RESUMO: O trabalho tem por escopo, após análise das linhas gerais do instituto da responsabilidade civil, a verificação da responsabilidade estatal em virtude da ausência ou má prestação dos serviços de saúdepública. Não obstante seja a saúde um direito fundamental do cidadão, constitucionalmente protegido, pade- ce, no Brasil, de severas imperfeições, as quais refletem diretamente na qualidade de vida das pessoas desprovidas de condições financeiras suficientes para custear seus tratamentos e medicamentos. Por consequência, surge a responsabilização do Estado por tal ineficiência, mormente por conta de seu dever constitucional de garantia da saúde aos seus cidadãos. Finalmente, apresenta-se um estudo a respeito do tratamento que a matéria vem recebendo nos Tribunais Superiores Brasileiros, principalmente o Superior Tribunal de Justiça, através do julgamento de casos específicos, mas de repercussão geral.
5. "Relativamente à execução e prestação direta dos serviços, a Lei atribuiu aos Municípios essa responsabilidade (art. 18, incisos I, IV e V, da Lei n.º 8.080/90), compatibilizando o Sistema, no particular, com o estabelecido pela Constituição no seu artigo 30, VII: Compete aos Municípios (...) prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúdeda população" (REsp 873.196/RS, 1ª Turma, Rel. p/ acórdão Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24.5.2007). 6. A União não possui legitimidade para figurar no polo passivo de ação em que o particular visa ao pagamento de indenização em decorrência de erro médico cometido em hospital conveniado ao SUS. 7. Os embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não podem ser considerados protelatórios (Súmula 98/STJ), o que justifica o afastamento, se postulado, da multa aplicada nos termos do art. 538 do CPC.
Assim não há que se falar, por exemplo, se a tarifa de determinado serviço público é mais cara do que a exata contraprestação do consumidor, situação que não caracteriza a abusividade desta nos termos do CDC, pois a tarifa em certos casos possui efeitos de subsídio interno ou cruzado, ou seja, visa a própria tarifa custear a expansão dos serviços em atendimento, atendendo ao princípio da modicidade das tarifas, e também financiar pelos usuários efetivos a entrada dos usuários em potencial. Também funciona em um sistema de lógica solidária para custear pelo mesmo preço, alguns serviços diferenciados, a exemplos das tarifas de ônibus com percursos diferentes. Outrossim, têm o efeito transgeracional, que visa garantir a manutenção e a expansão do serviço às próximas gerações.
e) imputação à força de trabalho empregada pelo Estado da responsabilidade pela ineficiência dos serviços públicos para impor similares condições de trabalho e de vida, de contrato rebaixado, de instabilidade no trabalho e de redução de direi- tos trabalhistas e sociais às praticadas nas em- presas capitalistas contra a força de trabalho. Para a consecução destas medidas é indispen- sável alterar em profundidade o aparelho esta- tal e criar novos entes jurídicos “estatais”. Tais entes em geral carregam do público apenas a denominação porque sua natureza é essencial e profundamente privada. Tais “instituições” viabilizam as parcerias público-privadas e se metamorfoseiam em distintas formas, confor- me os embates de classes em cada espaço e local, das quais as mais comuns são as “funda- ções estatais de direito privado”, as “organiza- ções sociais (OS)”, as “organizações da socie- dade civil de interesse público ( OSCIP )”e as “fun- dações de apoio” etc.
Outro ponto importante, salientado por Campos (1990), é o fato de que a accountability não é apenas uma questão de desenvolvimento organizacional ou reforma administrativa, e que a simples criação de mecanismos de controle pela burocracia não são suficientes para tornar mais efetiva a responsabilidade dos servidores públicos. Em sua jornada por descobrir os meandros do conceito, a estudiosa defende que a ideia de accountability parte da necessidade de proteger os cidadãos de uma má conduta burocrática, dos usos e abusos do poder, muitas vezes de maneira inconsequente. Desta forma, ela entende o termo como uma questão de democracia, e que quanto mais avançado o estágio democrático de determinado país, maior o interesse pela accountability. Cada vez mais, dentro dos governos, há a necessidade de acompanhar os valores democráticos como a igualdade, a dignidade humana, a participação e a representatividade. À medida que as organizações aumentam seu tamanho e sua participação na vida dos cidadãos, existe a necessidade de salvaguardá-los dos riscos da concentração do poder por parte dos serviços/servidores públicos.
A pesquisa de Gammill et. al (2003) avaliou as necessidades de informação de saúdepública em um cenário rural na Louisiana, numa parceria de várias bibliotecas pú- blicas daquele estado norte-americano. O estudo desenvolveu uma página na web, intitu- lada “e-Links”, para a realização das pesquisas e concluiu que é muito difícil conseguir a informação para ambos os lados interessados, tanto o do usuário do serviço de saúde quanto o do profissional de saúde. No que se refere ao desenvolvimento de websites para prestação de serviços de informação de saúdepública, Henner e Charles (2002) utiliza- ram a técnica do grupo focal para seu estudo, no âmbito da Faculdade de Medicina da Universidade de Nevada e Chambert (1984) analisou em Estocolmo um sistema de infor- mação para a pesquisa da medicina comunitária, enquanto que estudos mais antigos con- templam o levantamento de necessidades de informação da comunidade de saúde (TRASK, 1980), ou especificamente a de clínicos médicos (FARMER e GUILLAUMIN, 1979), ou ainda a relação bibliotecário clínico-paciente (MARSHALL e HAMILTON, 1978) e também a presença do bibliotecário médico dentro do cenário de atenção ao paciente (FARMER, 1977).
Pode-se dizer que suscitar conhecimento e reflexões sobre a temática é uma característica importante, assim, o estudo em tela espera trazer inquietações diante da realidade estressante dos Gestores das Unidades Básicas, estimulando interesse para futuras pesquisas acerca desse tema, que ainda é escasso, além de buscar ferramentas que possam ajudar não só a melhoria de vida desses profissionais, mas em concordância com isso, o melhor serviço nas organizações de saúde.
Tome-se, como exemplo, a hipótese em que se configuram danos a particulares decorrentes de enchentes de vias públicas, tragicamente corriqueiras nos centros urbanos brasileiros. Inúmeras vezes, tem se manifestado o Judiciário, em desapreço às sucessivas previsões constitucionais, no sentido da necessidade de se comprovar o mau funcionamento dos serviços públicos de escoamento de águas – limpeza de galerias, contenção de encostas, etc.-, para que se imponha a condenação da municipalidade. Se, ao revés, o operador adotasse a teoria do risco administrativo, nos termos da previsão constitucional, a construção não determinaria uma atribuição ilimitada de responsabilidade a cargo do Poder Público. Caberia ao julgador, no exame do caso concreto, verificar se a enchente, por sua intensidade, caracterizaria força maior, capaz de excluir o nexo causal entre a ação preventiva do município e os eventos danosos. Ao invés de se perquirir a falta de serviço, nem sempre de fácil constatação pericial, sobretudo após a verificação da calamidade, é de se examinar se o evento é previsível e resistível, cingindo-se a investigação aos pressupostos da responsabilidade objetiva. 75
Conforme mostramos na introdução deste tra- balho, a prestação de serviços locais como forma de lidar com a pobreza e a exclusão social é an- tiga. A história da proposta de organizar serviços orientados pela atenção primária é marcada por uma trajetória de sucessivas reconstruções até se consolidar como uma política de reforma, uma alternativa diante da permanente crise dos siste- mas de saúde contemporâneos. Esse discurso di- funde-se com grande intensidade nas décadas de 1960 e 1970 associado a princípios participativos e de democratização das práticas, retrocede na fase de reformas neoliberais dos anos 1980 para reaparecer a partir da última década do século XX, com uma roupagem mais racionalizadora e instrumental. Seria interessante aprofundar os fatores conjunturais que poderiam explicar as diferenças desses momentos, principalmente entender o atual interesse que o Banco Mundial demonstra ao apoiar a implementação dessa po- lítica no contexto brasileiro.
A quarta etapa, elencada no edital como Programa de formação, é constituída de encontros diários por um período não superior a duas semanas, nas quais uma bateria de conteúdos são transmitidos aos candidatos, dentre eles, principalmente o sistema de Gestão Integrada do Desenvolvimento Escolar (GIDE) 10 . Além de conhecimentos gerais sobre a parte administrativa da escola, informações sobre o sistema tecnológico de informação e gestão da escola chamado Conexão Educação. Dessa forma, percebe-se que o Processo Seletivo Interno mostra-se como uma das várias ações e medidas que vêm sendo implementadas pela atual gestão da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, tendo em vista que seus pilares são a meritocracia, o acesso a cargos de maneira transparente e a desvinculação das ações na educação com interesses políticos partidários.
De acordo com a concepção de quem escreve os boletins, o motivo pelos quais se avalia um sistema fundamentam-se na proposta de que os dados oriundos dos testes respondidos pelos estudantes formam um painel que ilustra o que está sendo ensinado e o que os estudantes estão aprendendo (CAEd, 2015, p.12). Com relação a essa concepção, discordamos em parte, já que não há como saber por meio dos resultados o que está sendo ensinado, e sim o que está sendo aprendido. A dimensão que envolve a elaboração de um item se relaciona à aprendizagem dos estudantes, e não ao que e como o professor ensina. Ainda na mesma página, há uma afirmativa, no nosso entendimento, um tanto quanto equivocada, segundo a qual “as unidades escolares têm possibilidades de observar se o currículo contempla as habilidades consideradas mínimas para que os estudantes prossigam em seu processo de escolarização”. Defendemos que neste caso a relação deveria ser inversa: de fato, vemos que seria importante que as instituições escolares avaliadas verificassem se o que está sendo avaliado condiz com o currículo e a forma como os profissionais da educação pensam a Educação Matemática em seu estado. Neste caso, é preciso verificar se a matriz está alinhada ao currículo, pois a função do teste, que é elaborado a partir da matriz, é apontar o que os alunos estão
Para a segunda etapa, a proposta é baseada no estudo da legislação educacional nacional e estadual; do Currículo Básico Comum da rede estadual de ensino do estado de Minas Gerais; do conhecimento e apropriação dos resultados das avaliações do SIMAVE (PROALFA e PROEB), para o ciclo de alfabetização e complementar, a fim de proporcionar aos profissionais um nivelamento de saberes que ancore a ação docente e aprimore sua competência técnica e pedagógica. Essa etapa se concretiza através da oferta, pela SEE/MG, de uma formação à distância para professores efetivos em exercício; professores recém-nomeados no último concurso, prorrogado recentemente 59 e professores designados para a função de professor regente de turma de 1º ao 5º ano de escolaridade, viabilizada através de ambiente virtual e das tecnologias de informação e comunicação (TIC). O objetivo principal desta etapa da formação será dar subsídio ao profissional para atuar consistentemente, de acordo com as diretrizes da SEE/MG para a educação no estado de Minas Gerais. A MAGISTRA, escola de formação da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais e o CAEd, que administra a aplicação das avaliações em larga escala do SIMAVE no estado de Minas Gerais, em parceria, serão os responsáveis por desenvolver e ofertar esta formação inicial.
Sob o ponto de vista geográfico, isso criaria a possibilidade de analisar a construção de territórios reticulares, pois é possível identificar padrões de distribuição e localização do[r]
O presente trabalho tem como objeto discutir a evasão e permanência na educação de jovens e adultos em uma escola pública da rede municipal de Belo Horizonte. Objetiva, ainda, analisar como a gestão escolar pode contribuir para a identificação dos fatores que levam à evasão, bem como atuar para a sua diminuição elevando os índices de permanência e conclusão dos estudantes nessa modalidade. Trata-se, portanto, de um estudo de caso de uma escola que oferece a modalidade EJA de Ensino Fundamental desde 2002. Tal instituição apresenta uma trajetória de trabalho na busca pela qualidade nessa modalidade de ensino. No entanto, tem na evasão escolar um dos seus principais desafios. Este estudo se justifica pela necessidade concreta da escola de perceber como e de que maneira pode influenciar para aumentar a permanência dos seus alunos na instituição até a certificação e quais ações podem ser implementadas nesse sentido. Entender a dinâmica na qual o problema se dá contribuirá para a proposição de ações e definição da responsabilidade da gestão escolar na diminuição da evasão. A base teórica a ser desenvolvida está apoiada na constituição da EJA enquanto política pública e na necessidade de se definir em que consiste a qualidade de atendimento nessa modalidade de ensino. A metodologia utilizada foi o estudo de caso, com os seguintes instrumentos: entrevista, análise documental, pesquisa bibliográfica e observação participante. Os dados coletados e a sua análise à luz do referencial teórico, constituíram a base para o plano de intervenção. O plano se pautou, principalmente, na atuação da gestão para mobilização e fortalecimento da equipe de trabalho visando a diminuir a evasão e constituir mecanismos sistemáticos de comunicação para o desenvolvimento de um trabalho atento às necessidades dos estudantes.
No entanto, não raras vezes são surpreendidos por cláusulas contratuais estabelecidas em contratos de adesão que vão de encontro aos anúncios publicitários ou então pela falta de clareza das disposições que delimitam o serviço de saúde ou o custeio a este, quando não ilegais. É importante atentar-se para o termo surpreendidos, vez que diante da necessidade premente de um tratamento que os cure é que se dão conta de que o contrato firmado com a operadora de saúde contém uma série de restrições não indicadas de forma clara, mormente para os leigos em termos médicos e jurídicos; ou quando sequer são mencionadas estas restrições no bojo do contrato.
O trabalho que ora se apresenta analisa os resultados da Regional Serrana II, localizada no município de Nova Friburgo, no Programa de Educação do Rio de Janeiro e as possíveis causas que contribuíram para o não alcance, por parte de quatro escolas, das metas estabelecidas pela Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro em 2011 e 2012. O Programa de Educação apresenta um planejamento estratégico estruturado em quatro eixos, incluindo políticas de ensino, políticas de gestão de pessoas, políticas de infraestrutura e gestão da comunicação, com estratégias de valorização de servidores através de meritocracia e bonificação por resultados, além de metas estabelecidas por meio de resultados anteriores de cada unidade escolar. A pesquisa realizou-se por meio de entrevistas semiestruturadas, questionários em escala de Likert e análise de resultados de avaliações externas realizadas com os gestores das quatro unidades escolares e com amostras de professores. Os resultados dos estudos foram submetidos a autores escolhidos para subsidiarem o referencial teórico da pesquisa. A Regional Serrana II, nos anos de 2011 e 2012, destacou-se no ranking do estado entre as primeiras colocadas e a maioria das escolas que a compõe alcançou as metas propostas. A partir dos resultados da pesquisa, propõe-se um Plano de Ação Educacional (PAE), sugerindo a criação de um Grupo de Líderes (GL) que se destaca por ser formado por gestores que conseguiram resultados satisfatórios, por meio de uma gestão participativa e focada em resultados pedagógicos.
95 Desse modo, por meio desse conjunto de aspectos sociais e ambientais contidos nesse espaço, evidenciou-se que a rede de interdependência que configura a constituição do Assentamento Santa Rosa é originária de um entrelaçamento de relações entre as instituições do Estado da esfera de governo federal e em maior grau da esfera estadual, presentes em Tupanciretã (Banco do Brasil, INCRA, EMBRAPA, EMATER e Gabinete de Apoio a Reforma Agrária e Cooperativismo no governo estadual entre os anos de 1999- 2002), agentes dentro do próprio MST em âmbito nacional, regional e local (assentados, técnicos e dirigentes junto as suas cooperativas e a organização no assentamento), o contexto social e político de Tupanciretã, além das características socioambientais do Assentamento. Assim os agentes sociais que estão engajados em um campo têm um certo número de interesses em comum e a tudo aquilo que vincula-se a própria existência do campo, configurando relações de cumplicidade objetiva subjacente a todos os possíveis antagonismos (BOURDIEU, 1989).
O Prêmio de Incentivo ao Cumprimento de Metas para os Profissionais da Educação foi implementado pelo Governo do Estado do Amazonas com a publicação do Decreto 28.164/2008, tendo como finalidade beneficiar os trabalhadores da educação da Rede Pública Estadual de Ensino. De acordo com o Capítulo I, Art. 2º deste decreto, a premiação visa o incentivo e o reconhecimento aos educadores da Rede Pública Estadual de Ensino. A premiação é oferecida aos trabalhadores da educação, e envolve os profissionais da educação lotados nas escolas premiadas, entre eles, os professores que ministram aulas nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), nos anos finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e Ensino Médio. O texto oficial do decreto traz a política de bonificação por resultado como uma política de estímulo, assim, faz parte das políticas meritocráticas recentes que estão sendo implementadas no Brasil. O item 7.36 do Plano Nacional de Educação - PNE, prevê como estratégia que sejam estabelecidas políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), de modo a valorizar o mérito do corpo docente, da direção e da comunidade escolar.
Descreve-se a reorganização e restruturação da Biblioteca da Faculdade de SaúdePública da USP, cujo objetivo era alcançar prestação de serviços de qualidade ao usuário do meio acadêmico e profissional em face das novas tecnologias de informática e comunicação e dos novos métodos e processos de trabalho. A implantação do novo modelo iniciou-se em fevereiro de 1997 e se encontra em fase de desenvolvimento, tendo já sido feita a primeira avaliação. Os resultados mostraram que o processo de mudanças é lento, pois as barreiras a serem vencidas não são poucas. Mas a direção que tais mudanças vêm tomando mostram que o modelo de gestão escolhido foi acertado. Resta continuar a desenvolver o modelo, fazendo as correções e melhorando a qualidade dos serviços prestados, que é o objetivo pretendido.