Apesar disso, nos últimos anos, os exportadores do estado do Amazonas têm registrado uma queda entre 40 e 50% na venda desses peixes. Vários fatores têm contribuído para esta redução de mercado, dentre eles a criação em outras partes do mundo, gerando produtos de melhor qualidade, as altas taxas de mortalidade dos peixes capturados na natureza, e a baixa qualidade dos peixes exportados. Esses dados são contestados por Waichman et al. (2001), que descrevem as diferentes etapas da comercialização dos peixesornamentais no Amazonas. Segundo estes autores, a utilização de medicamentos veterinários é uma prática comum durante o transporte e a manutenção, que assegura a sanidade dos peixes. Nas dependências dos aquários exportadores, durante a quarentena, os peixes são continuamente tratados com os mais variados produtos (anestésicos, antibióticos, fungicidas, etc.). Localizados próximos ao perímetro urbano da cidade de Manaus, os grandes entreposto de peixesornamentais do Amazonas se beneficiam dos igarapés que atravessam suas propriedades, levando seus efluentes para balneários e outros locais a jusante.
Peixes marinhos ornamentais como os peixes palhaço, peixes donzela, gobys e anjos anões são exclusivamente criados no sistema superintensivo, utilizando diversos aparelhos de controle [r]
Estão disponíveis na internet vários sites de aquariofilia que comercializam Tubifex tubifex devido ao seu alto valor nutricional, no entanto estes exemplares são comumente provenientes de capturas realizadas pelos fornecedores e pelos próprios aquariofilistas, que muitas vezes utilizam os métodos de captura divulgados nos sites de criação e de venda de peixesornamentais em ambientes com alta poluição, uma vez que nesses ambientes estes indivíduos são abundantes. Este tipo de produto chega ao consumidor sem nenhum tipo de certificação de qualidade, procedência, prazo de validade ou informação nutricional. Além disso, existe uma crescente preocupação com a qualidade do alimento oferecido aos peixes, uma vez que eles podem concentrar metais pesados e outros tipos de poluentes oriundos de seu habitat natural, pois suportam locais enriquecidos com matéria orgânica e com altos índices de poluição.
A aquariofilia é uma importante atividade aquícola, capaz de gerar emprego e renda e ocupar espaços no meio rural, urbano e periurbano. Em busca de maior eficiência na produtividade, seguindo tendência mundial, alguns criadores nacionais de peixesornamentais intensificam seus sistemas de cultivo, minimizando uso da terra, água e os impactos ambientais advindos das descargas de efluentes. Considerando o exposto, com o presente trabalho, o objetivo foi acompanhar a produção de peixesornamentais tropicais em sistema intensivo com recirculação e reuso de água. O Estágio foi realizado em setembro e outubro de 2017 e janeiro de 2018, na Piscicultura Tanganyika, em Aquiraz-CE. Durante a realização do Estágio foi possível observar a infraestrutura da empresa, as instalações e equipamentos destinados a criação de peixesornamentais em sistema de recirculação de água, elencar as espécies de peixes de água doce produzidas e acompanhar o manejo produtivo dos peixes. A Tanganyika está em operação desde 1990 e produz diferentes tipos de organismos aquáticos tais como peixes, crustáceos, moluscos e corais. A área de cultivo em Aquiraz é dividida em 7 unidades, que juntas somam aproximadamente 1,0 ha. A piscicultura adota o sistema intensivo com recirculação de água (RAS - Recirculating Aquaculture System), usando para isso unidades de tratamento de água compostas de filtro mecânico, filtro biológico e radiação ultravioleta. Para algumas espécies a empresa também se faz valer de tratamento da água por osmose reversa. A fazenda produz mais de 120 espécies de peixes de água doce, com destaque para os ciclídeos africanos e americanos. O ciclo de produção dos peixes divide-se em três fases: reprodução, larvicultura e crescimento e exige manejo específico em cada uma delas, em especial no que se refere a alimentação, densidade de estocagem, controle de qualidade de água e dos animais. Os peixes são comercializados no mercado local, nacional e internacional e para isso a empresa adota um rígido controle nas operações que antecedem o transporte e durante o mesmo. Com base no que foi observado, pode-se dizer que a Tanganyika tem um mercado já estabelecido, adota um manejo racional, utiliza pouco espaço e adota o sistema de reciculação de água em todas as suas unidades, o que coopera para redução das demandas de água e de efluente.
A baixa produção de organismos planctônicos em sistemas de criação intensivos e superintensivos impossibilita a bioacumulação de pigmentos carotenóides e flavonóides em níveis suficientes para intensificação da coloração da pele nos peixes destinados à comercialização. Além disso, a presença, de fatores de crescimento encontrados em alimentos vivos, proporciona a obtenção de melhores taxas de crescimento, sobrevivência, eficiência alimentar e melhoria da resposta imunológica, uma vez que, os organismos produzidos como alimentos vivos (Tubifex spp., Brachionus spp., Daphnia spp., Artemia spp., Dendrocephallus spp., Moina spp. e Mysis spp.) e utilizados na produção de peixesornamentais possuem a característica de bioconverter e acumular os pigmentos e nutrientes obtidos da sua alimentação à base de fitoplânctom, além de serem ricos e nutricionalmente equilibrados em ácidos graxos e aminoácidos.
Em 1991, investigadores e estudantes da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e do Instituto Nacional de Pesquisas na Amazónia (INPA), com o auxílio financeiro de um prémio atribuído pela CNPq, iniciaram o Projeto Piaba. Desde muito cedo que foi descoberto que a pesca ornamental artesanal no município de Barcelos não era apenas sustentável, mas era o principal motor para a criação de valor para o meio ambiente [4] . Quando os pescadores são questionados sobre o que fariam se não pudessem vender peixesornamentais, as respostas mais comuns são: colheita da madeira, criação de gado, mineração de ouro, ou migração urbana [4] . O Projeto Piaba conta atualmente com diversos programas que visam agregar valor ás espécies nativas da Amazônia, bem como de consciencialização ambiental e programas de conservação baseados no mercado. A missão do Projeto Piaba é aumentar o bem-estar animal e sustentabilidade ambiental, social do comércio de peixesornamentais da Amazônia, para desenvolver e incorporar métricas por meio do qual este progresso pode ser avaliado, e para fornecer mecanismos para promover esta indústria [4] .
Entre as espécies mais cultivadas no país, há destaque para as exóticas como o kinguio Carassius auratus, o plati Xiphophorus maculatus e o beta Betta splendens, e nativas como o apaiari Astronotus ocellatus, o neon-cardinal Paracheirodon axelrodi, o mato-grosso Hyphessobrycon eques, o acará-bandeira Pterophylum scalare e o acará-disco Symphysodon discus (Froese & Pauly, 2010). Estas espécies apresentam atrativo de cor e beleza gerando interesse para o seu cultivo e comércio. O sucesso da criação é resultado de uma série de fatores que estão diretamente ligados com o ambiente aquático e o bem-estar do peixe. Variações nos parâmetros físico-químicos da água, práticas de manejo, transporte e altas densidades de estocagem (Lima et al., 2006) podem culminar em enfermidades causando prejuízos econômicos e estresse aos peixes de cultivo (Cecarelli et al., 1990; Martins et al., 2002).
Pirarucu (Arapaima gigas) é nativo das bacias Amazônica e Araguaia-Tocantins. Provavelmente é a espécie nativa mais promissora para o desenvolvimento da criação de peixes em regime intensivo devido apresentar: Alta velocidade de crescimento, podendo alcançar até dez quilogramas no primeiro ano de criação; Grande rusticidade ao manuseio; Possui respiração aérea, não dependendo do Oxigênio da água; Não apresenta canibalismo quando confinado em altas densidades; Facilidade no treinamento para aceitar alimentação com ração extrusada e alto rendimento de filé (próximo a 50%).
Com o objetivo de avaliar a associação do cultivo de alface em hidroponia com utilização dos resíduos do sistema de criação intensiva de peixe, desenvolveu-se um trabalho no Centro de Aqüicultura, na FCAV–UNESP, Campus de Jaboticabal, SP. A integração foi projetada para que a água circulasse de maneira fechada entre os sistemas, passando pelos tanques de criação de peixes, por um decantador, para remoção dos resíduos por um reservatório para conversão biológica da amônia em nitrato e pelo sistema hidropônico, retornando aos tanques de criação dos peixes. Foram avaliadas três cultivares de alface, que cons- tituíram os tratamentos com quatro repetições. Os resultados da análise química da água residual da criação indicaram a presença da maioria dos nutrientes minerais necessários ao desenvolvimento vegetal, em concentração próxima aos valores encontrados em soluções nutritivas utilizadas para o cultivo da alface em hidroponia, exceto potássio e magnésio. A baixa concentração de magnésio na água não impediu o desenvolvimento da alface; entretanto, as plantas indicaram sintomas visuais de deficiência deste nutriente. Não houve diferenças entre as cultivares quanto à produtividade e ao peso fresco de plantas.
Um dos grandes problemas encontrados na produção de peixesornamentais carnívoros de água doce é a escassa disponibilidade de alimento vivo de qualidade, necessária ao bom desenvolvimento de pós-larvas e alevinos. Entre os alimentos disponíveis, o anostráceo Artemia sp. é o mais conhecido e o mais utilizado tanto nas larviculturas como nos sistemas de crescimento de peixes e camarões. Porém, além do alto custo deste insumo, os produtores ainda esbarram no fato dos náuplios da artêmia não resistirem por muito tempo quando colocados nas incubadoras, morrendo pouco tempo depois de entrar em contato com a água doce, se decompondo rapidamente e trazendo não só prejuízos para a qualidade da água, mas também para o bolso do aqüicultor. Assim, com o objetivo de buscar alternativas para o uso de Artemia na alimentação de larvas de peixesornamentais carnívoros de água doce, pesquisadores da Estação de Piscicultura de Paulo Afonso – EPPA, na Bahia, pertencente à Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – CHESF e da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vêm, ao longo dos últimos anos, estudando este anostráceo – a branchoneta Dendrocephalus brasiliensis, que habita exclusivamente as lagoas temporárias de água doce de diversos estados brasileiros. Neste artigo são apresentados os resultados dos primeiros experimentos de cultivo de apaiari Astronotus ocelllatus e acará-bandeira Pterophyllum scalare, alimentados com esse microcrustáceo, que já se destaca pelo importante papel que pode desempenhar na piscicultura ornamental.
O presente estudo visa determinar os locais de crescimento das larvas de peixes no rio Ligeiro através da comparação da distribuição do ictioplâncton dentro de três diferentes ambientes. As coletas de ictioplâncton, zooplâncton e zoobentos foram realizadas entre os meses de setembro de 2006 a março de 2007, no período noturno em um ambiente de corredeira, um de poço e na foz. Apesar da semelhança espaço-temporal dos fatores abióticos nos distintos ambientes amostrados, o zooplâncton e o zoobentos apresentaram uma maior densidade entre setembro e outubro, sendo mais abundantes nos ambientes de corredeira e poço. As maiores capturas de ovos ocorreram entre outubro e fevereiro e de larvas entre novembro e fevereiro, sendo observado que as maiores densidades ocorreram primeiro na corredeira e depois na região da foz. Foi observada diferença na estrutura da assembléia de larvas ao longo do tempo, revelando distintas estratégias reprodutivas. Larvas em estágios avançados foram mais capturadas no poço, enquanto que aquelas em estágios iniciais foram mais abundantes na foz. Apesar de a foz apresentar a maior atividade alimentar, o grau médio de repleção foi baixo em todos os ambientes. Conclui-se que o poço apresenta características de locais de crescimento, enquanto a corredeira seria uma área de deriva e a foz atuaria tanto como área de desova quanto de criação.
Este estudo determina custo de produção e a rentabilidade econômica da criação de pacu sob condições de risco, considerando a área de 3ha de espelho d'água, para três regiões do Estado d[r]
A piscicultura foi iniciada nesta fazenda, em 1978,1 com a construçao de um viveiro de barragem, com 3.000 m2 de 6rea que 4 abastecido atraves de bombeamento de (5,gua. 0 primeiro vi[r]
Estudos realizados com ciclídeos africanos mostram que o padrão de coloração é um importante mecanismo de reconhecimento intraespecífico, funcionando como isolamento reprodutivo entre espécies próximas vivendo em sintopia (Maan & Sefc, 2013). A coloração pode ser relacionada, também, à pressão de predação, como em Poecilia reticulata, onde a coloração conspícua atua de forma negativa, aumentando as taxas de predação (Magurran, 2005), e ao reconhecimento de espécies que desempenham relações mutualísticas de “limpeza” à outras espécies de peixes em recifes de coral (Gasparini et al., 2005). O comportamento social e o forrageamento são outros aspectos relacionados com os padrões de coloração, onde certas características demostram dominância e favorecimento na utilização de recursos alimentares (Ochi & Awata, 2009).
Ao princípio, foram dois grupos os que estavam trabalhando a pesca ornamental - o grupo de Isaías Flores (Clã Palma) e o grupo de Pablo García (Clã Tatu). O senhor Leonel ensinou-lhes as técnicas para a captura destes peixes (manejo de apetrechos, tanques de oxigênio), além das variedades específicas (jumbos, médios, alevinos); assim, ele se encarregava de coletar os peixes de forma regular até o acampamento na cachoeira Urubu ou em algumas ocasiões até o sítio que tinha perto da comunidade Caranacoa, perto de Inírida. Posteriormente, na década de 1980, depois de ter apreendido as técnicas, agora os pescadores tinham tanto o trabalho da captura como o transporte dos peixes até as piscinas localizadas na cidade. Durante este decênio, os atravessadores também aumentaram (Florentino Rivas, Ernesto Rojas, Faustino Ramirez, Fermen Ramirez, Calderon). Esta situação também gerou a necessidade dos atravessadores de organizarem os grupos de pesca que estariam entre seus comandos. Como a maioria deles eram comerciantes, tinham já seus próprios armazéns lotados de diversos produtos, desta forma, os indígenas iniciavam sua atividade com dívidas elevadas, mas assegurando, para o agora patrão, o fornecimento a custos baixos do recurso ornamental e estabelecendo entre colonos e indígenas uma nova relação de exploração, menos violenta, mas igualmente arbitrária.
A piscicultura também tem sido estimulada no Brasil e em outros países como forma alternativa para aproveitamento de dejetos (de porcos, bois, aves e até mesmo do homem) e resíduos de culturas, onde técnicas convencionais são empregadas de forma indiscriminada sem maiores preocupações com o meio ambiente. Os viveiros de piscicultura funcionam como tanques de reciclagem e os peixes e outros animais aquáticos como “depuradores ambientais” no aproveitamento dos resíduos de produções agrícolas. Os dejetos têm sido aproveitados na adubação de viveiros e tanques de piscicultura, com riscos prováveis de poluição e perigo sanitário, devido à incorporação de microrganismos patogênicos e contaminação fecal na microbiota dos referidos sistemas (Muratori, 1999).
Para além do petróleo, Timor Lorosae possui potencialidades na produção de outros georrecursos. O enquadramento geológico potencia a ocorrência de recursos minerais metálicos como os que atrás referimos, mas também, por exemplo, de ouro associado às fontes hidrotermais, como as que se podem encontrar na praia próximo de Tassitolo a oeste de Díli. Também os recursos não-metálicos, minerais e rochas industriais e ornamentais apresentam potencialidades que importa explorar. Para tal é necessário um conhecimento detalhado da geologia que permita o ordenamento do território que só se pode estabelecer a partir da cartografia geológica de base. Perspectivando o futuro a Secretaria de Estado dos Recursos Naturais de Timor Leste está a promover este conhecimento, através da formação especializada dos seus quadros, com o apoio da Universidade de Évora.
Grande parte das espécies marinhas comercializadas no aquarismo é de origem tropical e extraída dos recifes. O potencial para a sobrexploração desta atividade é alto, uma vez que indivíduos juvenis, na maioria das vezes, menores que 10 cm de comprimento e de muito valor são retirados em grandes quantidades (Wood, 2001). Além dos efeitos diretos causados pela extração de peixes para o aquarismo é consenso os danos provocados no ecossistema marinho pelas práticas destrutivas utilizadas para coletar estes organismos (Wood, 1985, 2001; Nottingham et al., 2005). Somada à pressão pesqueira sofrida por esta espécie por meio do aquarismo, P. paru é constantemente capturada como bycatch em armadilhas de pesca no Nordeste do Brasil (Feitosa et al., 2008). As armadilhas têm sido responsáveis pelo colapso de muitos recursos recifais (Wolff et al., 1999), principalmente devido à pouca seletividade do petrecho. No caso específico de P. paru, espécimes de 15 a 40 cm de comprimento foram pescadas pelas armadilhas (Feitosa et al., 2008). Dentre os peixesornamentais capturados por este petrecho, aqueles dos gêneros Acanthurus, Chaetodon,
da população dessas cidades, de origem predominantemente alemã, pelas flores de corte e/ou vaso, as quais são oferecidas tradi- cionalmente como presentes (Tabelas [r]