• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 2 – INTERCULTURALIDADE E TRANSMODERNIDADE: PARA UM PARADIGMA DECOLONIAL DOS DIREITOS HUMANOS

2.3. Ética da Libertação e direitos humanos

2.3.1. Os critérios fundamentais da Ética da Libertação: razão material, formal e de factibilidade

A Ética da Libertação é uma ética da vida humana, como modo de realidade do ser humano que está inserido em diversos níveis no plano do real concreto. Esses níveis podem ser observados no esquema abaixo, que tomamos de DUSSEL (2002a, p. 133):

Tabela 1: Diversos níveis a se considerar:

* Esclarecimentos do esquema: 1. Ordem da realidade, da vida humana do sujeito (universal). 2. Ordem ontológico-cultural (materialmente particular). 3. Ordem das mediações (razão instrumental)

A coluna 1 representa o nível fundamental da vida humana para além de qualquer modo de vida presente num dado mundo cultural. Trata-se de um momento pré ou trans-ontológico, pois o mundo cultural da”visão de mundo” (Weltanschaung) heideggeriana é já cultural, imersa numa Totalidade histórico-concreta determinada, ontológica. Este mundo cultural moverá então os recursos que tenha a disposição para cumprir com seus valores culturais, sob a forma de uma razão instrumental, estratégica, baseada na relação entre meios e fins.

Contra as diversas éticas de caráter unilateral (apenas material, formal ou instrumental), a Ética da Libertação busca subsumir e articular as seguintes racionalidades (DUSSEL, 2002a, primeira parte):

razão prático-material (pretensão de verdade prática quanto à produção, 1. O Real, âmbito da vida

do sujeito ético. 2. Mundo das culturas e da interculturalidade 3. Horizonte dos meios-fins Razão prático-material ou

ético-originária (o Outro como igual)

Razão hermenêutica,

ontológica Razão instrumental, estratégica, científica Enunciados ou juízos de

fato, juízos éticos materiais, normativos

Enunciados normativos,

valorativos Juízos de fato

Verdade prática Validade, validade cultural,

reprodução e desenvolvimento da vida humana);

razão ético-originária (reconhecimento do Outro como igual); que fundamenta a

razão discursiva (que alcança no consenso a validade intersubjetiva pela participação simétrica dos “outros”, reconhecidos e tratados como iguais);

e define uma razão instrumental (estratégica) que é subsumida numa razão ética de factibilidade (sempre baseada numa utopia, que se materializa numa norma, ato, sistema de eticidade que será “bom” ou “mau”).

O ato, a norma, instituição ou o sistema de eticidade, desde a perspectiva da ética, terá então pretensão de bondade quando cumpre com os diversos critérios estabelecidos (material, formal e de factibilidade). O problema das éticas unilaterais será então considerar suficiente para uma justa pretensão de bondade a atenção a apenas um desses critérios, deixando os demais sem respostas consistentes.

Assim, uma ética formal (como é o caso da ética do discurso de K. O. APEL e de HABERMAS) considerará apenas os elementos procedimentais, sem levar em consideração o aspecto material da produção e reprodução da vida humana. Por outro lado, uma ética apenas material levará em consideração este último aspecto, deixando de lado as condições formais e de factibilidade necessárias para uma séria pretensão de bondade por parte do sujeito ou da instituição concreta.

A Ética da Libertação busca superar essas limitações incorporando todos estes elementos numa arquitetura complexa, que parte do critério material (da produção e reprodução da vida humana em comunidade) e incorpora o critério formal (das condições procedimentais para a participação simétrica de todos os sujeitos implicados), além do critério da factibilidade (de caráter instrumental, baseado na relação meio-fim). A pretensão de bondade de todo ato, norma, instituição ou sistema de eticidade deve levar em consideração as condições impostas por estes 3 (três) critérios, sem última instância.

2.3.2. A Ética da Libertação como ética crítica das vítimas

Em todo sistema social histórico-concreto, a atenção perfeita e equilibrada a todos os critérios subsumidos pela Ética da Libertação é rigorosamente impossível, motivo pelo qual a pretensão de bondade nunca se efetiva de forma perfeita.

Sempre há um limite que impede a plena produção e reprodução da vida humana, a perfeita participação simétrica de todos os sujeitos nas decisões que lhes afetam, ou a perfeita realização dos objetivos traçados desde uma perspectiva instrumental.

Esse caráter imperfeito dos sistemas humanos histórico-concretos produz vítimas, que lutarão pela transformação destes sistemas a partir de uma ética crítica, que terá então os seguintes níveis de racionalidade (cf. DUSSEL, 2002a, segunda parte):

• razão prático-material crítica (descoberta dos efeitos negativos da ordem ética vigente, dos quais as vítimas tomam consciência negativamente);

• razão ética-pré originária crítica (reconhecimento do Outro não mais como “igual” e nem como “di-ferente”, mas como “dis-tinto”, como vítima);

• razão discursiva crítica (da comunidade crítica de vítimas, que alcança uma validade contra-hegemônica ao descobrir a “não-validade” dos consensos do sistema dominante, que impôs a condição assimétrica das vítimas);

• razão instrumental (estratégica) que é subsumida numa razão ética de factibilidade crítica, como razão libertadora propriamente dita (baseada numa utopia que denuncia a ordem vigente, ao mesmo tempo em que anuncia o projeto factível futuro, que se materializa em novos atos, normas, sistemas de eticidade concebidos como “bons”, mas jamais perfeitos, e sim perfectíveis).

A Ética da Libertação situa-se precisamente neste segundo momento propriamente crítico, pois parte das vítimas de todo ato, norma, instituição ou sistema de eticidade concreto. Sua perspectiva será a da subsunção de cada uma dessas racionalidades críticas sem última instância, o que significa que não se trata de cair num “economicismo” (prevalência da razão prático-material crítica), num “democratismo” (no qual prevalece a razão discursiva crítica) ou num “taticismo” (prevalência da razão instrumental), mas de compor uma intersubjetividade crítica equilibrada, complexa, que não descuida de nenhum de seus aspectos fundamentais na práxis de libertação.

Dentro de cada um dos níveis de racionalidade crítica acima apontados, a Ética da Libertação constituirá postulados ético-críticos, que são enunciados logicamente possíveis, mas empiricamente impossíveis. Longe de serem inúteis, tais postulados configuram-se como instrumentos para toda crítica dos sistemas sociais

vigentes; ou, parafraseando o famoso conto de Eduardo GALEANO, os postulados (assim como a utopia) seriam então como as estrelas para os navegadores: impossíveis de se acessar, mas úteis para orientar a navegação.

Vejamos então de modo bastante sucinto a forma como estes postulados ético-críticos atuam em cada um dos critérios fundamentais da Ética da Libertação, e como tais postulados podem ser adotados na luta pela implementação dos direitos humanos.

2.3.2.1. O critério crítico-material e os direitos humanos econômicos, sociais, culturais e ambientais (DHESCAs)

Como dissemos, o critério material está relacionado às condições de conteúdo da produção e reprodução da vida concreta. Dentro deste critério se encontra o mundo da cultura, das relações com a natureza, da produção e reprodução da vida humana na esfera econômica, erótica etc. de um dado grupo social. Cada cultura tem seu próprio modo de construção deste critério material (que é material, pois se refere ao conteúdo, e não à forma), definindo assim sua própria noção de dignidade humana (como “direitos humanos”, svadharma etc.). Sua perspectiva será da pretensão de verdade prático-material, que estrutura o sistema de eticidade histórico-concreto.

A existência de vítimas materiais do sistema de eticidade vigente (na figura do pobre, da mulher dominada, dos afetados ambientais, dos povos periféricos em suas culturas dominadas etc.) ensejará então uma pretensão universal de verdade prático-material crítica, a partir da qual as “verdades” vigentes (da economia capitalista como justa, da superioridade do homem sobre a mulher, da superioridade da cultura europeia etc.) se tornam agora não-verdades. Há, portanto, a formulação por parte das vítimas de uma nova pretensão de verdade, que, ao ver a “verdade” vigente como uma negação da “verdade”, trata de negar essa negação afirmando a “nova verdade”.

Os chamados DHESCA90 são um exemplo ilustrativo desse processo, pois as classes e os grupos sociais oprimidos materialmente, que são impedidos de produzir e reproduzir sua vida humana concreta em comunidade, tratam de negar essa negação a partir da afirmação de uma série de demandas com pretensão universal

de verdade prático-material crítica. O direito a terra, direito a moradia, direito ao trabalho, direito a cultura, direito a saúde, direito ao próprio corpo são direitos afirmados pelos oprimidos nestes diversos níveis, e buscam sintetizar os elementos mínimos que devem estar presentes em todas as sociedades, para além das peculiaridades quanto ao modo como tais direitos serão garantidos91.

Como ponto de partida da Ética da Libertação, o critério material mostra a impropriedade de se tratar os DHESCA como direitos humanos de “segunda dimensão”. Ainda que historicamente tais direitos tenham sido afirmados apenas após a positivação dos direitos civis e políticos, os DHESCA têm por função garantir a produção e reprodução da vida humana concreta. E sem a vida humana, os próprios direitos civis e políticos não existiriam...

2.3.2.2. O critério crítico-formal e os direitos humanos civis e políticos

O critério formal da ética, por sua vez, está relacionado às condições formais de todo ato, norma, instituição ou sistema de eticidade histórico, tendo como perspectiva a participação simétrica dos afetados. As condições de participação dos sujeitos em cada campo prático serão analisadas desde este critério, definindo assim uma pretensão de validade formal que se soma ao critério material na estruturação do sistema de eticidade histórico-concreto.

A existência de vítimas formais do sistema de eticidade vigente (na figura do excluído, do dominado que não tem acesso às decisões que lhe afetam, ou que não possuam condições de simetria para essa participação) enseja uma pretensão universal de validade crítico-formal, a partir da qual as decisões consideradas “válidas” pelo sistema vigente (as decisões políticas que não consultam o povo, as políticas públicas tecnocráticas e sem participação popular, as normas produzidas sem a participação consciente e informada do povo) se tornam agora “in-válidas”. Isso porque as vítimas formulam uma nova pretensão de validade, que nega a sua exclusão (negação da negação) dos processos decisórios que lhes afetam, afirmando esse novo critério crítico de validade.

Os direitos civis e políticos se inscrevem nessa lógica, pois buscam garantir

91 O que não se confunde com a perspectiva cínica que considera os DHESCAs como meros “postulados” de

aplicação progressiva, enquanto os direitos civis e políticos seriam de aplicabilidade imediata. Pelo contrário, todo direito humano afirmado tem a pretensão de aplicabilidade imediata, ainda que sempre de modo imperfeito. Isso vale não apenas para os DHESCAs, mas também para os próprios direitos civis e políticos.

condições mínimas para a participação dos sujeitos nas decisões que afetam a sua realidade. O modo como estes direitos serão exercidos dentro de cada sociedade (como democracia representativa, participativa etc.) é um tema a ser tratado a partir de cada cultura e cada tradição. No entanto, a pretensão de validade crítico-formal impulsiona sempre à máxima participação simétrica de todos os sujeitos, o que resulta em processos de luta pela expansão dos direitos civis e políticos reconhecidos pela ordem jurídica vigente.

2.3.2.3. O critério da factibilidade crítica e a luta estratégica pela efetivação dos direitos humanos

Por fim, o critério de factibilidade diz respeito ao aspecto propriamente instrumental necessário a viabilizar os critérios anteriores. Devem ser factíveis tanto a produção e reprodução da vida concreta, como a participação simétrica dos sujeitos nas decisões que lhes afetam; para isso, são necessárias mediações sem as quais de nada adiantariam os dois primeiros critérios. Desse modo, a pretensão de factibilidade busca estruturar o sistema de eticidade histórico-concreto a partir de mediações institucionais.

Muitas vezes as vítimas são produzidas não por defeitos no critério material ou formal de um dado sistema de eticidade, mas porque estes não são factíveis, não existem mediações, instrumentos, instituições que garantam o seu cumprimento. Contra essa situação, as vítimas formulam uma pretensão de factibilidade crítica, também denominada por DUSSEL (2002a, p. 392-401) como princípio-libertação, que orienta a práxis concreta dos oprimidos a partir de ações que sejam efetivamente factíveis. Assim, os oprimidos se valem da razão instrumental para a sua própria libertação.

A crítica à razão instrumental deve ser portanto uma crítica da ausência dos demais critérios que dão fundamento a ela. A Ética da Libertação retoma a razão instrumental para pensar os aspectos estratégicos e táticos da práxis concreta dos oprimidos, desde o nível das ações dos sujeitos singulares até o nível das instituições e dos princípios existentes.

Consideramos que este é de longe o principal aspecto ausente no debate sobre a efetivação dos direitos humanos hoje. Em geral, as declarações e tratados internacionais de direitos humanos não estabelecem critérios de factibilidade

efetivos, o que acaba sendo um tema esquecido pelos próprios teóricos e especialistas na área. Não apenas os DHESCAs, mas também os direitos civis e políticos sempre se efetivam por meio de instituições, e ainda que em geral suas especificações sejam temas alheios ao debate propriamente ético, as suas condições mínimas devem ser sim discutidas, indicadas.

Apesar disso, vale a pena salientar que alguns avanços hoje no que se refere ao aspecto da factibilidade dos direitos humanos na América Latina. Conforme lembra Cesar BALDI (2014), há avanços em países como a Colômbia no que se refere ao acompanhamento pelo Poder Judiciário do processo de efetivação dos DHESCAs a partir das políticas públicas implementadas. Ademais, não podemos esquecer dos avanços que as novas Constituições venezuelana, equatoriana e boliviana trouxeram para a efetivação dos direitos humanos em seus respectivos países.

2.3.3. A Ética da Libertação e o “diamante ético dos direitos humanos”

Como vimos no item anterior, a Ética da Libertação, como ética crítica que engloba os critérios material, formal e de factibilidade, contribui para a fundamentação da práxis de libertação dos oprimidos, que, organizados em movimentos sociais de diversos tipos (sindicatos, associações, movimentos, cooperativas, grupos de bairro etc.), lutam pela afirmação de novos direitos. Trata-se da base fundamental para a criação jurídica, conforme aponta DUSSEL (2006a, p. 150):

Inicialmente, esse novo direito se dá somente na subjetividade dos oprimidos ou excluídos. Diante do triunfo do movimento rebelde se impõe historicamente o novo direito, e se adiciona como um direito novo à lista dos direitos positivos.

Esta luta tem como ponto de partida a dignidade humana, que, como dissemos, não é um “valor”, mas o fundamento de todos os valores. Sua afirmação, sob a forma da luta social e política dos oprimidos, é o que movimenta constantemente a “invenção” e “re-invenção” dos direitos humanos, desde o período das revoluções burguesas até hoje, como reconhece também o professor Joaquin HERRERA FLORES (2007, p. 28):

[…] el contenido básico de los derechos humanos no es el derecho a tener derechos (círculo cerrado que no ha cumplido con sus objetivos desdeque se “declaró” hace casi seis décadas). Para nosotros, el contenido básico de los derechos humanos será el conjunto de luchas por la dignidad, cuyos resultados, si es que tenemos el poder necesario para ello, deberán ser garantizados por las normas jurídicas, las políticas públicas y una economía abierta a las exigencias de la dignidad.

A necessidade de uma concepção abrangente e totalizante sobre a ética em sua relação com os direitos humanos levou o jurista espanhol a construir, em sua célebre obra A re-invenção dos direitos humanos (na qual nos inspiramos inclusive para o título da presente tese), uma proposta teórica denominada como o diamante ético dos direitos humanos. Trata-se de uma proposta teórica crítica e complexa sobre os direitos humanos como produtos de múltiplas determinações (HERRERA FLORES, 2007, p. 107):

Como diamante nuestra figura pretende afirmar la indiscutible interdependencia entre los múltiples componentes que definen los derechos humanos en el mundo contemporáneo. Y como diamante ético nos lanzamos a una apuesta: los derechos humanos vistos en su real complejidad constituyen el marco para construir una ética que tenga como horizonte la consecución de las condiciones para que “todas y todos” (individuos, culturas, formas devida) puedan llevar a la práctica su concepción de la dignidad humana.

A estrutura deste “diamante ético”, segundo o autor, é definida a partir de um eixo teórico (vertical) e de um eixo prático (horizontal), cuja formatação gráfica apresentamos a seguir (HERRERA FLORES, 2007, p. 109):

Figura 1: Diamante ético dos direitos humanos

Assim, conceitos como teorias, posição, espaço, valores, narração e instituições comporão uma semântica dos direitos humanos; enquanto conceitos como forças produtivas, disposição, desenvolvimento, práticas sociais, temporalidade/historicidade, e relações sociais de produção, gênero ou técnicas constituirão uma pragmática dos direitos humanos.

HERRERA FLORES é reconhecido hoje como a principal referência para uma teoria crítica dos direitos humanos, que supera a perspectiva liberal e eurocêntrica dominante. Sua obra tem sido objeto de diversas investigações de fôlego, que ressaltam a importância deste autor para a construção de um novo paradigma crítico e decolonial dos direitos humanos na América Latina92.

De nossa parte, ante a complexidade de sua teoria e dos diversos conceitos, categorias e mediações presentes na visão totalizante do diamante ético dos direitos humanos, pretendemos na verdade apenas indicar as possibilidades de diálogo com a Ética da Libertação, cuja arquitetura complexa buscamos explicitar nos itens anteriores.

O que nos chama atenção nessa proposta de diálogo é que, com as devidas

92 Para uma perspectiva totalizante da obra de HERRERA FLORES, indicamos a tese doutoral de GÁNDARA

CARBALLIDO (2013), com quem tivemos a oportunidade de dialogar sobre a descolonização dos direitos humanos a partir da experiência da Defensoría del Pueblo na República Bolivariana da Venezuela, que comentaremos no capítulo 4.

ressalvas quanto às distinções categoriais existentes, nos parece que a semântica dos direitos humanos está para HERRERA FLORES assim como o critério formal da ética está para DUSSEL. Por outro lado, a pragmática dos direitos humanos do jurista espanhol contém conceitos que se situam ora no critério material, ora no critério da factibilidade da Ética da Libertação do filósofo argentino-mexicano.

Nossa impressão, no entanto, é que, pelo fato de se debruçar desde o final da década de 1960 sobre o tema da ética, sobretudo para a construção de uma Ética da Libertação na América Latina, a proposta arquitetônica de DUSSEL apresenta uma maior complexidade que a do próprio HERRERA FLORES, motivo pelo qual seria possível a subsunção do diamante ético dos direitos humanos pela Ética da Libertação. Ou então, quiçá, a Ética da Libertação possa vir a dar o “polimento final” a essa valiosa joia teórica que nos foi proporcionada pelo professor espanhol.

2.4. A dignidade humana segundo o sistema de eticidade moderno-colonial: o