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Capitulo II. P.E.S (Prática de Ensino Supervisionada)

II. 6.7 7º Ano, Turma 3

A turma é constituída por 30 alunos, 18 rapazes e 12 raparigas, com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos, sendo um deles repetente. Alunos nº 6, 20, 29 com N.E.E. e 0 casos com C.E.I.

II.6.8. 7º Ano, Turma 4

A turma é constituída por 30 alunos, 19 rapazes e 11 raparigas com idades compreendidas entre os 11 e os 14 anos, sendo dois deles repetentes. Alunos nº 22 e 28

22 com N.E.E. Alunos nº 2, 4, 12, 13, 19 e 21 com N.E.E. e C.E.I. sendo que o número 21 recebe apoio da UAEM (Unidades de apoio especializado para a educação de alunos com multideficiência e surdo cegueira congénita)

Análise Comportamental

Em relação ao comportamento vou debruçar-me sobre a origem da maioria dos casos de perturbação do bom funcionamento da aula e abordar a estratégia da profª Marta. Como referi nas minhas observações (ver Apêndice C), o que perturbava o bom funcionamento da sala de aula era a distração individual, que se propagava para a vizinhança. Esta era geralmente levada a cabo por alunos temporária ou permanentemente desinteressados na aprendizagem musical. O consequente aumento do ruído de fundo obrigava a profª Marta a entoar a voz mais forte como forma de poder controlar este fenómeno e obter silêncio. A profª Marta perdeu imensa energia em quase todas as aulas, utilizando esta forma negativa de tentar controlar a situação. O que descrevo como aquilo que me parece um tom de voz de ameaça com punição máxima, ou seja, o facto de mandar sair os alunos da sala, ou enviar informação aos encarregados de educação através da caderneta. Os alunos, com este tom de voz e ameaça, passo a expressão, “gritos”, silenciavam totalmente, embora temporariamente, e claro está, houve alguns casos em que os alunos foram mesmo convidados a sair. O desgaste diário da profª Marta, e consequentemente o conflito com alguns alunos, levou-me a questionar será haverá uma alternativa. Sou muito sincero, a maior parte das vezes, ao presenciar esta forma de lidar com os alunos, fiquei ansioso, ou seja, causou-me uma sensação mais negativa do que o comportamento dos alunos em si. É claro que também eu acabei por cair nesta forma de ameaça e cheguei mesmo a colocar dois alunos na rua, como foi o caso do 5º ano Turma 1, a turma da minha intervenção. Mas quero salientar que analisei em silêncio até tomar a decisão de pena máxima. Nas aulas de orientação da P.E.S na FCSH15, a foi-me aconselhado a seguinte alternativa, o modelo Whole Brain Teaching16, também conhecido

por Power Teaching que, segundo Chris Biffle, coautor, é um modelo que assenta no princípio em que todos os professores partilham das mesmas dificuldades: falta de disciplina, base de conhecimentos e habilidades fundamentais para resolver problemas. Segundo o autor, o objetivo do modelo é criar salas de aulas pacíficas cheias de diversão

15 Faculdade de Ciências Sociais Humanas – Universidade de Lisboa

16 Whole Brain Teaching é um movimento de reforma da educação iniciado em 1999 por três

23 ordenada. Estas aulas estão focadas em tarefas que são potenciais de risos. Humor e jogos são usados para aumentar o número de vezes que os alunos repetem informação essencial e prática de habilidades básicas. As aulas são altamente disciplinadas e firmemente organizadas porque os alunos se divertem a seguir as regras em vez de as ignorar.

São usadas palavras-chave como por exemplo, Class, pelo professor e os alunos respondem em coro, Yes, palavras estas que são associadas a regras que por sua vez são negociadas de forma muito segura pelo professor. Segundo o vídeo visualizado no You

Tube, deu para perceber que se consegue o silêncio temporário, ou seja, a atenção da turma e claro de uma forma harmoniosa e talvez com algum humor positivo à mistura se consiga o mesmo resultado, ou seja, o bom funcionamento da sala de aula.

II.6.10 Avaliação

A avaliação feita pela prof. Marta nas suas aulas consistiu em avaliar o comportamento individual dos alunos, que tem a ponderação de 30% da nota final, enquanto os restantes 70% são relativos à avaliação da prática instrumental. Não foram feitos testes escritos, apenas instrumentais. Foram feitos alguns testes individuais ao longo do ano, de partes de certas peças do manual 100% e, no final de cada período ou semestre, um teste final. A prof. Marta indicava aos alunos as peças que deveriam ser estudadas. Normalmente a avaliação era feita na base da audição de partes de peças que consistiam em flauta de bisel e batimentos corporais, sempre a pares, sendo que uma metade era executada por um aluno, enquanto o outro seguia atentamente a execução do colega para entrar na outra metade. Observei que nestas alturas os alunos estavam mais ansiosos e nervosos. Houve casos de alunos que, devido aos nervos, não conseguiam executar perante o silêncio dos colegas. Porém existiram outros que nem se esforçavam para executar fosse o que fosse e ainda outros que normalmente pareceram desinteressados, durante o ano letivo, e surpreenderam com uma execução instrumental quase perfeita.

II.7 Reuniões de Avaliação

As reuniões de avaliação foram feitas na presença do diretor de turma e dos professores das disciplinas de cada turma inclusive o prof. do ensino articulado de música. O diretor de turma é quem orienta a reunião, começando normalmente por confirmar oralmente a nota da pauta de avaliação individual de cada aluno a cada disciplina. Os restantes professores confirmam ou atualizam a nota final. São consideradas numa espécie de debate as atitudes comportamentais de cada aluno, em caso de dúvida de uma

24 nota final, sendo os seguintes parâmetros ponderados: postura, relação com os colegas e professores e o esforço efetuado. Por vezes são também considerados os antecedentes parentais, alunos com C.E.E e N.E.E. São debatidos os casos de alunos problemáticos e analisado o comportamento geral de cada turma, assim como as diferenças comportamentais observadas do 5º para o 6º ano em certos alunos. Ainda é decidido quais os alunos que cessam, mantêm ou iniciam o Apoio ao Estudo.

Capitulo III: Improvisação na sala de aula

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