• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 1: “Caracterização da radiação solar fotossinteticamente

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.2. Área de amostragem

Com o objetivo de realizar um estudo sobre regeneração natural, VOLPATO (1994) identificou dez sítios na área da Estação Experimental em função de características fisiográficas, notadamente exposição e declividade. Foram alocadas parcelas permanentes nos sítios selecionados (Figura 2), onde, desde 1992, são realizados levantamentos fitossociológicos da regeneração natural (indivíduos arbóreos com DAP < 5 cm). FERNANDES (1998), também, utilizou estes dez sítios para um estudo de dinâmica e distribuição de espécies arbóreas com DAP superior a 5 cm, avaliando inclusive a interação vegetação-ambiente em função, principalmente, da declividade, abertura de dossel, fertilidade e umidade do solo.

23 6 5 4 3 7 2 1 8 9 10

Norte

Figura 2 – Locais estudados na Estação Experimental Mata do Paraíso, em Viçosa, MG, evidenciando a declividade, exposição e posição topográfica de cada local (Fonte: VOLPATO, 1994).

24

A caracterização da declividade, exposição e posição topográfica dos locais do estudo é mostrada no Quadro 1.

Quadro 1 - Caracterização da declividade, exposição e posição topográfica dos dez locais estudados na Estação Experimental Mata do Paraíso, em Viçosa, MG

Local Declividade (%) Exposição* Posição Topográfica

1 40 NE Terço superior 2 21 NE Meia encosta 3 43 NE Terço inferior 4 80 NE Meia encosta 5 3 - Baixada 6 51 SO Terço inferior 7 45 SO Meia encosta 8 20 SO Meia encosta 9 14 SO Terço inferior 10 45 SO Terço superior * - NE = nordeste; SO = sudoeste Fonte: VOLPATO (1994)

3.3. Coleta de dados de radiação solar fotossinteticamente ativa e índice de área foliar

A radiação solar fotossinteticamente ativa (PAR) foi medida no interior dos dez locais, durante dois ou mais dias para cada local, em quatro épocas do ano (Quadro 2), totalizando, no mínimo, oito dias de medições durante , procurando realizar uma amostragem em diferentes condições de densidade de fluxo de radiação, posição do sol e estádio fenológico da vegetação.

25

Quadro 2 - Épocas de medição da radiação fotossinteticamente ativa e do índice de área foliar, em dez locais estudados na Estação Experimental Mata do Paraíso, em Viçosa, MG

Época Período de medição Dia central

maio 99 23 de abril a 16 de maio de 1999 4 de maio

agosto 99 31 de julho a 20 de agosto de 1999 10 de agosto

dezembro 99 26 de novembro a 21 de dezembro de 1999 8 de dezembro

março 00 26 de fevereiro a 31 de março de 2000 13 de março

A PAR foi medida através de sensores lineares, modelo LI-191, marca LI-COR, conectados a registradores automáticos (Figura 3). As medidas foram realizadas em cinco pontos no interior de cada local, a um metro de altura do solo. Esta altura foi escolhida por coincidir com o limite entre as classes de tamanho de planta I e II utilizadas no estudo da regeneração natural realizado, também, nesses sítios (Capítulo 4). Os sensores foram instalados no centro de cinco, dentre seis subparcelas de 200 m2 (10 x 20 m) estabelecidas por VOLPATO (1994) em área total de 1200 m2 (20 x 60 m) em cada local.

Para fins de comparação, a PAR também foi medida em área aberta, dentro da Estação Experimental, através de sensor pontual, modelo LI-190, marca LI-COR. Na aquisição de dados foram utilizados os “dataloggers” modelos LI-1000 e LI-1400, marca LI-COR. Os “dataloggers” foram programados para leitura a cada cinco segundos com cálculo de média a cada quinze minutos. São, também, apresentados dados de insolação extraídos de registros heliográficos obtidos na Estação Meteorológica de primeira classe, pertencente ao Instituto Nacional de Meteorologia, localizada na Universidade Federal de Viçosa, distante cerca de 4 km da área de estudo.

As medições da PAR durante apenas cerca de dois dias em cada local, dentro de uma mesma época, visaram evitar variação significativa da densidade de fluxo de radiação solar entre o primeiro e o último dia da coleta de dados. Entretanto, isto é válido quando se trata da radiação solar extraterrestre, ou seja, quando os raios solares ainda não interagiram com a

26

Figura 3 – Sensor linear de radiação fotossinteticamente ativa (PAR), modelo LI-191, marca LI-COR.

atmosfera terrestre. A presença de nuvens, mesmo de menor densidade, altera significativamente o total de radiação solar que atinge a superfície. Assim, os resultados comparando o comportamento da PAR no interior da floresta, nos 10 locais estudados, foram analisados através do percentual de transmissividade da radiação solar pelo dossel, uma vez que as medidas foram realizadas simultaneamente no interior e exterior da floresta.

A presença de nuvens modifica, inclusive, a proporção entre radiação solar direta e difusa e a resposta do dossel vegetativo pode ser diferenciada, como observado por HUBER et al. (1988). Assim, para analisar o comportamento da transmissividade da PAR pelo dossel da floresta, foi escolhido apenas o dia com maior densidade de fluxo de radiação solar para cada local e época do ano. Durante a coleta de dados em épocas com maior nebulosidade houve, inclusive, a necessidade de maior tempo de permanência dos sensores em alguns locais para que as medidas obtidas fossem realizadas, pelo menos, durante um dia com pouca ou nenhuma nebulosidade.

27

O índice de área foliar (IAF) foi determinado nos dez locais de estudo, nas mesmas épocas de medição da PAR, com o objetivo de caracterizar a variação espacial e temporal da densidade do dossel. A determinação do IAF foi feita através de dois sensores LI-2050, conectados a “dataloggers” LI-2000, marca LI-COR (Figura 4), sendo um sensor instalado em área aberta e outro no interior da floresta. As leituras instantâneas foram realizadas sob luz difusa, preferencialmente ao amanhecer ou no final da tarde, ou em dias nublados, nos mesmos pontos onde foram instalados os sensores para medir a radiação solar fotossinteticamente ativa.

Figura 4 – Analisador de dossel, modelo LAI-2050, com “datalogger” modelo LAI-2000, marca LI-COR (A) e sensor em leitura (B)

(A)

28

O estudo foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado. Os resultados de transmissividade da PAR e IAF foram analisados estatisticamente por meio de análise de variância em que o fator época constituiu medidas repetidas, utilizando a “procedure” GLM, opção “repeated” do “software SAS”. A análise comparativa entre os valores de PAR e IAF entre épocas em um mesmo local (variabilidade sazonal) foi realizada através do teste de Tukey, a 5% de probabilidade. Devido ao elevado número, a comparação entre os valores médios obtidos nos dez locais estudados, dentro de uma mesma época, foi realizada de acordo com o critério de agrupamento proposto por SCOTT e KNOTT (1974), a 5% de probabilidade.

29

Documentos relacionados