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No Brasil, áreas protegidas são legalmente definidas como espaços territorialmente demarcados, geridos por meios legais ou outros igualmente eficazes, com a finalidade de preservação e/ou conservação da natu- reza e de valores culturais a eles associados.

Segundo a União Mundial para a Conservação da Na- tureza (International Union for Conservation of Na- ture – IUCN), áreas protegidas podem ser definidas como “uma área terrestre e/ou marinha especialmente dedicada à proteção e manutenção da diversidade bio- lógica e dos recursos naturais e culturais associados, manejados através de instrumentos legais ou outros instrumentos efetivos” (IUCN, 1994).

No Brasil, existem dois tipos de áreas protegidas: as públicas e as privadas ou particulares. As áreas pro- tegidas públicas são divididas em terras indígenas e unidades de conservação. Por sua vez, as unidades de conservação são divididas em diferentes categorias, de acordo com seus objetivos. As categorias e os objeti- vos estão definidos na Lei 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). As áreas protegidas privadas ou particulares são esta- belecidas pela Lei 4.771/1965, que instituiu o Código Florestal. Todas as propriedades privadas devem man- ter uma área de Reserva Legal e preservar as Áreas de

Preservação Permanente. Além disso, os proprietários podem, por vontade própria, criar reservas privadas, definidas como Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) no Snuc.

Unidades de Conservação

Unidades de Conservação são definidas como “es- paço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção” (Lei 9.985/2000). As unidades de conservação dividem-se em dois gru- pos: Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável. Cada um desses grupos apresenta diver- sas categorias com diferentes objetivos específicos. O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza. É admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais. O objetivo básico das Uni- dades de Uso Sustentável é compatibilizar a conserva- ção da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.

Unidades de conservação federais (novembro 2010)

UC Categoria Área (em ha)

Proteção Integral Estação Ecológica 31 6.930.026 Monumento Natural 3 44.285 Parque Nacional 67 24.771.839 Reserva Biológica 29 3.868.932 Refúgio da Vida Silvestre 7 201.880

Subtotal 137 35.816.962

Uso Sustentável

Área de Proteção Ambiental 32 9.941.514 Área de Relevante Interesse

Ecológico 15 38.624 Floresta Nacional 65 16.099.656 Reserva de Desenvolvimento Sustentável 1 64.441 Reserva Extrativista 59 12.293.296 Subtotal 172 38.437.531 Total geral 309 74.254.493

Unidades de conservação estaduais (novembro 2010)

UC Categoria Área (em ha)

Proteção Integral Estação Ecológica 47 4.576.923 Monumento Natural 11 48.308 Parque Estadual 148 7.650.900 Reserva Biológica 15 1.252.576 Refúgio da Vida Silvestre 6 108.618

Subtotal 227 13.637.325 Uso Sustentável Área de Proteção Ambiental 112 20.856.808 Área de Relevante Interesse Ecológico 20 10.242 Floresta Estadual 17 9.401.955 Reserva de Desenvolvimento Sustentável 18 9.547.486 Reserva Extrativista 3 667.438 Subtotal 170 40.483.929 Total geral 397 54.121.254

Unidades de conservação por bioma (novembro 2010)

Bioma Federais Estaduais

Área (em ha) % Área (em ha) %

Amazônia 59.165.652 79,7 40.584.278 75,0 Caatinga 2.024.606 2,7 2.971.808 5,5 Cerrado 7.326.442 9,9 5.684.387 10,5 Pantanal 14.253 0,0 290.700 0,5 Mata Atlântica 3.573.813 4,8 4.225.274 7,8 Pampa 470.725 0,6 - - Marinho Costeiro 1.679.002 2,3 364.807 0,7 Total 74.254.493 100 54.121.254 100

Fonte: Brasil. MMA (2010b).

Terras Indígenas

Terras indígenas são terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, definidas como: “aquelas por eles habi- tadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preserva- ção dos recursos ambientais necessários a seu bem-es- tar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições”. Embora os índios detenham a posse permanente, essas terras são bens da União (BRASIL. CF, 1988).

Situação das terras indígenas brasileiras (2009)

Situação Quantidade % Área (em ha)

Em estudo 123 - - Delimitada 33 1,66 1.751.576 Declarada 30 7,67 8.101.306 Homologada 27 3,40 3.599.921 Regularizada 398 87,27 92.219.200 Total 611 100 105.672.003 Fonte: FUNAI (2009).

Áreas de Preservação Permanente

Áreas de Preservação Permanente (APP) são áre- as protegidas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/1965), cobertas ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídri- cos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversi- dade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. As Áreas de Preservação Permanente estão localizadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d’água; ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d’água naturais ou artificiais; nas nascentes; no topo de morros, montes, montanhas e serras; nas encostas ou partes destas; nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; nas bordas dos tabuleiros ou chapadas;

e em altitude superior a 1.800 metros. Não é permiti- do fazer uso dos recursos florestais em áreas de APP. A supressão da vegetação em APP somente pode ser autorizada em casos de utilidade pública ou interesse social.

Reserva Legal

Reserva Legal é definida como “área localizada no inte- rior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas” (Códi- go Florestal Brasileiro – Lei 4.771/1965). Nessas áreas é permitido o manejo florestal sustentável para a produ- ção de bens e serviços, desde que o plano de manejo seja aprovado pelo órgão de governo competente.

O Código Florestal determina que seja mantido, a títu- lo de Reserva Legal, no mínimo:

• 80%, na propriedade rural situada em área de flores- ta localizada na Amazônia Legal;

• 35%, na propriedade rural situada em área de cerra- do localizada na Amazônia Legal;

• 20%, na propriedade rural situada em área de flores- ta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País;

• 20%, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do país.

Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa)

O programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), coordenado pelo Ministério do Meio Am- biente, foi criado em 2003 e tem como principal objetivo assegurar e apoiar o investimento de re- cursos para a criação, consolidação e manutenção de 60 milhões de hectares em unidades de conser- vação na Amazônia brasileira. Durante a primei- ra fase, finalizada em 2009, o programa apoiou o estabelecimento e a consolidação de 62 unidades de conservação, totalizando mais de 32 milhões de hectares de área protegida. Desse total, 31 são unidades de proteção integral (21,1 milhões de ha) e 31 unidades são de uso sustentável (10,9 mi- lhões de ha) (WWF, 2010b).

Biodiversidade

A Assembléia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, um momento de reflexão sobre o papel da diversidade bioló- gica como provedora de uma infinidade de bens e serviços ecológicos essenciais à qualidade de vida humana. O Brasil abriga uma das floras mais diversas e exuberan- tes do planeta. Estudos indicam que pelo menos 103.870 espécies animais e 43.020 espécies vegetais ocorrem no Brasil. Em média, 700 novas espécies animais são reco- nhecidas por ano no Brasil (Brasil. MMA, 2006). A Floresta Amazônica ocupa um lugar de destaque nesse cenário e sua importância é reconhecida mun- dialmente. Cerca de 10% de toda a diversidade do pla- neta encontra-se na região amazônica (MPEG, 2001). Nos últimos dez anos, foram descobertas na região amazônica 637 plantas. Dentre elas destacam-se novos membros da família da pinha (Annonaceae), seringuei- ra (Euphorbiaceae) e das palmeiras (Arecaceae). Também foram descobertas mais de 563 novas espécies de ver- tebrados, o que equivale à taxa de uma descoberta a cada três dias, sem considerar os invertebrados. Desta- ca-se a descoberta de 257 peixes, 219 anfíbios, 55 rép- teis, 16 aves e 39 mamíferos, na região. Entre as novas espécies de mamíferos, estão um boto, sete primatas, dois porcos-espinhos, nove morcegos, seis marsupiais e 14 roedores (WWF, 2010a).

Espécies Ameaçadas e Protegidas

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