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GABINETE DIRE A

1.6 Ações posteriores às capacitações dos professores

Para garantir a presença da analista na escola e ainda para realização desses encontros, disponibiliza-se recurso financeiro repassado pelo Plano de Ações Articuladas (PAR)13. Contudo, como tal recurso não tem sido suficiente, tem sido necessário desenvolver ações pela regional, com vistas à sua complementação. Nesse sentido, são elaboradas e encaminhadas planilhas de custos com especificação clara dos objetivos para o órgão central, a SEE.

Nas visitas às escolas, que são um desdobramento dos cursos de capacitação, por meio do acompanhamento do trabalho pedagógico, a analista verifica se está havendo a aplicabilidade das temáticas discutidas nos cursos. Durante a estadia nas escolas, as analistas se concentram na sala de aula, visitam as turmas, observam como o trabalho está sendo direcionado, conversam com especialistas e com os professores sobre o trabalho realizado e dão sugestões de melhoria, quando necessário.

Outro foco é o acompanhamento aos alunos fazendo diagnóstico de leitura e acompanhando a cada visita os avanços na aprendizagem destes. São aplicadas avaliações diagnósticas no início e no final do ano letivo. Essas avaliações são elaboradas pelas analistas e objetivam um maior acompanhamento da aprendizagem dos alunos.

A partir dos resultados desse acompanhamento, insere-se a intervenção para os alunos que apresentam mais dificuldades e que ainda não conseguiram acompanhar

13 Montante de recursos financeiros repassados pela SEE para a SRE, anualmente, com a finalidade de custear atividades pedagógicas e administrativas no decorrer do ano.

sua turma. Essa intervenção é feita de duas maneiras: dentro da própria sala pelo professor, ao atender os alunos tendo em vista suas necessidades. Nessa situação, agrupam-se estudantes que se aproximam em termos de domínio das capacidades trabalhadas.

Outra modalidade de intervenção ocorre fora da sala, quando os alunos que apresentam maiores dificuldades no processo de aquisição da leitura e escrita são retirados por duas ou três horas diariamente e são submetidos a um trabalho sistemático de alfabetização pela eventual ou pelo Professor do Ensino e Uso da Biblioteca - PEUB.

Essa intervenção ocorre atendendo ao disposto no artigo 73 na Resolução 2197/2012 que diz o seguinte:

Art. 73 As escolas e os professores, com o apoio das famílias e da comunidade, devem envidar esforços para assegurar o progresso contínuo dos alunos no que se refere ao seu desenvolvimento pleno e à aquisição de aprendizagens significativas, lançando mão de todos os recursos disponíveis, e ainda:

I - criando, ao longo do ano letivo, novas oportunidades de aprendizagem para os alunos que apresentem baixo desempenho escolar;

II - organizando agrupamento temporário para alunos de níveis equivalentes de dificuldades, com a garantia de aprendizagem e de sua integração nas atividades cotidianas de sua turma;

III - adotando as providências necessárias para que a operacionalização do princípio da continuidade não seja traduzida como “promoção automática” de alunos de um ano ou ciclo para o seguinte, e para que o combate à repetência não se transforme em descompromisso com o ensino-aprendizagem (MINAS GERAIS, RESOLUÇÃO 2197/2012- SEE).

A legislação impõe a todos os envolvidos no processo educacional a responsabilidade para que não ocorra “promoção automática”, ou seja, o aluno prossegue sem deter as capacidades relativas ao ano de escolaridade em que concluiu, vez que isso gera distorções que comprometem toda a trajetória discente, além de se constituir como um mecanismo tanto perverso quanto a reprovação.

A analista acompanha também um dos momentos principais de discussão dos resultados na escola ocorrida em dois dias denominados: dia “D” – Toda Escola deve fazer a diferença -, em que participam os integrantes da própria escola, em um primeiro dia e, depois, geralmente em um sábado, promove-se o segundo, com a participação

de toda comunidade, eventos promovidos em todo o estado de Minas Gerais desde 2007.

Nesses dias é promovida a revisão ou elaboração do Plano de Intervenção Pedagógica da Escola – PIP, apresentando-se à comunidade seus resultados, suas metas e as ações para que seu cumprimento seja assegurado. As intervenções propostas nesse plano deverão ser simples, exequíveis e com a indicação nominal de seus responsáveis.

Conforme informações da gerente do PIP/ ATC, os momentos de capacitação de professores em serviço, como são denominados esses encontros, são o ponto de partida de todas as ações desenvolvidas pela equipe com foco na divulgação e apreensão dos resultados das avaliações externas, sendo, inclusive, momento de discussão sobre como está a implementação do PIP (Intervenção Pedagógica).

A participação da comunidade é um dos fatores de maior relevância do Dia D, pois se configura como a razão do estabelecimento desse dia, dando publicidade aos resultados e promovendo o seu estudo com todos os atores da comunidade escolar. Nesse dia, os resultados das avaliações externas são apresentados de maneira detalhada, os pontos que precisam ser melhorados são discutidos e a equipe pedagógica colhe sugestões de metas e ações a serem incorporadas no PIP.

Entretanto, esse é um assunto muito complexo para ser discutido em apenas um dia. Pela complexidade do tema é requerido que essa abordagem já venha sendo feita nas pautas de reunião de pais e membros da comunidade. Como o diretor escolar é quem lidera esse processo de divulgação e apropriação desses dados junto à comunidade, de acordo com a gerente do PIP, nota-se, a partir do trabalho que é desenvolvido nas escolas, que cada uma delas está em um nível diferenciado de envolvimento dos membros da comunidade na discussão dos temas relacionados à dimensão pedagógica, destacando-se dentre eles os resultados das avaliações externas.

A analista acompanha desde os preparativos para o evento promovidos pelo diretor até a finalização do Plano e precisa estar atenta, garantindo que o PIP não se torne um documento engavetado feito somente para cumprir uma determinação da SEE. Assim, tanto as capacitações como o acompanhamento pedagógico que é feito à

escola estão diretamente relacionados ao PIP, uma vez que têm como foco a melhoria da aprendizagem dos alunos e dos resultados, essência do PIP.

No próximo capítulo serão apresentados e discutidos os dados coletados no campo pesquisado, procurando evidências que comprovam a necessidade de adequação das ações desenvolvidas pela equipe gestora na organização dos cursos de capacitação com intuito de promover a divulgação e apropriação dos resultados, para que se tornem mais efetivos e cumpram o seu propósito.

2. ANÁLISE DA DIVULGAÇÃO E APROPRIAÇÃO DOS RESULTADOS DO SIMAVE