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3- MATERIAIS E MÉTODO

3.2 Avaliação dos planos de manejo florestal no Cerrado e Mata Seca

3.2.1 Ações de campo para complementação do diagnóstico

Procurou-se avaliar a exploração realizada a mais tempo e a mais recente de cada plano de manejo. Para tal, foi lançada uma parcela de 2500 m2 (10 x 250 m) a cada 100 ha na gleba do plano de manejo explorada a mais tempo e na gleba explorada a menos tempo, de cada plano avaliado. Pôde-se, então, identificar o percentual de plantas cortadas com diâmetro mínimo inferior a 5 cm, a intensidade de exploração em área basal e em número de árvores, caracterizar a estrutura da vegetação remanescente e caracterizar a mortalidade de cepas após a exploração.

As parcelas foram distribuídas sistematicamente nas glebas, perpendiculares à área da estrada e em diferentes profundidades, conforme coordenadas apresentadas no anexo 3. Cada parcela de 2500 m2 foi localizada na gleba por meio do uso de GPS, bússola e trena. Nestas, foram coletadas as seguintes informações: número de plantas cortadas que rebrotaram, número de cepas mortas, número de plantas não cortadas (remanescentes) , número de plantas mortas em pé; e sempre que possível, houve identificação das plantas remanescentes com diâmetro maior igual a 5 cm, identificação das plantas regeneradas e identificação de cepa morta.

Em cada parcela de 2500 m2 foi estabelecida, sempre a partir do seu início, uma sub parcela de 500 m2 (10 x 50 m) com objetivo de detalhar as características da exploração efetuada na gleba explorada a mais tempo e na gleba explorada mais recentemente.

Na gleba explorada a mais tempo foram coletadas as seguintes informações: diâmetro das cepas, diâmetro da base dos brotos, altura dos brotos,

altura de corte, altura das plantas remanescentes, diâmetro das plantas remanescentes, número de cepas mortas, número de cepas com diâmetro inferior a 5 cm; e sempre que possível, houve identificação das plantas remanescentes, das plantas regeneradas e das cepas mortas.

Na gleba de exploração mais recente as informações coletadas foram: número de plantas cortadas que rebrotaram, número de cepas mortas, número de plantas não cortadas (remanescentes), número de plantas mortas em pé, número de cepas com diâmetro inferior a 5 cm; e sempre que possível, houve identificação das plantas remanescentes, das plantas regeneradas e das cepas mortas.

O diâmetro e altura das cepas foram medidos com régua graduada em milímetro. A altura dos brotos e das árvores remanescentes foi medida com vara graduada de 20 em 20 cm. A circunferência a 1,30 m de altura das plantas remanescentes, bem como a circunferência da base dos brotos, foram medidas com fita métrica. Para contar o número de cepas com diâmetro inferior a 5 cm, foi utilizado um garfo diamétrico.

As plantas foram identificadas empiricamente com denominação regional , com a ajuda de mateiros experientes de cada região.

As equipes de trabalho foram compostas por professores da Universidade Federal de Lavras, coordenados pelo professor José Roberto Soares Scolforo, além de Engenheiros do Núcleo de Manejo do Cerrado (convênio IEF-UFLA) e outros cinco engenheiros do IEF selecionados e treinados pelo coordenador do trabalho.

a) Prática de exploração da vegetação nativa x diâmetro mínimo de corte

Para inferir sobre o percentual de plantas cortadas com diâmetro de cepas inferior a 5 cm, utilizou-se o diâmetro das cepas das sub parcelas das glebas exploradas a mais tempo e o número de cepas com diâmetro inferior a 5

cm, no caso da gleba explorada mais recentemente . Com o conjunto de resultados oriundos de cada unidade amostral, foi calculada uma média do percentual de plantas cortados abaixo de 5 cm de diâmetro para cada plano de manejo analisado.

Feito isto para todas as parcelas, calculou-se a intervenção média da área de exploração mais antiga e mais recente, para cada plano de manejo.

b) Prática de exploração da vegetação nativa x intensidade de exploração

Para inferir sobre a intensidade do número de plantas removidas, foi feita uma relação entre o número de plantas existentes nas parcelas e o número de cepas vivas e mortas. Para tal cálculo, utilizaram-se os dados das parcelas de 2500 m2. Quanto à intensidade de área basal removida, foi feita uma relação entre a área basal de todas as plantas existentes nas parcelas e a área basal das plantas que foram exploradas. Para tal cálculo, utilizaram-se os dados das sub parcelas da gleba explorada a mais tempo. A reconstituição da área seccional de cada árvore será detalhada no item 3.3 (a).

c) Prática da exploração da vegetação nativa x estrutura remanescente

Por meio da circunferência e das alturas das plantas remanescentes, obtidas nas sub parcelas (500 m2) da gleba explorada a mais tempo, foram construídos histogramas do número de plantas por classe de diâmetro para cada plano de manejo avaliado.

A estrutura remanescente está diretamente ligada ao critério de remoção. Quando é aplicado o conceito de floresta balanceada, espera-se que a distribuição diamétrica do remanescente seja representada por uma curva exponencial decrescente (j invertido), com um número de indivíduos em cada

classe que propicie uma razão q constante ao dividir: o no de indivíduo da classe diamétrica i pelo número de indivíduo da classe diamétrica i + 1.

De acordo com Meyer (1961), já em 1898 De Liourcourt observou que a razão entre as classes de diâmetro sucessivas permaneceu a mesma em florestas manejadas sob sistema de seleção e que embora o valor desta razão possa variar de uma floresta para outra, de forma geral a distribuição diamétrica apresenta a forma de j invertido.

d) Prática da exploração da vegetação nativa x mortalidade de cepas

Neste tema foram avaliadas duas estatísticas sobre a mortalidade. A primeira consistiu em compor, para cada plano, a porcentagem de cepas que morreram, tanto nas glebas exploradas a mais tempo como nas glebas de exploração mais recente. Para tal, utilizaram-se as informações das parcelas de 2500 m2.

A segunda consistiu em avaliar se a altura de corte influenciou a mortalidade das cepas. Com as alturas das cepas mortas obtidas na medição de cada sub parcela (500 m2) das glebas exploradas a mais tempo , foi determinado o número de tocos cortados acima e abaixo de 20 cm de altura. Foi, então, calculada uma média do percentual de cepas cortadas acima de 20 cm de altura para cada plano de manejo analisado.

Com o percentual de cepas cortadas acima de 20 cm de altura e o percentual das que não rebrotaram por parcela, foram ajustados modelos lineares e não lineares, para detectar ou não a existência de relação entre mortalidade de cepas e a altura de corte. Os modelos testados foram:

m = β0 + β1 * (1/h) + ei m = β0 + β1 * h + β2 * (h2) + ei m = β0 + β1 * (1/h) + β2 * ((1/h) 2 ) + ei m = β0 * hβ1 + ei

em que:

m = mortalidade de cepas em percentagem

h = percentual de plantas cortadas acima de 20 cm de altura βis = parâmetros estimados.

ei = erro de estimativa

3.3 Potencialidade biológica das fisionomias, Mata Seca e Cerrado, e das