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Ações de monitoramento e avaliação pelo Programa de Educação Ambiental e

3 AGROECOLOGIA: UMA NOVA SEMENTE PARA A AGRICULTURA

3.2 Ações de monitoramento e avaliação pelo Programa de Educação Ambiental e

O Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF) foi criado através das reivindicações dos produtores familiares engajados nos movimentos sociais. Seu

90,00% 80,00% 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% 84,40% 74,38% 75,68% 66,08% 33,92 5,62% 24,32 5,60% Agricultura Familiar Agricultura não Familiar

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grande marco se deu Grito da Terra no ano de 2009, com o desejo da criação de políticas públicas juntamente ao Governo Federal, destacando-se a necessidade do fortalecimento da Educação Ambiental em conjunção com a agricultura camponesa para que o meio ambiente não sofresse o processo de produção exaustiva de forma degradadora formando ambientes insustentáveis e de forma injusta igualitária para a sociedade, que gera a escassez de recursos naturais nas comunidades que vivem no campo, de onde retiram seu sustento (ACCIOLY; LOUREIRO, 2013).

O PEAAF solidifica junto à Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) a colaboração do Governo Federal na demanda do desenvolvimento ambiental e social com vistas, para que possa acontecer a melhoria na qualidade de vida dos agricultores familiares no campo.

O propósito da PNEA e do PEEAF, relacionado à educação, é proporcionar o desenvolvimento social juntamente à produção orgânica por meio da agricultura familiar e a sustentabilidade ambiental. As temáticas a serem realizadas seriam: “participação social, agroecologia, práticas produtivas sustentáveis, tecnologias sociais, impactos da agricultura contemporânea sobre o meio ambiente, relação entre o campo e cidade, recuperação de áreas degradadas e legislação ambiental”. O PEAAF iria para que a agroecologia baseada na sustentabilidade favoreça a qualidade de vida dos produtores camponeses do Brasil (MMA, 2015).

O Programa Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF) articula as instituições públicas e organizações não governamentais que trabalham com a agricultura familiar; as principais instituições são:

MDA, MEC, MDS, MinC, MAPA, MCTI, SNJ, INCRA, EMBRAPA, Universidades e Institutos Federais, bancos, fundações e fundos que oferecem linhas de crédito específicas para a agricultura familiar. No âmbito do MMA articula- se nas Secretarias do órgão, Serviço Florestal Brasileiro e vinculadas (IBAMA, ICMBio, ANA, JBRJ) por meio de estruturas de representação internas (GT PEAAF10 e CISEA11). A participação da sociedade se dá por meio de suas representações em conselhos e demais colegiadas federais tais como CONAMA, CNRH, CGEN, CONAFLOR, CNCPT, CONDRAF, CONJUVE, CONSEA, assim como a mobilização do segmento da agricultura familiar junto à Conferência Nacional de Meio Ambiente (BERNAL; MARTINS, 2015a, p. 02).

Na esfera estadual, o Programa Educação Ambiental e Agricultura Familiar- PEAAF desenvolvia atividades concomitantemente com os seguintes órgãos: EMATER, Instituto de Terras, Universidades e Escolas Técnicas e representações da agricultura familiar, Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental (CIEAs) e os Conselhos Estaduais ligados às temáticas de agricultura, meio ambiente e educação.

Essas ações são concretizadas na interação com os governos estaduais e municipais em uma amplitude territorial. Essas ações também atuam junto aos respectivos conselhos: Conselhos dos Territórios da Cidadania, Conselhos Gestores de Unidades de Conservação, Comitês de Bacia. O objetivo é interagir com as ações dos diferentes protagonistas da sociedade.

Todos os segmentos da sociedade estão articulados nos seguintes âmbitos: movimentos sociais do campo, da cidade de organizações da agricultura familiar (sindicatos, cooperativas e associações civis). Cabem-lhes concretizar as políticas públicas em busca do desenvolvimento rural sustentável.

As ações relacionadas com o acompanhamento e avaliação do PEEAF ocorrem de forma interativa com o Projeto Político Pedagógico em beneficio da população local com ação ativa nos processos para o desenvolvimento rural sustentável.

A dimensão política indica que o projeto é um processo voltado a fins, que exige articulação e envolvimento das pessoas, a superação de resistências e radicalismos, estando sempre presente a conflitualidade, a mediação e a negociação. A dimensão política traz um posicionamento, uma decisão, um caminho e uma abordagem em relação à realidade, sejam eles transformadores ou reprodutivistas (CASTRO; WERLE, 2005, p.192).

Essas ações são repassadas para as comunidades através de cursos presenciais, semipresenciais e à distância com aplicação de atividades e verificação de aprendizagem dos envolvidos com utilização do processo avaliativo para efetivar a agricultura familiar sustentável. O PEAAF tem como base os princípios da justiça social e ambiental; intersetorialidade, pluralidade e interdisciplinaridade; interdependência entre campo e cidade; e gestão democrática e participativa.

O PPP como ferramenta para o PEAAF está relacionado com o processo de compreensão da realidade no âmbito local, em busca de novas alternativas para superação dos desafios da agricultura familiar com o intuito de êxito nessa atividade.

Na vertente da dimensão pedagógica do PPP diz respeito à definição de concepções, estratégias, metodologias e práticas educativas capazes de fazer avançar esse projeto de futuro. Em outras palavras, a dimensão pedagógica deve dar conta de explicitar as ações educativas e características necessárias das atividades para se alcançar o que se deseja. “Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da efetivação da intencionalidade” (BERNAL; MARTINS, 2015, apud Veiga, 1995, p 13).

A agricultura familiar tem como princípios a diversidade de sistemas produtivos, geração de renda para a melhoria na economia e a interação entre sociedade e natureza com a dinâmica do ambiente, tais como: recursos naturais e pluralidade sociocultural, existentes na localidade.

A transformação do meio rural para a produção agrícola através da extração de matéria prima deve ser realizada de tal modo que os recursos provenientes do ambiente não se esgotem. Por conta disso, o PEAAF busca saberes empíricos dos protagonistas da sustentabilidade territorial. Nesse intuito, faz-se necessária a transformação do campo com as políticas públicas voltadas para a sustentabilidade ambiental e a agricultura familiar.

As famílias residentes no campo sofrem com a degradação em demasia do ambiente por conta da exaustiva extração dos recursos, poluição do solo e das fontes naturais de água, afetando a biota local e se amplificando na esfera global, principalmente pela questão do desmatamento. As políticas públicas têm a função de regularizar esse processo junto às instituições responsáveis para que o agricultor familiar como o meio ambiente possam estar em harmonia, na perspectiva do fortalecimento agroecológico assegurando-se ao produtor camponês a produtividade no campo.

3.3 Os princípios do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar-