Ainda em relação à caracterização dos quadrossuperiores, actualmente a desempenharem funções de liderança na região algarvia, tendo em conta a sua participação em acções formativas, verifica-se após esta análise, que os que maior participação efectuaram foram os quadrossuperiores que anteriormente estavam a desempenhar funções noutra categoria profissional. Contudo, independentemente da sua participação em acções de formação, os quadrossuperiores desempenham na sua grande maioria funções noutra categoria profissional. Isto poderá eventualmente traduzir a importância cada vez mais considerável dada pelos recursos humanos, ao factor conhecimento, enquadrado na formação profissional.
44 - Convém todavia salientar, neste passo, que a formação superior, não deixando de ser um elemento fundamental, não é só por si suficiente para a determinação da camada social dos quadros, e mais especificamente dos quadrossuperiores. É interessante notar o facto de existir contratação colectiva que reconhece os técnicos industriais como técnicos que não possuindo uma formação superior são equiparados a engenheiros, tendo uma carreira profissional idêntica, devido às funções desempenhadas. Veja-se por exemplo, o contrato colectivo de trabalho (CCT) da metalurgia, segundo o qual o técnico industrial é o trabalhador proveniente do grau máximo da sua especialidade que, possuindo conhecimentos teóricos e práticos adquiridos ao longo de uma experiência profissional de metalurgia ou metalomecânica, executa funções que normalmente são atribuídas a um profissional de engenharia, sendo equiparado para efeitos salariais, ao nível correspondente do respectivo profissional de engenharia. Cf. Confederação Portuguesa dos QuadrosSuperiores e Científicos, Anuário Estatístico dos Quadros, Lisboa, 1991, p. 54.
procederam a exame comparado d e seus m odelos d e formação de quadrossuperiores da burocracia. A escolha recaiu, como no caso de R o u a n e t, n o m o d e lo da ENA fran cesa, s e n d o c e le b ra d o um a c o rd o d e c o o p e ra ç ã o técnica entre as duas Escolas. O modelo fra n c ê s in flu e n c ia ria , assim , profundam ente a ENAP, tanto no q u e se re fe re à c o n c e p ç ã o pedagógica e curricular dos cursos d e fo rm a ç ã o , c o m o a sua o rg a n iz a ç ã o a d m in is tra tiv a . Influenciaria também a concepção d a c a rre ira q u e a b so rv e ria os e g re s s o s da Escola. A ENAP receberia regularm ente, ao longo d o s p rim e iro s a n o s d e sua e x istê n cia , a visita d e um dos Diretores da ENA, a qual acolhia, em contrapartida, dirigentes da ENAP p a ra o b se rv a r in loco o m o d e lo a s e r s e g u id o . Vale observar que a ENA velava, p o r assim d iz e r, p a ra q u e sua congênere brasileira se afastasse o mínimo possível do seu m o d elo 5. A aplicação p o u c o flexível do m o d e lo francês em am b iên cia cultural, social e política tão distinta e sua superposição a um sistema e d u c a c io n a l e a d m in istra tiv o diveigente e, no caso do último, mal estru tu rad o , p o de ser apontada com o outra das dificuldades de origem que marcariam a evolução do projeto ENAP.
Neste texto são analisadas estratégias de reprodução social de famílias moçambicanas que possuem um ou mais membros a desenvolver actividades empresariais e simultaneamente um ou mais membros com formação superior. Através de uma abordagem das articulações e inter ‑relações que se processam entre estas diferentes variáveis e unidades de análise (empresários, quadrossuperiores, indivíduos, famílias) pretende ‑se reflectir sobre os processos dinâmicos através dos quais as famílias desenvolvem as suas estratégias de reprodução social. Salientam ‑se, na análise, os factores que a nível familiar condicionaram as formações e opções profissionais individuais e a forma como estas originaram transformações ao nível das estruturas e relações familiares. Conclui ‑se reflectindo sobre o carácter complexo e não linear dessas mesmas transformações e da forma como estas mesmas características, inerentes aos processos de mudança cultural e social em curso nas famílias moçambicanas, condicionam as actividades empresariais e profissionais dos indivíduos.
Tal obriga a ter cuidado com generalizações excessivas acerca do lugar hie- rárquico ocupado por este grupo nas diferentes fases que se seguem ao período pós-independência. No entanto, não impede que se constate que a descendência de famílias de assimilados constitui ainda um fator gerador de distinção social indissociável do facto de este grupo ter tido acesso a uma certa formação escolar durante o período colonial e de tal ter tido repercussões em termos da estratifi- cação social observável após a independência, devido, entre outros fatores, ao êxodo dos quadrossuperiores de origem portuguesa e à sua substituição por quadros nacionais de nível médio. Como refere Sumich (2008, p. 337), após a independência assiste-se em Moçambique, e especialmente em Maputo, a um enorme aumento da mobilidade social, pois “o êxodo dos portugueses deixara vagos praticamente todos os cargos profissionais e administrativos do país e, pela primeira vez, os moçambicanos viam-se promovidos às posições anteriormente ocupadas pelos colonialistas”.
Para Senge (1998) o contexto da economia actual exige o desafio de se formarem organizações que privilegiam o conhecimento e a aprendizagem conjunta, de todos os indivíduos que a compõ[r]
A abordagem principal será a observação junto da divisão de administração e finanças, por interação com os seus quadros superiores e demais colaboradores em ambiente empresari[r]
da Câmara”. Num ambiente onde os quadros superiores, desde vereadores a chefes de departamento querem deixar a sua marca, torna-se difícil que o Departamento de Marca e Comun[r]
Enquanto grupo profissional, em Portugal, os quadros reportam-se essencialmente às definições e aos dados da OIT e da CNP (1994). Os quadros constituem um grupo profissional muito heterogéneo. A OIT define como quadro (o qual reporta primordialmente ao traba- lhador intelectual), os profissionais que possuem um diploma supe- rior, uma formação profissional de nível superior ou que possuem experiência reconhecida como equivalente a um domínio científico, técnico ou administrativo. Para além disso, para se ser quadro é necessário exercer, na qualidade de assalariado, funções predomi- nantemente intelectuais que implicam a aplicação da capacidade de julgamento e da iniciativa e que têm subjacente um elevado nível de responsabilidades, nomeadamente as de previsão, direcção, controlo e coordenação das actividades duma organização, para o que exer- cem poder de comando correspondente. Desta definição excluem-se os quadros dirigentes (CPQSC, 1991). Esta definição, proposta pela OIT, não impõe como condição para se ser quadro a detenção de funções de enquadramento (de controlo e de comando hierárquico). Já a CNP distingue fundamentalmente dois grupos principais de quadros: o dos QuadrosSuperiores da Administração Pública, Diri- gentes e QuadrosSuperiores da Empresa (grupo 0-1), e o dos Espe-
Bouffartigue e Pochic (2001) afirmam que tal nomadismo voluntário é um mito, pois reverte, de maneira frequente, na passagem do trabalhador para a condição de autônomo ou independente, no desemprego, em formas atípicas de emprego, formas essas a que só se resignam os trabalhadores mais fragilizados no contexto do mercado de trabalho. O paradoxo é que se, de um lado, esses elementos levam à relativização da noção de trabalha- dor nômade, de outro, indicadores de natureza subjetiva atestam de fato uma atitude positiva por parte dos trabalhadores que integram os quadrossuperiores diante da mobilidade e de seus potenciais de empregabilidade. É possível identificar em populações de jovens quadrossuperiores de empresas de TI uma ambição sempre renovável, um desejo de instabilidade e muta- bilidade em busca de um percurso ascendente. Os autores sustentam que só os cadres mais fragilizados são levados a renunciar à norma do emprego assalariado estável. Nesse sentido, o mito serviria a ocultar uma realidade de dificuldades e temores.
De um modo geral, as duas variáveis apresentam valores aproximados, sendo excepções os quadros superiores e os trabalhadores da agricultura e pesca, para quem as dinâmic[r]
Numa abordagem sobre os quadros nas empresas, Bourgault (2000) teoriza acerca das relações de poder, nomeadamente da tomada de decisões. Segundo este autor, as decisões dos quadros podem ser classificadas tendo por base os níveis hierárquicos existentes nas organizações. O autor postula a existência de três tipos de decisões: as «decisões estratégicas», as «decisões funcionais» e as «decisões operacionais». As decisões estratégicas, também designadas por «decisões institucionais», são tradicionalmente reconhecidas como decisões tomadas pelos quadrossuperiores e inscrevem-se num contexto de incerteza, visto que dependem da envolvente externa à organização. As decisões estratégicas têm impacto no conjunto da organização, pois são decisões que têm consequências sobre os objectivos gerais da mesma. As decisões funcionais, também designadas por «decisões tácticas», estão associadas aos quadros intermédios, encarregues de alcançar os objectivos organizacionais pela optimização dos recursos ao seu dispor. Estas decisões traduzem, de forma concreta, as decisões estratégicas tomadas pelos altos dirigentes e, também, por cada uma das funções administrativas da organização. Finalmente, as decisões operacionais estão geralmente associadas aos quadros operacionais encarregues da produção e são direccionadas para actividades que têm de ser realizadas, inserindo-se, pois, nas tarefas de execução.
Uma das limitações do presente estudo remete para os instrumentos metodológicos utilizados. Ao pretender identificar e analisar as inter-relações (articulação) entre as estratégias empresariais e as práticas de gestão das remunerações dos quadrossuperiores, utilizaram-se os dados dos inquéritos por questionário. Todavia aqui houve limitações, as quais se prendem com a caracterização das estratégias empresariais e com as variáveis utilizadas. Por um lado, ao nível das estratégias, as empresas possuem maioritariamente uma visão multifacetada, caracterizada pela utilização de várias estratégias em simultâneo. Ao nível dos inquéritos por questionário optou-se por identificar apenas a estratégia principal da empresa, descurando as estratégias complementares, o que representa um óbvio constrangimento à análise efectuada. Por outro lado, a natureza dos dados do inquérito, com variáveis sobretudo de carácter nominal e ordinal, condicionou a análise a efectuar.
Este estudo avaliou a contribuição de carac- terísticas ósseas e dentárias maxilares para o per- fil do lábio superior, sem filtrar ou controlar a amostra para as variáveis raça ou gênero. Especi- ficamente, o projeto avaliou retrospectivamente a inter-relação entre o perfil do lábio superior e o posicionamento da maxila e dos incisivos superio- res em pacientes adultos. A hipótese nula de não haver relação significativa entre o perfil do lábio superior e o perfil duro maxilar foi testada. Além disso, o estudo selecionou as variáveis cefalométri- cas de perfil duro maxilar que, matematicamente, melhor explicam as características anatômicas dos lábios superiores, e mensurou a correlação entre tais variáveis cefalométricas de perfil duro.
Os resultados alcançados neste estudo mostram a existência de um grau alto de empregabilidade dos quadros docentes formados pelo ISCED-Cabinda, mas revelam também que a qualidade de ensino oferecida pelos mesmos nas áreas de ciências exactas e da natureza e mesmo nas línguas nas escolas secundárias onde trabalham ainda não é a melhor, porque aqueles docentes, na sua maioria, estão habilitados apenas para ensinar a Pedagogia e a Pscicologia e não estão habilitados para ensinarem qualquer outra disciplina. Esta constatação exige da entidade formadora e da entidade empregadora uma prudência redobrada que deve ser consubstanciada com uma estratégia comum de formação de quadros que garantisse a empregabilidade dos mesmos sem, contudo, comprometer as grandes metas definidas pelo Governo Angolano que ambicionam um desenvolvimento sustentável do País e um bem-estar social das suas populações, partindo de um princípio de uma educação forte e coerente desde o ensino de geral.
Para estabelecer uma relação entre o esquema da sequência argumentativa e os marcadores metadiscursivos, propusemos os seguin- tes quadros analíticos (ver quadros 1, 2, 3[r]
No entanto, diante da freqüência com que se observam quadros de depressão, ansiedade e ideação suicida em adolescen- quadros de depressão, ansiedade e ideação suicida em adolescen- quadr[r]
Em seguida, apresentamos as versões clássicas de alguns algoritmos com- binatórios envolvendo quadros de Young: a correspondência de Robinson- Schensted, a correspondência RSK, o jeu de taquin de Schützenberger e a evacuação. Estes algoritmos são posteriormente reformulados recorrendo a di- agramas de crescimento, tirando partido das ferramentas desenvolvidas com o auxílio do teorema da dualidade de Greene. As propriedades fundamen- tais destes algoritmos são demonstradas no último capítulo, particularmente as suas propriedades de simetria e o efeito de transformações de uma permuta- ção nos quadros de Young que lhe correspondem pelo algoritmo de Robinson- Schensted.
Atente-se a que o Ministério da Educação (MEC) por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior( SERES) é responsável pela regulação e supervisão dos Institutos de Educação Superior (IES), públicas e privadas pertencentes ao Sistema Federal de Educação e cursos superiores de graduação lato senso, todos da modalidade presencial ou a distância. A SERES é responsável também pela certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social na área da educação, zelando para que a legislação educacional seja cumprida de modo que as ações induzam a elevação da qualidade do ensino por meio do estabelecimento de diretrizes para a expansão de cursos e instituições, em corformidade às diretrizes curriculares nacional e da parâmetros de qualidade de cursos e instituições - Decreto n. 7.690/12. Assim, nos dizeres de Ventura (2017, p.26)
Jânio Quadros ocupa um lugar muito especial no universo de políticos brasileiros. Prefeito de São Paulo (1953-55 e 1986-89), governador do estado (1955-59) e presidente da República (1961), caracterizava-se por se expressar em linguagem, ao mesmo tempo, direta e rebuscada, por um visual desalinhado e, sobretudo, por um estilo personalista de governar. Principal promessa na campanha vitoriosa que o levou à prefeitura paulistana em 1953, a moralização administrativa tinha como pressuposto básico a suspeição sobre o trabalho da burocracia, vista como corrupta e ineficiente, incapaz, portanto, de compreender as “verdadeiras” demandas populares. Desprezando a rotina burocrática ao despachar “bilhetinhos” para todas as instâncias administrativas, supervisionando pessoalmente os órgãos públicos, não delegando poderes, Jânio apostava na idéia de que o indivíduo deveria pairar acima das instituições democráticas. A finalidade era firmar a imagem do político competente e capaz, cuja onipresença vigilante garantia o cumprimento rápido e fiel de suas decisões. Por isso mesmo o conteúdo das “papeletas” – como Jânio chamava – era muito variado, como mostra o livro de J. Pereira, Bilhetinhos de Jânio (Editora Musa, 1959). Ia desde o puxão de orelhas no secretário de Educação pela demora na tramitação burocrática, até o alerta irônico para a Casa Militar sobre a sindicância que envolvia um policial apelidado de “Elefante”: “Rigor com o bicho”. Nem mesmo a proposta de compra de uma onça para o Jardim Zoológico de São Paulo escapou de sua observação ferina: “Não compro a onça (...) não faltam onças neste país, como não faltam amigos desse bicho”. Como a história demonstrou, quem se ocupa com a compra de onças não consegue governar o país.