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Área de atuação das cooperativas de crédito rural solidário no Território do Sisal

Fonte: ARAUJO, Angelo, 2016. 4.1.2 Histórico da Cooperativa de Crédito Rural ASCOOB Sisal

A cooperativa ASCOOB SISAL foi criada em 1991, no município de Serrinha-BA, e recebeu na época o nome de COOCRESE-Cooperativa de Crédito Rural de Serrinha Ltda. A COOCRESE funcionava como seção de crédito, estabelecida nas dependências de uma cooperativa de produção de base patronal.

Conforme Sacramento (2012), com base em Dias (2006), em sua origem, a referida Cooperativa esteve baseada em um modelo operacional de gestão tradicional, adotado de outras cooperativas de crédito existentes à época. Os seus primeiros anos de funcionamento foram marcados por inúmeras dificuldades, como pouca autonomia e falta de experiência do

quadro diretivo e operacional, em relação às especificidades relacionadas ao funcionamento do cooperativismo de crédito. Assim, “essa situação só começaria a ser transformada adiante, em 1992, com o surgimento da primeira Cooperativa Central de Crédito da Bahia, a CREDIBAHIA” (DIAS, 2000 apud SACRAMENTO, 2012, p. 23).

Depois de passar por algumas crises de gestão, em meados de 1995/96 a COOCRESE desfila-se do quadro social da CREDIBAHIA, ficando, deste modo, órfã do sistema e correndo o risco de ir à ruína. Nesse mesmo período ocorreu a organização do Sistema das Cooperativas de Crédito – SICOOB e a fundação do Banco Cooperativo do Brasil – BANCOOB, primeiro banco cooperativo do país.

Enquanto isso, final dos anos 90 o Território do Sisal já contava com aproximadamente dez cooperativas de crédito em operação ou em constituição, colocando em evidencia a força de um novo movimento cooperativista, nascente no território. Por recomendação do Banco Central, de que essas cooperativas deveriam estar vinculadas a um sistema central de cooperativas de crédito, todas elas passam a fazer adesão ao SICOOB- CENTRAL BA (nova denominação recebida pela anterior CREDIBAHIA), o que motiva a entrada da COOCRESE no quadro de filiadas do novo sistema, em 1998.

Dessa forma, as organizações de apoio à agricultura familiar no município de Serrinha, APAEB, MOC, STR e MMTR - Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais, preocupadas com a situação em que a Cooperativa se encontrava em razão do modelo de gestão adotado, buscam estratégias para reverter tal situação.

Mesmo sem participar diretamente da administração, a APAEB Serrinha, juntamente com o MOC, transferiu um fundo rotativo para a Cooperativa, buscando uma efetiva aproximação desta aos agricultores familiares. Assim, no processo eleitoral para eleição de nova diretoria, em 1999, os agricultores/as familiares já representavam a maioria dos Cooperados/as, favorecendo, assim, a condução do Sr. Antonio José (que era presidente da APAEB) ao posto de Presidente da Cooperativa, deixando a função de Presidente da APAEB local para a Vice-presidente Srª. Helena Barreto de Souza.

Em 2000, com a nova diretoria, a COOCRESE passa a funcionarem nova sede e adota o nome de SICOOB-Serrinha, consolidando o processo de revitalização, apoiado pelas organizações sociais do campo no município, no sentido de atender, de forma qualificada, as demandas de serviços financeiros, apresentadas por seus associados e a comunidade local.

A cooperativa de Crédito de Serrinha é uma das organizações de crédito rural, integrantes do conjunto de organizações responsáveis por fortalecer o movimento

cooperativista de crédito rural solidário no Território do Sisal, a partir do qual se origina a ASCOOB associação em 1999. Ademais, em 2008 a referida cooperativa, juntamente com as cooperativas ASCOOB Cooperar, Itapicuru e Credimonte, obtém aprovação de projeto para criação de uma Central Própria de cooperativas de crédito solidário, pelo Banco Central do Brasil (BACEN), fundando a Central de Crédito ASCOOB. Daí passa a se chamarASCOOB Serrinha.

No ano 2011, a Cooperativa ASCOOB Serrinha recebe o nome de ASCOOB Sisal, devido a sua área de atuação não estar restrita somente ao município de Serrinha. Na atualidade, a referida cooperativa tem atuação em seis municípios: Serrinha, Ichu, Barrocas, Conceição do Coité/distrito de Salgadália, Biritinga e Lamarão. Todos estão situados no Território do Sisal, perfazendo um total de 15 mil sócios cooperados.

4.1.3 Histórico da Cooperativa de Crédito Rural ASCOO COOPERAR

A fundação da ASCOOB COOPERAR se deu em 12 de maio de 1997, no município de Araci-BA, por 27 sócios fundadores, fruto da luta dos agricultores familiares e da organização da sociedade civil (STR, APAEB, MMTR) no município, pelo direito de acesso ao crédito rural e a inclusão sócio-econômico-financeira.

O processo de criação da COOPERAR ocorreu entre os anos de 1996 e 1997, com apoio do Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (SASOP), MOC, bem como da prefeitura municipal, Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA, este que, anos seguintes, financiou a construção da sede da cooperativa através de recursos do PRONAF infraestrutura.

A implantação da COOPERAR configura-se como uma ação concreta do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, construído pelas organizações locais representantes dos trabalhadores e trabalhadoras do campo no Conselho Municipal e Desenvolvimento Rural – CMDR, do município de Araci.

A cooperativa de crédito de Araci surgiu

Como resultado dos debates que se seguiram à avaliação do Fundo Rotativo da APAEB [...]. Uma comissão formada por diretores da APAEB e do sindicato e inspirada nas experiências de Valente e Serrinha organizou o quadro social de fundadores com lideranças da APAEB, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, associações comunitárias, igreja católica e evangélica, com apoio financeiro do

Tempos depois, por orientação do Banco Central, a COOPERAR se uniria a outras cooperativas do Estado, formando parte do sistema SICOOB Central de Cooperativas, passando a chamar-se de SICOOB Araci. No ano 2008 desfila-se do sistema SICOOB, passando a fazer parte do Sistema ASCOOB CENTRAL, do qual é também fundadora.

A ASCOOB COOPERAR é uma Cooperativa de Crédito Rural, ligada ao ramo da agricultura familiar e economia solidária, e está presente em cinco municípios, através dos Postos de Atendimento aos Cooperados (PACs), que são: Araci, Teofilândia, Tucano, Euclides da Cunha e Canudos. Em relação aos dois últimos municípios, estes se encontram localizados em diferentes territórios, sendo que o primeiro fica no Território Nordeste II e o segundo no Sertão de São Francisco.Através da COOPERAR, são beneficiados diretamente um total de9.250 sócios cooperados, dentre eles, nanos, micros e pequenos empreendedores da agricultura e economia familiar.

Fotografia 1 - Sede da ASCOOB COOPERAR, criada em 1997, no município de Araci-BA – Território do Sisal

Fonte: ASCOOB COOPERAR (2009).

4.1.4 Histórico da Cooperativa de Crédito Rural ASCOOB Itapicuru

A Cooperativa de Crédito Rural do Vale do Itapicuru foi fundada em 15 de janeiro do ano de 2000, por meio de Assembleia Geral realizada no município de Santaluz -BA, onde fica situada sua sede. A ASCOOB Itapicuru está presente nos Municípios de Santaluz, Queimadas, Cansanção, Quijingue, Nordestina, Monte Santo e Itiúba, todos no Território do Sisal, e possui um quadro de 13.000 (treze mil) sócios cooperados.

Em seu processo de constituição, a Cooperativa contou com o apoio e assessoria do MOC e a participação de um coletivo de organizações da região, especialmente o CEAIC – (Centro de Apoio aos Interesses Comunitários de Santaluz); o Sindicato dos Trabalhadores da

Pedra; o Polo Sindical da Região Sisaleira e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais dos municípios de Santaluz, Queimadas, Nordestina, Cansanção e Quijingue.

A ideia de constituir uma Cooperativa de Crédito Rural partiu da mobilização dos pequenos agricultores, representados pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e Central das Associações de Agricultores Familiares, em abril de 1998, cujo objetivo era o de solucionar o problema do difícil acesso aos serviços financeiros bancários, enfrentado por grande parte das famílias do campo. Nesse processo, diversas comunidades rurais foram envolvidas através de reuniões, campanhas de filiação e arrecadação de recursos financeiros, exigidos pelo Banco Central, à criação da instituição. Com efeito, o funcionamento da Cooperativa se deu tendo a filiação de 112 sócios fundadores e um capital inicial de 35.000 mil reais.

Conforme declarações dos dirigentes da Itapicuru, Cosme Arisvaldo e José Paulo Crisóstomo, feitas na Assembleia Geral em que se celebrava o 15º aniversário da Cooperativa,

foram muitas as dificuldades enfrentadas pelos agricultores, as quais os levariam a se organizar e criar suas próprias organizações de crédito. À época, além de não possuírem recursos financeiros suficientes para bancar os custos referentes a legalização da Cooperativa, os mesmos não contavam com nenhum tipo de apoio governamental e, muitas vezes, tiveram que lidar com as discriminações “dos que se achavam donos do poder”, que não acreditavam numa proposta encabeçada por “homens e mulheres da roça”, vistos como incapazes de gerenciar uma cooperativa de crédito.

Fotografia 2 – Representantes da ASCOOB na 15ª Assembleia Geral Ordinária da Itapicuru

Fonte: Blogspot Orecadodado (2015)14.

14 Disponível em: http://orecadodado.blogspot.com.br/2015/04/ascoob-itapicuru-realizou-assembleia.html.

Fotografia 3 – Sócios cooperados na 15ª Assembleia Geral Ordinária da ASCOOB Itapicuru

Fonte: Blog do Tino (2015).

Fonte: Blogspot Orecadodado (2015).

Quadro 2 - Produtos e serviços financeiros oferecidos pelas cooperativas ASCOOB no Território do Sisal (2015)

SISAL COOPERAR ITAPICRU

PRODUTOS SERVIÇOS PRODUTOS SERVIÇOS PRODUTOS: SERVIÇOS

Microcrédito Crédito rural Aquisição de bens Financiamento de veículos Giro rápido Microempreendedor individual Custódia Crédito pessoal Conta corrente Quotas Pagamentos e recebimentos Aplicação financeira Seguros Educação cooperativista e financeira CAC CredAuto CredInfo Cheque especial Crédito rotativo Microcrédito Pronaf Títulos descontados Credconsignado CredPescado CredEmergencial Cesta de Crédito da Agricultura Familiar* Conta corrente Emissão de boleto Aplicações Cheque Pagamentos de títulos Seguros Microcrédito Crédito rural Aquisição de bens Financiamento de veículos Giro rápido CrédEmergencial Custódia Crédito pessoal Conta corrente Quotas Pagamento e recebimentos Aplicação financeira Seguros Educação

* Linha de crédito, que se orienta a partir da política de Microcrédito do Sistema, criada pela singular. Finalidade: financiamento de Kit Forrageiro; pequenos animais; armazenamento de cereais; moradia (ampliação e reforma); móveis/eletrodomésticos; e tração animal.

4.2 Linhas de ação do Sistema ASCOOB

Como já mencionado, a ASCOOB Central nasce “após uma década de caminhada da ASCOOB, enquanto associação”, e é resultado da “evolução e do amadurecimento da ASCOOB Associação, suprindo, assim, a lacuna de representatividade legal de suas cooperativas filiadas, junto ao BCB”. Vale ressaltar que esta foi a criação da primeira Cooperativa Central de Crédito do Brasil dentro das novas normas para a profissionalização do setor, estabelecidas na Resolução 3106/2003, “considerada, ainda, a primeira do Nordeste direcionada à agricultura familiar e à economia solidária” (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO, 2008).

Por meio das instâncias político-organizativas (associação e central), o Sistema ASCOOB desempenha a função de pensar coletivamente questões comuns a todas as cooperativas filiadas, tendo em vista a melhor sistematização do crédito e negociações de recursos para o fortalecimento da agricultura familiar. Tudo isso através de parcerias celebradas entre instituições governamentais e não governamentais como MDA, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, BNDES, DESENBAHIA, SEBRAE, além de participar de espaços de articulação, voltados ao fortalecimento da economia solidária no País.

A ASCOOB tem como missão “fortalecer a economia familiar solidária, por meio do cooperativismo de crédito, fomentando os processos de desenvolvimento local integrado, sustentável e solidário do estado da Bahia”15.

A atuação do Sistema se dá através de quatro áreas estratégicas: Gestão, Educação Cooperativista, Assistência Técnica Rural (ATER) e Microcrédito, sendo que suas atividades se subdividem conforme as competências de cada instância. Nesse sentido, segundo o Art. 3º do seu Estatuto Social, a associação tem como finalidades básicas:

a. Defender o desenvolvimento, a confiança, a segurança e o fortalecimento das cooperativas de apoio a economia familiar;

b. Promover o estudo e a divulgação dos assuntos econômicos, financeiros e técnicos de interesse de suas associadas;

c. Promover intercambio com entidades afins;

d. Trabalhar para a aproximação e o entrosamento das entidades associadas; e. Prestar serviço de elaboração de projetos rurais, assistência técnica e extensão

rural em projetos agropecuários com a finalidade de promover uma agricultura economicamente viável, ecologicamente equilibrada, socialmente justa;

f. Manter, na medida da disponibilidade, consultoria especializada em assuntos econômicos, financeiros, empresariais, cooperativos e jurídicos;

g. Realizar parcerias ou convênios com entidades pulicas e privadas, nacionais e internacionais, para atender a necessidade das associadas;

h. Promover a educação cooperativista e o desenvolvimento da economia solidária; i. Promover ações voltadas para a defesa do meio ambiente;

j. Prestar assistência técnica empresarial, jurídica as suas associadas.

Em relação à cooperativa Central de Crédito, esta possui, por sua vez, caráter diretivo, normativo, fiscalizador e de suporte ao bom desempenho de suas filiadas. Para isso, “parte de suas funções são definidas pela Resolução nº 2.771, do Bacen” (BITTENCOURT, 2000, p.74).

Em conformidade com o Estatuto Social do Sistema Central, cap. II, Art. 2º,

15 Institucional - Quem somos. Disponível: <http://www.sistemaascoob.com.br/quem-somos.php >. Acesso em: 17 out. 2014

A ASCOOB CENTRAL tem por objetivo executar serviços administrativos, financeiros, econômicos, creditícios e educativos em benefício de suas Cooperativas Associadas, e a integração financeira do cooperativismo de crédito do estado da Bahia, Brasil, com o propósito de cumprir sua missão no fortalecimento das práticas de agricultura familiar, economia solidária e do desenvolvimento sustentável. Nessa perspectiva, e com base na CONFESOL16, no âmbito da educação

cooperativista, as ações do Sistema ASCOOB têm como objetivo:

Expandir a cultura da cooperação e da solidariedade, fomentando processos de empreendedorismo social e popular e formação de capital social bem como a qualificação de dirigentes, quadro funcional, assessores, educadores, cooperados e parceiros estratégicos (CONFESOL, não paginado);

Em sua dinâmica de trabalho, a proposta da educação cooperativista é a de desenvolver ações de forma integrada, articulada, com os demais setores do Sistema, como é o caso das áreas de microfinanças e de ATER.

O objetivo do trabalho voltado às micfrofinanças consiste em

Fortalecer a economia local, apoiando o desenvolvimento de pequenas atividades produtivas. Para isso os empréstimos são liberados e acompanhados pelos agentes de crédito das cooperativas filiadas, os agentes têm o papel de orientar os beneficiários na utilização adequada dos recursos. Todo o processo é conduzido pelo Agente de Crédito que é personagem–chave no processo, desde a seleção, análise da adequação e do risco, acompanhamento e cobrança, fazendo exercitar na prática operacional os princípios das microfinanças solidárias, com redução de risco e ampliação do impacto econômico social local (CONFESOL, não paginado).

Por suas ações estarem direcionadas à luta contra a pobreza e exclusão dos setores marginalizadas da sociedade, a criação do Programa de Microcrédito – Promic, em 2006, na ASCOOB, está entre uma das mais bem-sucedidas experiências de microfinanças do Sistema. Esta é uma modalidade de crédito de aval-solidário, através da qual são beneficiados micros e pequenos empreendedores da economia popular, tanto no meio urbano como no meio rural.

O aval solidário “é uma forma de incentivo à nucleação, à cooperação e à unidade entre os próprios agricultores (...), uma forma solidária de controle à aplicação do crédito” (CONCRAB, 2007, p. 44) entretanto pode gerar comprometimento mútuo dos agricultores caso não haja pagamento do crédito por uma parcela deles.

(ARAÚJO e CHRISTÓFFOLI, 2015, p. 143).

As operações de microcrédito na ASCOOB possuem valores módicos, com juro mensal de 02 % e favorecem a inclusão de pessoas com rendimentos anuais de até R$ 500 mil.17

16 CONFESOL. Nossas Centrais: ASCOOB – Associação das Cooperativas de Apoio a Economia Familiar.

Disponível: <http://www.confesol.com.br/cenindividual.php?id=NA==#.VxwMKfkrLIU>. Acesso em: 02 mar. 2015.

Por estarem inseridas em regiões marcadas por grandes desigualdades sociais, através das operações de microcrédito as Cooperativas ASCOOB conseguem beneficiar um número significativo de homens, mulheres e jovens, auxiliando-os na superação da pobreza. Isso acontece não só pela promoção do acesso ao crédito, mas também pelo trabalho de orientação dos agentes de microcrédito, quanto à realização de planejamento e controle financeiro dos empreendimentos assistidos.

Assim, pelo seu caráter coletivo, o microcrédito é percebido como um aliado na promoção do desenvolvimento de uma cultura de cooperação e solidariedade entre os sócios cooperados, além de auxiliar o desenvolvimento da família como núcleo produtivo e social.

Figura 1 – Metodologia do Microcrédito ASCOOB

Fonte: ASCOOB COOPERAR (2012) Organizado pela autora No âmbito da Assistência Técnica Rural -

A ASCOOB visa contribuir na construção e implementação de uma nova política de extensão rural, pautada nos processos de transição agroecológica, fortalecendo a perspectiva de convivência com o semiárido, a partir da construção coletiva de conhecimentos, e com o intuito de fortalecer experiências de manejo sustentável dos recursos naturais na produção agropecuária em unidades da agricultura familiar. Busca trabalhar alternativas que proporcionem o acesso aos mercados para os

17 Público - alvo do Microcrédito: Micros e pequenos empreendimentos rurais ou urbanos; Profissionais

autônomos e liberais. Notas: 1) Os empreendimentos podem ser formais ou informais, permitindo assim operações com o (s) titular (es) do empreendimento (PF); 2) Os empréstimos estão limitados à empreendimentos com faturamento anual de até 500 mil.Os sistemas de garantias desta modalidade de crédito se baseiam nas potencialidades e características dos micros e pequenos negócios informais, valorizando as relações sociais do tomador junto aos seus pares e à comunidade em que vive e/ou trabalha (capital social), utilizando-se modelos de garantias pessoais alternativos (avais em grupo e aval individual), com aplicação ajustada às condições de cada cooperado. Fonte: Manual de Operações e de Controle Interno das atividades de Microfinanças – ASCOOB (2011, p. 05).

produtos da agricultura familiar, mediante estratégias como o fortalecimento das feiras agroecológicas, dos mercados solidários, do acesso ao crédito e da articulação com as demais políticas para a agricultura familiar, como é o caso do PAA e do PNAE, construindo assim uma nova abordagem de atuação (ATER), cujos protagonistas principais são agricultores e a valorização dos seus conhecimentos, fomentado suas capacidades criativas (CONFESOL, não paginado).

Para tanto, são funções do setor de ATER a institucionalização da política de crédito do PRONAF, através da captação de recursos junto ao Banco do Brasil, Banco do Nordeste e DESENBAHIA; a capacitação técnica voltada à sustentabilidade das propriedades e a segurança alimentar das famílias.

Com base em informações institucionais, uma das formas adotadas pela ASCOOB, para favorecer o serviço de ATER aos agricultores familiares, nos últimos anos, tem sido a execução de convênios junto a Secretaria de Agricultura do MDA e da Superintendência da Agricultura do Estado da Bahia (SUAF/SEAGRI).

O trabalho desenvolvido através das Chamadas Públicas de ATER baseia-se na Política Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural - PNATER para agricultores/as familiares, estando voltado, em especial, às temáticas da agroecologia, segurança alimentar, geração de trabalho e renda, e a organização social dos beneficiários.

Conforme consta no Projeto de Chamada Pública – SAF/ATER nº 02/2014, Lote: 08, elaborado pelo Sistema, por meio dessa política, a ASCOOB visa corresponder às necessidades de assistência técnica dos agricultores familiares, na perspectiva do acesso às políticas públicas direcionadas à agricultura familiar (crédito, assistência técnica, comercialização, beneficiamento da produção, garantia safra, PAA, PNAE, dentre outros), garantindo melhorias da qualidade de vida e dos indicadores socioeconômicos dos agricultores . Por outro lado, a execução das Chamadas Públicas de ATER cumpre um papel relevante, no sentido de favorecer a inserção dos agricultores familiares no contexto das lutas e do debate acerca da Agricultura Familiar e Assistência Técnica, tanto em nível estadual como a nível nacional. Entretanto, dentro da proposta de serviços de ATER da ASCOOB, verifica-se a existência do desafio de se trabalhar, com mais ênfase, uma política voltada à questão da igualdade de gênero, a promoção dos direitos das mulheres, bem como a inclusão da juventude rural.

Quadro 3 - Espaços participados pelo Sistema ASCOOB no âmbito da ATER ATER PARA AS

FAMILIAS

Rede Ater Nordeste

Fórum Estadual de Agricultura Familiar Rede Parceiros da Terra – Reparte SEGURANÇA

ALIMENTAR

Conselho Nacional de Segurança Alimentar Conselho Estadual de Segurança Alimentar Asa – Articulação do Semiárido Brasileiro

Grupo de Trabalho do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA nomeado por FNDE/MEC

Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar

GT ATER e Segurança Alimentar do Território do Sisal Fórum Estadual de Economia Solidária

Conselho de Desenvolvimento Sustentável do Território da Bacia do Jacuípe Conselho de Desenvolvimento Sustentável do Território do Sisal

AGROECOLOGIA Comitê Nacional de Agroecologia

Fonte: Projeto de Chamada Pública – SAF/ATER nº 02/2014, Lote: 08.

A maior inserção do Sistema ASCOOB ainda se concentra nos municípios dos Estados da Bahia, com menor atuação nos Estados de SE e AL.

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