da injeção peri-articular de CA na região da ATM de ratos anestesiados. Esta área foi selecionada devi- do ao fato de as DTMs serem uma importante en- tidade clínica. As DTMs têm uma grande varieda- de de fatores etiológicos, dos quais um deles rela- ciona-se a processos inflamatórios. Estes tecidos são inervados pelo nervo trigêmeo, que também fornece inervação sensorial às estruturas dentais e orais, de forma que este modelo tem relevância a estudos odontológicos. Acrescenta-se a isso o fato de que a inflamação na ATM de um lado poderia ser comparado ao lado contralateral não inflama- do, o que possibilita que o animal seja controle de si próprio.
Evidências clínicas indicam que afecções articulares acometem músculos relacionados à articulação tornando-os mais suscetíveis à atrofia e perda de força. Entretanto, as respostas moleculares dos músculos esqueléticos nessas condições não foram ainda estudadas. Objetivo: Avaliar o efeito da inflamaçãoaguda da articulação tíbio-társica sobre a expressão de genes musculares relacionados à atrofia (atrogina-1 e MuRF-1), diferenciação e crescimento (MyoD), e regulação da massa (miostatina) nos músculos Sóleo e Tibial anterior (TA) do rato. As alterações na área de secção transversa (AST) das fibras musculares foram também identificadas. Métodos: Ratos Wistar foram distribuídos em três grupos (n=5/cada): 1) Controle, 2) Inflamação, 3) Sham. Uma solução de 0,03 ml de τ-carragenina ou salina foi injetada na articulação tíbio-társica direita dos animais nos grupos Inflamação e Sham, respectivamente. Quarenta e oito horas após foram realizadas análises da AST em ambos os músculos sóleo e TA, análise da reação em cadeia de polimerase (PCR) em tempo real para todos os genes. Resultados: Não houve diferença na AST das fibras musculares entre os diferentes grupos experimentais, tanto para os músculos sóleo como os TA (p>0,05). O TA do grupo Inflamação apresentou um aumento na expressão de atrogina-1, MuRF-1 e miostatina, com diminuição de MyoD. No sóleo houve aumento na expressão de MuRF-1 e MyoD. O TA do grupo Sham apresentou aumento na expressão de atrogina-1 e miostatina, enquanto que o músculo sóleo apresentou diminuição na expressão de miostatina e aumento de MyoD. Conclusão: Tanto a inflamação como a efusão da articulação tíbio-tarsica regulam diferentemente a expressão de genes relacionados à atrofia, diferenciação e controle de massa muscular. Essa regulação é diferente entre músculos de contração lenta (sóleo) e rápida (TA).
D. As normas de orientação clínica internacionais classificam como elevada a força de muitas das recomendações terapêuticas, frequentemente baseadas em revisões sistemáticas da colaboração Cochrane e em orientações clínicas resultantes de ensaios clínicos e consensos de grupos alargados de profissionais. Existem pelo menos as seguintes revisões da Cochrane sobre intervenções na bronquiolite aguda: adrenalina, antibióticos, beta-2-adrenérgicos, brometo de ipratrópio, corticoides, fisio/cinesiterapia, soro salino hipertónico, heliox e oxigénio de alto fluxo 12,16,23,57,61, 62,73-4 .
permite encurtar a duração da sintomatologia em 16 horas e erradicar o SGA da orofaringe em 24 horas 8,56 . O atraso do início da terapêutica até aos 9 dias de doença, não aumenta o risco de FRA, de falência terapêutica ou de recidiva, pelo que nos casos duvidosos se pode adotar uma atitude expectante até se saber o resultado do estudo microbiológico 1, 6, 16 . Os benefícios do tratamento antibiótico da AA são: a redução da incidência de FRA (RR 0,22; IC95% 0,22-2.08); a redução das complicações supurativas nomeadamente a redução da incidência de otite (RR 0,30; IC95% 0,15-0,58), sinusite aguda (RR 0,48; IC95% 0,08-2,76) e abcessos peri-amigdalinos (RR 0,15; IC95% 0,05-0,47); bem como a redução da transmissão da doença, que após 24 horas de terapêutica é praticamente nula 5,6,8,16,45 . O papel da antibioticoterapia não é claro na redução das outras complicações não supurativas, nomeadamente na GNPE e no distúrbio neuropsiquiátrico autoimune pediátrico relacionado com infeção pelo SGA (PANDAS). As complicações da AA por SGA são enumeradas no quadro 5 do anexo II.
Existe evidência de que a referenciação a consulta de especialidade de psiquiatria da infância e da adolescência, a efetivar no prazo máximo de 7 dias, é realizada no momento da alta e com registo no processo clínico, quando o adolescente ou jovem, diagnosticado com intoxicação alcoólica aguda apresenta suspeita de psicopatologia
A PCR apresenta duas isoformas (figura 24): a pPCR (forma pentamérica ou nativa) e a mPCR (forma monomérica ou modificada), podendo esta ultima ser encontrada sob duas formas mPCRm (associada a membranas) ou mPCRs (solúvel no plasma). A pPCR apresenta a estrutura já descrita para a PCR, sendo extremamente solúvel e entre os seus ligandos característicos encontram-se lipoproteínas, membranas de células danificadas ou apoptóticas, entre outras que vão permitir a ligação da PCR ao C1q e a consequente activação da via clássica do complemento. É a união da pPCR a membranas celulares que produz uma modificação conformacional da mesma que se dissocia rapidamente nas suas subunidades originando a mPCRm que posteriormente se dissocia da membrana originando por sua vez a mPCRs (figura 26). Também existem dados que a mPCR possa existir no plasma sem ter origem na pPCR tendo origem na síntese extrahepática de PCR. Apesar da sua estrutura, solubilidade e antigénicidade serem alteradas, a sua capacidade de ligação ao C1q não é alterada, apenas as consequências são diferentes: sob a forma mPCRm activa a via clássica do complemento enquanto que sob a forma solúvel, liga-se a C1q inibindo o seu efeito anterior (o que faz sentido pois se encontra sob a forma solúvel, não existe infecção ou inflamação, devendo os sistemas de defesa ser inibidos). De uma forma geral, a pPCR tem papel anti-inflamatório enquanto a mPCR tem efeito pró- inflamatório. [29]