Vinte anos após o isolamento do vírus da imunodeficiênciahumanatipo1(HIV-1), a cura da síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) ainda não é uma realidade. Entretanto, conseguiu-se prolongar e melhorar a qualidade de vida dos portadores do HIV-1. A SIDA é um sério problema de saúde pública, acumulando mais de 42 milhões de pessoas infectadas no mundo desde o início da pandemia, com dezesseis mil novos casos por dia. No Brasil, o número de notificações ultrapassa 500 mil, e a metade dos pacientes já faleceu. O índice de mulheres infectadas aumentou demasiadamente nos últimos vinte anos em razão do predomínio atual da transmissão heterossexual, elevando- se, conseqüentemente, a prevalência em mulheres grávidas – 1% a 5% –, com aumento na freqüência de crianças infectadas pela via perinatal, atualmente 3,5% do total de notificações 1 .
Um dos mais expressivos avanços visando controlar a dispersão da infecção pelo vírus da imunodeficiênciahumanatipo1 (HIV-1) ocorreu no contexto da transmissão vertical (TV), reduzindo-a de cifras que chegavam a 40% para menos de 3%. O progresso tecnológico, aliado ao melhor conhecimento fisiopatológico dessa infecção, permitiu elencar as situações e os fatores que elevam as taxas de transmissão perinatal desse vírus, indicando quais as intervenções mais adequadas para o seu controle. Estas situações de maior risco para a TV do HIV-1 podem ser agrupadas em fatores maternos, anexiais, obstétricos, fetais, virais e pós-natais. Dos fatores maternos destaca-se a carga viral, o principal indicador do risco desta forma de transmissão. No entanto, a despeito da relevância da carga viral, ela não é a única variável desta equação, devendo ser lembrado o uso de drogas ilícitas, parceria sexual múltipla com sexo desprotegido, desnutrição, tabagismo, doença materna avançada e falta de adesão ou de acesso aos anti-retrovirais. Dos fatores anexiais apontam-se a corioamniorrexe prolongada, a perda da integridade placentária e a expressão dos receptores secundários no tecido placentário. Entre os fatores obstétricos deve ser lembrado que intervenções invasivas sobre o feto ou câmara amniótica, cardiotocografia interna, tipo de parto e contato do feto/recém- nascido com sangue materno também são importantes elementos a serem controlados. Dos fatores fetais são citados a expressão de receptores secundários para o HIV-1, a suscetibilidade genética, a função reduzida dos linfócitos T-citotóxicos e a prematuridade. Sobre os fatores virais aventa-se que a presença de mutações e cepas indutoras de sincício sejam fatores de risco para a TV. Finalmente, há os fatores pós-natais, representados pela carga viral elevada no leite, baixa concentração de anticorpos neste fluído, mastite clínica e lesões mamilares, que podem ser resumidos no contexto da amamentação natural.
O conhecimento dos fatores ou situações que influenciam a transmissão vertical (TV) do vírus da imunodeficiênciahumanatipo1 (HIV-1) levou à adoção de estratégias com redução de taxas ao longo dos anos: de 40% para menos de 3% na atualidade. Um dos maiores avanços foi o uso profilático da zidovudina (AZT), administrada durante o pré-natal (via oral), no período anteparto (via endovenosa) e ao recém-nascido (via oral). Esta intervenção reduz a TV do HIV-1 em 68%, fazendo com que seja considerada a estratégia isolada de maior efetividade. Na seqüência cronológica dos avanços, observou-se que a carga viral elevada é o principal indicador do risco para esta forma de transmissão. Como o AZT não reduz a carga viral e não consegue controlar a taxa residual observada na TV do HIV-1, a utilização dos esquemas profiláticos utilizando três anti-retrovirais foi objetivamente impulsionada. Completando o ciclo das estratégias obstétricas de maior impacto na redução da TV do HIV-1 está a cesárea eletiva, cuja efetividade está ligada à observação dos critérios de sua indicação: carga viral aferida após a 34ª semana de gravidez apresentando contagem maior que 1000 cópias/mL, gestação com mais de 38 semanas confirmada por ultra-sonografia, membranas corioamnióticas íntegras e fora de trabalho de parto. Nos casos em que a via de parto tem indicação obstétrica, deve ser lembrado que a corioamniorrexe prolongada, manobras invasivas sobre o feto, parto instrumentalizado e a episiotomia são situações que devem ser evitadas. Das intervenções pós-natais consideradas importantes para a redução da TV do HIV-1 são apontadas a recepção pediátrica (deve ser efetivada por profissional treinado evitando microtraumatismos de mucosa nas manobras aspirativas), utilização do AZT neonatal (por período de seis semanas) e a amamentação artificial. Especial atenção deve ser dispensada às orientações para as nutrizes para evitar a infecção aguda pelo HIV-1 neste período, o que aumenta sobremaneira as taxas de TV desse vírus.
Além disso, para estes genes, o genoma do HIV-1 codifica proteínas acessórias com funções importantes para a replicação viral e infecção (Cullen, 1998; Emerman & Malin, 1998). A proteína Tat (Transativador transcricional ) inicia e/ou estabiliza o elongamento do mRNA viral transcrito por ligação a um local especial chamado TAR (região respondedora Tat) localizada no LTR. Tat é a principal proteína envolvida na regulação da replicação do HIV. A proteína Rev (regulação da expressão viral) interage com uma estrutura chamada RRE (elemento respondedor de Rev) localizado no gene env. Esta interação permite que o unspliced mRNA entre no citoplasma a partir do núcleo e originem sequências completas de proteínas virais necessárias para a produção da progênie. A proteína Nef é uma das primeiras proteínas do HIV-1 a ser produzida nas células infectadas e é a mais imunogênica das proteínas acessórias. Nef tem pelo menos três atividades distintas nas células infectadas: regulação supressora na superfície das células CD4 + e das moléculas de CHP da classe I e aumento da infectividade do vírus (Harris, 1998).
A variabilidade genética do HIV-1 é reconhecida como um problema em potencial para o diagnóstico e tratamento do HIV/AIDS, assim como para a transmissão, progressão da doença e desenvolvimento de vacinas globalmente efetivas, o que torna importante o monitoramento da distribuição global dos diferentes subtipos de HIV-1 e formas recombinantes circulantes (CRFs) no Brasil. O presente trabalho teve como objetivo descrever a prevalência dos subtipos do HIV-1 circulantes no Estado do Piauí e o perfil de resistência das cepas identificadas aos ARV, assim como verificar possíveis associações entre os subtipos virais e as informações epidemiológicas e laboratoriais da população estudada. As amostras de sangue de 60 pacientes portadores do HIV-1/AIDS foram coletadas no Laboratório Central de Saúde Pública da cidade de Teresina/PI, no período de maio a abril de 2009. Após a extração do DNA proviral, foi realizada a técnica de Nested PCR, para amplificação de duas regiões genômicas (pro e tr), sendo 37 amostras seqüenciadas posteriormente. Em relação à análise do segmento do gene pro, 32 (86,5%) foram do subtipo B e 2 (5,4%) do subtipo D, já em relação ao segmento do gene da tr, todas amostras pertenceram ao subtipo B (20). Na análise estatística foram encontradas associações significantes (p < 0,05) entre os subtipos virais com usuários de drogas endovenosas, transfusão sanguínea e DST. Além disso, verificou-se uma baixa prevalência de cepas com mutações resistentes aos inibidores de protease (IP) (2,9%; 1/34), inibidores de transcriptase reversa nucleosídicos (ITRN) (15%; 3/20) e não nucleosídicos (ITRNN) (10%; 2/20), sugerindo que há baixa circulação de cepas do HIV-1 resistentes aos ARV no estado do Piauí.
com idades entre 0-3 anos, crianças acima de 4 anos de idade possuem um sistema imunológico capaz de montar uma resposta imunológica eficaz contra o vírus (Sandberg et al., 2003). Com o objetivo de complementação, avaliamos o regime seletivo no gene pol entre crianças e adultos. Portanto, para abordar os processos evolutivos do HIV-1 em crianças e adultos recém infectados, foram utilizados dados moleculares (seqüências de DNA viral) e ferramentas de análise filogenética. Isso foi feito através da análise comparativa da intensidade de seleção (medida pelas taxas de substituição sinônimas e não-sinônimas) no gene nef e pol do HIV por meio da utilização do método de inferência filogenética foi feito por máxima verossimilhança com a utilização de modelos evolutivos de substituição de nucleotídeos (ou aminoácidos) que permitem a correção do número de eventos evolutivos (substituições) num determinado conjunto de dados (seqüências) Além disso, para estimar o número de substituições não sinônimas (dN) e sinônimas (dS) códon a códon foi realizada a análise da pressão seletiva através dos métodos de Nielsen & Yang (NY) (1998) que utiliza maximum likelihood. No entanto, essas análises não exploram formalmente se existem diferenças códon-por-códon entre duas populações distintas. Em razão disso, fizemos um teste para determinar se existem codons no gene nef sob pressões distintas de seleção entre adultos e crianças. Esse teste usa filogenias e indica (baseado no LRT e no p-value) quais codons estão diferentemente selecionados entre os grupos. O resultado dessa análise mostrou que, grande parte dos códons do gene nef estão igualmente sob as mesmas pressões seletivas em adultos e em crianças (figura 11 e Tabela 9). No entanto, seis códons estão diferentemente selecionados entre os grupos analisados (setas na figura 11).
codão 21 ao 99) e uma sequência em pelo menos uma direcção do codão 7 ao 20. Os primers RT Beginning permitem obter uma sequência bi-direccional do gene transcriptase reversa (do codão 41 ao 139) e uma sequência em pelo menos uma direcção do codão 140 ao 142, e do codão 40. Os primers RT Middle permitem obter uma sequência bi-direccional do gene transcriptase reversa (do codão 148 ao 237) e uma sequência em pelo menos uma direcção do codão 138 ao 147, e do codão 238 ao 247. Para cada segmento, foram usadas 4 reacções de sequenciação, contendo 4 terminadores dideoxy (ddATP, ddCTP, ddGTP e ddTTP), primers forward marcados com Cy5, e primers reverse marcados com Cy5.5. As reacções CLIP realizaram-se com as seguintes condições: 30 ciclos de 94ºC durante 20 segundos, 56ºC durante 20 segundos, 70ºC durante 1.5 minutos, seguidos de uma extensão final a 70ºC durante 5 minutos (velocidade de variação de temperatura de 1ºC por segundo). Todas as amplificações foram realizadas no termociclador Perkin-Elmer 9600 (Perkin-Elmer, USA). Após a reacção CLIP, adicionou-se uma solução STOP, tendo sido os produtos aquecidos a 95ºC durante 2 minutos para separar a cadeia dupla de DNA dos fragmentos. Uma fracção destes produtos de sequenciação CLIP não purificados (1.5 l) foram carregados numa cassette MicroCel TM 500, contendo um gel 6% de poliacrilamida-urea-Tris-borato-EDTA. A electroforese realizou-se a 2000V durante 50 minutos. Na parte inferior do gel, localiza-se um feixe de laser que excita o corante fluorescente ligado aos fragmentos de DNA. Os detectores medem a quantidade e comprimento de onda da luz produzida pelo corante fluorescente. Cada reacção de sequenciação requereu 4 poços, um para cada uma das quatro cadeias de terminação dideoxinucleotídica (ddATP, ddCTP, ddGTP e ddTTP). A aquisição e análise dos dados de sequenciação foi realizada usando o Gene Objects software (Visible Genetics, Inc.). Este software permite a aquisição automática e em tempo real dos dados provenientes do sequenciador de DNA (Long Read Tower Sequencer). Os fragmentos sequenciados são reunidos automaticamente e os electroferogramas são disponibilizados para uma revisão semi-automática, após o alinhamento com a sequência de referência HIV-1 LAV-1
A idade da população em estudo variou de 14 a 49 anos; (média de 33,7 e desvio padrão de ±15). As carac- terísticas gerais da população estão descritas na Tabela 1. A maioria das mulheres da amostra era solteira (51%) de classe baixa (97%) e com escolaridade primária (79,2%). Quanto à etnia, a maioria (54%) era não-branca. Sobre a via de transmissão, 100% das mulheres declararam ser heterossexuais, porém houve relatos de uso de drogas injetáveis por duas delas e transfusão sanguínea por uma. Entre as mulheres estudadas, 12 delas tinham filhos soro- positivos, nascidos de partos naturais e que haviam sido amamentados. Nenhuma destas fez uso do Protocolo do Aids Clinical Trial Group (PACTG 076), que previne a transmissão vertical do HIV-1.
Diferentes técnicas detectaram a hipermutação ao longo do genoma do HIV-1 in vitro 6 bem como em células mononucleares de sangue periférico de indivíduos infectados pelo vírus 7 . A hipermutação é detectada no HIV-1 como o acúmulo de substituições monótonas de guanina por adenina (G → A) ao longo do genoma viral. O cDNA sintetizado a partir da transcrição reversa viral (fita de polaridade negativa) sofre, ao longo de sua extensão, a deaminação de bases citidina a uridina 8 por ação das APOBECs (apolipoprotein B editing catalytic polipeptide) celulares e, à medida que a fita complementar (fita de polaridade positiva) é sintetizada, observa-se a fixação de mutações G → A no DNA pré-integrativo e DNA proviral.
Amostras clínicas. Este estudo de corte transversal incluiu 319 indivíduos infectados com HIV-1, sendo 212 homens e 107 mulheres com faixas etárias acima de 18 anos, atendidos em ambulatórios das cidades de Ribeirão Preto e São Paulo entre março e maio de 2001. As amostras foram colhidas de forma seqüencial no momento da realização do teste de carga viral para HIV-1 e contagem de células T cD4+. Após o consentimento informado, os pacientes foram submetidos a um questionário focando os potenciais fatores de risco para aquisição do HIV, incluindo características sócio-demográicas, histórico sexual e exposição parenteral.
pelo HIV-1, há uma seleção de partículas virais com tropismo para o correcepetor CCR5. Este evento ocorre por meio de uma restrição destas partículas virais com seleção por células denominadas dendríticas, Os monócitos são as células precursoras das células dendríticas, células de Langerhans e macrófagos, as quais possuem uma posição central no Sistema Imunológico como células apresentadoras de antígenos, com função principal de combater a infecção de patógenos. A diferenciação dos monócitos nestas células é diretamente dependente das citocinas do ambiente em que se encontram. Estes grupos de células expressam mais o correceptor CCR5. No momento da transmissão, apesar da heterogeneidade da população viral encontrada no inóculo, há uma seleção da população viral R5 com consequente perda da diversidade, conhecido como bottleneck (Edwards, Holmes et al., 2006; Coleman e Wu, 2009).
All children were Brazilian and resident in São Paulo. Inclusion criteria were the following: children born to HIV- positive mothers and, thus, perinatally exposed to HIV-1 (via transplacental, labor or breastfeeding routes); less than 13 years old at the time of the baseline cardiac evaluation; regular follow-up at the pediatric cardiology outpatient clinic with a minimum of two clinical and electrocardiographic evaluations and one echocardiographic study. Only children whose legal guardians agreed with their participation and provided a written “Informed Consent” were enrolled in the study.
A total of 48 recently HIV-1-infected (23 GBV-C viremic), antiretroviral-naive patients were included in the study. All patients were enrolled as a part of the prospective cohort of recently HIV-1-infected patients, after providing Institutional Review Board-approved written informed consent. All recently HIV-1-infected patients were identified by the serologic testing algorithm for recent HIV seroconversion (STARHS) [29]. To investigate the putative protective effect of GBV-C viral infection among HIV-seropositive patients and the effect on T-cell activation, plasma was separated from blood obtained from the patients and PBMCs were obtained from leukapheresis with Ficoll-Paque (Pharma- cia Biotech, Uppsala, Sweden) density gradient centrifu- gation. Age, sex, race, transmission mode, and laboratory data were obtained as previously described [29]. T lymphocyte counts, and expression of CD38 and CCR5 as well as expanded immunophenotyping were deter- mined by flow cytometry, and HIV plasma viral load was determined using an Amplicor Monitor (Roche Diag- nostics Systems, Branchburg, New Jersey, USA), with a lower detection limit of 400 copies/ml.
Existe evidência de que é critério para a prescrição de rilpivirina (RPV): pessoa com ausência de mutações que conferem resistência a não nucleósidos inibidores de transcriptase reversa (NNITR); após exclusão da infeção por VIH- 1 do grupo O; pessoa com valores de carga vírica plasmática inferior a100.000 cópias ácido ribonucleiro (ARN) VIH-1/mL; pessoa sem contraindicações para RPV, designadamente interações medicamentosas com potenciais reações adversas graves
2. Nos doentes de infeção crónica VIH-1 sem experiência prévia de terapêutica antirretrovírica combinada, desde que cumprido o indicado em Anexo II-tabela 3, critérios e requisitos para cada fármaco ou associação de fármacos, constituem prescrições de primeira linha e segundo a sequência a seguir indicada, as associações de:
Passado um ano, em 1983, a SIDA foi identificada como sendo uma consequência da infeção pelo VIH (Sabino & Saéz-Alquézar, 2000; The AIDS Institute, 2011). Esta afirmação deve-se à descoberta de um vírus com atividade de transcriptase reversa que foi isolado de um linfonodo de um paciente com SIDA e de um paciente com linfoadenopatia persistente. Também foi observado o mesmo agente em indivíduos assintomáticos (Sabino & Saéz-Alquézar, 2000). Nesta altura, o vírus foi denominado de HTLV-III/LAV (Human T-cell Lymphotropic Virus-type III/Lymphadenopathy- associated Virus), sendo que hoje em dia a sua denominação é VIH (Human Immunodeficiency: Vírus da ImunodeficiênciaHumana) (Sabino & Saéz-Alquézar, 2000; The AIDS Institute, 2011). Existem dois tipos de VIH: VIH tipo1 e tipo 2, sendo que o tipo1 é o mais predominante e normalmente quando se refere a VIH, fala-se do VIH tipo1. O VIH-2, descoberto em 1986 no oeste de África, tem algumas características diferentes do anterior e apresenta tanto uma menor infecciosidade como patogenicidade e normalmente encontra-se na África Ocidental (Sabino & Saéz- Alquézar, 2000; AVERT, 2014; AVERT, 2013).
tavam realizando o programa de exercício mostraram aumen- to significativo da ansiedade e diminuição do número de célu- las NK. Os que seguiram o programa de exercício, ao con- trário, não só não tiveram diminuição dos seus níveis de an- siedade e depressão como também aumentaram o número de células CD4, sendo que este aumento foi maior nos soroposi- tivos do que nos soronegativos do grupo de exercício. Ten- do em conta que diminuição desse tipo de células tem sido relacionada com piora da função imunológica e aceleração da progressão da doença, esses resultados demonstraram que o exercício físico de caráter aeróbico pode normalizar o esta- do imunitário do indivíduo, pelo menos em sujeitos infecta- dos, porém assintomáticos. Resultados semelhantes foram obtidos num estudo realizado por Shlenzig et al. 11 na Ale-
As infecções virais são as maiores responsáveis pelas úlceras esofágicas no portador do HIV, sendo o Citomegalovírus (CMV) o agente mais observado, seguido pelo Herpes Vírus Simples (HSV). A abordagem clínica adequada e a utilização de métodos diagnósticos precisos são de grande relevância para o estabelecimento etiológico. Os objetivos deste trabalho foram: avaliar a prevalência de úlceras esofágicas em portadores do HIV; pesquisar os agentes etiológicos associados; verificar a acurácia dos métodos diagnósticos comparando as impressões obtidas pela endoscopia digestiva alta (EDA), histologia utilizando o método de Hematoxilina-Eosina (H&E) e Imuno-histoquímica (IH) para pesquisa de CMV e HSV; avaliar o impacto da coloração para fungos (Gomori metenamina prata- GMS) e bacilos álcool-ácidos resistentes [BAAR- Ziehl-Neelsen (ZN)] e a relevância numérica da amostragem tecidual na avaliação etiológica. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, do tipo transversal, baseado em levantamento de dados demográficos, clínico-laboratoriais, endoscópicos obtidos por revisão de prontuários e análise histológica às cegas de biópsias endoscópicas (H&E, IH, GMS e ZN) de úlceras esofágicas em 41 portadores do HIV, no período de agosto de 2002 a setembro de 2006. A IH foi considerada método padrão. No período avaliado, 399 portadores do HIV submeteram-se à EDA, detectando-se úlcera esofágica em 41 pacientes (23 homens, 25 a 56 anos) com uma prevalência de 10,27%. A mediana da contagem de CD4 foi 49 céls/mm 3 e da carga viral 58869,5 cópias/ml. A EDA revelou 29/41úlceras esofágicas suspeitas de infecção pelo CMV; 7/41 pelo HSV; 2/41 relacionada ao refluxo gastroesofágico (DRGE); 1/41 por monilíase; 1/41 por paracoccidioidomicose (PCM) e 1/41 inespecífica. O H&E detectou: 25/41
1. HIV. 2. Gestantes. 3. Líquido amniótico. 4. Carga viral. 5. Dissertações acadêmicas. I. Melo, Victor Hugo de. II. Aguiar, Regina Amélia Lopes Pessoa de. III. Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Medicina. IV. Título
As lesões iniciais do CCE dos lábios, cavidade oral e orofaringe são geralmente assintomáticas ou causam ligeiro desconforto ao paciente, mas na grande maioria dos casos não são suficientes para fazer com que o mesmo procure avaliação médica. A aparência clínica mais característica do CCE é uma úlcera de bordas elevadas que não cicatriza (Figura 1). No entanto, clinicamente o COCE também se pode apresentar com uma lesão branca, vermelha, branca e vermelha, uma úlcera exofítica ou endofítica, um alvéolo que não cicatriza ou um gânglio linfático aumentado, endurecido, fixo e geralmente assintomático (correspondendo a uma metástase regional). Nos estádios mais avançados da doença, os principais sinais e sintomas são dificuldade de mastigação, deglutição, fonação, dor, mau cheiro, sangramento, perda de peso e tumefações na região do pescoço (Scully e Felix, 2006).