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2. Seminário de Formação dos Formadores nos Instrumentos de Avaliação Ambiental

3.4.2. Áreas Marinhas Protegidas Insulares

3.4.2.1. Fiscalização participativa

A fiscalização participativa de actividades económicas nas ilhas organizadas pela Casa de Ambiente e Cultura Bolama-Bijagós (CACBB) se concentrou durante o ano 2007 à volta de três complexos insulares, Orango, João Vieira e Caravela. Grandes superfícies, consideradas como sensíveis e classificadas como áreas centrais e de protecção integral no quadro da zonagem da Reserva da Biosfera do Arquipélago Bolama- Bijagós (RBABB) localizam-se ao entorno deste grupo de ilhas. Enquanto que os dois primeiros já foram classificados como Parques Nacionais, o complexo de Caravela não dispõe todavia dum estatuto legal.

Saída para uma fiscalização participativa

Com a pressão que se exerceu, sobretudo ao nível do PNO em 2006, que resultou no desmantelamento dos dois últimos acampamentos da pesca artesanal da zona, o grupo de Caravela (Caravela, Caraxe e ilhéu dos Porcos) passou a albergar os maiores acampamentos de todo o Arquipélago. Daí a necessidade de incluir este complexo insular nas estratégias de fiscalização, com vista a seguir de perto as actividades associadas a estas estruturas clandestinas. Nestes últimos anos, registou-se a presença de mais de 11 acampamentos da pesca artesanal neste grupo de ilhas do Norte, sendo a de ilhas de Porcos a mais mediatizada, por representar ameaças e impactes visíveis e irreversíveis sobre o ecossistema insular.

Assim sendo, três das seis missões de fiscalização participativa organizadas, foram especialmente dirigidas para a ilha dos Porcos. As mesmas resultaram na assinatura dum

compromisso de engajamento entre a equipa de fiscalização e os representantes das diferentes nacionalidades do grupo de pescadores ocupantes desta ilha. O abandono da ilha até dia 1 de Novembro representou o ponto principal deste termo de responsabilidades. Para pressionar e fiscalizar o seguimento deste compromisso assinado unanimemente, o IBAP financiou através da CACBB missões sistemáticas de fiscalização dirigidas pela estrutura administrativa estatal do Sector de Caravela/Formosa, culminando no abandono definitivo deste acampamento.

Acampamento da pesca artesanal do ilhéu de Porcos

3.4.2.2. Fiscalização regular nas AMP’s

Para além da fiscalização participativa, os dois parques nacionais marinhos insulares sob a gestão directa do IBAP têm também organizado missões regulares de patrulhamento e de seguimento de actividades socio-económicas no interior e nos arredores de suas respectivas áreas de jurisdição. No PNO foram realizadas um total de oito missões de fiscalização a zona marinha deste parque. Durante as mesmas foram intersectadas três embarcações exercendo actividades da pesca em zonas reservadas, resultando assim em apreensões. Outro fenómeno constatado ao nível deste parque é o surgimento de acampamentos temporários de pescadores residentes em Adonga e Imbone. Esta situação constitui motivo de preocupação da direcção do PNO, pois a historia dos acampamentos que outrora invadiu toda a zona central começou precisamente nestes moldes.

Ao nível do PNMJVP foram realizadas no decorrer do primeiro semestre de 2007 cerca de três dezenas de deslocações de dois dias cada no interior do parque. Observar e seguir espécies patrimoniais, tais como as tartarugas marinhas, aves migradores e o papagaio cinzento foram os objectivos norteadores destas digressões. Paralelamente, estas saídas serviram também para observar a presença de pescadores ilegais nas águas do parque. Constatou-se no entanto, uma fraca afluência de embarcações da pesca artesanal durante este período. Razões para tal podem dum lado estar associadas ao rigor que se tem aplicado nos últimos tempo contra os infractores e por outro lado, estar ligado ao estacionamento permanente duma equipa de agentes do FISCAP e da Marinha Nacional em Bubaque quem têm fiscalizado constantemente esta zona.

O 2º semestre foi marcado com a campanha de seguimento e monitorização das tartarugas marinhas no ilhéu de Poilão. As deslocações e estadias na ilhota de Poilão permitiram fiscalizar simultaneamente as águas deste parque nacional. Durante estas campanhas foi observado unicamente ao largo do ilhéu de Poilão uma canoa vindo de Joal (Republica de Senegal) na prática de pesca ilegal. A referida canoa acabou por se naufragar, tendo sido 12 pessoas resgatadas com o apoio da equipa do parque e outros 5 elementos da tripulação desaparecidos. Mais tarde, já em Dezembro, foi encontrado e aprisionado uma canoa vindo de Bissau com a tripulação senegalesa a bordo na pratica de pesca a linha dentro do limite do parque.

3.4.2.3. Visita ministerial

Informações sobre o estado de degradação do mangal, da utilização de técnicas e engenhos de pesca proibidas na Lei Geral das Pescas e no Regulamento da Pesca Artesanal, do estado de sanidade e da promiscuidade geral reinante neste

acampamento assim como o eventual papel que o mesmo poderá jogar no trafico de estupefacientes e outros produtos e na facilitação da emigração clandestina não devem ficar unicamente ao nível da região. Nesta óptica, o IBAP/CACBB organizou um périplo entre 21-23 ao Arquipélago dos Bijagós, fazendo a Delegação passar também pelo Ilhéu dos Porcos. Durante a deslocação, a comitiva constituída pela Suas Excelências Senhores Eng. Soares SAMBÚ, Engº. Daniel Suleimane EMBALÓ, Eng. Nelson GOMES DIAS e o Senhor Hiro MATSUMURA, Ministro dos Recursos Naturais, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Representante da UICN e do PAM respectivamente. Esta missão acompanhada pelo Director do IBAP, Dr. Alfredo Simão DA SILVA visitou ainda os dois parques nacionais insulares (PNO e PNMJVP) e Bubaque, onde se deu uma conferência de imprensa.

A participação do representante do PAM nesta missão relaciona-se com as perspectivas de apoio ao funcionamento de cantinas escolares nas Escolas das áreas protegidas (ver

3.1.15). Visita conjunta as AMP´s-Insulares

3.5. Pesquisa, Conservação e Monitoria das espécies, dos ecossistemas e da biodiversidade

A conciliação entre a conservação das espécies e da biodiversidade com as necessidades de desenvolvimento das comunidades humanas concernentes só pode ser garantida mediante acções de pesquisa acompanhantes. Outrossim, para se obter elementos essenciais para o processo de planificação e gestão, a qualidade ambiental das AP’s deve ser acompanhada de forma sistemática através dum sistema de monitoria. Considerando a presença das comunidades humanas em todas as AP’s do país e dos potenciais conflitos dela advinda, a questão da relação entre o Homem e as espécies animais constituíram prioridades nas acções de pesquisa e monitoria, visando sobretudo a conservação e a valorização deste ultimo para servir de forma duradoura os interesses das comunidades residentes.

Durante o ano 2007 foram realizadas os seguintes estudos e missões de seguimento das espécies e da biodiversidade:

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