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Órgãos e sistemas complementares

4. CARACTERÍZAÇÃO DO TIPO DE EDIFÍCIO, INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS

4.4. Instalações e equipamentos de águas

4.4.3. Órgãos e sistemas complementares

4.4.3.1. Depósito de reserva e de regularização de consumos

A água consumida nas unidades hospitalares provém do sistema público de abastecimento. No entanto, para reserva de água e regularização de consumos estes edifícios são dotados de depósito em betão armado, septado no mínimo por duas células, com capacidade para 24 horas de consumo médio diário. Todas as paredes internas, soleiras e tectos do reservatório são impermeabilizados à base de cimento e polímeros modificados, apto para contacto com água potável conforme os parâmetros do Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto [N23], para materiais em contacto com água potável destinada a consumo humano. O acesso ao depósito é conseguido por meio de aberturas com tampas localizadas nas paredes laterais do mesmo, sendo previstos degraus metálicos chumbados nas suas paredes de forma a permitir o fácil acesso ao seu interior.

4.4.3.2. Depósito de reserva para combate a incêndios

Para reserva de água para combate a incêndios estes edifícios são dotados de depósito em betão armado, septado por duas células. Todas as paredes internas, bem como as soleiras

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e tectos dos reservatórios são devidamente impermeabilizadas com um revestimento impermeabilizante composto por cimento, aditivos químicos especiais e areia de granulometria controlada. O acesso ao depósito é conseguido por meio de aberturas com tampas localizadas nas paredes laterais do mesmo, sendo previstos degraus metálicos chumbados nas suas paredes de forma a permitir o fácil acesso ao seu interior. O depósito dispõe de um conjunto de órgãos de comando e controlo, nomeadamente válvulas de flutuador a instalar na adução de água e descarga de fundo.

4.4.3.3. Central de tratamento para água de consumo

Tendo em consideração o volume de água de reserva para consumo exigido nestes edifícios o tratamento de água do depósito de regularização de consumos é automático, assegurando a recirculação e oxigenação, sendo equipado com sistema de filtração, descalcificação e recirculação de água no depósito.

4.4.3.4. Central de tratamento de água para as instalações de fisioterapia e hidroterapia

São previstos sistemas de recirculação e tratamento de água dos tanques terapêuticos para os serviços de fisioterapia e hidroterapia.

4.4.3.5. Central de tratamento de água para hemodiálise

A instalação do sistema de tratamento de água para hemodiálise integra no mínimo os seguintes equipamentos:

• Cisterna ou tanque de sedimentação com: (i) capacidade que assegure o armazenamento de água não tratada necessária para um turno de tratamento, (ii) revestimento interior em material inerte e compatível com as diversas condições operacionais, (iii) fundo em declive que garanta uma fácil drenagem e limpeza dos produtos sedimentados, (iv) tomada de água acima da zona de sedimentação, (v) mecanismos de monitorização dos níveis de água e respectivos alarmes.

• Grupo hidropressor – as electrobombas de pressurização dimensionadas para os caudais e pressão exigidos pelos equipamentos localizados a jusante e constituídas por material inerte e compatível com as diversas condições operacionais.

• Sistema de cloragem, com: (i) depósito de cloro com capacidade mínima para as necessidades de dois dias de funcionamento da unidade e (ii) bomba doseadora automática de injecção de cloro.

• Filtro de sedimento, cujo número de unidades, disposição e as suas especificações dependem das necessidades do sistema e da qualidade da água fornecida. A lavagem deste tipo de equipamentos deverá ser automática e programada para intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema. Devem estar disponíveis pontos de colheita e manómetros a jusante e a montante deste(s) equipamento(s).

• Descalcificador – sistema de descalcificação dimensionado de forma a assegurar um abastecimento contínuo de água dentro das especificações exigidas pela unidade de Osmose Inversa e em função do grau de dureza da água e dos caudais de trabalho do sistema de tratamento, com regeneração automática e programada para intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema e não colidam com as sessões de diálise. Devem estar disponíveis pontos de colheita e manómetros a jusante e a montante deste(s) equipamento(s).

• Filtro de carvão – o processo de adsorção é eficaz na remoção de compostos halogenados (como é o caso do cloro), inorgânicos (metais pesados em baixa concentração) e orgânicos de baixo peso molecular. O número de elementos e a sua disposição deverão ser adaptados às necessidades do sistema (a instalação de dois filtros em série permite alcançar uma protecção adicional contra a passagem de cloro). A lavagem deste tipo de equipamentos deverá ser automática e programada para intervalos que garantam o adequado funcionamento do sistema e não colidam com as sessões de diálise. Devem estar disponíveis pontos de colheita e manómetros a jusante e a montante deste(s) equipamento(s).

• Filtro de partículas – em função da sua localização no sistema de tratamento de água, os filtros de partículas têm diferentes funções. Quando localizados após o(s) filtro(s) de carvão, a sua principal função é a retenção de finas partículas por este(s) libertados e que possam danificar as membranas de Osmose Inversa. Devem-se seguir as recomendações do fabricante da unidade de Osmose Inversa no que diz respeito às malhas dos filtros de partículas (tipicamente a sua malha deve ser, no máximo de 5 µm sendo, porém, preferível inserir outro em série com malha de 1 µm).

• Osmose inversa com (i) capacidade (em termos de caudal e pressão de funcionamento) ajustada às necessidades da unidade em água tratada (função do número de postos de diálise e técnicas terapêuticas praticadas), (ii) uma taxa de

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rejeição (geralmente superior a 90% para o parâmetro condutividade) que garanta que a produção de água cumpre os requisitos discriminados nos Quadros 1a, b, c e d do Manual de Boas Práticas de Diálise [18] e (iii) sistemas de monitorização (temperatura, condutividade, pressão e caudais) e alarmes que garantam a qualidade da água produzida e salvaguardem a segurança do sistema.

4.4.3.6. Câmaras de hidrocarbonetos

As águas residuais com hidrocarbonetos são conduzidas em ramais independentes até à respectiva câmara de separação. Estas câmaras em aço anti corrosivo ou em PEAD retêm os hidrocarbonetos provenientes das águas de limpeza dos estacionamentos e da central térmica, permitindo a sua remoção do efluente antes da sua devolução à rede de águas residuais.

4.4.3.7. Câmara de separação de gorduras

As águas residuais gordurosas da cozinha são conduzidas em ramais independentes até à respectiva câmara de separação. Estas câmaras retêm as gorduras produzidas nas cozinhas dos edifícios hospitalares que produzem refeições, permitindo a sua remoção do efluente antes da sua devolução à rede de águas residuais.

4.4.3.8. Câmaras de retenção de féculas

É prevista uma câmara separadora de féculas à saída da máquina descascadora de batatas que retêm as féculas produzidas nas cozinhas do edifício hospitalar que produzem refeições, permitindo a sua remoção do efluente, sendo depois o efluente conduzido para a rede geral de águas residuais.

4.4.3.9. Câmaras de arrefecimento

Estas câmaras executadas em betão armado, com as paredes interiores, soleira e tecto impermeabilizados em conformidade com os parâmetros do Decreto-Lei nº 236/98, de 1 de Agosto [N23] (materiais em contacto com água), servem para o arrefecimento prévio das

águas quentes provenientes, normalmente das centrais de esterilização, centrais térmicas e da lavandaria do edifício hospitalar, rejeitadas para o sistema de drenagem de águas residuais domésticas, onde são previstos em cada uma um tanque de arrefecimento, dimensionado para que o efluente seja lançado na rede geral com uma temperatura dentro dos valores regulamentares. O acesso às câmaras é conseguido por meio de tampa de abertura instalada ao nível do pavimento.

4.4.3.10. Contentorizações de águas residuais domésticas com radiações ionizantes

As águas residuais radioactivas são conduzidas em ramais independentes até ao respectivo decaimento nos tanques em betão armado de retenção, dimensionados para o decaimento máximo dos radionuclidos usados, de acordo com o previsto no Decreto-Lei n.º 180/2002, de 8 de Agosto [N19], para as águas radioactivas, e atendendo aos radioisótopos predominantes nos efluentes hospitalares.

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5. EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO E OPERACIONALIDADE PARA O EDIFÍCIO

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