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Índice de área foliar e fração de cobertura do solo

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3 Variáveis vegetativas fenológicas dos tratamentos

4.3.3 Índice de área foliar e fração de cobertura do solo

Conforme a análise de variância (Tabela 10A), observou-se que os fatores lâminas (A) e época de suspensão da irrigação (E) agiram de modo independente em relação à variação do índice de área foliar (IAF) e fração de cobertura (fc), sendo, todavia, afetados significativamente tanto pelas lâminas (A) quanto pelas épocas (E). Essas características também variaram significativamente ao longo do ciclo da cultura (T), observando-se interação significativa com as épocas (ExT) e as lâminas (AxT). Os valores de fc obtidos conforme Rios et al. (2011a) e IAF estimado segundo metodologia aqui posposta, em termos médios, quando submetidos à análise de regressão (Tabela

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11A), tanto em função das lâminas (A) quanto em função das épocas (E), indicaram um ajuste linear simples, a 1% de significância, com coeficientes de determinação (R2) entre 87% e 96%. Os valores de IAF indicaram também ajuste cúbico em relação às lâminas (A), significativo a 30% de probabilidade e R2 de 99,9%, com ponto de inflexão na lâmina de referência A3. Dessa forma, foram observados incrementos crescentes com lâminas menores que A3 e, a partir dessa lâmina, para maiores lâminas excedentes à capacidade de campo, os incrementos se deram de forma decrescente, até atingir o máximo IAF com a maior lâmina A5. Esse comportamento indica que a lâmina de referência (A3), possivelmente, é uma condição de transição entre o crescimento e o decrescimento vegetativo de IAF (Figura 29).

FIGURA 29 Médias da fração de cobertura do solo (fc), índice de área foliar estimado (IAF) e respectivas medidas da testemunha (tes), em função das lâminas de água de reposição pela irrigação (A). Os símbolos † e ** correspondem, respectivamente, às significâncias dos coeficientes de ajustes, pelo teste t, a 30% e a 1% de probabilidade. Lavras, MG, 2011.

Conforme gráfico da Figura 29, observou-se que, em termos médios, a fração de cobertura fc, obtida conforme Rios et al. (2011a), teve um crescimento

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linear com as maiores lâminas (A), à taxa de 0,083%/%, tendo o menor valor de fc sido observado na testemunha.

Os índices IAF ao longo do ciclo da cultura, em termos médios (Figura 30), tiveram comportamento semelhante aos valores médios da fração de cobertura do solo (fc), com alta correlação, principalmente nas fases I e II, e moderada após a fase III, com redução mais acentuada da curva de IAF em relaçao à curva de fc na fase de senescência, fase IV. Para a testemunha foi observada uma maior correlação entre IAF e fc (IAFe.tes e fc.tes), durante todo o ciclo.

FIGURA 30 Curvas ajustadas aos valores médios de fração de cobertura do solo (fc) e índice de área foliar (IAF) e respectivas curvas para a testemunha (tes), ao longo do ciclo, em dias após a semeadura (DAS). O símbolo ** corresponde à significância dos coeficientes de ajustes pelo teste t, a 1% de probabilidade. Lavras, MG, 2011. As frações de cobertura fc média para os estádios Eo, E1, E2, E3, E4 e E5 foram, respectivamente, de 10%, 43%, 70%, 85%, 80% e 65%, sendo

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máxima de 85% aos 180 DAS, no estádio de maturação primária (E3), indicando que, para atingir fc de 100% de cobertura da área útil, a população de 11.111,1 plantas ha-1 sob espaçamento de 1,2 x 0,75 m poderia ter sua produtividade aumentada com o aumento dessa população de plantas em até 17,65% e/ou redução do espaçamento para 1,0 x 0,75cm. As curvas de ajuste dos valores médios do índice de área foliar (IAF) e fração de cobertura (fc) ao longo do ciclo, desdobrados por lâminas (T:A) e épocas (T:E), tiveram bons ajustes por todos os modelos testados, sendo significativos a 1% de probabilidade e os maiores R2 entre 90% e 99%, segundo o modelo de 3º grau (Tabelas 12A e 13A), com expressivos maiores valores para as curvas de cultivos A4 e A5, e os menores, durante todo o ciclo, para a testemunha (NPR.tes) (Figura 31).

FIGURA 31 Curvas ajustadas aos valores médios do índice de área foliar estimado (IAF), obtidas com o desdobramento das lâminas de água A0, A1, A2, A3, A4 e A5 (A) e épocas de suspensão da irrigação E0, E1, E2, E3, E4 e E5 (E), ao longo do ciclo em dias, após a semeadura (DAS). O símbolo ** corresponde à significância dos coeficientes de ajustes pelo teste t, a 1% de probabilidade. Lavras, MG, 2011.

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Nos estádios Eo, E1, E2, E3, E4 e E5 do tratamento referência (A3E5), respectivamente, aos 86, 120, 149, 177, 196 e 220 DAS, os valores médios de IAF obtidos pela metodologia com o uso do equipamento fotográfico em amostras destrutivas (IAFafe) foram de 0,10; 0,61; 1,40; 1,85; 1,72 e 0,81. Já os obtidos pelo método não destrutivo, com o uso de régua graduada e modelo matemático IAF (IAFmec), foram de 0,10; 0,64; 1,36; 1,70; 1,47 e 0,35, nos respectivos estádios Eo, E1, E2, E3, E4 e E5, semelhantes aos obtidos pela média geral entre todos os tratamentos fatoriais (Figuras 30 e 31, A).

Conforme se observa na Figura 31a, até cerca de 10 dias antes do estádio E2, os valores médio do IAF não diferiram com as lâminas (A), à exceção da testemunha (A0). A partir daí, tiveram maiores incrementos de área foliar segundo o aumento das lâminas A0, A1, A2, A3, A4 e A5, atingindo, aos 140, 165, 177, 180 e 185 DAS, os valores máximos de 0,15; 1,20; 1,30; 1,70; 2,00 e 2,05 e mínimos, ao final do ciclo (E5), de 0,0; 0,10; 0,25; 0,35; 0,45 e 0,65, respectivamente. Comportamento semelhante ocorreu com relação às épocas de suspensão da irrigação E1, E2, E3, E4 e E5 os IAF, porém, com destaque para o maior IAF máximo, obtido no estádio E3, com a época E3 (Figura 31E). Cabe ressaltar o comportamento semelhante do IAF e do número total de folhas ao longo do ciclo, em função das lâminas (A) ou épocas de suspensão da irrigação (E), e o IAF máximo igual a 2 no estádio E3 corresponde a 69% do IAF da cultura de referência da ETo (IAF = 2,88), conforme Allen et al. (1998).

As curvas de desdobramentos da fração de cobertura do solo fc (Figura 32), ao longo do ciclo para cada lâmina (A0, A1, A2, A3, A4 e A5) e época de suspensão da irrigação (E0, E1, E2, E3, E4 e E5), tiveram bons ajustes pelos modelos testados (Tabelas 12A e 13A), com melhor ajuste cúbico aos dados médios. De forma semelhante ao comportamento do IAF e do NFT, as curvas de fc em todos os cultivos tiveram, à exceção da testemunha (A0 ou E0), aumento

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com valores muito próximos até o início da fase III no estádio E2. A partir desse estádio, com o aumento da disponibilidade hídrica dos fatores, seja pelo fator volumétrico das lâminas, Ai, seja pelo fator temporal das épocas de suspensão da irrigação, Ei, as curvas de fc foram diferenciadas com decréscimos até os maiores valores máximos de 71%, 75%, 81%, 86% e 89%, ocorridos entre os estádios E3 e E4 e os mínimos de 50%, 60%, 65%, 70% e 78%, ao final do ciclo (E5), para A1, A2, A3, A4 e A5, respectivamente.

FIGURA 32 Gráfico (A) de curvas ajustadas aos valores médios da fração de cobertura do solo (fc) obtida com as lâminas de água A0, A1, A2, A3, A4 e A5 e gráfico (E) obtido com as épocas de suspensão da irrigação E0, E1, E2, E3, E4 e E5, ao longo do ciclo, em dias após a semeadura (DAS). Os símbolos º,* e ** correspondem, respectivamente, às significâncias dos coeficientes de ajustes pelo teste t, a 10%, 5% e 1% de probabilidade. Lavras, MG, 2011. Ressalta-se que, após o estádio E2, ainda que de forma decrescente, a parte vegetativa da cultura expressa pelo número de folhas (NFT), índice de área foliar (IAF) ou fração de cobertura (fc) foi mais pronunciada, permanecendo mais vigorosa por mais tempo, com o aumento das lâminas de água (Ai) e/ou

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das épocas de suspensão da irrigação (Ei) dos cultivos. Cabe investigar se essa maior expressão da parte vegetativa ocorrida com os maiores níveis desses fatores A e/ou E converte-se diretamente em máxima produtividade da cultura.