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Órgãos Colegiados

No documento 2010MariaDinoraBaccinCastelli (páginas 88-91)

4. AS LEGISLAÇÕES E AS CATEGORIAS DE ANÁLISE: INTERFACETANDO O

4.1 A Legislação na Abordagem Gestora Educacional, e os Entrelaçamentos nas

4.1.4 Órgãos Colegiados

A quarta categoria de análise refere-se aos Órgãos Colegiados, representados pela comunidade escolar, demarcadamente, na forma de atores envolvidos no processo educacional, os quais compreendem fazer parte: - Conselho Escolar; - direção; - Equipe pedagógica; - Equipe Administrativa; - Equipe de Serviços Gerais; - Conselho de Classe; - Conselho Representante de Turmas; - Grêmio Estudantil; - Associação de Pais, Mestres e Funcionários. Cada órgão representado, na perspectiva de presença viva, tem por objetivo, desempenhar e cumprir seus papéis dentro de suas especificidades e obrigações, no interior das escolas.

No enfoque dos Órgãos Colegiados, reporto-me a 1969, sob a Lei do Sistema Estadual de Educação do Rio Grande do Sul, Lei nº 5.751, assinalado no Art.37, o qual estabelece normas, na organização do ensino de grau médio, inciso “VI - criação de grêmios e associações estudantis como órgãos de colaboração à escola e à comunidade” (SISTEMA ESTADUAL DE ENSINO, 1969).

Sob a mesma ótica, com efeito de responsabilidade da escola, a respectiva Lei do Sistema Estadual de Educação, estabelece no Art. 85 “- A escola deve estimular a formação de Associações de Pais e Mestres” (1969, p.10). Assim, nos termos da Lei os Grêmios Estudantis e o CPM (Círculo de Pais e Mestres), vêm com intuito especificamente, colaborativo.

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul sob a Lei nº 9.262 de 5 de junho de 1991, altera a Lei nº 9.232 de 13 de fevereiro de 1991, a qual dispõe sobre os Conselhos Escolares:

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Faço saber, em cumprimento ao disposto no artigo 82, inciso IV da Constituição do Estado, que a Assembléia Legislativa aprovou e eu sanciono e promulgo a Lei seguinte:

Art. 1º - Os dispositivos abaixo indicados da Lei nº 9.232, de 13 de fevereiro de 1991, que dispõe sobre os Conselhos Escolares nas escolas públicas estaduais, em cumprimento ao disposto no "caput" do artigo 213 da Constituição do Estado, passam a vigorar com a seguinte redação:

I - inciso I do artigo 2º: “Art. 2º - I - consultiva em planos e programas administrativo-pedagógicos"; II- artigo 8º, "caput" e Inciso I:

"Art. 8º - Terão direito de votar na eleição: I - os alunos maiores de 12 (doze) anos, regularmente matriculados na escola; III - artigo 9º:"Art. 9º - Poderão ser votados todos os membros da comunidade escolar arrolados nos incisos do artigo 8º".

IV - § 1º do artigo 11:"Art. 11 - § 1º - Poderão compor a Comissão Eleitoral, como representantes de seu segmento, alunos com direito de votar e serem votados."; V - no artigo 18, o parágrafo único fica transformado em § 1º, acrescentando-se um § 2º com a seguinte redação: "Art. 18 - § 2º - O Conselho Escolar elegerá seu presidente entre os membros que o compõem, maiores de 18 (dezoito) anos". Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário (ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, 1991).

Nesta perspectiva, a Constituição do Estado do Rio Grande do Sul-1989, especifica no capítulo II, Seção I, Da Educação: “Art. 213 - As escolas públicas estaduais contarão com conselhos escolares, constituídos pela direção da escola e representantes dos segmentos da comunidade escolar, na forma da lei.” (CONSTITUIÇÃO, 1989). A Lei nº 9.262/1991, que dispõe sobre os Conselhos Escolares, conforme o exposto acima,

são um caminho para a implementação da gestão [...] é uma expressão utilizada para designar aquele colegiado constituído no nível da unidade escolar composto pelo diretor e por representantes de pais, alunos, professores e funcionários – escolhidos pelos respectivos segmentos (CEDAE, 1997, p.50).

No contraponto, à Lei do Sistema Estadual de Ensino nº 5.751/69, aponto a Lei de Gestão Democrática nº 10.576/95, que no seu Art. 40º “Os estabelecimentos de ensino estaduais contarão com Conselhos Escolares constituídos pela direção da escola e representantes dos segmentos da comunidade escolar” (SEC, 1995), observando que mantêm-

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se o texto da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul- 1989, no seu art.213. Reafirmando assim, a extrema importância demarcada na Legislação, no que concerne ao Conselho Escolar, observa-se:

Art. 41º - Os Conselhos Escolares, resguardados os princípios constitucionais, as normas legais e as diretrizes da Secretaria da Educação, terão funções consultiva, deliberativa e fiscalizadora nas questões pedagógico-administrativo-financeiro (SEC, 1995).

Sendo o Conselho Escolar, a autoridade maior no interior das escolas, este é representado por vários segmentos; alunos, pais, professores, funcionários e o diretor, como membro nato. As funções específicas a que compete ao Conselho Escolar são assinalados no Art. 42º, da Lei de Gestão Democrática nº 10.576/1995.

São atribuições do Conselho Escolar, dentre outras: I - elaborar seu próprio regimento;

II - criar e garantir mecanismos de participação efetiva e democrática da comunidade escolar na definição do Plano Integrado da Escola;

III - adendar, sugerir modificações e aprovar o Plano Integrado da Escola; IV - aprovar o Plano de aplicação financeira da escola;

V - apreciar a prestação de contas do Diretor;

VI - divulgar, trimestralmente, informações referentes à aplicação dos recursos financeiros, resultados obtidos e qualidade dos serviços prestados;

VII - coordenar em conjunto com a direção da escola, o processo de discussão, elaboração ou alteração do regimento escolar;

VIII - convocar assembléias-gerais dos segmentos da comunidade escolar;

IX - encaminhar quando for o caso, à autoridade competente, proposta de instauração de sindicância para os fins de destituição de Diretor da escola, em decisão tomada pela maioria absoluta de seus membros e com razões fundamentadas e registradas formalmente;

X - recorrer a instâncias superiores sobre questões que não se julgar apto a decidir, e não previstas no regimento escolar;

XI - analisar os resultados da avaliação interna e externa da escola, propondo alternativas para melhoria de seu desempenho;

XII - analisar e apreciar as questões de interesse da escola a ele encaminhadas (SEC, 1995).

Além de todas estas responsabilidades, expostas no referido artigo, é acrescido ao Conselho Escolar, conforme determinação no “Art. 43 - Cabe ao(s) conselheiro(s) representar seu segmento discutindo, formulando e avaliando internamente propostas para serem apresentadas nas reuniões do Conselho (SEC, 1995).

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O mandato de cada membro do Conselho Escolar corresponde a dois anos, sendo que os mesmos são eleitos pela comunidade escolar, conforme determina o artigo 46.

Art.47 - A eleição dos representantes dos segmentos da comunidade escolar que Conselho Escolar, bem como a de respectivos suplentes, se realizará na escola em cada segmento, por votação direta e secreta, uninominalmente, ou através de chapas em eleição proporcional, na mesma data, observado o disposto nesta lei (SEC, 1995).

No caminho das legislações, assinalamos a Lei nº 11.695/2001, a qual no Art.19º altera o Art.40º da Lei nº 10.576/1995, e passa a ter a seguinte redação: "Art. 40º - Os estabelecimentos de ensino estadual contarão com Conselhos Escolares constituídos pela direção da escola e representantes eleitos dos segmentos da comunidade escolar. (Redação dada pela Lei nº 11.695, de 10 de dezembro de 2001)" (SEC, 2001), reafirma-se então, que o Art.40º da segunda Lei, acresce elementos, os quais são assinalados como inciso na primeira Lei, sendo que estes acabam por ser suprimidos.

Observando as práticas do Conselho Escolar, a Nova Proposta-2009, objetiva “rever a função deliberativa, especialmente restringindo-a no campo pedagógico” (SEE, 2009, p.7), sendo que, além das restrições estabelecidas no campo pedagógico, a intenção é excluir o segmento alunos como conselheiros. “Escolha dos conselheiros: eleição uninominal; rever a participação dos alunos; estabelecer período certo para a eleição” (SEE, 2009, p.7).

No documento 2010MariaDinoraBaccinCastelli (páginas 88-91)